-Ponha suas coisas aqui, Querida. – disse tio Jiraya. Eu vou buscar o resto no carro.

Tia Tsunade passou direto para o quarto dela. Tinha um lenço nas mãos, a cabeça baixa em sinal de choro.

Engraçado, eu que perdera eles, estava reagindo com muito mais maturidade do que minha tia, com 45 anos.

Tio Jiraya voltava com minha ultima mala do carro.

-Obrigada, tio. – disse realmente agradecida. Eles eram os únicos parentes que eu tinha. Tsunade era a única irmã de minha mãe, e meu pai era filho único.

-Ah, não agradeça. Eu vou levar essas coisas lá para o quarto de visitas, que será o seu quarto.

Passos leves desceram a escada que ficava do lado da sala.

-Não, pai! Eu ajudo a Sakura-chan. – era Karin, minha prima. Nós sempre nos demos bem, apesar do contato não ser sempre.

-Oi, prima. – disse estendendo os braços para um abraço que ela me oferecia.

-Vamos subir e aí agente conversa, ta?

-Certo.

Então dividimos as quatro malas em duas para cada uma e subimos as escadas.

A casa de meu tio era realmente boa. Tinha as paredes brancas, e todos os móveis tinham algum detalhe em metálico, o que combinava com a escada, também metálica. Era uma casa grande, e rica. Eu nem sabia quantos cômodos tinha, mas havia pelo menos uns três quartos de visitas. Considerando que cada um tinha uma suíte, e era consideravelmente grande, isso é espantoso. Em cima havia um corredor que levava ao quarto de minha tia, e voltando do lado da escada, havia outro que levava ao quarto de Karin e um dos quartos de visitas, que seria o meu. As portas eram opostas e um pouco longe. A do quarto dela ficava mais perto da escada e a do meu, mais perto de outro corredor que virava a esquerda, ainda levando a outros dois quartos de visita e um banheiro, no fim do corredor. Karin me explicou que o ultimo quarto passaria e ser o de visitas de agora em diante, já que eu ocuparia o outro, e o que ficava mias próximo do nosso corredor tinha sido transformado em uma sala de estudos para ela.

Ela me perguntou se eu queria dormir um pouco.

-Não. Quero comer, to com fome desde que saí de casa.

Então ela me levou à gigantesca cozinha que ficava lá atrás da casa, depois da sala, que tinha uns dois sofás grandes brancos e umas três poltronas vermelhas, pra combinar com o tapete gigante que se estendia pelo chão.

Ficava também depois da sala de jantar, com uma mesa pra umas 16 pessoas, e uma sala de estar secundária, que parecia ser feita especialmente para Karin assistir televisão sozinha. Também havia um escritório para o tio Jiraya, que estava fechado. Ele estava lá dentro, então pude ouvir sua voz:

-Ah, certo... Ah, não há vagas na mesma sala que a dela?....é..tudo bem então, está feito. É, 1° C então. Oh, sim! E aquele jogo de ontem à noite hein? HAHAHA.....

Estava fazendo minha matrícula na nova escola. O ano letivo já havia começado há duas semanas, era uma boa hora pra arrumar vagas no colégio de Tókio: Hiroshima’s School. Bem, nem me pergunte o porquê da escola ser em Tókio e o nome ser Hiroshima.

Karin viu minha tristeza e desanimo e pôs a mão em meu ombro.

-Tudo bem, prima. É a mesma escola que a minha. O 1° C é uma boa sala. Aliás, a escola é boa, você vai ver. Vai adorar estudar em Tókio! Pelo o pouco que eu vi em Konoha, lá as escolas não chegam aos pés das daqui. Aguarde e você mesma vai me contar a diferença.

Concordei. Naquele momento eu não iria discutir nada. Só aceitaria o que viesse como lucro.

Konoha ficava a uns bons quilômetros de Tókio, mais ou menos umas quatro horas de viagem de carro. Era uma cidade pequena, mas era ali que eu tinha nascido e crescido. Eu gostava daquele lugar. Minha escola lá não era ruim, era ótima. Mas, claro que alguém que nasceu e cresceu em uma cidade grande como Tókio não entenderia aquilo. Eu tinha que respeitar a riqueza de Karin.

Lanchamos um sanduíche bem gostoso que a empregada, Shizune, nos fez.

Depois eu subi dizendo que iria ficar um pouco sozinha. Karin aceitou com prontidão. Depois eu teria muito tempo pra conversar com ela e ficar sabendo da rotina por ali.

No meu quarto, nada era simples. A cama de cabeceira de madeira clara era enorme. Também havia um grande guarda-roupa azul-marinho onde minhas malas estavam. Ainda tinha o banheiro grande e azulejado. Havia um grande tapete roxo no chão que combinava com a escrivaninha em madeira mais escura. Karin disse que poderia usá-la para pôr o que eu quisesse, e se eu preferisse fazer uma penteadeira dela, era só pedir pro tio Jiraya que ele compraria um espelho bem bonito pra mim. Mas aquilo não era necessário. Já havia um espelho enorme na parede do lado do quarto. Também a janela, como todas as outras da casa, tinha uma simples borda metálica, e dois vidros inteiros e muito transparentes que deixavam uma bela visão do jardim do lado da casa, que tinha umas flores, aparentemente margaridas. Mais a frente, havia uma outra casa, já em outro terreno.

Fui até a escrivaninha e tirei a mochila com a qual eu tinha vindo e pus sobra a cama. Tirei meu notebook cinza-claro e o liguei em cima da escrivaninha. Enquanto ele conectava a internet, eu arrumei o resto das coisas pessoais no banheiro, e pus alguns livros do lado do notebook. Na prateleira de cima, pus uma foto dos meus pais, e uma minha com minhas amigas Hinata e Tenten. Com certeza eu sentiria muita falta de todos eles.

Entrei no MSN, mas não havia ninguém on­-line. Então fui para a caixa de entrada de e-mails, onde havia dois de Hinata e Tenten. O primeiro dizia assim:

Oi, Sak-chan!!

Desculpa mas eu ñ vou poder ficar on hj, tah?? Se lembra da feira de ciências com livros m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o-s??? Então, eu e a Tenten tempos q ir pra comprar uns... XD.

Qdo eu voltar eu entro OK???

Bjus, te adoro.

Hina-chan.

 O outro da Tenten era bem curtinho:

Oiieee Sak-chan!!! :’(  já sto sua falta!!!

Cte cmg p/ td viw??? Estou com pressa agora, mas dpois agt se fala, bjs!!

Ten-chan

A quantidade de lágrimas que veio aos meus olhos não foi brincadeira. Aquilo era a separação definitiva. Eu já não voltaria lá, podia sentir.

Tranquei a porta do quarto e me joguei na cama pra chorar o resto da noite.