Um Dia Bem Longo escrita por Neir


Capítulo 4
O Irmão da Russa


Notas iniciais do capítulo

Word frescando mais que tudo, internet frescando mais que tudo, clima frescando mais que tudo. Frescura da miséria...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/451574/chapter/4

A Estante de Livros de Yamamoto Akira tinha uma reputação bastante conhecida entre o círculo de amigos de Aika.

Se isso era algo a ser admirado ou não, nem mesmo o próprio Akira saberia responder. Não era incomum que Aika trouxesse amigos para casa, ainda que a maioria garotas, devido ao posicionamento paternalista de seu irmão— e, portanto, que Akira tivesse uma vez ou outra que dar as caras devido à não realista imagem de “chefe da casa”.

O verdadeiro desafio nessas situações, entretanto, não eram meros parâmetros como “não ser capaz de falar com garotas”, “timidez”, ou mesmo “falta de habilidades sociais”. Ia muito além disso, tratava-se de uma parede que não podia ser ultrapassada: a falta de predicados para que ele pudesse entreter ou significar algo para as visitas.

Analisando novamente a situação, um qualquer poderia dizer que Akira simplesmente sofria, de fato, do parâmetro “falta de assunto”, mas a diferença consistia em uma leve singularidade que modificava tudo.

Não tendo características das quais fazer uso, Akira não podia nem mesmo tentar iniciar um tópico: mesmo que ele o fizesse, não teria carisma suficiente. Portanto, o último recurso do garoto era, sem remorso qualquer, apresentar sua coleção de livros para as visitas.

Aika se lembrava daquele dia como se ainda fosse hoje; a lembrança forte e cheia de cores estourando em sua cabeça. Olhando para a cozinha, onde seu irmão cochilava, ela pensou:

“Mas, sério... Mori-chan não estava errada, né...?”

Definitivamente, não. Naquele dia branco e gelado de dezembro, dois anos antes, a observação feita por Mimori Kishida, a vívida garota de óculos, havia sido mais que precisa.

Após se despedir das colegas na porta, decidida a tirar aquilo a limpo, Aika tinha ido até o quarto de seu irmão, preparada para entrar em um longo debate que poderia durar horas.

Caminhando pela extensão da sala, viu sua mãe cantarolando enquanto cozinhava. Aquela não era uma situação incomum naquela época, já que sua mãe ainda não tinha se tornado famosa e portanto, era mais próxima dos filhos.

Antes que sua mãe pudesse dizer algo, Aika já estava na porta do quarto de seu irmão Batendo duas vezes na porta de madeira, indagou:

— Posso entrar?

A voz calma e sonora do lado de dentro do quarto respondeu quase que instantaneamente:

— Aika, você ainda faz esse tipo de pergunta quando quer vir ao meu quarto?

Aquela não era a primeira ocasião em que Aika ouvia aquilo. Vez ou outra, Akira lhe indagava por que a menina continuava sendo tão educada com coisas simples como aquela.

— Claro que sim! — exclamou ela, um tanto aborrecida com a insistência no assunto. — Só Deus sabe o que você pode estar fazendo nesse quarto, Aki-chan!

As últimas palavras pareceram claramente perturbar Akira, que parou rapidamente o que estava fazendo, virando-se para a irmã que acabara de se sentar em sua cama.

— Oi, oi... Acho que você desenvolveu uma impressão um tanto problemática sobre mim...

Os dois riram um pouco, e Aika resumiu:

— Se existe algum culpado para eu ter uma impressão tão complicada assim é você, Aki-chan!

Um sorriso estranho foi esboçado no rosto de Akira, fazendo Aika se perguntar se devia ou não apreciar o fenômeno. Não muito depois, ele voltou a digitar freneticamente em seu notebook, dando espaço para que Aika aproveitasse esse momento em particular e procurasse o livro que havia chamado a atenção de sua colega.

Na quarta prateleira de cima para baixo, quase no centro da estante, Aika parou seus olhos. Ali estava um livro estrangeiro de capa cinza que ela reconheceu como o presente que seu irmão havia recebido de um colega americano.

“O Uso do Pessimismo e as Armadilhas de Perseguir uma Dita Verdade”

Era um livro em ótimo estado, mesmo porque ele o havia ganhado apenas alguns dias antes. O que a surpreendeu, entretanto, foram os outros livros que se enfileiravam lado a lado.

“Pessimism”, “Half-Empty”, “Vantagens do Pessimismo”, e outros títulos de várias editoras diferentes, alguns nacionais, a maioria importados, mas, sem nenhuma exceção, do mesmo gênero.

