I'm All Yours escrita por estherly


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

"Sinto algo tão bom
Fazendo a coisa errada
Sinto algo tão errado
Fazendo a coisa certa"
~ Couting Star (OneRepublic)



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A briga ainda ecoava na sua mente. Ela apertava os olhos azuis, seus livros em seus braços também eram apertados. Os gritos dela com ele ainda eram altos em sua mente. Ela estava certa, não? Ele tinha algo para falar com ela, mas ela havia visto ele numa loja com uma mulher. Aquilo fez o sangue ferver no seu corpo. Ela havia ido até a casa dele para lhe contar que conseguira uma chance de palestrar sobre seu autor favorito, mas no caminho a cena havia ofuscado tudo. Ela sentiu os olhos umedecerem e concluiu que não podia abrir os olhos. Sua roupa ficaria molhada, ela tinha certeza. E então, encostada na janela grande da faculdade, ela percebeu que chorava por que sentia-se estúpida por brigar com ele. Ela sabia que ele a amava e que havia uma razão para aquela cena daquele “encontro”, mas Rose deixou que o instinto de cabeça dura, gene forte dos Weasley, falasse mais alto do que tudo. “Me esqueça, Malfoy!”

- Não me esqueça. – pedia ela apertando o rosto contra a palma da mão direita que não tinha mais o anel prata. Scorpius fizera questão de tirar o anel do dedo dela.

- Meu amor... – chamou uma voz. Rose ergueu o rosto e abriu os olhos.

Ela conhecia aquela voz. Poderia passar o tempo que quisesse que ela reconheceria. Era a voz que fazia o mundo dela parar e girar mais rápido ao mesmo tempo. Os olhos azuis procuravam, por entre os alunos que haviam parado, o dono da voz que ela tanto amava.

- Scorpius... – chamava ela baixinho.

- Meu amor... Por favor escute. – pedia ela. Rose arregalou os olhos ao encontrar o ponto de origem da voz: o som que dava para toda a faculdade. – Sou eu... Mas isso você já deve saber. Eu queria ter tempo para lhe explicar, mas parece que seu celular está desligado... Eu realmente vou acreditar na hipótese que você esqueceu de carregar ele. – disse ele. Rose sorriu, olhava emocionada para o alto falante, como se fosse Scorpius que estava ali. – Eu gostaria de estar na sua frente de joelhos pedindo perdão, mas sei que você me ignoraria. Mas aqui... Mesmo com o diretor me fuzilando com os olhos aqui... Assim eu sei que você seria obrigada a me ouvir. Não vou dizer seu nome, por que não me importo os outros, apenas com você.

“Ah querida, eu quero que volte para mim, para a minha casinha que ficou tão vazia sem você... Sem o seu riso... Minha cama então, nem se fala... Sinto saudades das suas roupas espalhadas no meu quarto, dos momentos em que eu quase tropeço em seus sapatos... Da sua mania de me obrigar a colocar um descanso de copos embaixo dos meus copos... Da mania que tem de conseguir fazer eu me sentir bem... Me sentir vivo... A capacidade que apenas você tem de me fazer sentir amado...

Naquele momento, Rose pouco se importava com as lágrimas. Sua mão tremia e ela nem tinha forças para andar até a sala do diretor.

“Eu sempre lhe digo que há males que vêm para o bem... Ah querida... Lembra que eu tinha algo importante para falar para você? E você me veio com aquela ideia louca de traição e blá blá blá... Pois bem... Eu vou dizer aqui... Querida feche os olhos...

A voz dele era tão delicada que Rose se obrigou a fechar os olhos.

“Imagine você com aquele vestido que você tanto ama, aquele que eu sempre digo como está bela... Aquele que sujou quando você disse que queria filhos e seu sobrinho vomitou em cima de você, fazendo você pensar duas vezes na questão de filhos... Se lembra?

- Sim... – murmurou Rose sorrindo ao se lembrar do dia que Charles, filho de um ano de Hugo, havia vomitado em cima dela depois dela ter dito que queria filhos assim como Charles.

“Me imagine usando aquela gravata cinza azulada que você tanto ama, sempre dizendo que era a nossa mistura perfeita... Cinza dos meus olhos sem graça com o azul lindo dos seus... Aquela que usamos para por na porta do meu quarto, que logo virou nosso. Se lembra querida?

- Lembro... – murmurou Rose ainda de olhos fechados, lembrando de quando ela colocou a gravata na porta do quarto dele, antes de se amarem várias vezes naquela noite.

“Agora imagine eu ajoelhado na sua frente, com tudo isso... Como você sonhou que eu fizesse algum dia e eu sempre dizia que não faria por que doía os joelhos...

Rose riu em meio as lágrimas. Ela se lembrava claramente do dia em que disse que queria que ele se ajoelhasse na sua frente e falasse algo. Scorpius contradisse na hora, dizendo que doía os joelhos demais. Ela rapidamente fechou a cara e disse que ele era um velho chato e rabugento.

“Agora abra os olhos.

Rose abriu os olhos e mais lágrimas caíram de seus olhos azuis. A mão dela trêmula tapou a boca aberta de surpresa. Scorpius estava na sua frente, como há muitos anos sonhara, com os cabelos loiros penteados para trás, mesmo que houvesse alguns fios rebeldes e soltos, usava um terno preto, apenas a gravata era colorida, cinza azulada.

- Seja minha esposa. – pediu ele erguendo uma caixinha preta de veludo. Os braços de Rose perderam a força e fez com que os livros caíssem no chão. Naquele momento, livros, alunos, professores... Nada importava. Apenas ele, ali na sua frente, daquele jeito. – É tudo o que lhe peço. – murmurou ele abrindo a caixinha de veludo, mostrando um anel prata com alguns brilhantes incrustados. – Eu te amo tanto querida que isso tudo não é nem um quarto do que eu sinto. – disse ele. Rose sorriu e assentiu. Scorpius deu um sorriso aberto, irradiando a felicidade que transbordava em seu peito.

Calmamente ele colocou o anel no dedo dela e se ergueu. Um toque do dedão dele na bochecha dela foi o suficiente para que Rose sorrisse e se jogasse nos braços do amado, puxando-o para um beijo que era esperado há dias, sonhado há todo instante desde o momento em que ela saiu pela porta dele.

Nada importava naquele momento. Alunos aplaudindo... Diretor negando com a cabeça... Faculdade parada, olhando para o romance dos dois... Palestra sobre um autor já morto... Nada importava. Apenas os dois. Ou seriam três?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Beijos