The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 55
Sou feita de titânio


Notas iniciais do capítulo

Olá bolinhos, olhem que está de volta com um novo capítulo adiantado?
Parece que quando você não quer terminar uma história, a criatividade resolve ajudar a terminar.
Esse capítulo é totalmente feito com a música "Titanium" do David Guetta com a Sia, ouçam. Não precisa ser a versão oficial, peguem um cover, o importante é ouvir porque eu escutei para escrever e quero que vocês sintam o que eu senti principalmente na batalha q
Muito obrigada por todos os lindos comentários, vou respondê-los em breve. Juro (gastei o tempo livre adiantando esse, mereço um descontinho). Sinto informar que não trabalho com segundas temporadas, sorry :C
Mas vocês sempre terão a história aqui no site para reler, não se preocupem.
Boa leitura.



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O salão de reunião dos imortais estava uma bagunça.

Caos e Ira apareceram com caixas recheadas de camisetas com as fotos das irmãs Knight estampadas e começaram um bolão de apostas com as opções só Alice sobrevive, só Elizebeth sobrevive, ambas morrem e ambas sobrevivem. A opção onde as Knights morrem era a com mais apostas.

Os imortais discutiam sobre como a batalha se desenrolaria e quem teria o papel principal como fãs ansiosos que enfim verão o filme pelo qual tanto esperaram.

Vida estalava os dedos sem parar em seu assento ao lado de Destino, bem em frente a cadeira que Universo ocuparia se aparecesse nas reuniões. Irritada era pouco para descrever a Imortal naquele momento.

– Muita gente vai morrer por uma imprudência – ela resmungava.

– Pare de reclamar, sou eu quem vai fazer hora extra – Morte estalou a língua e revirou os olhos.

Vida a fuzilou com o olhar.

– Isso é tudo culpa do seu servo que interferiu na vida da Knight!

Morte revirou os olhos novamente e apontou a mão para Vida, os dedos tocando o polegar.

– O que é isso? – perguntou a Imortal loira.

– Converse com a minha mão, ela se importa mais com a sua opinião do que eu.

Vida usou palavras de baixo calão para expressar o quão ofendida ficou com a Imortal que apenas sorria.

Destino se materializou no salão com o maior cachecol já visto pelos imortais enrolado no corpo dele que continuava a tricotá-lo sem dar importância para os olhares dos companheiros.

– Destino! – Caos se aproximou usando sua camiseta com a foto da Lizzy estampada – Quer uma camiseta das Knights? Para você dou até um desconto.

Destino ignorou o imortal, que nem se importou, e se dirigiu para seu assento entre uma Morte entediada e uma Vida irritada.

Vida descobriu sobre o breve encontro do Imortal com Alice Knight e de todas as palavras em mais de quinze idiomas que ela usou para ofendê-lo, “traidor” foi a melhor. Ele, é claro, não pode culpa-la, aceitar uma aliança com a Morte para afastar a Imortal mesmo que por um ou dois dias de suas tarefas era uma grande traição.

Destino tentava compreender como todo o amor que Vida e Morte um dia compartilharam se tornou ódio. Será que a Paz pode resolver essa situação ou nem mesmo a mais pacifica dos imortais consegue conter a fúria das duas?

– Vamos dar início a reunião de hoje – os olhos verdes do Imortal percorreram o lugar observando conforme os imortais iam para seus assentos e pausavam suas discussões – Todos já estão cientes sobre a batalha que irá acontecer hoje, um acontecimento que terá grande repercussão no mundo sobrenatural.

– E também estão cientes sobre as camisetas da Knight e canecas personalizadas – Ira gritou – Podem pedir para o Caos ou eu.

– Idiotas – Inveja murmurou alto o suficiente para que todos na sala ouvissem.

– Essa é a última chance para decidirmos se vamos interferir diretamente nessa batalha ou apenas assistir – Destino usou seu tom de voz mais sério para que os dois imortais percebessem como suas intervenções foram desnecessárias e se calassem – Quem vota por ajudar os sobrenaturais, levante a mão.

Em todo o salão, apenas a pequena mão do jovem Felicidade foi erguida. Amor o abraçou e ergueu sua própria mão com um sorriso triste no rosto.

Destino suspirou massageando as têmporas e estalou os dedos.

As paredes do salão se transformaram em telas que mostravam o local onde a batalha iria acontecer. Todos os imortais soltaram murmúrios de empolgação

– Vou preparar a pipoca! – Natureza gritou pouco antes de desaparecer.

