Megumi Honma (HIATUS) escrita por Manu


Capítulo 4
Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Como pedido, o capítulo está mais longo! *-*
Obrigada Linna-chan e Karol Aquino pelos comentários no capítulo anterior! Isso me anima muito! *-*
Bom... Espero que gostem deste capítulo! Tenham uma boa leitura, meus queridos(as)! *-*



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Anteriormente eu estava com a cabeça deitada sobre meus braços, quase me debulhando em lágrimas... Até que ela chegou. Outra vez... Sua cabeça estava inclinada em minha direção e ainda mais... Com aquela mesma expressão infantil.

Ah... Aquilo para mim era como se fosse uma tortura.

— Está tudo bem? — Perguntou com aquela voz suave.

Não pude, ou melhor... Não consegui dizer nada. Apenas observei aquele azul brilhante de suas íris com os meus olhos molhados. Meu rosto estava quente por culpa das lágrimas.

— Por que está chorando...? — Ela limpou meu olho direito com seu dedo indicador e se agachou ao meu lado a minha altura. — Você não precisa chorar... — Inclinava a cabeça mais ainda.

— Ah... — Suspirei baixo olhando para ela. Meu rosto inteiro estava avermelhado.

— Não chore... — Pediu.

Como...? Como deseja que eu faça isso...? Eu... Simplesmente não consigo.

Para mim era como se o tempo estivesse parado enquanto eu e ela nos fitávamos. E todo o ambiente ao redor de nós... Havia sumido em minha concepção. Porque... Não tinha baixo, mínimo, mero, ou minúsculo valor que fosse. Minha mente apenas se concentrava nela. Nela e nada mais. Nada... Mais.

Aquela figura estava tão nítida a minha frente... Suas cores tão ressaltadas e a forma perfeita. Exatamente como sete anos atrás, ao mesmo tempo em que tinha aparência da minha idade...

Cinza... Rosa-claro... Branco... Azul.

— Não chore. — Repetiu com o rosto triste. — Não... Chore. — Sua voz saiu trêmula.

A garota acariciou meu rosto enquanto retirava algumas lágrimas.

— Por favor... Não chore. — Disse com a voz quase presa dentro de si. — Não... — O rosto dela começou a ficar tão avermelhado quanto o meu, sua respiração começou a ficar forte. —Menma... Não gosta de ver o Jinta chorar.

Meus olhos se arregalaram como na outra vez e eu soltei um suspiro curto, surpreso.

Eu... Sabia. Quer dizer... Desde que a vi, tinha... Sentido isso. Eu sabia que era ela!

Abri minha boca para dizer algo. Eu queria falar alguma coisa, tirar minhas dúvidas — que provavelmente ela acabaria dizendo apenas “não tenho a mínima ideia!” sorrindo —, receber perguntas e responder....! Eu queria ter uma conversa...! Dialogar, trocar palavras, dizer coisas, ouvir coisas; ter um diálogo sobre nós, dizer que ainda a amo, que ela nunca saiu do meu coração mesmo depois de eu começar a namorar a Naruko...! Dizer que ela ainda é tudo para mim! Assim como sempre foi... Dizer que eu não queria em hipótese alguma que ela partisse como fez na outra vez, e que ela não fizesse isso de novo... Porque eu nem sequer aguentaria. Queria pedir para que ela não parasse de sorrir por nenhuma coisa no mundo, nem por sua morte, nem por qualquer outro desagrado que sofresse ou qualquer coisa que pudesse machuca-la...

Eu queria... Dizer tantas coisas...! Mas a minha voz falhou várias vezes; eu apenas fiquei balbuciando repetidamente a única vogal que saía da minha boca: “a”... “a”, “a”!

Mas que droga. Eu não pronunciava uma palavra que fosse.

Ela riu da forma mais fofa possível em todo o mundo.

Ao observar aquele sorriso não pude evitar e acabei sorrido também... Mas, claro, jogando algumas gotas d’água no chão sem querer.

Sorri mesmo naquele estado — Ainda deplorável.

— Menm...— Comecei.

— Jinta? — Pronunciou-se Analu. — O que está acontecendo aqui?

