A Vampira, A Loba E A Bruxa escrita por Emily Longbottom


Capítulo 19
Capítulo 17 - Especial: É só o Começo


Notas iniciais do capítulo

Fiz umas alterações na história da Paloma, sabe, o capítulo 13, peguei de um certo ponto, e modifiquei.



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Paloma's Point Of View:

Acho que exagerei na risada, mas o.k.

–- Bem, voltei à escola. É uma tal de Moonlight High School.

–- Nossa, coincidência, não exatamente, pois eu acabei de sair de lá.

–- Ah, que pena, poderíamos estudar lá juntos, né?

–- É, acho que sim. Mas agora não dá, eu meio que fugi de casa. Hoje ainda tem lua cheia, infelizmente.

–- Tem um jeito de te deixar menos forte - eu disse. - É com uma erva chamada wolfsbane.

–- Sim, eu ouvi falar é tóxica para nós. Sabe, eu fico feliz de achar pessoas como eu.

–- Você pensou que era o único? - Levantei um sobrancelha.

–- Sim, eu pensei. - Ele olhou para o chão.

–- Ah, certo, por acaso você sabe que dia é hoje?

–- Sei, hoje é segunda-feira.

–- Horas?

–- Dez da manhã.

–- Tem como você me levar para a escola do modo que você chegou aqui?

–- Claro. Eu vim de moto.

–- Eu vou pegar minhas coisas, espere aí.

Entrei na barraca e peguei minha bolsa, tive que roubar de uma garota que estava vindo em direção à floresta. Mas provavelmente ela já tinha todo o material. Eu acho. Voltei para fora, ele estava esperando. Ele fez um sinal para que eu o seguisse, e depois de alguns minutos já estávamos fora da floresta, o Lago estava azul bem escuro, ouvi umas bruxas dizerem que naquele Lago havia criaturas místicas, talvez sereias, mas acho que não.

–- Hey! - ele chamou, eu desviei minha atenção do Lago. - Sabe? - Ele apontou para a moto.

–- Não... Posso tentar?

–- O.k. Mas vá com calma, ela é meio pesada.

– O.k.

Montei na moto, ele atrás de mim.

–- É roubada?

–- Como descobriu?

–- Não tem capacete e no chaveiro está escrito “Kelly”.

–- Bem perceptiva, você. - ele disse, eu sorri e virei para frente.

Acelerei a moto e ele foi como copiloto pois se fosse só eu, já teríamos nos acidentado, mas não seria nada de mais, nós, lobisomens, temos poderes auto curativos.

Chegamos lá bem rápido, até. Ele me deixou na escola e foi para um outro lugar. Enfim, cheguei, entrei na secretaria e pedi à secretária para que ela pudesse dar meus horários. Bem, já hoje tenho aulas duplas de Biologia, uma de Inglês, duas de Matemática e uma de Francês. Enfiei o papel dentro da bolsa e saí para fora, para esperar o sinal bater, eu realmente me arrependi disso, afinal, eu mal saí para fora e garotos e garotas vieram em minha direção. Perguntando meu nome, lugar de onde vim e de que escola eu era. Respondi a mesma coisa para todos: “Paloma Ivory, de um lugar do interior da Georgia”, obviamente eu inventei um nome para uma escola. E, eu não pude acreditar quando um idiota disse: “Eu já ouvi falar dessa escola, dizem que é muito boa”, e depois outras garotas concordaram, fiquei com vontade de socar a cara daquele rapaz. E daquelas garotas também.

Depois que o tumulto passou, um trio de garotas, aparentemente, metidas, populares e que se acham as donas do pedaço e acompanhadas por um garoto, vieram até mim. Uma delas era mais ou menos da minha altura, os olhos verdes acinzentados, os cabelos extremamente longos, castanhos claros acobreados; a outra era alta, os olhos castanhos claros, cabelos castanhos com mechas e tinha poucas sardas nas maçãs do rosto; a outra era morena, olhos pretos , cabelos - da mesma cor que seus olhos – lisos.

–- Quem é você? - a garota de olhos cinzentos perguntou.

– Paloma. - eu sorri, mas não aquele sorriso de “sou uma menina boazinha, podem me usar de tapete, se quiserem”, e sim aquele sorriso desafiador.

