A garota das fotos escrita por Menina Estrela


Capítulo 43
Capítulo 43 - No ritmo do coração


Notas iniciais do capítulo

E aí, bolinhos? Eu não sei o que tá acontecendo, mas eu tenho um monte de ideias e não consigo passar pro papel! Sério, mesmo. Por isso não postei ontem, e ainda estou rezando pra esse capítulo ter ficado que nem os outros pq senão eu não ia postar hoje de novo e isso não é justo com vcs. Ficar esperando é realmente chato ainda mais quando já estão acostumados com capítulos frequentes. Enfim, espero que gostem e alguém tem alguma série pra me indicar? Aliás, a partir de uma parte que vcs vão saber qual é, seria legal ler ouvindo We Remain da Christina Aguilera, enfim, é só uma sugestão Bjos!



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“Respira fundo, cabeça erguida, respira de novo, agora expira, respira mais uma vez, e vai na fé que tudo vai dar certo”

Era a terceira vez que eu repetia isso na minha mente. Estar em frente a porta da casa do Sean me deixou um tanto nervosa. A casa dele era normal, não muito grande, mais ou menos como a minha. Pode-se dizer que ele é de uma classe média um pouco alta.

Bati três vezes na porta. Eu não tinha visto a campainha a tempo e isso só fez com que eu me sentisse ainda mais nervosa. Pude sentir meu rosto começar a queimar quando Sean abriu a porta e sorriu para mim.

_ Na hora certinha. – ele piscou para mim com um sorriso divertido no rosto – Vamos, entre.

Eu não falei nada. Simplesmente entrei, e percebi que era diretamente na sala. A casa de Sean era muito bonita por dentro, como se numa mistura de branco com avelã e grená. Por um momento nossos olhares se encontraram nós trocamos sorrisos forçados. O clima estava um pouco estranho e eu mantinha meus olhos atentos enquanto ele apenas me olhava e sorria.

_ Então... Como vai ser? – criei coragem e perguntei.

_ Bom, depende muito. Relaxa – ele falou me encarando – Não tem ninguém em casa, você não vai passar nenhuma vergonha. – ele disse ao perceber como eu rondava a casa olhando de um lado para o outro – Agora, como eu estava tentando dizer, isso é dança, não tem como eu te ensinar muita coisa.

_ E... – balancei as mãos para que ele continuasse.

_ Acho legal começar com uma música mais animada. – ele disse e eu concordei com a cabeça – Mas não tem como eu te ensinar a rebolar, até porque eu danço, mas não sou nenhuma menininha que fica mexendo os quadris por aí, por isso eu pedi uma ajuda pra uma pessoa, espero que você não se importe.

Praticamente congelei quando ele disse aquilo. Tecnicamente eu não queria ninguém ali, por mais estúpido que pudesse parecer. Ou talvez nem tão estúpido assim, o que há de errado em querer ter um tempo com o cara dos seus sonhos?

_ Ei! – uma garota apareceu sorridente acenando na sala.

Minha vontade era de começar a gritar “Eu me importo! Claro que eu me importo, tira ela daqui!”, mas eu não fiz isso. O que de nada mudou, pois eu continuei calada, só que com a vontade insana de matar Sean. Até porque aquela era Lina, a “namorada” dele. Continuei quieta, mas dessa vez sem o sorriso no rosto.

_ Hum... – Sean começou – Tudo bem Claire? – ele me olhou preocupado.

_ Tudo bem sim. – respondi o mais feliz que pude, ou seja, uma resposta rápida seguida de um sorriso forçado.

_ Então. – Lina disse sorrindo – Eu acho que já te conheço, portanto nós já podemos começar! – ela disse saltitante.

_ Eh, acho que sim. – respondi de mal grado.

Eu me sentia péssima por estar fazendo isso, seria tão mais fácil se ela fosse como Amelia.

Lina foi em direção a um som com duas caixas em volta e colocou algo parecido com Shakira. Quase tive um ataque de riso e ela me encarou.

_ O que foi? - perguntou curiosa.

Sério, eu preferia aquilo dito de uma forma mais arrogante para eu poder finalmente odiá-la, só que ela disse mais como uma criancinha curiosa doida para rir também. Aliás ela era linda. Loira, alta, de um corpo definido, e pelo visto uma pessoa de caráter excelente e bem divertida. Talvez fosse por isso que Sean estava com ela.

_ Eu nunca na minha vida vou conseguir dançar isso. Essa mulher rebola muito! E olha que eu nunca consegui fazer um bambolê sequer parar na minha cintura. – falei mantendo o riso.

_ Mas vai aprender, é por isso que está aqui! – ela disse paciente – Olha, eu vou te ajudar tá legal? Basta sentir o ritmo da música e deixar ela te levar! Olha pra mim, e depois tenta fazer. – ela falou o mais doce que conseguiu.

Algo me dizia que ela não precisava medir esforço para ser gentil. Era algo natural. Então ela começou a dançar perfeitamente mexendo os quadris, e Sean dava ao longe um sorriso admirado.

_ Agora você. – ela falou parando devagar.

Eu não queria fazer isso. Sean sorriu admirado quando a viu, e eu nunca conseguiria tirar um sorriso daquele, a não ser uma gargalhada humilhante para o frango que eu era dançando.

