Minha Querida Psicóloga escrita por Lola, Nic Hale


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi! Espero que gostem!! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450544/chapter/1

Estou em um campo lindo com muitas flores, o céu está azul e o sol está brilhando, eu uso um vestido branco solto e meus pés estão descalços, a grama sob eles faz cócegas eu corro pelo campo rindo, tem muito tempo que não me sinto tão feliz. Ao longe vejo uma casa grande e bonita de dois andares eu a conheço muito bem, é a casa onde cresci, um casal saí pela porta, são meus pais, assim que os vejo, me estômago embrulha, eles parecem felizes mas logo começam a brigar. O céu fica cinza e tudo começa a desabar eu fico parada, tento me mexer mas não consigo, quero gritar mas minha voz não sai.

Acordo arfando, meu pijama está colado ao meu corpo devido ao suor, vou cambaleando até o banheiro e lavo o rosto, vejo que isso não vai adiantar então tomo um banho bem gelado e deixo que a água leve esse sonho pelo esgoto. Não funciona, ele continua martelando na minha cabeça junto com as memórias da minha infância. Depois do banho, visto uma calça jeans e uma blusa fresca porque o calor que está fazendo em Aracaju é grande! Ainda estou arfando, tento acalmar minha respiração e em pouco tempo já estou pronta para mais um dia de trabalho.

Uma vozinha dentro de mim me manda comer algo já que não como tem mais de dez horas mas assim que abro a geladeira, me estômago se revira não sei porque isso acontece. Toda vez que tenho esses sonhos, eu não tenho vontade de comer nada. Pego as chaves do carro e saio de casa. O elevador demora de chegar então resolvo ir de escada mesmo. Meu dia estava cada vez melhor! Entro no carro e ligo o ar condicionado no máximo. No caminho procuro alguma coisa no rádio mas só passa músicas ruins e noticiários, eu me estresso e desligo ele. Olho no relógio e vejo que são 06:40, ou seja, eu estou muito atrasada, tenho que estar no consultório sete horas. Não, eu não sou médica. Apesar de todos terem feito a maior pressão para eu ser devido às minhas notas excelentes porém eu não levo o menor jeito pra medicina meu negócio é psicologia. Amo o que faço.

Apesar do trânsito que estava um inferno, eu consegui chegar na hora. Estacionei o carro na minha vaga habitual. Assim que entrei, minha secretária, Lúcia ou Lucy como ela prefere ser chamada, começou a me falar tudo que eu tinha que fazer hoje, os pacientes que eu ia atender, mas eu nem prestei atenção, eu não era lá muito organizada com esse negócio de horário e agenda por isso Lucy era minha salvação. Eu não entendi uma palavra do que ela disse, apenas assenti e fui para minha sala. Eu adorava minha sala, era como minha segunda casa. Ela era enorme, com muitos brinquedos ( atendia muitas crianças), tinha uma estante com alguns livros, uma poltrona bem confortável que eu adorava, as paredes eram beges e a sala tinha um ar “antigo”, sempre gostei de coisas antigas. Meu primeiro paciente chegou minutos depois, sorri ao ver quem era.

- Aninha!

- Tia Jane! – ela correu até mim e me deu um abraço bem apertado. Aninha (Ana) era uma menina de cinco anos muito meiga e carinhosa. Tinha cabelos loiros quase brancos e lindos olhos verdes, sua pele era bem branquinha, ela parecia uma boneca de porcelana e se não tomasse cuidado ela podia quebrar. Demorei muito para ganhar a confiança dela e agora eu sou a pessoa que ela mais gosta e eu suspeito que ela é a pessoa que eu mais gosto também. Seus pais vivem viajando e ela é bem solitária quem a criou foi a babá, um ano atrás, ela viva falando com os “amigos” dela que não passavam de uma ilusão da coitada. O dia que ela me falou sobre eles, meus olhos marejaram e tive que me segurar para não chorar. Lembro perfeitamente, ela estava brincando e eu sentei ao seu lado e comecei a alisar os cabelos dela, no começo ela estranhou como se aquilo fosse novidade mas depois adorou aquilo e quando eu ia parando ela pedia para eu fazer mais. Eu comecei a puxar assunto e ela foi me contando sobre seus “amigos”, ela disse que tinha apenas dois, um homem e uma mulher, eu perguntei como eles eram, ela disse que eles eram legais e que sempre brincavam com ela, perguntei qual era o nome deles e ela disse que eram Sérgio e Letícia. Meu choque foi tão grande, eu fiquei sem reação, esses eram os nomes dos pais delas percebi que o problema eram os pais e não ela eu conversei com os pais e eles disseram que davam tudo a ela e não enxergaram a voz da razão. Até hoje não conseguem enxergar e mandam a menina toda semana achando que a filha deles “está com um parafuso a menos”. Toda vez que os vejo tenho vontade de gritar coisas horríveis para eles mas nunca o faço.

