Get up escrita por Caladiel Alassea


Capítulo 1
Get Up


Notas iniciais do capítulo

Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=v6ZwI25AqpwTradução da música:http://letras.mus.br/barcelona/1514663/traducao.html



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Five days after black and red collide.

The motion sickness past, I'll be the first to stand.

Behind that weathered door, I thought it would be safest.

My head is dizzy now, I thought we'd overcome.

We might not make it home tonight.

Ron esperava do lado de fora do quarto em que Hermione estava sendo tratada por Fleur. Após reclamar e quase ter xingado a cunhada por ousar afastá-lo da morena que estava fraca demais, ela o expulsou do quarto alegando que não teria concentração para ajudar a menina com o ruivo a cercando.

Ele sabia que ela tinha razão, a sua aflição e desespero naquele momento não ajudaria Mione em nada, a não ser deixar Fleur mais nervosa ainda, porém só conseguiram tirar o Weasley de dentro do quarto, pois Gui praticamente o arrastou para o corredor, sua cunhada fechando a porta logo em seguida.

Sentado perto da porta, com os braços apoiados nos joelhos e as mãos segurando com força os cabelos Ronald chorou, chorou desesperadamente, por saber que mais uma vez não foi o suficiente. Os gritos da amiga, agonizantes capazes de triturar a sua alma, ecoavam como uma macabra confirmação em sua mente.

E ele não foi capaz de fazer nada. Nada.

Só podia gritar o seu nome, o que não era o bastante. Ter a consciência de que Hermione teria morrido, não fosse Dobby, fazia com que ele se sentisse o pior ser existente no universo.

Ele não se importou quando seu irmão se sentou ao seu lado e o puxou para um abraço forte, ou do olhar culpado que Harry lhe lançou, nem da pena nos olhos de Luna, ou a expressão de confusão no rosto de Dino, nada naquele momento era mais importante do que o medo e a dor, e todo o tipo de sensação repressora que o seu corpo sentia, com a possibilidade de Hermione não ficar bem, de ela não conseguir.

Crawling on the ash, she’s pitiful.

She lost her sense of light; she has to hold my hand.

Had I known we might be two kids without their jackets.

My fear would come alive, I wouldn’t love her now.

She might not make home tonight.

Depois do que lhe pareceu horas Fleur abriu a porta com um olhar cansado no rosto. Ron já havia parado de chorar e levantou-se imediatamente a olhando com expectativa. Ela soltou um suspiro, o ruivo sentiu o peito apertar já esperando o pior.

— Ela estáar bem, pálida e mui mui frráca, mas fórra isso estáar bem.

Ron suspirou aliviado, sentindo um peso enorme sair dos seus ombros, virou-se na direção do quarto pronto para entrar quando a cunhada o segurou num dos braços.

— Ela estáar exausta Ron, non faça Mione se esfórrçar muíito. – disse já se encaminhando para a sala.

— Fleur? – o Weasley esperou ela virar-se novamente para si – Eu... Eu... Obrigado. – Ron deixou toda a intensidade passar através dos olhos. — Obrigado de verdade.

Ela acenou com os olhos cintilando, e com um pequeno gesto de mão o fez entender que não havia com que se preocupar, enquanto ele entrava no quarto, a loira suspirou com um sorriso mínimo, pois entendia completamente a devoção do cunhado pela amiga.

***

Hermione estava mais do que simplesmente pálida, ela parecia quase transparente com a pele quase tão alva como a sua, os olhos estavam fechados e ela respirava sem tanta dificuldade como quando Ronald chegara com ela nos braços desesperado no Chalé das conchas. Usava uma espécie de roupão felpudo de Fleur, e estava encolhida embaixo dos cobertores. Vê-la tão frágil fez o ruivo sentir-se mal novamente.

Sentando-se ao lado da amiga, ele observou que os cacheados cabelos castanhos estavam mais alinhados, com certeza a cunhada devia tê-lo penteado. Ron segurou uma de suas mãos fortemente e a sentiu apertá-la de volta, tocou delicadamente o rosto dela e contemplou os tão amados olhos castanhos se abrirem quebradiços em sua direção.

Get up

Get up

Get up

— Ron... – ela tentou iniciar com a voz debilitada, mas o ruivo fez um chiado como que pedindo que ela não falasse, e acarinhou as suas bochechas que coraram por conta da intensidade do olhar do amigo.