– Emily – ela levantou a sobrancelha, me estudando.

– Vitória.

– Gleyce.

Vitória e Gleyce responderam indiferentes.

– Seja bem-vinda. - Emily disse. Logo depois, Gleyce puxou Emily pelo braço para longe dali. Vou passar o dia inteiro com ela, quem sabe, ela é a Silvermoon. Entrei na classe em próxima a ela tentando ser amigável, e tal. Na hora da chamada, me decepcionei, gastei tanta simpatia com a garota errada, ela era Emily Osbourne, a Silvermoon era Gleyce.

As aulas passaram-se num piscar de olhos - Graças a Deus. - E, por incrível que pareça, encontrei um velho amigo meu. Me dirigi a ele. Ele estava do lado de fora da escola.

– Ora, se não é Dante Black! - eu sorri para ele, radiante.

– Paloma! - eu o beijei em seus lábios, forçando passagem com minha língua e ele retribuiu abrindo a boca.

– O que o traz aqui? - descolei os lábios dos deles rapidamente - Ah, já sei, uma virgem. Por que gosta de montar armadilhas? É só pegar e morder.

– Eu costumo degustar o prato em que eu como, literalmente. - ele riu.

– Quem é a garota?

– Aquela de cabelos longos.

– Emily? Sério?

– Conhece ela?

– A conheci hoje, ela parece ser muito chata, mas é gostosa, eu pegaria, bem as três são. E eu nunca vou esquecer, você me fez deixar de ser uma garota inocente e depois me mordeu. - fiz uma cara manhosa e um beicinho.

– Qual é, somos demônios, o que fazemos é aproveitar a nossa juventude eterna.

– Eu sei, você acha que eu nunca mais me diverti depois de você? Está muito enganado, velhote. Foi muito bom ver você, amigo. Até mais. Ah, minha carona chegou. Muito cachorrinho inocente, presa fácil. - Dei uma piscadela.

– Sério? Augusto, o irmão da Gleyce?

– Como assim? - Olhei incrédula. - Ele é um Silvermoon?

– Não sabia?

– Eu não. Bem, me aproveito dele e depois o mato, parte do meu plano diabólico. Vou indo. Boa sorte com o seu plano diabólico. - Ele riu e me beijou de novo, rapidamente.

***

Já estava tarde, era dia de lua cheia. Nos reunimos em um círculo, incluindo o novato, Augusto. Billy, veio com uma garrafa com um líquido arroxeado. Ele bebeu alguns goles, e passou para os outro, todos tossiram um pouco, mas na hora de Augusto, ele fez o mesmo, porém vomitou sangue.

– É normal isso, acostume-se, rapaz.

Eu bebi por último, bebi o restante do líquido e taquei a garrafa no chão. A lua começou a aparecer sobre a montanha. Todos ouvimos barulhos de ossos de quebrando em poucos segundos, todos nós estávamos caindo no chão de dor, meus ossos se quebraram, eu me contorcia, porém eu já estava acostumada com a dor, não doía tanto assim, como antes, alguns gemiam, outros gritavam, e poucos ficavam em silêncio como eu. Horas depois, eu não vi mais nada.

***

Acordamos, todos vestindo farrapos, ou seja, o que restou de nossas roupas. Era de manhã, umas seis horas, mais ou menos. Augusto estava exausto.

– Uma semana por mês, vai ter que se acostumar.

E os dias se passavam rapidamente, a mesma rotina: Ir para a escola, estudar os podres de Gleyce, voltar e se transformar.

Teve um dia, que eu peguei jornais que eu achei no lixo, eram sobre garotas que desapareciam, e dias depois achavam os corpos mortos na floresta. É... Parecia que Dante estava se saindo muito bem em achar virgens, mas elas estão acabando, daqui a pouco vai sobrar a tapada da Emily. Em pensar que eu já passei por isso, mas ele me deixou viva por eu ser legal e ser uma lobisomem, eu poderia atacá-lo a qualquer momento. Ele poderia morrer. Mas eu virei uma amiga para ele, hoje não temos nada demais.

