BitterSweetheart escrita por Marcella Chase


Capítulo 26
Capítulo 26 – Vingança


Notas iniciais do capítulo

Buenas pessoas XD Sei que demorei um pouco, mas só agora consegui finalizar o capítulo. Para alegria ou tristeza de muitos, a fic finalmente está chegando na reta final e eu consegui pensar em uma visão geral o que vai acontecer até o final. Preciso apenas conseguir inspiração para colocar no papel. Espero que curtam o cap e comecem a dar opiniões sobre o desfecho dos personagens XD



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Anne

Às onze horas a reunião do conselho acabou e eu já esperava ansiosa por Diego, mas ao vê-lo entrar cabisbaixo tive certeza que não viriam notícias boas.

– Infelizmente não deu, Anne. Você teve quatro votos, mas apenas seria promovida com unanimidade. A Maitê votou contra. – Eu sei que deveria estar triste, mas na verdade eu estava apenas furiosa. Eu tinha certeza que Mai fizera isso apenas por vingança. Diego deve ter percebido meu olhar, pois recuou um passo e continuou hesitante. – Mas ainda há uma chance, você concorrerá novamente, mas dessa vez a vaga será aberta a concorrência interna. No entanto como você foi muito bem votada agora tem grandes chances de vencer.

– Se eu não tive unanimidade agora não vou ter em outra situação. A Maitê nunca vai me deixar subir enquanto depender dela – resmunguei mais para mim mesma do que para Diego. Ele me conhecia o suficiente para não tentar argumentar enquanto eu estava com raiva.

– Sinto muito, loira.

– Não sinta. A culpa não foi sua. Se me der licença agora, eu preciso falar com a Carla.

Passei por Diego e me retirei da sala deixando-o desconfortavelmente impotente com a situação. Eu sabia que se ele pudesse me ajudaria, mas ninguém poderia fazer nada por mim. Carla se certificara disso. Bati na porta da sala dela e entrei sem esperar resposta.

– E então minha nova Sênior, já está mudando de sala... – Carla parou de falar imediatamente ao ver minha expressão de raiva e decepção. – O que aconteceu amor?

– Maitê aconteceu.

– O que ela fez? – Carla parecia apreensiva. Que bom, ela deveria estar.

– Ela votou contra mim no conselho. Eu não ganhei a promoção porque você não conseguiu ficar fora das calças da nossa chefinha.

– Anne eu... eu sinto muito. Vou conversar com ela e tentar resolver isso. Ela não tem o direito de fazer algo assim. Foi pouco profissional da parte dela usar isso contra nós.

– Contra mim você quer dizer. E não se dê ao trabalho de falar com ela, não é como se ela se importasse muito com profissionalismo, afinal você não a obrigou a ter um caso contigo – eu sabia que estava despejando toda minha frustração em Carla e isso não era exatamente justo, mas eu sentia que ela precisava saber que as merdas que ela fez acabaram respingando em mim.

– Anne não fale assim. Como eu poderia imaginar que ela faria algo desse tipo?

– Você tem razão, Carla. Você realmente não poderia saber, até porque, se cada mulher quer você comeu, de repente, resolvesse me foder, não me sobraria uma prega para contar a história.

Saí da sala ainda com mais raiva do que entrei. Descontar meus problemas em alguém teria me aliviado mais se esse alguém não fosse a Carla.

Carla

Senti uma pedra de gelo cair em meu estômago ao ver Anne saindo daquele jeito. As palavras de Mai voltaram à minha cabeça como se fosse hoje que ela me dissera aquelas coisas. “Eu te proíbo de ter qualquer relacionamento com alguém do trabalho. Isso inclui a oxigenada”.

– A Mai não tinha o direito de prejudicar a Anne assim. Ela vai se ver comigo.

Entrei na sala de Maitê sem bater. A morena se assustou e me lançou aquele olhar repreensivo que assustava a todos, mas nunca tivera efeito sobre mim.

– Onde está sua educação? Se você não tem isso, pelo menos tenha bom senso. Eu não dou liberdade para ninguém entrar na minha sala sem bater. É para isso que tenho uma secretária, para anunciar pessoas que desejam falar comigo.

– Ah é para isso que servem as suas secretárias? Achei que fossem para sua diversão sexual, desculpe-me, me lembrarei disso no futuro.

Acho que minha insolência tirou-a do sério ainda mais do que o fazia antes. Acredito que ela não esperasse que eu ainda tivesse coragem para agir assim com ela depois de termos terminado. E eu sabia que ninguém falava assim com Maitê e saía impune, pude ver isso no brilho afiado que passou por seus olhos enquanto ela me encarava com o cenho franzido de fúria.

– Em nome do que eu já senti por você, Carla, saia da minha sala agora ou você vai sair daqui direto para o olho da rua.

– Pode me demitir, eu não importo. Mas não se esqueça de justificar minha justa causa como “cansou de ser brinquedo sexual da chefe e arrumou uma namorada de verdade”. Ah, é. Você não pode, não é? Isso seria mais prejudicial para você do que para mim.

– Você está me ameaçando, menina?

– Você me ameaçou primeiro e cumpriu a ameaça. Por que você vetou a Anne?

– Em primeiro lugar isso deveria ser assunto confidencial. Acho que alguns dos nossos conselheiros andam com a boca um pouco aberta demais. – Arrependi-me na mesma hora de sempre agir sem pensar. Acabara de colocar Diego na mesma fria que Anne e eu. – Mas não se preocupe. Eu não sou uma pessoa injusta. Eles são bons profissionais e não correm riscos. Já a sua namoradinha, eu vetei porque não acho que ela seja a melhor escolha para o cargo. Não foi por nenhum outro motivo pessoal que você possa estar imaginando.

