–Henry, o que é isso? – enquanto eu falava Henry me levantou e pegou seu celular. Começou a tocar “Can I Have This Dance?” do High School Musical 3. – Porque você tem essa música no seu celular? – olhei para Henry sem entender.

– Não importa. – ele sorriu sem graça. – Vem cá, vamos dançar. – ele me pegou pela cintura e começamos a dançar.

– Isso é loucura. – disse rindo.

– Dizem que as pessoas que cometem loucuras são as melhores. – ele sorriu para mim. – Agora eu sou seu rei – ele tocou na sua coroa – e você é a minha rainha. Ta?

– Sim, majestade. – ele deu risada pela a minha brincadeira.

– Mas não seremos Henry e Luna.

– Não? – olhei para ele confusa.

– Não. – ele me olhou sério. – Seremos o rei Estrela e a rainha Lua. Duas pessoas completamentes diferentes do que somos agora. Esqueça o nosso mundo real e viajaremos para um mundo só nosso. Sem ninguém, sem Priscila e sem esse garoto. – havia entendido o que Henry queria dizer com aquilo. Eu tinha dito que se Priscila e Ian não existissem beijaria Henry e agora ele havia tido uma ideia maravilhosa para sermos pessoas completamentes diferentes. Sorri. Henry não podia ser real. Ele chegou mais perto de mim. A música estava em seus últimos acordes.

– Henry, não. – peguei em seu peito de novo, da mesma forma que havia feito na primeira vez que ele tentou me beijar.

– Rei Estrela, lembre-se. Não conheço nenhum Henry. – desta vez a minha mão não foi o suficiente para parar Henry como da primeira vez. Ele continuava chegando mais perto. – Eu posso ter esse beijo?- Mais uma vez Henry estava com a sua boca perto demais da minha. Mas desta vez eu não sabia se conseguiria resistir. Tudo parecia errado demais, mas ao mesmo tempo certo demais. Eu ainda estava com a mão no peitoral de Henry e se quisesse poderia empurrá-lo forte o bastante para ele desistir de me beijar, mas eu também poderia abaixar a guarda e colocar minhas mãos em seu ombro e beijá-lo como havia sonhado por tanto tempo. A minha mente me pedia para empurrar Henry e fazê-lo perceber que tudo aquilo era um erro, mas meu coração lutava em dizer para eu me entregar para aquele beijo e para aquele garoto. Henry me segurou mais forte pela cintura e minha mão ficou presa entre meu corpo e o dele tão grudados. Lembrei de Ian. Da noite em que nos beijamos pela primeira vez. Seria justo com ele? Minhas mãos ficaram mais fortes no peito de Henry. Eu tinha que empurrá-lo. Mas eu não queria. Queria que ele me beijasse, queria sentir o sabor dos lábios de Henry. Queria ser dele pela primeira vez.

Tirei minhas mãos do peitoral de Henry e as coloquei em volta de seu pescoço. Sabia que poderia me arrepender dessa decisão mais tarde, mas essa era a minha vontade no momento. Beijar Henry. Deixei que o resto dos nossos corpos, que ainda não estavam colados, se encontrassem. A única coisa que faltava era as nossas bocas. Henry sorriu ao perceber que eu havia cedido. Ele estava se aproximando e cada vez mais os seus lábios chegavam mais perto dos meus. Olhei em seus olhos por um bom tempo e depois fechei os meus.

E um celular tocou.