Os imortais estavam empolgados por assistir a uma batalha tão empolgante, para eles não existe alegria maior do que ver a morte dos mortais.

Porque quando se é Imortal, Destino pensou, assistir a morte de centenas de pessoas é como ver um filme no cinema e o final raramente é feliz.

(Alice)

Elizabeth parecia menor do que era e muito mais indefesa enquanto dormia, porém, assim que me movi para sair da cama ela se ergueu totalmente desperta e se sentou com uma adaga em mãos.

– Da onde essa adaga saiu? – perguntei horrorizada.

– Tenho meus esconderijos – ela ergueu os ombros como se não fosse nada demais – Posso tomar banho aqui? O meu alojamento não tem água quente.

– Vá em frente – incentivei e logo depois cai de volta na cama.

Se alguém me dissesse que eu ia dormir ao lado da minha irmã assassina no dia em que lutaríamos uma batalha onde nossas vidas estão em risco, eu diria que essa pessoa é louca. Mesmo agora, a ficha se recusa a cair e não consigo excluir a hipótese sobre tudo isso ser um sonho.

Lizzy saiu do banheiro com a roupa que usava dobrada e uma grande quantidade de lâminas em cima.

– Você pode cuidar das minhas lâminas? Só enquanto tomo banho.

Olhei assustada para as lâminas mortalmente afiadas que reluziam de tão polidas.

– E tem como recusar esse pedido?

Ela deu um sorriso lupino, a resposta era não.

O Instituto forneceu roupas feitas de material semelhante ao couro maleável e com grande resistência a ataques de veneno demoníaco. Acredite em mim, você não sabe como é vestir uma roupa que faz milagres até por uma calça e uma jaqueta desse tecido.

Prendi um cinto com vários bolsos pouco abaixo da cintura. Red me orientou a levar estrelas ninjas, kunais, facas de arremesso e um conjunto de adagas de arremesso que ela mesma conseguiu para mim. Me senti importante.

As botas que recebi eram feitas do mesmo material que a roupa, não atrapalhavam a caminhada e era resistentes.

Prendi o cabelo em um rabo de cavalo, peguei meu amuleto e fui até o refeitório onde todos os sobrenaturais estavam se reunindo.

Meu amuleto balançava alegremente enquanto descia a escada, a pedra branca leitosa parecia brilhar com mais força por cima da placa de ouro com runas desenhadas. Como alguém conseguiu desenhar runas tão pequenas e delicadas em uma placa de ouro do tamanho da palma da minha mão é algo que nunca saberei.

– Boa sorte menina Alice – Flor disse. Hoje o esqueleto estava usando um vestido azul com margaridas bordadas.

– Obrigada – agradeci rapidamente antes de correr até o refeitório.

Os sobrenaturais receberam ordens durante todos os minutos dos últimos dias com possíveis planos de batalha separados por espécie, um método engenhoso de confundir os espiões. Somente agora serão anunciados os planos que realmente vamos usar.

Elizabeth conseguiu convencer a diretora de que não era loucura nos enviar ao campo de batalha e que como assassina era a mais indicada para a tarefa de matar os líderes. A diretora Black argumentou muito dizendo que minha irmã era uma assassina, não guerreira, antes de ser vencida com a ajuda da Natália que apoiou o plano suicida da minha irmã.

Minhas amigas esperavam do lado de fora do refeitório com suas armas prontas para serem usadas. Lilly e Luna vão ajudar as outras fadas nos feitiços elementais e Lucas vai lutar com a alcatéia, o restante estará ao meu lado por insistência deles.

Pudim praticamente entrou em guerra com as outras bruxas que não aceitaram bem a decisão da bruxa de não entrar em um coven com as outras duas melhores do Instituto.

– Prontas para morrer? – Lizzy perguntou enquanto pulava do telhado do refeitório com a elegância de um gato.

Minha irmã optou por usar a roupa com que foi capturada no dia que veio me matar e trazia todas as suas armas presas ao corpo. As lâminas gêmeas se destacavam nas laterais do corpo, pareciam cortar o ar de tão afiadas.

– Isso não é nada animador de ouvir quando você está indo para uma batalha onde pode morrer – Nana resmungou limpando embaixo da unha com sua faca de arremesso.

