The Forgotten escrita por Panda Chan


Capítulo 53
Nunca irrite arianos


Notas iniciais do capítulo

Olá jovens bolinhos de mil sabores diferentes, sou a única sofrendo com o clima bipolar?
Antes de tudo: Muito obrigada pela recomendação e pelos lindos comentários Mari, você tem um espaço no meu coração ♥
Vou ser bem sincera com vocês, não gostei desse capítulo. Ele está bem parado, mas é necessário para o desenvolvimento da história.
Ah, a história, já que estamos nesse assunto trágico saibam que ela se aproxima do fim. EPA! PODE LARGAR ESSAS PEDRAS AI, SEM AGRESSÕES COM A AUTORA AQUI!
Pois é pimpões, a The Forgotten já tem um ano e quase nove meses completos e o final dela se aproxima. Esse é o momento mais delicado da história, porque qualquer erro será fatal.
Sem mais delongas, boa leitura.



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Quando uma pessoa acorda ela fica em média de quinze à trinta segundos presa em um estado desnorteado antes que seu cérebro passe a funcionar de verdade, com Alex esse tempo se estendia por minutos e horas.

Braços fortes rodeando minha cintura, a respiração quente no topo da minha cabeça mexendo levemente os cabelos e os sons dos batimentos cardíacos dele eram tudo que ocupava a minha mente. Deixei meus problemas com Imortais do lado de fora do quarto.

Sorrio com o rosto escondido contra seu peito nu e expiro sentindo o aroma de sabonete. Irônico como antes de ficar apaixonada eu nem me importava com as fragrâncias dos sabonetes e agora me encontro curiosa para descobrir qual a dele.

– Pare de me cheirar, Alice. Isso é estranho.

– Não é estranho, é amor – retruquei.

Sua risada fez o peito tremer, mas nem assim sai de cima do meu maravilhoso travesseiro de Alex. Gostaria de ficar para sempre com ele daquele jeito.

Ergui a cabeça e olhei diretamente em seus olhos castanhos.

O cabelo preto caia sob os olhos escondendo suas sobrancelhas pretas, olhos castanhos emoldurados por cílios longos capazes de causar inveja em qualquer garota e os lábios levemente carnudos onde um sorriso estava esboçado. Tudo aquilo era meu. Ele era apenas meu.

– O que foi? – perguntou com a voz perigosamente rouca.

– Apenas estou pensando na sorte que tenho em ter você – respondi deixando um beijo no pescoço dele – E que devia marca-lo.

– Alice, não...

Alex não teve tempo para me impedir de deixar uma pequena marca arroxeada perto de sua clavícula. Ele pareceu irritado por cinco segundos antes de começar a rir e me ameaçar.

Esse é um momento de paz e sei que momentos assim vão ficar mais raros até desaparecerem.

Elizabeth ergueu a perna acertando um chute lateral em minhas costelas. Arfei sentindo aquela terrível dor se espalhando e levei uma mão ao local.

– Injustiça eu não poder usar magia nessas lutas – resmunguei.

Lizzy sorriu, ela não tentava esconder sua felicidade em ter um saco de pancadas por perto.

– Você precisa se preparar para a guerra e choramingar menos.

Gemi de frustação e me posicionei para defender qualquer possível golpe dela.

Lizzy era rápida e graciosa como uma das leoas que eu assistia no Animal Planet, todos os seus movimentos eram calculados para não errarem o alvo, no caso eu. Ela não se movia de forma desnecessária . Observa-la era quase como assistir a uma dança mortal onde eu sou a vítima.

Consegui acertar a parte traseira de seus joelhos tirando o equilíbrio dela, porém, não consegui derruba-la. Lizzy lançou duas adagas de arremesso em minha direção, precisei usar a dominação de ar para desvia-las.

– Trapaceira – ela resmungou – Disse que não era pra usar magia.

Pedi desculpas e voltamos a lutar ou, no meu caso, levar uma surra.

Elizabeth sempre me pede para não usar magia em nossos treinos. No início ficava intrigada com esse pedido já que sou uma fada e elementos são naturais, mas com o tempo percebi que minha irmã jamais usa magia. Jamais.

Perguntei a Zero se ele já a viu usando alguma dominação elementar ou qualquer coisa do tipo, ele negou.

– Conheço sua irmã desde que ela tinha cinco anos e eu seis – ele disse enquanto enfiava um bife inteiro na boca – E nunca a vi mexendo com magia. Red Queen luta com seu corpo, não com elementos místicos.

De acordo com a sábia Pudim, minha irmã pode ter pedido parte de sua alma no ritual que Marloc realizou e por isso não consegue usar magia. Não me sinto a vontade para perguntar diretamente a ela se Pudim está certa ou não.

Desviei de um chute que ia em direção ao meu queixo e lancei quatro adagas nela. Lizzy puxou a katana em suas costas e rebateu as adagas no ar.

– Pronta para lâminas maiores? – perguntei de forma zombeteira.

Puxei minha própria katana e sorri para ela.

– Você sabe que sim.

