– E aí, vamos? – Assim que desliguei o celular, olhei para trás e vi Henry. Ainda estava difícil de acreditar que era meu ídolo ali na minha frente, mas depois de ter contado toda a história para Sam e ver Henry ali me chamando, a história parecia um pouco mais real. Não totalmente. Claro que não. Afinal, era meu ídolo que agora me chamava para passar uma noitei inteira com ele. Isso era mais que um sonho, mais do que eu havia imaginado na minha vida. Claro, eu sabia no fundo do meu coração que conheceria Henry, mas não desse jeito. Não só eu e ele. Eu estava tão feliz, tão realizada que tinha medo de acordar e perceber que tudo aquilo era um sonho. O sonho mais lindo que eu havia tido com Henry. – Lua? – Henry me chamou outra vez.

–Hã... Oi! – disse eu sendo puxada da imersidade de meus pensamentos. – Vamos.

Ele sorriu para mim e pegou em minha mão.

– Então, aonde vamos? – perguntei olhando para ele.

– Hm, não sei ainda. Mas eu quero ir para um lugar que só fique nós dois. – engoli em seco. Ele queria ficar a sós comigo. Ai meu Deus! – Olha, não precisa ficar com essa cara. Eu não vou atacá-la, nem nada disso, tá? Eu sou um cara respeitador, não vou matar você e nem vou jogá-la no rio. – ele ria. Não resisti. Ri junto.

– Quê? Eu nunca pensaria isso de você.

– Aham, percebi pela sua feição quando eu disse que queria ficar sozinho com você. E além do mais, isso não é o sonho de toda fã? Ficar sozinha com o seu ídolo, nem que seja por um segundo? – assenti com a cabeça. – Pois bem! E considere-se sortuda.

– Por quê? – perguntei, mas antes que ele pudesse responder, meu próprio consciente respondeu. Porque eu podia me considerar sortuda? POR QUÊ? Pelo simples fato de eu estar em Londres, fazendo um intercâmbio, por eu ter encontrado uma amiga incrível e um garoto mais incrível ainda que cuidava de mim, além disso tinha um outro garoto que estava me esperando no Brasil sem a certeza que eu voltaria para ele. E o maior motivo para eu ser sortuda: Eu estava com o meu ídolo, Henry Montez; o cara que qualquer garota do mundo gostaria de passar um segundo se quer com ele. E agora aqui estava eu e ele, juntos e melhor ainda...

– Porque temos uma noite interinha juntos. – ele sorriu para mim. Henry, percebi, sorria demais. Não queria pensar assim, mas será que todos esses sorrisos eram para mim? Ele estava tão sorridente por minha causa? Não, eu era apenas uma fã. Mas uma fã que ele pediu para ficar com ele a noite toda. – Vem. – disse Henry com um semblante de um cego que acaba de ver a luz pela primeira vez. – Já sei aonde vamos.

– Aonde? – disse rindo do jeito que ele estava.

– Você só vai saber quando chegar lá. – ele riu. Olhei para ele desconfiada. – Relaxa, Lua. Você vai adorar!

Fiquei encarando-o por algum tempo. Ele estendeu a sua mão esquerda (a da tatuagem) em minha direção e eu olhei para ela, olhei para ele de novo, suspirei e peguei em sua mão. Ele me olhou e sorriu satisfeito.

– Obrigada por confiar em mim! – ele me deu um beijo na bochecha. Automaticamente sorri. Se isso fosse um sonho, eu não queria nunca mais acordar.