– Fraca – Lizzy disse e recebeu uma careta com direito a língua pra fora como resposta da minha melhor amiga – Você devia educar melhor as suas amigas Alice.

– Ei, nem todas são infantis – Melody bufou, o uniforme que ela usava estava estranhamente apertado – E antes que alguém comente sobre minha roupa, a Daniella a encolheu... De novo.

Todas riram com a idéia da fada encolhendo as roupas da loba com uma batalha a caminho.

– Ela tem muito tempo livro – comentei.

– Espero que gaste todo esse tempo livre na enfermaria hoje – Pudim disse. Diferente do resto de nós que carregava armas, a bruxa levava uma quantidade absurda de ervas e sementes em potes amarrados ao cinto na cintura.

Sei que as bruxas se prepararam recolhendo sacrifícios para a batalha de hoje, me pergunto como elas fizeram isso e se vai adiantar ao mesmo tempo em que temo as respostas dessas questões.

– Vocês não deviam estar recebendo ordens como bons soldados ao invés de fofocar? – Natália havia se materializado atrás de mim e sorria um Gato de Cheshire.

– Que susto! – Nana levou a mão até o lugar onde um dia seu coração esteve – Se eu tivesse um coração, podia ter enfartado agora.

– Por que? – a ceifeira perguntou com ar de inocência.

– Você se materializa sorrindo como um Gato de Cheshire e ainda pergunta por quê? – Nana desviou o olhar para mim – Ela é maluca.

– Cuidado com o que diz – os olhos da ceifeira mudaram rapidamente para vermelho – Posso esquecer que estamos do mesmo lado e te deixar morrer.

Nana não disse nada em resposta e eu não posso culpa-la por isso. Saber que a pessoa com quem você discute é uma deusa da Morte pode ser intimidador.

– Vamos logo ouvir a diretora reclamar sobre a vida e dar ordens que serão ignoradas – Lizzy passou o braço pelo meu ombro – E se alguém conseguir roubar algo para comer, ganha minha proteção no campo de batalha. Estou morrendo de fome.

– Só me dê tempo suficiente para ir até o dormitório e você terá todos os cookies que puder comer – Melody brincou.

Pela primeira vez vi Lizzy sorrir perto das minhas amigas e, ouso pensar, que ela parecia uma garota normal.

Os sobrenaturais foram divididos por espécie e clã. Lobisomens e vampiros, por serem mais ágeis, são o esquadrão principal. Fadas e bruxas vão dar suporto e usar ataques a distância auxiliando os metamorfos que foram encarregados de cuidar dos ataques aéreos.

Os elfos vão dirigir os tanques de guerra equipados com bolas mágicas em voltas em plasma, balas de prata e lançadores de estacas de madeira, além de outros brinquedos que nosso exercito conseguiu com a empresa onde Stella trabalha.

Assim que a reunião acabou, todos se dirigiram para seus postos ao redor do Instituto. Pode-se dizer que formávamos uma barreira humana ao redor da escola com vários soldados posicionados para atacar qualquer inimigo que se aproximasse.

As bruxas, incluindo Pudim, começaram a cantar cânticos antigos pedindo por proteção e ajuda dos espíritos, criando diversas barreiras como um domo ao redor da escola. Aquela foi a magia mais linda que já vi.

O ar estava carregado de tensão e ansiedade, juntos esses dois sentimentos o deixavam pesado demais.

Controlei a minha respiração e segurei a mão de Alex conforme senti a sede de sangue do exercito inimigo se aproximando, até mesmo o som do galope dos cavalos parecia ser uma ameaça.

Quando as figuras negras apareceram no horizonte, o ar passou a pesar mais de uma tonelada. Todos estavam com medo, assustados pelos ogros, demônios e sobrenaturais que se aproximavam envoltos pela mesma aura sombria e a intenção assassina.

Ninguém ousou mover um dedo enquanto as figuras se tornavam mais distintas.

Ninguém respirou naqueles primeiros dez segundos analisando o inimigo.

Ninguém fez nada.

O medo deixou o ar tão pesado que tentava não ser esmagada por ele.

Lizzy deu um passo à diante. E depois outro. E outro. Até se virar olhando para mim, os olhos pareciam brilhar como fogo e um grande sorriso estampava seu rosto.

– Estão com medo desses capangas de nada? – o tom era deboche – Eu não.

– Você vai morrer! – alguém gritou – Todos vamos!