_ Sean, saia da sala. – Lina disse se virando para ele.

Até eu me assustei quando ela disse.

_ Quê? O que eu fiz? – ele perguntou indignado.

_ Está deixando ela com vergonha. – Lina respondeu com as mãos na cintura – É sério, saia logo e depois eu chamo você.

Ele bufou, mas saiu devagar da sala.

_ Certo, agora faça. – ela se voltou para mim.

Com um longo suspiro, mexi meus quadris desajeitadamente enquanto olhava para baixo, tentando ver meu progresso.

_ Primeiro passo – ela começou levantando minha cabeça – Olhe para frente, nunca para baixo. Agora tente de novo.

Eu o fiz, mas desta vez foi aparentemente pior que antes. Eu acabei pisando nos meus próprios pés, como isso era possível?

_ Claire, faça comigo. – ela pediu – Pra lá... – ela balançou para o lado direito e eu imitei – Pra cá.

Desta vez para o esquerdo. E lentamente fomos fazendo vários “Pra lá, pra cá”, até que sem que eu percebesse, nós estivéssemos num ritmo acelerado, rebolando junto com a música.

_ Muito bem! – ela disse contente – Viu? Não é tão difícil, apenas deixe a música te levar. Não há uma coreografia certa, deixe que a música dance por você. – ela piscou.

_ Obrigada. De verdade. – falei.

Desta vez o sorriso não era forçado, de maneira alguma. Meu Deus, por quê? Por que ela tinha que ser assim? Por que é tão difícil não gostar dela? Argh, aquilo me irritava!

_ Já posso ir? – Sean gritou de longe.

_ Pode! – Lina devolveu sorrindo.

Quando ele apareceu, ela se virou para ele e piscou.

_ Agora, sim. Ela rebola como uma verdadeira dançarina!

Sean sorriu para mim diante do comentário de Lina.

_ Bom, meu trabalho foi feito, acho que vou fazer uns sanduíches. – ela disse andando em direção a Sean.

Ela deu um selinho nele que me incomodou profundamente. E então saiu da sala em direção a cozinha.

_ Música lenta agora. – ele falou se aproximando.

Passou direto por mim, que continuava parada no meio da sala entre dois sofás, e mudou a música que antes tocava no som. Aquela eu conhecia bem, mas não me parecia muito adequada para uma dança. We Remain, da Christina Aguilera. Sim, eu amava essa música.

Sean se aproximou e me puxou pela cintura. Levei um susto quando ele fez isso, mas não hesitei. Eu queria ser tocada por ele, quanto mais perto melhor.

_ É simples, eu conduzo. – ele sussurrou para mim.

Assenti com a cabeça. Nós estávamos muito próximos. Ele me segurava pela cintura enquanto eu passei os braços em volta do seu pescoço. E então começaram aqueles típicos passos de “dois pra lá, dois pra cá”, até que a sala estava num silêncio tão grande enquanto dançávamos que podia ouvir nossas respirações próximas em perfeita sincronia. Estávamos tão perto, os rostos tão próximos, que minha maior vontade era de dizer a ele tudo o que eu sentia, mas aquele não era o momento, e com um suspiro, eu me controlei.

Continuamos dançando, aquilo não era difícil como eu imaginava, não sendo conduzida por ele. E então eu arrisquei levantar a cabeça para olhá-lo nos olhos, mas ele já estava olhando para mim. E um tremor e uma sensação boa percorreu todo meu corpo, enquanto nossos rostos se aproximavam cada vez mais.

_ Estou indo com os sanduíches! – Lina gritou feliz da cozinha.

Nos separamos automaticamente. Eu congelei, eu estava confusa, nós quase nos beijamos! Mas uma vozinha na minha cabeça ficava martelando e dizendo “Lina, ele namora a Lina, isso não é certo com ela”, e certamente não era. A garota era um doce, cheia de boas intenções, e eu não poderia deixar Sean fazer aquilo com ela. É tudo tão errado! Mas uma parte de mim queria tanto que aquele beijo tivesse acontecido, que por um momento foi difícil dominar meu instinto de pular nos braços dele.

Sean me encarava. Ele estava calado e seu olhar parecia com vergonha quando Lina apareceu com uma bandeja com três sanduíches.

_ Está tudo bem? – ela perguntou alarmada deixando a bandeja no sofá.

_ Não, na verdade eu não estou me sentindo bem. Preciso ir embora. – falei rapidamente.

Eu precisava sair dali antes de entrar em uma crise.

_ Tem certeza? Você está pálida Claire, quer que vamos junto? – ela perguntou realmente preocupada.

_ Não, eu preciso mesmo ir.

Não esperei uma resposta. Sean continuou parado no mesmo lugar enquanto eu tomei o rumo da porta. E sem pensar duas vezes, eu a abri, e assim que me distanciei o suficiente da casa, comecei a correr tentando segurar as lágrimas. Eu só precisava chegar em casa logo, no meu cantinho, onde eu estaria segura dos meus sentimentos.


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Notas finais do capítulo

E então *________________* Para aqueles que perguntaram, não, não era mentira do Sean, ele estava mesmo namorando! Cara, eu sinceramente até gostei do capítulo hihihi