Megumi e eu olhamos para ela. Naruko estava com uma das sobrancelhas mais arqueada que a outra. Julgando pela expressão em seu rosto, ela não entendia o motivo daquele meu deplorável estado.

O rosto e os olhos vermelhos. Eu parecia um tomate e nem tinha dado tanta bola para isso.

— Estava... Chorando? — Perguntou estranhando-me.

— N-não... — Respondi secando minhas lágrimas com meu próprio braço.

— É claro que estava... — Seu tom era sutil e de obviedade. — Por que está mentindo?— Indagou Anjou.

Fiquei em silêncio de olhar baixo e logo em seguida levantei da mesa num impulso dado por uma de minhas mãos. Megumi ficou olhando para mim de modo ingênuo, sem entender coisa alguma.

—Jinta? — Chamou Analu.

Meu silêncio apenas se prolongava. Olhei para ela com o rosto já seco, porém meus olhos ainda continuavam um pouco rosados.

Ela engoliu em seco meu estado.

— O que está acontecendo, Jinta? — Perguntou. Eu senti a dor em seu peito pelo tom de sua voz. Seus olhos mel me julgavam com aquele olhar que mantinha uma pitada de indignação.

Eu também sentia dor. Principalmente pelo fato dela saber que eu, deveras... Não estava bem; que estava fora de mim.

Fiz força para dizer algo: abri a boca. Contudo, hesitei. Comprimi então meus punhos, dei a costas e caminhei para longe dali; claramente sem rumo.

— Jinta... — Sussurrou Megumi.

Analu também comprimiu seus punhos. Entretanto, não hesitou em vir atrás de mim. Segundos depois, Megumi a seguiu com o mesmo propósito em mente: checar meu estado. Porém, de certo não alcançaram seu objetivo, pois eu me dirigi ao telhado da escola, onde sabia que ninguém viria. Matei duas aulas até obter coragem para voltar à sala de aula.

Enquanto caminhava pelo corredor, estava sozinho com meus pensamentos outra vez. Porém, parte da minha sanidade felizmente estava comigo. Talvez chorar tivesse aliviado todos os meus delírios de verão... Ou pelo menos boa parte.

O que eu realmente sabia era que aquilo tudo com certeza era ridículo, complicado e inclusive humilhante de se explicar. Minhas ações eram como que automáticas quando eu olhava, pensava e ouvia a voz de Megumi. Sim... Desse jeito estúpido mesmo. Meu autocontrole não andava mais comigo nos últimos tempos, meus instintos dominavam o meu ser sem meu consentimento e minhas ilusões não me afetavam apenas durante o dia, como também à noite.

— Jinta. — Chamaram as duas. Era minha mente brincando com minha sanidade.

Fechei os olhos, joguei água em meu rosto, respirei fundo e minutos depois eu finalmente havia chegado à sala de aula.

Dei algumas batidas na porta. Alguns segundos e ouvi um “Pode entrar... Jinta” proferido pelo sensei. Analu devia ter avisado que eu estava fora da sala.

Girei a maçaneta e observei o chão à direita enquanto os olhares ainda estavam sobre mim. Era evidente que minha aparência não estava nada perfeita. Muito ao contrário disso. Analu já expunha um ar preocupado com suas sobrancelhas que infundiam pena.

Sentei em minha carteira num suspiro forte.

— Jinta... — Naruko chamou.

O professor passou os olhos em nós. Ignorei-a e não respondi o chamado propositalmente. Abri meu caderno fixando o silêncio que anteriormente tinha imposto entre mim e ela.

Mais tarde, com o final das aulas, o sinal tocou. Como sempre, esperei que a correria passasse e todos saíssem, para que eu deixasse o lugar por último.

Quando cheguei a porta vi que era impossível tentar evitar. Lá estavam aqueles cabelos tão cor-de-mel quanto os olhos, balançando contra o rosto dela e a mesma prontamente bloqueando minha passagem. Seus braços já cruzados junto com seu bico-quase-de-pato demonstravam seu estado clássico de birra.


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Notas finais do capítulo

Demorei para atualizar, eu sei. Mas é porque sou burra e tento manter cinco fanfics ao mesmo tempo.
Mas então... Sou uma daquelas autoras que merecem reviews? *-*



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