– Mentira. A Anne é uma ótima profissional. É a melhor pessoa para assumir o cargo.

– Não se altere. Fale baixo, por favor. Você está olhando tudo sem a menor imparcialidade, mas eu digo que estou certa das qualidades dela. E sei que esse cargo é muito pouco. Ela precisa de mais. Quero Anne no conselho.

– O que? Está falando sério?

– Claro. Esse cargo é tudo que ela poderia sonhar. Depois do conselho, só a Procuradoria. Mas essa já é minha. – Ela sorriu com a superioridade e autoridade de sempre. Aquele sorriso que faz você vacilar involuntariamente. – Então se quiser pode dar a notícia para sua namoradinha. Ela vai ser conselheira. Conselheira Regional do Amapá.

Meu queixo caiu. Eu não podia acreditar que Mai jogasse tão baixo. Ela ia mandar Anne para o outro lado do país.

– E se ela não quiser ir?

– Ela não tem escolha. Se for diretamente indicada para um cargo de confiança e recusar, ela ficaria marcada para o resto da vida. Manteria o emprego, mas nunca mais conseguiria mobilidade. Se ela fica, sua carreira acaba e ela ainda teria que lidar com minha autoridade aqui – ela sorriu maliciosamente. Aquele mesmo sorriso de superioridade que uma vez já me encantara. – No entanto você pode facilitar todo este processo, Carla. Ela poderia ficar e eu não a vetaria na próxima votação. Gostaria de resolver todos os problemas da sua Barbie?

– Você sabe muito bem qual é a resposta. O que eu preciso que fazer?

Mai deu uma risada fria e arrogante ao se levantar e me encarar com a mesma pose altiva e nobre que sempre teve. Era impossível não intimidar-se com o poder que exalava dela. Lutei contra o impulso de me encolher um pouco quando ela se aproximou.

– Você é uma mulher que vai direto ao ponto. Sempre admirei isso em você, Carla. Seu único erro na vida foi me desafiar. O que você tem que fazer é simples. Afasta-se da Anne. Ela vai ter tudo a que tem direito aqui. Desde que não tenha você.

Senti o ódio ferver em meu peito, até avancei alguns passos pensando em dar na cara dela, mas recuei e engoli minha raiva que desceu queimando minha garganta. Eu sabia que isso só pioraria as coisas. Virei-me e saí da sala sem responder nada. Já estava alcançando a porta quando parei ao ouvir a voz dela.

– A escolha é sua, Carla, não se esqueça. Boa tarde.

Não me virei para olhá-la, pois ouvir essas palavras me irritou ainda mais. Bati a porta e me afastei dela o mais rápido possível.

Diego

Já se passara vários dias desde que eu quebrara meu celular e eu ainda não havia descoberto quem comprara o novo que estava em minha mesa quando quebrei o antigo. Tinha certeza que era coisa de Anne, mas ela negara. Perguntei para minha secretária, mas ela disse que não fora ela e não sabia tampouco quem fora. Acabei desistindo de procurar o responsável. Até hoje. A bateria do celular tinha acabado e quando o liguei percebi pela primeira vez uma saudação de entrada.

“Sinto muito por ter quebrado o seu antigo”.

O sorriso veio muito fácil quando percebi quem havia comprado o celular. Fechei a porta e corri até a sala de Guilherme. Quando ele abriu a porta percebi que seus olhos iluminaram-se, porém ele conteve o sorriso. Eu sabia que ele estava tentando controlar-se comigo para cumprir o que prometera sobre sermos bons amigos.

– Bom dia, Diego.

– Muito obrigado. – Eu abri o sorriso que Guilherme conteve e acabei dando risada ao perceber que ele estava completamente perdido sem entender do que eu falava, então resolvi ajudar. – Pelo celular que você comprou. Desculpe ter percebido só agora, mas foi a primeira vez que eu o desliguei. Eu não tinha visto a saudação quando liguei a primeira vez.

– Ah isso! Não foi nada. A culpa de ter quebrado o primeiro foi minha.

– Não foi sua. Já falamos sobre isso. Eu gostei muito do gesto.

– Não precisa me agradecer. É para isso que servem os amigos, não é?

Dei um breve sorriso com o canto da boca enquanto tomava uma decisão importante. Não sei dizer o que mudara exatamente, mas o medo que eu sentia antes parecia ter se esvaído como água através dos dedos.

– Sobre essa coisa de sermos amigos. Bem... será que podemos conversar sobre isso?

– Claro que sim, pode dizer.

– Aqui não. Gostaria de conversar com você sobre isso lá em casa, o que me diz? – Percebi a expressão de Guilherme mudar para surpresa, depois para compreensão e, finalmente, para um sorriso safado que fez calafrios percorrerem meu corpo.

– Por mim está tudo perfeito. Vamos agora?

– Te encontro no estacionamento e então vamos, tudo bem? – Eu preferia sair sozinho dali, ainda não estava preparado para encarar o olhar de todo mundo, nem as piadinhas que eu sabia que viriam.

Guilherme concordou com a cabeça e me esperou sair. Não precisei esperar muito tempo no estacionamento até vê-lo chegando com um sorriso de orelha a orelha.


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Notas finais do capítulo

E a Maitê começou a destilar um pouquinho do seu veneno XD O que acharam?
Diego finalmente saiu de Nárnia o/ eu ouvi fogos? HAHAHAHAHAHA
E a leitora Vitória Marques disse que gostaria de saber mais sobre a vida do Diego e do Guilherme também. Eu confesso que nunca escrevi muito yaoi e os dois eram personagens de apoio mesmo na fic, mas digam nos coments se gostariam de saber mais sobre eles. Se muita gente quiser eu escreverei um cap extra para contar a história dos dois XD

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