Já passaram duas semanas desde que visitei Destino e conheci a Morte, a diretora Black não perdeu tempo e começou a treinar todos os alunos do Instituto da forma mais pesada possível.

Os melhores alunos foram encarregados de ajudar os outros em troca de créditos extras sem saber a real razão por trás dos treinos, tudo para evitar que Marina também saiba.

Zero grampeou toda a biblioteca escondendo escutas e câmeras em livros e trás das prateleiras, ouvimos algumas outras conversas da bibliotecária com seu cumplice. Eles não desconfiam de nada.

Nos últimos quinze dias, se tornou comum ver alunos cansados dormindo nas aulas ou no refeitório, é como se todos estivessem cansados e alerta ao mesmo tempo.

É assustador ver como os sobrenaturais se adaptam bem a situações de estresse e cansaço.

Lizzy deu um longo salto para trás, conhecendo seu estilo de luta como conheço sei que ela vai pegar distância para saltar e me acertar com a kanata. Fico em posição defensiva e corro em sua direção, o melhor é não deixar muito espaço para que ela ganhe velocidade.

Minha irmã percebe meu plano e sorri correndo diretamente para mim. Posso ver sua lâmina afiada vindo em direção a minha barriga e a minha própria que vai em direção a dela. Estamos quase apunhalando uma a outra quando...

– Irmãs não deviam brigar desse jeito – Natália se materializa diante de nós e segura nossas laminas com as mãos nuas que não sangram.

– O que você quer, serva da Morte? – Lizzy perguntou, irritada.

– A diretora está convocando todos os alunos para o auditório – ela soltou as lâminas e nos encarou – Acho que a gora finalmente chegou.

Minha irmã e eu nos encaramos. Acho que não precisa ser gêmea para saber o que a outra pensou, ambas estávamos imaginando quais seriam as reações dos alunos com a notícia da guerra se aproximando.

Ambas estávamos com medo.

O auditório do Instituto lembrava os que sempre vi em filmes. Assentos avermelhados cercavam um palco arredondado de madeira com um palanque preto no meio e majestosas cortinas vermelhas atrás. Os assentos estavam dispostos em fileiras que subiam como escadas. Não existia nenhuma janela e a única saída do lugar era a porta lateral a quinze metros de mim.

A diretora esperava pacientemente atrás do palanque enquanto os últimos alunos se acomodavam em seus lugares. Eu estava com Lizzy e Zero perto das cortinas que cobriam a parede. Queria sumir.

Natália e Alex conversavam entre si, ambos causavam muito medo e pavor nos sobrenaturais que mantinham distância dos dois.

Por um segundo o olhar de Alex cruzou com o meu e ele soube como estava nervosa. No mesmo instante, o deus da Morte dispensou sua companheira e caminhou até mim com seu ar despreocupado.

– Vai ficar tudo bem – ele disse para mim quando se aproximou o suficiente. Lizzy e Zero fizeram gestos como se fossem vomitar e se afastara.

– Não tenho certeza – olhei para todos os adolescentes e professores acomodados em seus assentos esperando pelo comunicado – Quantos vão lutar ao meu lado e quantos contra mim é o que me preocupa.

Alex entrelaçou nossos dedos e sorriu para mim, um sorriso que conseguiu despertar cada célula do meu ser.

Nossas mãos ficaram unidas enquanto a diretora começava seu discurso sobre o mal que a Organização e Marloc oferecem ao mundo sobrenatural e o interesse em mim, ela até mesmo chamou Lizzy e Zero para relatarem sobre a forma violenta como a Organização age. Não consegui ouvir nem um único murmúrio enquanto minha irmã explicava detalhadamente como foi obrigada a separar a cabeça de uma garota de seu corpo com um machado quando tinha nove anos.

A diretora retomou seu lugar no palanque e limpou a garganta.

– Sabemos que existem espiões da Organização infiltrados aqui – os murmúrios de surpresa dos sobrenaturais dominaram o auditório – Inclusive capturamos um desses espiões.

Com um simples movimento a diretora sinalizou para que o professor Robert entrasse puxando uma gaiola onde Marina estava. A bela morena que me ajudou a encontrar livros há tanto tempo estava amordaçada e usando uma camisa de força, sua aparência física estava um caos.

Os sobrenaturais começaram a se agitar cochichando sobre o tratamento que a amável bibliotecária estava tendo e especulando sobre tudo ser paranoia. A diretora pigarreou.

– Espero que ver nossa espiã passe a mensagem de forma clara: a guerra está se aproximando. Todo o treinamento que receberam nas últimas semanas foi para prepará-los, não temos como fugir do inimigo e necessitamos de todos os guerreiros possíveis.

– Isso é loucura – um lobisomem se levantou gritando – Vocês pedem para que nós assumamos a responsabilidade pelo bem de uma fada como se tivéssemos algo a ver com isso. Entreguem-na logo para a tal Organização, somente assim seremos deixados em paz.

Outros sobrenaturais se manifestaram concordando com a opinião dele. Alex apertou minha mão com mais força, olhando bem para ele pude perceber que seus olhos começavam a ficar avermelhados.

A diretora ficou nervosa e bateu com as mãos espalmadas no palanque de madeira que se partiu ao meio.