– Foda-se – foi tudo que minha irmã disse antes de assobiar.

Zero correu, sorrindo, e se transformou em um lobo gigante com no mínimo dois metros de altura. Ela subiu em seu pescoço e segurou nos pelos prateados enquanto os dois corriam sozinhos em direção aos inimigos.

Menos de cinco minutos depois, todos continuavam parados no mesmo lugar, observando minha irmã acabar com toda a linha de frente da batalha.

– Acho que devemos brincar também – Alex disse após se materializar ao meu lado.

– Concordo – sorri – Fliegen! – gritei alto o suficiente para que todos entendessem que estava na hora de lutar. Eles receberam a mensagem.

Todos os sobrenaturais se uniram gritando enquanto desembainhavam suas espadas, se transformavam e invocavam os espíritos da natureza para ajuda-los contra os inimigos.

Do alto pude ver a confusão que havia se instalado e sorri. Alex estava bem debaixo de mim, golpeando a todos os demônios e ogros que passavam perto dele.

Reuni concentração o suficiente, sussurrei o feitiço baixinho e soprei ar dos meus próprios pulmões para o nada. Sorri conforme o ar quente que saiu de mim rodopiava indo para a terra e, quando tocou o solo, meu sorriso aumentou ainda mais assim como a velocidade e o tamanho daquele pequeno sopro.

Sim, eu lancei um tornado no campo de batalha e ele estava varrendo todos os inimigos e lançando-os para longe. É claro que ordenei para que não atingisse os aliados, não sou tão burra assim.

A ideia de usar aquele feitiço foi do Alex, treinamos por muito tempo até que eu conseguisse criar cinco tornados simultaneamente sem que eles machucassem meus amigos. Quando terminei, desci até o campo de batalha parando ao lado da minha irmã.

– Você não consegue ficar cinco minutos sem apelar para a magia? – Lizzy perguntou enquanto usava suas lâminas gêmeas para separar o corpo de um tipo de polvo-mulher no meio e cortar sua cabeça.

– Se você tivesse magia, também apelaria – retruquei enquanto criava as lâminas de ar se que estenderam até ficarem duas vezes maiores que meu braço.

– E quem disse que eu não tenho magia? – ela arqueou uma sobrancelha e seu corpo foi envolto por chamas.

Fiquei sem palavras enquanto ela incendiava a todos que se aproximavam. As chamas ao redor do corpo pareciam funcionar como escudo fazendo com que as armas lançadas na direção dela ricocheteassem assim que se aproximavam.

Sorri e corri até ela, cortando qualquer um que se aproximasse de mim com as lâminas de ar. Lizzy me viu e praticamente gargalhou antes de dizer:

– Quem diria que um dia lutaríamos lado a lado e com magia!

– Eu nunca diria isso – respondi sorrindo.

Porque mesmo naquela batalha de vida ou morte, mesmo usando cada grama de concentração do meu corpo para manter as lâminas, os cinco tornados e um fino escudo de ar ao meu redor, eu estava feliz.

Feliz por ter Lizzy ao meu lado e poder lutar com ela. E daí se o cheiro pútrido dos demônios me deixava enjoada? Se os vampiros bizarramente brancos e sedentos por sangue se transformaram em cinzas que grudaram em minha pele quando eu os mato? Quem se importa com o sangue lamacento dos ogros? Com os gritos dos inimigos antes de serem queimados pelas chamas da minha irmã? Roubando as palavras da minha irmã, foda-se.

Esses podem ser os últimos momentos da minha vida e quero aproveitá-los ao máximo ao lado de quem amo.

Zero se transformou em uma serpente alada e cuidava dos líderes dos batalhões inimigos. Alex matava cada demônio que se aproximava de mim.

– Somos como lâminas – Lizzy disse.

– Lâminas gêmeas – completei.

– Lâminas gêmeas de titânio.

O pensamento me fez sorrir. Lutávamos lado a lado, uma cuidando da outra e golpeando qualquer ameaça. Já estávamos mais longe do que qualquer outro soldado do Instituto no território inimigo, mas isso não importava. A adrenalina não era a culpada por nosso descuido em ir para longe dos nossos reforços, não. Nossa confiança mútua, a crença em que uma protegeria a outra era a culpada.

De repente, as chamas foram ficando mais fracas até desaparecerem.

– Droga – ouvi Lizzy resmungar pouco antes de atirar seis facas, cada uma acertou bem no meio da testa de um inimigo diferente.