Após seguir a trilha de livros pessimistas por mais uma fileira, ela encontrou outros títulos de psicologia, mas que já não tinham mais relação com o tópico que crescia em sua mente. Escolhendo as palavras certas para começar a conversa que estava desejando há quase quarenta minutos, quando sua colega de classe havia inquirido sobre aquela pergunta, virou-se para seu irmão apenas para ter uma surpresa.

Em pé, ao seu lado, Akira observava atentamente sua irmã passar os dedos nos títulos que tinha colecionado com o passar do tempo. Cuidadosamente tirando um da estante, ele disse:

— Se eu fosse você, começaria por este.

Ele estendeu o livro para a irmã, que, tomando-o nas mãos, perguntou:

— Quem escreveu?

— Veja na capa, ora.

— A-Ah... — balbuciou ela um pouco desconfortável com a resposta. — Certo...

“O Conto da Raposa e dos Dois Humanos”.

“Ele só pode tá de brincadeira, né?”

— O que é isso? Quem é esse tal de Yamato Keita?

A pergunta pareceu divertir um pouco seu irmão, que respondeu:

— Em um sentido filosófico seria complicado responder, mas tenho quase certeza de que é um livro, Aika. E Keita-sensei, uma pessoa.

— Tá me fazendo de boba, não é?

— De forma alguma! — exclamou ele rindo um pouco. — Você pelo menos já ouviu o conto?

Até hoje, dois anos após tal evento, a mente de Aika ainda exige uma conclusão. O episódio havia sido um tanto incompleto, como se algo estivesse faltando, como se seu irmão esperasse que ela percebesse algo que ela não havia captado. Ela nunca havia sido capaz de entender completamente, e se apegava ao que conseguia assimilar, pois sabia que mesmo que fosse o superficial ainda teria algum significado.

“Quer dizer, é dele que estamos falando né...”

Aika passou tais palavras enquanto sentada na poltrona que seu irmão tanto adorava. Com um suspiro, fechou os olhos e esboçou um sorriso, apenas para murmurar:

— Dois caçadores e uma raposa, einh...

“Você está se preparando para o pior agora, Aki-chan? Está sendo pessimista, ou simplesmente acreditando que pode contar com a ajuda do divino?”

Dois dias haviam se passado desde que Akira havia convencido Anastasia, a mãe de Sophia, a permitir que seus filhos pudessem passar um tempo em sua casa. Aika havia pensando muito sobre isso, mas não conseguia ver um bom motivo para o surto de generosidade do irmão.

Bem, na verdade, ela podia ver alguns, mas todos pareciam surreais demais para que ela pudesse levá-los a sério. Quando a própria Aika perguntou a Akira o porquê de tudo aquilo, ele apenas respondeu:

— “Os demônios preferem sangue virgem”. Quer me dizer que você não sabia disso?

Corando com a lembrança da falta de vergonha do irmão, Aika pensou:

“Isso também vale para o outro lado, não é?! Se fosse só Sophia... Mas...”

Aquilo realmente preocupava Aika. O que Akira ia fazer quanto ao misterioso irmão mais velho da russa?

“E o pior de tudo. Eles chegarão a qualquer momento e, mesmo assim...”

— Akira! — gritou ela da cozinha, fazendo seu irmão acordar subitamente de forma confusa. — Você devia mesmo estar dormindo?

Ignorando totalmente os protestos de sua irmã, Akira buscou o celular em cima do balcão próximo, verificando as horas.

— Quatro e quarenta da tarde. — murmurou ele preguiçosamente. — Ainda posso dormir por mais... Meia hora, talvez?

“Claro que não!!!”, gritou sua irmã bem do fundo de sua alma. Antes que pudesse transformar esse pensamento em um grito bastante agudo, a campainha tocou.

Aika engoliu o seco por um momento. Aquilo devia ser simples. Pura cortesia. Ela tinha apenas que abrir a porta e dar boas-vindas às pessoas que seu irmão havia convidado para passar um tempo ali. Ainda assim, estava muito nervosa. Talvez fosse uma ansiedade comum antes de conhecer uma nova pessoa, talvez fosse apenas timidez, mas ela gostava de pensar que era um mau pressentimento.

Mesmo sabendo que isso não seria legal.

Ao seu lado, viu Akira esboçar um sorriso silencioso, enquanto erguia a mão esquerda com um movimento sutil, quase como em uma peça de Shakespeare.

— Poderá essa ser uma situação dramática? Vamos abrir a porta e dar de cara com um zumbi, minha doce irmã?

“Eh?”

— Por algum motivo, você está levando as coisas menos a sério que o normal, né?

— A única coisa normal para mim é dormir dezesseis horas por dia, e eu não alcancei essa meta hoje.

Ignorando a insolência do seu irmão geralmente composto, Aika foi até a porta, enquanto preparava-se para receber, muito provavelmente, Sophia.