Finalmente, um dia que aquelas garotas não estavam em casa. Pedi para Augusto me deixar na cidade, eu disse que eu precisava resolver uma coisa. E assim ele fez. Eu tinha pouco tempo até Augusto voltar. Eu tinha que fazer tudo muito rapidamente. Corri pelos quarteirões, à procura pela rua da casa de Gleyce, encontrei-a, depois de poucos minutos. Olhei por cada casa. Não sabia qual era. Até que, para minha salvação, apareceu uma garotinha vendendo biscoitos. Me escondi atrás de uma árvore e fiquei ouvindo, apenas.

– Bom dia, gostaria de comprar biscoitos? É para a arrecadação de fundos para a festa de Halloween na Moonlight High School. - Ouvi a fina voz da garotinha.

– Ah, claro, eu quero de chocolate. Três por favor. - A voz da senhora parecia trêmula, preocupada.

– Deu US$9,00. Qual é o sobrenome da senhora?

– Silvermoon. - Fiquei mais atenta.

– Obrigada, Sra. Silvermoon.

– De nada, querida.

A garotinha foi para outras casas, eu me dirigi à casa dos Silvermoon. A janela estava aberta, entrei por ela silenciosamente. A mulher estava na cozinha. Ela percebeu minha presença e rapidamente se virou para me encarar.

– Quem é você?

– Não te interessa. - eu disse ríspida, fui em direção a ela e peguei nos cabelos de sua nuca, arrastei-a pela sala, ela tentava se livrar, mas não conseguia, eu era muito mais forte que ela. Joguei-a com força no chão, ela tentava se levantar. Eu dei uma breve olhada na sala. Fui ao lado da lareira e a empurrei sem esforço. Peguei-a novamente pelos cabelos e a joguei nas escadarias, sem piedade. Observei-a rolando, lentamente desci as escadas. Ela estava respirando ofegante, deitada no último degrau. Me ajoelhei ao lado dela. Fixei meus olhos nos olhos dela, sorrindo levemente. Meu sorriso desapareceu, quando ela perguntou novamente.

– Quem é você

– Você não lembra, né? É óbvio que não, não tem sangue dos Silvermoon. Não estou com paciência para contar estórias para você dormir.

– Dormir?

– É, dormir. - Fiz uma coisa que já estava muito acostumada: Enfiei minha mão dentro de seu peito, agarrei seu coração, e o puxei para fora. - É só o começo.

Me levantei e taquei seu coração no chão. Subi as escadas, como se nada tivesse acontecido. Fui ao banheiro e lavei minhas mãos que estavam sujas de sangue.

– Que saudade da minha casa.

Saí pela porta dos fundos e corri para o lugar que Augusto me deixou. Esperei alguns minutos e ele apareceu, subi na moto, atrás dele. Ele não faz ideia de que eu matei a mãe dele.

Ao chegarmos no campo do Lago, contornamo-lo e fomos para onde estava o acampamento.

Algumas horas se passaram e Anna, veio falando sobre algo.

– Houve um assassinato hoje, uma garota descobriu que sua mãe estava morta. - ela disse, pegando uma garrafa de cerveja.

– Quem? - eu perguntei olhando para Augusto.

– Uma tal de Silvermoon.

– Silvermoon? - ele perguntou. - Minha mãe está morta.

– Você é um Silvermoon? - perguntei, mesmo sabendo a resposta.

– Sim, eu sou.

– Você quer checar?

– Eu vou sozinho.

E ele foi, e só chegou de noite.

– É ela? - perguntei em falso tom de preocupação.

– Sim. - ele disse soluçando. - Eu vou andar por aí.

– Quer que eu vá com você?

– Não, não precisa.

– Quando é o funeral?

– Amanhã.

– Eu vou com você. - Me virei e sorri para o chão.

– O.k.

Fui dormir na minha tenda separando a minha roupa preta.

***

No dia seguinte, pela manhã, eu e Augusto partimos, eu estava bem disfarçada. Peguei uma rosa silvestre pelo caminho. Ao chegarmos no funeral, o corpo já estava sendo enterrado, as pessoas estavam jogando flores no túmulo, fui até lá e joguei a rosa, que foi coberta pela terra.

– Como eu disse antes, é só o começo. - sorri.


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