_ E então, como foi? – perguntei na primeira oportunidade que tive.

_ Foi engraçado. – Alicia respondeu – Realmente Claire, acho que ganhei atenção pro resto da minha vida! – ela sorriu brincando.

_ Mas tipo... Foi como aquelas cenas de filmes, de vocês tirando o capacete em câmera lenta enquanto todo mundo olhava morrendo de inveja? – perguntei em expectativa.

_ Que viagem, isso aqui não é um filme. – Thomas respondeu – Sou só mais um garoto, não o Homem-Aranha. Aliás, foi até menos do que eu esperava, mas admito que causou impacto. Pessoas encarando, murmurando e perguntando “quem é aquele?”. O pessoal da sua escola estava mesmo precisando de algo novo.

_ Já falou com a diretora? – perguntei para ele.

_ Já sim. Foi um pouco antes de irmos pra cafeteria. E sabe de uma coisa Claire, você tira fotos muito boas. – ele me encarou.

_ O quê? Onde você viu...

Thomas não me deixou terminar.

_ Quando soube que eu era seu primo a primeira coisa que ela fez foi começar a falar de você e das suas fotos, e de como você tinha caído do céu com a sua câmera, porque agora é você quem cobre alguns eventos e coisa e tal. Depois ela me mostrou algumas fotos que você tirou alguns meses atrás num parque de diversão, e então não faço ideia de como, a conversa fluiu pro sobrinho da filha da tia da madrinha dela. Essa mulher é doida sabia? É incrível como pessoas voltadas pra área da educação tem o dom de desviar uma conversa nada a ver, pra sua vida pessoal. – ele disse e eu ri.

_ Você se acostuma com o tempo. – falei.

_ Eh, eu estou contando mesmo com isso, pode apostar. – Tommy voltou a olhar para frente.

E enquanto andávamos em direção a sala de sociologia, Amelia veio em nossa direção, mas sem ninguém com ela. Foi quando estranhamente ela parou a nossa frente e impediu a passagem de Thomas.

_ O que você quer? – ele perguntou com um sorriso sedutor que por um segundo a fez derreter.

Mas ela logo voltou a compostura.

_ Na verdade, só dar as boas vindas. Vi você de longe hoje e fiquei interessada em te conhecer. Eu gosto de conversar com os novatos. – Alicia tossiu com essa mentira - Ouvi boatos de que vocês se conhecem. – ela apontou dele para mim.

_ Não são boatos. – Thomas retrucou – Claire é a minha florzinha. – ele me puxou para um braço.

_ Oh, pensei que seu lance era ela. – Amelia indicou Alicia.

E Thomas com um sorriso, a abraçou também.

_ Sabe como é, meu lance com elas é diferente, você não vai entender. – ele disse com um sorriso irônico.

_ Duas? – ela olhou com nojo.

_ Como eu imaginava, você não entendeu. Você só precisa saber que eu não sou nenhum pervertido sem noção que sai pegando quantas quer de uma só vez. Agora, quanto ao meu lance com elas, receio que isso seja da minha conta. E aliás, tarado não, pervertido só um pouco. – e dizendo isso ele nos soltou e continuamos andando em direção a sala.

Esperei até estarmos suficientemente longe de Amelia para falar.

_ Florzinha? Jura? Não tinha nada mais legal do que isso não? Porque... Seja lá o que ela está pensando agora, provavelmente vai me render uma fama de piranha, e eu não sou piranha tá legal? – me indignei.

_ Eu sei disso Claire, relaxa. Você tem algum amigo? - ele perguntou.

_ Além de Erick, não que eu me lembre. – respondi.

_ E Lucas? – Alicia sugeriu.

_ Ele não é bem um amigo, mas acho que é o mais próximo que eu tenho de um. – parei para pensar sobre isso.

_ Certo, chame-o para se sentar com a gente hoje. – Thomas falou.

_ O quê? Pra quê? – quis saber.

_ Só o chame, tá legal? Eu sei o que estou fazendo. E faça isso na aula. – ele disse virando em uma sala – Nos vemos no intervalo.

_ Você entendeu alguma coisa? – Alicia perguntou.

_ Não. Mas vou chamar Lucas, e seja o que Deus quiser!