— Sophia? É você?— disse ela enquanto estendia a mão para a maçaneta.

— Sim! — confirmou a voz bonita da calçada. — Estamos com o caminhão da mudança!

Aika ouviu um barulho estranho vindo da cozinha, provavelmente devido à reação de Akira quanto à palavra caminhão. Confirmando que do outro lado da porta estava quem esperava, Aika abriu o caminho e disse:

— Ah, então já tem gente pra descarregar, certo?

— Sim, a empresa que Yamamoto-san contratou tem uma equipe pra isso...

“O que é isso? Ela está vermelha? As orelhas dela estão vermelhas!”

— Certo, então... Ah. — um funcionário que desceu do caminhão aproximou-se de Aika, que interrompeu a conversa para lhe informar onde as caixas deviam ser deixadas. — Um dos quartos fica no primeiro andar. Espero que não seja muito problemático para vocês...

— Sem problemas, mocinha! — disse o simpático e entusiasmado senhor com a prancheta. — Será que pode nos levar até lá?

Alguns homens mais jovens já estavam com algumas caixas nas mãos, aproximando-se do arco da porta. Dando permissão para que entrassem, Aika subiu as escadas, deixando Akira receber os convidados enquanto assinava os documentos.

Várias coisas passavam pela cabeça dela, mas a mais notável, a que tinha maior valor, era sua preocupação com o encontro do irmão com o irmão da russa.

Será que é melhor eu ser pessimista e esperar o pior desse... evento?”

— Por aqui — disse ela, abrindo a porta do quarto e indicando o local para guardar algumas das caixas. — As que tiverem esse “X” são as de Sophia, deixem aqui mesmo.

Enquanto Aika organizava os funcionários como se fossem parte de um pelotão militar, Akira fazia sua parte no andar de baixo.

— Aqui está — ele murmurou enquanto estendia a prancheta de volta para o senhor. — Obrigado pelo trabalho.

— Mesmo que você diga isso, os rapazes ainda estão descarregando as caixas!

Eles riram juntos um pouco, ainda que nada engraçado tivesse sido mencionado anteriormente. Logo depois o senhor aproximou-se do caminhão para falar com outro funcionário, deixando Sophia a sós com o japonês.

— E seu irmão? — perguntou ele, encarando a russa. — Não veio?

— Sim, ele deve estar cochilando no caminhão. Desculpe por isso, eu o acordei, mas...

Akira sorriu um pouco, apenas para comentar de forma bem-humorada:

— E qual é o problema com isso? Dormir é a segunda coisa mais importante na vida um homem, eu lhe afirmo!

Sophia ainda não parecia convencida com aquilo e, mostrando-se realmente envergonhada pelo comportamento do irmão, retrucou:

— Mas é a primeira vez que ele vai ver o Yamamoto-san... ele devia ser um pouco mais educado...

— Não se preocupe, não tem problema algum.

Sorrindo um pouco e ainda envergonhada, Sophia comentou:

— Yamamoto-san... Você realmente é bem gentil, não é?

Claro que sou”, pensou ele. “Faz parte do ritual de introdução, não faz?

Assim que essa sentença foi proferida em sua mente, uma pessoa desceu do caminhão, o que Akira pôde notar pelo som de porta batendo. Os barulhos matinais encontrados em qualquer bairro residencial do mundo pareciam ter parado naquele momento. Alguns funcionários ficaram cochichando enquanto olhavam a figura singular na frente do veículo. Akira engasgou com a própria saliva. Sophia abaixou a cabeça.

O Japonês não pôde fazer nada além de continuar perplexo com o que via.

A figura na sua frente poderia, facilmente, se passar por um hippie norte-americano da primeira geração.

O jovem devia ter a altura de Sophia, se não maior apenas um pouco. O cabelo era escuro, cortado igualmente em todos os lados, e longo, até os ombros. Os olhos eram negros, mas ainda assim diferentes dos de sua irmã, e a pele branca denunciava uma aversão clara à luz do sol.

Não havia outra conclusão que pudesse chegar à mente aguçada de Akira.

Aquele garoto era, sem dúvidas, um NEET.

Entretanto, de modo oposto ao tradicional, Akira não pensou sobre “impactos sociais” ou algo do tipo. Na verdade, a primeira coisa que veio na sua cabeça, foi:

— Ancient Wars.

O jogo mais popular do ano. Akira soltou aquela palavra como se fosse um suspiro.

“Quantos drops minha amizade com esse garoto pode acabar me garantindo?”

Com esse pensamento egoísta rapidamente desaparecendo de sua consciência, Akira se apresentou:

— Você é o irmão de Sophia, eu acredito? Ainda não ouvi seu nome...

Normalmente aquela seria a deixa para a apresentação do jovem.