– Silêncio! – ordenou com um rugido que até me deixou com medo – Vocês são imbecis assim de nascimento ou aprimoraram com as bebidas ilegais que tomam? – todos ficaram em silêncio, notei que estava prendendo a respiração – O que está em jogo não é apenas a segurança da senhorita Knight, mas a de todos aqui e suas famílias. Completando o ritual, a Organização vai conquistar um poder tão incrível que vai ser capaz de dominar o mundo sobrenatural. Acham que se trata apenas das Knights? Todos vocês correm perigo!

– Somos apenas crianças – uma vampira gritou – Não temos como enfrentar um exército de sobrenaturais experientes.

– Isso não será um problema – a diretora sorriu – Já pedi para que alguns amigos venham nos ajudar.
Os alunos voltaram a discutir e gritar tornando tudo uma bagunça muito barulhenta. Apertei a ponte do nariz, minha cabeça estava começando a girar naquela confusão.

– CALEM AS SUAS BOCAS INUTEIS PEDAÇOS DE MERDA FALANTES! – Daniella gritou jogando seu perfeito cabelo para trás do ombro e andando calmamente entre os alunos revoltados – Se não vão falar nada útil, guardem suas palavras para vocês mesmos.

Praticamente todos os alunos ficaram em silêncio e boquiabertos assim como eu.

Que merda é essa?

– Quem você pensa que é pra falar assim com a gente? – quem perguntou foi um garoto devia ter quase dois metros de altura, até eu senti medo dele.

– Alguém esperta o suficiente para ver que vocês são covardes sem caráter – ela deu as costas para ele e veio rebolando até o palco. Estalou a língua e os dedos como se estivesse entediada – Vocês estão se julgando incapazes antes mesmo de tentar e criam planos de fuga sem nem saber se o inimigo é invencível. Patéticos – pude vê-la revirando os olhos de forma dramática – Ressaltando o que já foi dito, isso não é apenas sobre as ruivas. Todos estamos ameaçados e precisamos nos unir contra nosso inimigo em comum.

– Somos fracos, Dani – uma garota se manifestou, pelas orelhas deve ser uma elfo – Não vamos sobreviver.

– Então levante sua bunda daí e fique forte. Ir para a casa com as calças borradas chorando pela proteção da mamãe não é uma opção. Fiquem fortes, porra! – Dani começou a caminhar e parou subitamente virando-se para os alunos – E só para que vocês saibam, sou de áries. Então evitem me irritar com sua choradeira desnecessária ou eu uso meus poderes para calar cada um de vocês de formas bem dolorosas.

Todos ficaram em silêncio. Caramba, até eu senti medo dela agora.

Alex sorriu aprovando a atitude da fada e olhou para mim.

– Essa garota pode ser uma grande serva da Morte um dia. – ele comentou. Minha resposta foi apenas olhar assustada para ele.

A diretora começou a explicar sobre técnicas de guerra e a introdução que teríamos a elas. No final, abriu espaço para tirar dúvidas dos alunos.

Elena Cross, a elfa que vi falando com Morfeu e é prima da Stella, ergueu a mão pedindo a palavra.

– Sim, senhorita Cross.

– Veja bem diretora, vocês estão com problemas. Prenderam um valioso membro da Organização e revelaram seus planos de forma pública, realmente acham que os espiões não vão vazar nenhuma informação?

Eu mal compreendi o que aconteceu no segundo que se seguiu.

Lizzy puxou algumas estrelas ninjas do cinto que carregava e as lançou na direção da Elena que conseguiu se livrar de três e foi atingida de raspão por uma.

– Vaca maldita, até pra morrer é difícil – minha irmã praguejou em voz alta.

– O que foi isso? – perguntei gritando.

– Ela é da Organização – Zero respondeu enquanto puxava alguma arma de seu próprio cinto – Deve ter dado um trabalhão se esconder da gente.

– Foi realmente trabalhoso – Elena sorriu cinicamente – Para dois traidores que merecem a morte, vocês são bem atentos. Tive que comer no dormitório durante todo esse tempo.

Se a minha vida fosse um desenho animado, agora estariam saindo raios vermelhos dos olhos da minha irmã indo direto para a elfo.

– Capturem-na, agora! – a diretora ordenou.

Para o mérito dos alunos, eles tentaram capturar Elena e quase conseguiram. A elfa estalou os dedos e um círculo com chamas altas a cercou, queimando os assentos próximos e fazendo com que todos fugissem para longe dela.

– Sinto muito, não será dessa vez que vocês vão me capturar. A Organização agradece pelo tratamento que deram a nossa espiã, mas vamos leva-la de volta. Boa sorte, condenados.

E com um último sorriso cínico, Elena Cross desapareceu deixando apenas fumaça para trás.


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Notas finais do capítulo

Parado, não acham? Para quem não entendeu minha referência a áries: é meu signo e arianos são bem impacientes. Ou pelo menos eu sou.
Quais são as teorias de vocês para o que vem a seguir? Será que existem outros espiões no Instituto?
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Beijos jovem bolinhos de amora