A manhã passou rápida e logo era hora do almoço penso em ir ao shopping e comer uma salada mas minha amiga me liga assim que saio do consultório.

- AMIGAAAAAAAAAAAAA – ela grita do outro lado da linha.

- O que foi?

- Venha almoçar aqui em casa pra gente conversar.

- Ok, chego aí em dez minutos.

Ela não mora longe por isso cheguei rapidinho apesar do trânsito. O porteiro nem me perguntou nada pois eu ia lá várias vezes. Toco a campainha e a porta se abre pouco tempo depois, Zu me puxa para dentro com um sorriso no rosto, a mesa está posta e Manu está na cozinha verificando algo no forno. O cheiro está ótimo e logo percebo que é lasanha. Eu amo lasanha! Vou até a cozinha e abraço Manu por trás, ela se assusta e eu e Zu rimos.

- Me expliquem logo porque Zu tá com esse sorriso no rosto! Que bicho te mordeu?

- Luís. – ela fala e seu sorriso aumenta.

- Hmmmm ele te mordeu foi? – falo com malícia.

- Idiota! – ela me bate – Ele me chamou para jantar e pediu para que convidasse meus pais e minhas amigas mais íntimas. Acho que ele vai me pedi em casamento!!!!!

Eu dou um grito e começo a pular. Ela gosta de Luís desde que tinha cinco anos, eu já não aguentava mais vê-la falando sobre ele até que quando eles tinham 13 anos ele a pediu em namoro. Foi muito fofo mas não vou entrar em detalhes. Ela tem 23, ou seja, eles namoram a DEZ anos, ele foi o primeiro e único namorado dela e ela bem, ele teve algumas namoradas antes, certo vou ser sincera, foram muitas, cada vez que ele aparecia com uma nova ela chorava e eu tinha vontade de bater nele e na vadia que ele arrumava mas Zu não deixava então ela ia para minha casa ou eu para dela e nós tomávamos sorvete.

- EU QUERO SER A MADRINHA. – Manu grita, meus ouvidos doeram de tão alto que foi o grito, Manu já fala gritando imagine quando ela resolve gritar!

- Gente, eu tô muito feliz por isso mas não temos que ter um pouco de juízo, vai que não é isso, aí Zu vai ficar muito triste.

- Ai deixe de ser chata! – Manu fala – É claro que ele vai pedir ela em casamento!

- Vai ser onde? – pergunto.

- Sollo. – eu amo o Sollo, é um restaurante que fica em frente à praia e a comida é maravilhosa.

- Ai meu Deus! Que roupa eu vou vesti???? – Zu pergunta desesperada. Vamos até o quarto e a ajudamos a escolher. Começamos a sentir cheiro de queimado e nos lembramos da lasanha. Manu vai correndo e desliga o fogo. Depois começamos a comer. Está uma delícia, nem percebo o tempo passar e quando me dou conta, faltam apenas cinco minutos para duas. Me levanto da mesa com um sobressalto, me despeço das meninas e vou embora, Manu vai também e Zu diz que tirou a tarde de folga para de arrumar.

Chego ao consultório atrasada (Novidade!) e corro para minha sala, passo o resto da tarde atendendo pacientes e imaginando o que vai acontecer no jantar. Apesar de não acreditar no amor por motivos que eu prefiro guardar para mim, acho fofo quando alguém é pedido em casamento principalmente quando esse alguém é sua melhor amiga. E eu estou muito feliz por ela. Saio do trabalho seis horas e me preparo para enfrentar o trânsito desse horário.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí????? O que acharam??? Leiam também: E se eu dissesse que te amo? Comentem!!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Minha Querida Psicóloga" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.