Mas, para a surpresa absoluta de nosso protagonista, uma careta horrenda se formou na cara do russo que, virando para a irmã, perguntou:

—Является ли это парень с кем вы хотите спать в ближайшие десять лет?

“Eh?”

Akira não teve uma reação para aquilo.

Ele simplesmente não sabia o que fazer sobre aquilo.

Isso porque, mesmo que ele soubesse outras línguas— como inglês, espanhol, alemão, algumas línguas africanas e até mesmo chinês —, ele não entendia russo.

Ele nunca havia ousado aprender russo.

Mesmo que sempre lhe dissessem que era relativamente fácil, para ele, simplesmente era algo que não devia ser enfrentado por enquanto.

Amaldiçoando não ter sido forte o bastante alguns anos antes para estudar essa língua, Akira direcionou um olhar confuso e intrigado para Sophia.

“Tradução, por favor?”

Assim que procurou suporte na garota, entretanto, percebeu que não ia conseguir o que queria. Ele não entendia muito bem, mas se tivesse um termo para descrevê-la naquele momento, seria:

Em choque.

— Если если я хочу спать с ним или нет, вас не касается!

“Parem de falar em russo, eu vos imploro!”

O garoto então virou-se abruptamente para Akira, que chegou a se sentir um pouco intimidado, e perguntou:

— Desculpe a minha grosseria, mas qual o seu nome?

Sophia abaixou a cabeça como se tomando toda a vergonha da imprudência do irmão mais velho.

— Yamamoto Akira, é um prazer — respondeu o japonês sem perder a compostura.

Um momento de silêncio se passou, onde o garoto de cabelos escuros pareceu medir o valor do japonês de forma crítica, então Akira disse:

— Você também vai me dizer seu nome, certo?

A postura do jovem pareceu relaxar um pouco, e ele respondeu:

— Graças a Deus! Achei que você fosse um desses afeminados sociais, mas vejo que é tão grosso quanto eu.

Sophia parecia estar prestes a morrer de um ataque cardíaco, mas ele continuou:

— Altair. Você pode me chamar disso se quiser.

Japonês perfeito”, pensou Akira enquanto repassava as últimas frases ditas pelo russo. “Talvez até melhor que o da irmã.”

Subitamente percebendo algo desconforme, Akira tomou uma expressão relutante.

“Altair?”

— V-Você... Por acaso, você... —Parando suas palavras a meio caminho da pronúncia, Akira continuou:— Esqueça, isso é assunto para outra hora...

“Esse russo vai me render drops lendários!”

— Seja bem-vindo então, Altair... — continuou de forma bastante polida. — Vocês podem esperar na sala de estar por enquanto.

Indicando aos russos que eles deveriam entrar, Akira perguntou, não resistindo mais à tentação:

— Você realmente é aquele Altair, não é?

— Só existe um no mundo, e sou eu mesmo.

O tom indiferente do garoto apunhalou Akira violentamente.

Suspirou fundo.

Um queda em sua moral podia ser sentida em qualquer lugar do mundo.

Um sentimento de inferioridade, raro para ele, tomou conta de seu corpo.

Era como se na sua frente estivesse um Deus ou algo do tipo.

“Essas são as vantagens de ser um NEET?”, perguntou ele mentalmente para si mesmo.

Na sua casa, estava o maior ícone da Internet, “Altair”, o gênio precoce que havia criado tantos programas que havia ganhado o título de “programador do ano”. Um desses programas, um reprodutor de música com uma AI avançada, era até mesmo capaz de dar uma análise adequada de uma melodia no que diz respeito à sonoridade e harmonia, rendendo-lhe um futuro praticamente acertado com uma das maiores empresas de desenvolvimento de softwares do mundo.

Deixando o “pequeno fato” de lado, Altair ainda era reconhecido na sociedade “gamer” como um dos maiores players que já existiram, tendo zerado quase tudo que possa existir no mercado ou na GameStore.

Para Akira, que havia assumido uma vida totalmente baseada em jogos, livros, animes e piadas sarcásticas, um monstro havia acabado de entrar sob o seu teto.

“Calma, Akira. Não fique intimidado com tão pouco. Os méritos dele são meramente virtuais!”

Mesmo que Akira estivesse repetindo aquela frase segundo após segundo na sua mente, o sentimento depressivo lhe assolava cada vez mais.

Dentro de sua mente, ele se via girando no chão como uma criança, chorando amargamente por decepção gerada graças à sua incompetência em jogos online.

“Eu devia imaginar”, pensou Akira. “Seria comum demais se ele simplesmente fosse um nada...”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários sobre o capítulo são bem-vindos~~ Primeiro capítulo que tenho betado pela Venus, se alguém estiver me dando o prazer de ler a história, mande um beijo pra ela!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um Dia Bem Longo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.