— Você tem que ficar quieta. Fleur disse que não pode se esforçar. – Ele viu o famoso olhar de indignação de Hermione por mais que estivesse sem tanta intensidade e apressou-se a argumentar. – Mione por favor, você está muito fraca e sabe disso.

Viu ela abaixar os olhos aceitando a bronca e ele não pode deixar de sorrir um pouco, com a vitória sobre ela. Afinal conseguir esse feito com Hermione Granger não era fácil.

Ele ajeitou-se sentando do seu lado puxando Hermione para si, com as costas parcialmente apoiada no tronco do ruivo e pousando o rosto próximo do Weasley, deixando que Ron a acarinhasse nos cabelos e segurasse uma de suas mãos. Brincando com os dedos do amigo entre os seus ela fechou os olhos perguntando a si se ele poderia continuar com aquilo até que dormisse.

— Onde está Harry? – ela perguntou, depois de algum tempo recebendo o aconchegante carinho do ruivo, nos cabelos.

— Lá fora cavando. Gui disse que ele quer um funeral digno para o Dobby.

— Ah.

Eles entraram em silêncio de novo. Mione podia sentir que o ruivo estava inquieto.

— Ron?

— Hum?

— O que foi?

Ronald ficou quieto pensando em como diria tudo o que estava em sua mente. O medo de quase a ter perdido, o medo de não sobreviver a essa guerra, de não poder contar que a amava, de não terem tempo para viverem juntos, o medo pelos seus parentes e pelos amigos. A dor de não poder ter a salvado. Tudo. Tudo. Ronald não tinha noção de como expressar o que sentia.

Hermione sempre fora melhor do que ele, e Ron confirmou isso mais uma vez quando ela desvencilhou-se do aconchego em que estavam para mirá-lo nos olhos. A morena segurou suas mãos nas dela, e olhou tão profundamente que ele sentiu-se envergonhado.

— Não precisa ficar assim, – ela disse num sussurro fraco, abaixando o olhar para as suas mãos juntas – não foi sua culpa Ron, eles te amarraram e te jogaram naquele lugar, você não teve culpa entendeu? – ela o mirou intensamente.

— Mas eu devia ter saído, eu tinha que ter ficado com você Hermione eu tinha que... – ele disse aflito.

— Não, Ron, não. – Hermione limpou as lágrimas que ele deixou escapar e acariciou a sua testa delicadamente. Ela não suportaria saber que ele poderia ter passado por toda aquela dor que sentiu. Não, Ron nunca poderia sentir aquilo. – Você de jeito nenhum podia ter ficado lá, entendeu? – a menina suspirou. – Ronald eu ouvi você. – Observou os olhos azuis cintilarem. – Eu ouvi você me chamando. - Disse com vergonha olhando para baixo novamente. – E saber que você estava ali em algum lugar, sem sentir aquela dor. – Hermione sentiu as lágrimas passarem quentes por sua face e olhou de novo para o ruivo. – Saber que você estava bem e me chamando em algum lugar me fez continuar com os olhos abertos Ron. Porque eu tinha que te ver. Eu tinha de acreditar que ainda dava tempo de... de você... escapar... e... – Hermione prorrompeu um choro ruidoso e se deixou ser agarrada por Ronald que a abraçou apertado.

— Eu pensei que ia perder você. – Ron disse com a voz completamente embargada pelo choro, segurando a pequena morena em seus braços com tanta força, como se aquilo pudesse afastar todo o medo que sentiu.

Quando ambos se acalmaram e todas as magoas e lágrimas presas foram embora, Ron bronqueou Hermione, a mandando voltar a se deitar.

Fleur adentrou no quarto mais uma vez e fez Hermione tomar outra dose de uma poção que a deixou sonolenta. A loira ralhou com Ronald o mandando sair para que a morena descansasse mais com uma voz fraca Hermione pediu para a Delacour que deixasse que ele ficasse.

Aconchegando-se novamente a morena, o ruivo permaneceu no quarto.

— Mione eu prometo que nunca mais... – ele começou.

— Shii, está tudo bem Ron, eu estou bem e nós vamos ficar bem. – Ela sorriu timidamente e um pouco grogue. – Agora só vamos ficar aqui, e... só... dormir um pouquinho...

Observando a amiga sendo vencida pelo efeito da poção Ron prometeu internamente, vendo o seu rosto sereno que nunca mais deixaria algo acontecer com a sua garota.


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