BitterSweetheart escrita por Marcella Chase


Capítulo 11
Capítulo 11 – Erros e decepções


Notas iniciais do capítulo

Conforme prometido, capítulo hoje mesmo sendo domingo. Tive que vir postar porque tem gente que só gosta de mim porque posto todo dia, né? ;p hahahahahaha Espero que gostem do capítulo e que continuem gostando da Carla XD



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Carla

Voltei para o trabalho, mas não conseguia me concentrar em nada. Cada vez que meu olhar se desviava, aquela cena invadia minha cabeça de novo, aquela lágrima que escorreu pelo rosto de Anne. Foi uma tortura virar o rosto para um beijo dela. Mas poxa, eu estava realmente magoada com o que ela disse. Eu não olhava apenas para o meu próprio umbigo e Anne não tinha o direito de falar daquele jeito. Eu nem tinha feito nada para merecer isso. Tivemos um momento lindo, por um momento até acreditei que íamos nos beijar. Eu perguntei o que ela havia dito, só porque queria ouvi-la dizer o que eu achava que ela havia dito. Imaginei que ela tinha dito “eu amo você”. Que tolice! Acho que depois de tudo até entendi o que aconteceu. Ela deve ter ficado chateada porque achou que eu ia beijá-la.

– Todo esse escândalo só por isso? Era mais fácil dizer que não rolava, Anne.

– Está falando sozinha? – Gui entrou cheio de sorrisos e alegria. Meu dia hoje não comportava felicidade.

– Sim. É legal e faz bem para a pele.

– Ih! Ironia e agressividade? Você está com problemas com alguma mulher! – Como é que ele faz isso, alguém pode me explicar? – Está tudo bem? Quer conversar?

– Tudo bem. Eu só preciso sair daqui e relaxar, fumar e beber. Vamos comigo?

– Não deveria, mas como eu estou a fim de fazer isso também, It’s a deal. Para onde vamos?

– Para uma boate que seja open bar.

– Agora você falou minha língua. Tem uma balada ótima hoje na Pride!

– Perfeito. Daqui a duas horas lá na porta. E não se atrase.

Entramos na boate três horas depois. É claro que o Gui se atrasou, não é? Eu fui direto para o bar. Gui pegou uma caipirinha e eu um whisky duplo sem gelo.

– Cowboy? Está a fim de cair hoje, hein Sweetheart?

Pensei em Anne e vi novamente aquela lágrima escorrendo. Virei a bebida toda de uma vez.

– Cair não. Desmaiar.

– Vai com calma, Carla.

Daria na mesma se ele tivesse aconselhado a porta, porque a única coisa que eu não faria era ouvir. Virei outro whisky e pedi mais um com energético. Depois passei para duas tequilas. Gui já me olhava preocupado com aquela cara de “eu não devia ter trazido ela”. Algumas doses depois eu estava muito louca, muito louca mesmo e o insuportável do Guilherme ficava tentando me segurar e me fazer parar de beber, de dançar, só faltava querer que eu parasse de olhar as mulheres também.

– Gui, me deixa. Eu preciso disso.

– O que aconteceu, sua maluca? Porque está fazendo isso?

– Eu a fiz chorar, Gui. Ela chorou bem na minha frente. Eu ia beijá-la e ela surtou. Depois quando eu virei o rosto ela chorou. Ela me olhou com tanta tristeza. Eu a fiz sofrer...

– Do que você está falando? Quem chorou?

– Eu não quero falar sobre isso. Olhe quem está aqui. Aquela loira gostosa que trabalha na Procuradoria. Qual o nome dela?

– Quem Carla?

– A loira da informática que trabalha no andar inferior ao nosso.

– A Larissa? Ela está aqui?

– Ali. – Apontei. – É ela, não é?

Claro que eu nem esperei por uma resposta e fui direto até ela. Aproximei-me por trás de Larissa e a abracei. Dei um beijo no pescoço da loira e falei baixinho em seu ouvido.