– O que houve? – perguntei preocupada.

– Eu não tenho controle – ela confessou – Por isso não uso magia, não sou boa com ela como sou com armas – mais lâminas voaram e mais inimigos caíram.

– Tudo bem, eu cuido de você.

– Você não pode cuidar nem de si mesma – vi um sorriso de lado no rosto dela.

Continuamos golpeando sem parar, nossas respirações ofegantes deixavam o cansaço evidente, mas não nos entregamos a ele. Meu escudo já havia se desfeito e agora toda a minha energia ia apenas para as lâminas e três tornados. Você não pensou que magia era infinita, certo?

Tarde demais eu senti. O ar oscilava, não pelo movimento dos inimigos ou suas respirações. O ar oscilava pelas flechas que se aproximavam.

Virei-me a tempo suficiente de ver cinco delas vindo diretamente em minha direção. Não tinha como criar um escudo em tão pouco tempo, não tinha tempo nem mesmo para piscar e não ver a morte chegando. Porém, Lizzy teve tempo.

Minha irmã se jogou na minha frente, de costas, olhando para mim com os olhos verdes que pediam perdão. Perdão por deixa-la, era o que dizia.

Cinco pontas afiadas de um material preto se projetaram para fora do corpo da minha irmã. Aquelas não eram flechas comuns, mas não parei para observar.

– NÃO! – gritei enquanto segurava o corpo dela que tombava em minha direção.

Minha magia se descontrolou, senti quando cada tornado desapareceu e tudo se uniu em uma grande bola de ar que explodiu acima de nós enviando os inimigos para longe. Não me importei com isso.

Nos meus braços estava a minha irmã quase morta. Permiti que meus joelhos fraquejassem, cai com ela em meus braços protegendo-a do impacto da melhor forma que pude.

– Não – sussurrei para que apenas ela ouvisse. Lágrimas escorriam por nossos rostos.

– Eu disse... Você não sabe cuidar... de.. si...

– Não fale – supliquei.

Concentrei o pouco de magia que me restou em um feitiço de cura, tentando parar os sangramentos causados pelas flechas. O sangue quente escorria como lava queimando minha pele e manchando a dela.

– Não adianta – Zero estava em sua forma humana, se ajoelhou ao lado de Lizzy e a tomou de meus braços – Ela está morrendo.

Lágrimas escorriam pelo rosto dele também, passeavam pelos cortes em seu rosto.

Red Queen, não me deixe – ele suplicava.

– Eu.. te.. – a voz estava fraca e rouca, a quantidade de sangue me deixava surpresa por ela ainda conseguir falar – amo.

O rosto de Zero se contorceu, como se aquilo doesse e o aliviasse ao mesmo tempo.

Ser correspondido o alivia.

Nunca ter a garota que desejou o machuca.

– Eu também te amo, Red Queen – ele disse – Sempre te amei, por todos esses anos. Você foi e sempre será a minha rainha vermelha, Elizabeth. Sempre.

Lizzy tentou sorrir, mas não conseguiu.

Enquanto eu chorava soluçando descontroladamente e Zero murmurava “sempre” como se fosse uma oração, ouvi o último suspiro da minha irmã.

Eu sabia que Alex estava lutando com os inimigos que se aproximavam de nós.

Sabia que outras flechas vinham pelo ar, flechas envoltas em chamas.

A única coisa que eu não sabia era se aquele grito animalesco de dor era meu ou de Zero.

Os inimigos vingam por todos os lados. Flechas em nossa direção. Zero chorando. Alex lutando. Lizzy morrendo.

Ela está morta. Morta. Morta. Morta. Novamente, morta.

Dessa vez, sem volta.

As flechas se aproximaram ainda mais, próximas o suficiente para que sentisse o calor de suas chamas.

Foi então que eu peguei fogo.


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Notas finais do capítulo

THIS GIRL IS ON FIIIIIIIIIIIIIIIIIIIRE, THIS ALICE IS ON FIREEE ♪
Quais são as teorias de vocês, jovens bolinhos? Se fossem participar do bolão do Caos, qual opção escolheriam?
Lembrem-se que são três esquecidos, tenho substitutos para o papel principal haha
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Quero ler detalhadamente as reações de vocês e espero pelas críticas adoraveis.
Beijinhos com paçoca jovens bolinhos com confeitos de corações.