Quinn acabara de chegar da UNY, fazia dois bimestres que tinha trocado de cidade e achou a oportunidade perfeita para usar a sua vaga em uma das melhores universidades de New York. Sua colega de quarto era a melhor, mas definitivamente não era o tipo de garota que seria amiga da Ice Quinn na época da escola. Elas tinham uma bela convivência, não costumava ser como a Santana ou a Brittany que sempre se metiam na vida da loira, ela era mais reservada e preservava a privacidade de Quinn, que apreciava o gesto.

Ao entrar no quarto viu que já estava entediada dos moveis clássicos que sua mãe obrigara a trazer. Em cima da cama estavam suas correspondências, as mãos delicadas e brancas as pegaram sem muito cuidado, fazia ideia de quais os tópicos das cartas.

“Contas... contas... recomendação... estagio... olha a mamãe lembrou-se de mim” Ironizou para a 14º carta de Judith só naquela semana, às vezes se sentia sufocada. Seus olhos continuaram a passar de carta em carta, depois de certo tempo um cheiro comum lhe invadiu o olfato, os dedos que procuravam pelo responsável daquilo tremeram. “Sem chance” conseguiu sussurrar para si mesma. Ao encontrar o que procurava sua respiração parou ‘sua letra continua a mesma’, em caligrafia bem desenhada meio curvada estava escrito uma carta direcionada a Lucy Quinn Fabray. Demorou 7 minutos para que os olhos embaçados dela começassem a entender o conteúdo das palavras.

Querida Quinn,

É estranho te chamar assim agora, nós duas sabemos que não é isso que meu coração pede... Primeiro quero dizer que sinto tanto a sua falta que meu peito é capaz de explodir e depois quero deixar-te ciente de estou demasiado chateada com sua covardia. Soube a 3 semanas pelo Kurt que você estava na minha linda Nova York e por mais alegria que isso me causasse perguntei-me qual o seu problema, porque não vinhestes me ver de imediato? Cheguei a uma conclusão. Tu continuas a ser uma Fabray.

Não me leve a mal doce Quinn, mas depois de tudo que passei por você o mínimo que esperava era um ‘Ola Rach, senti sua falta’. Não sei o que te aconteceu nestes tempos em outra cidade, espero que tenha encontrado companhias agradáveis assim como eu. Porém não posso negar a minha tristeza ao saber que estava de romance com um professor de literatura muito estranho, segundo relatos do único que ainda me da noticias suas, o Puck. Não gosto de saber que ele passou as mãos asquerosas em você MINHA princesa, mas fico feliz em saber que era em mim que pensava quando estava com ele, sabe como sei o que pensava? Porque era igual comigo, não houve nenhum homem ou mulher de NY que me fez esquecer os teus toques suaves sobre mim. Também vibrei muito ao descobrir que você voltou a ver a Beth, ela, além do Puck, também adora falar de você para mim. Uma menina tão adorável lembra-me muito a mãe. Ela tem a perfeição dos teus olhos minha Q. No ultimo ano desconfiei de tuas visitas, eu poderia jurar que você estava na minha estreia de Funny Girl. Malditos holofotes que esconderam de meus olhos a tua pessoa tão iluminada. Mesmo com esta certeza continuei minha vida, concordamos em fazer isso e eu estava cumprindo com a minha parte.

Finalmente depois de chorar por dias, ainda machucada com a sua falta de compromisso estou eu aqui, sentada na cama, escrevendo uma carta para a única pessoa que eu deveria ignorar no mundo. Nem teu medo, nem tua insegurança podem acabar com o laço que formamos mesmo estando separadas minha Quinn. Espero-te entrar na minha vida e nunca mais me tirar dos teus braços, pois o orgulho que sempre levei comigo não valem na tua frente minha menina.

A loira enxugou as lágrimas e arrumou os fios curtos que adotara há pouco tempo e se pegou pensando se sua Rachel gostaria deles assim, trocou um short por uma calça apertada, colocou uma t-shirt com estampa de banda e uma jaqueta de couro preta, ela estava linda no melhor estilo bad girl, mas não estava segura.

“Calma Fabray, lembra-se da época em que você virou rebelde? A Rachel adorou suas mechas rosas. Ela vai gostar disse também” Sorriu para o espelho.

“Esta enlouquecendo Quinn? Agora você fala com o espelho é?” Sua amiga perguntou com as sobrancelhas quase unidas.

“Talvez, talvez eu esteja mesmo louca” desviou os olhos para as ultimas palavras da carta: Com amor, tua e sempre tua Rachel Barbra Berry. Quinn sorriu ao ver a estrela no final do nome da Rachel, a diva continuava a mesma. “Ou talvez eu esteja apenas voltando à lucidez.”

Tomou as chaves do carro na mão e correu para o prédio que tinha gravado na mente, é obvio que ela sabia onde Rachel morava, nem um mês sequer ela a deixou, estava sempre lá observando. A poucos metros da casa seu coração disparou. Era hora. A campainha tocou tímida e a morena correu pra atender.

“Kurt você esqueceu as chaves de novo?” dizia enquanto procura as suas próprias no sofá. Ao abrir a porta, seus olhos foram subindo dos pés sabendo que não era Kurt até o rosto iluminado da loira que sorrio tímida pra ela. Fazia muito tempo que tinha enviado aquela carta, já tinha perdido as esperanças de que ela respondesse. Analisou tudo nela, as feições maduras até o estilo diferente. “Porque demorou tanto meu amor?” Aliviando Quinn a morena abriu o sorriso de 1000 waltz. “Não conseguia parar de pensar em ti um segundo sequer”.