– Eu estava pensando em encontrar alguém legal hoje, por isso saí, mas nem sonhei que teria tanta sorte. Você aqui é bem melhor do que eu esperava.

Larissa olhou para trás meio assustada, mas sorriu quando me reconheceu. Pareceu bem mais satisfeita do que eu esperava, o que me deixou bastante animada. – Quer dizer, então, que você me deseja?

– Então a bonequinha do Guilherme joga no nosso time? Como ninguém me contou antes? Eu sempre fui louca de tesão por você, mas não sabia se você curtia.

Eu ri alto. Primeiramente, como alguém pode não perceber que eu sou? E depois, adoro mulheres que vão direto ao ponto e se ela estava nesse clima de ser direta eu seria bastante também. Mordi a orelha dela.

– Louca de tesão por mim? E demorou tanto para me falar? Quanto tempo perdido. Precisamos resolver isso agora.

Passei a mão por sua barriga subi-a rápido, chupando seu pescoço e deixando-o todo marcado. Larissa segurou em meu cabelo e puxou meu rosto até colar nossas bocas. Nos beijamos com vontade, eu chupava sua língua com força e minhas mãos ágeis não hesitaram, logo eu estava apertando os seios dela, que soltou um gemido entre o beijo, me deixando muito excitada. Coloquei a gostosa contra a parede mais próxima e voltei a beijá-la, roçando meu corpo no dela. Larissa passou a perna pela minha cintura e pressionou nossos corpos, passou a unha de leve pela minha nuca. Mordi os lábios sentindo o corpo todo arrepiado. A bebida parecia subir toda de uma vez para minha cabeça, juntamente com o tesão, e eu já não via muito bem o que estava fazendo. Desci a boca pelo pescoço da garota e subi a blusa, tirando seu peito para fora, o chupei e mordi com vontade e quanto mais ela gemia mais eu passava a língua pelos seios dela. Aquilo já era demais para mim. Nunca fui do tipo que aguenta ficar só em uns amassos. Não estava disposta a começar agora. Desci a mão para dentro da calça dela e apertei com força, o que fez com que ela puxasse meu cabelo e gemesse muito alto no meu ouvido.

– Eu te achava gostosa, mas não sabia que era tanto.

– Você é que é uma delícia, Anne. Está me deixando louca. Geme mais pra mim, vai. – Eu já estava quase penetrando um dedo quando ela segurou minha mão.

– O que você falou?

– Que você é muito gostosa. Solta minha mão. Estou louca para comer você.

– Não. Do que você me chamou?

– Hã? Que foi?

– Você está louca para me comer o caralho, Carla. Você está louca para comer a Anne, isso sim.

– Como você sa... Quer dizer, do que você está falando?

Ela me empurrou e começou a fechar a calça e arrumar a blusa. Parecia muito irritada.

– Eu sei disso porque você acabou de me chamar de Anne, sua bêbada. Não sei o que está rolando, mas eu não sou step para você usar enquanto seu pneu está estragado. Sei que não temos absolutamente nada, mas mesmo assim, me chamar por outro nome é ridículo. Até mais, Carla.

Não pude fazer nada além de olhá-la sair. – Parabéns, Carla. Uma ótima hora ótima para trocar nomes. – Dei um soco na parede.

– Droga. Merda, merda, merda. Saia da minha cabeça, Anne. Deixe-me em paz.

Fui para o bar e comecei a beber mais ainda. Gui estava ficando com o terceiro da noite quando me viu no bar e resolveu finalizar a noite antes que ficasse realmente ruim. Pegou-me pelo braço e me arrastou para fora da boate. Eu até esperneei, mas mesmo sendo gay ele era homem e tinha mais força do que eu. Desgraçado, por isso odeio homens. E bêbada como eu estava seria mais fácil eu acertar minha própria cabeça na parede do que a mão nele. Ele me levou para a casa dele porque eu não consegui explicar onde morava. Exatamente, eu me perdi no caminho. Inferno de álcool, inferno de mulheres, inferno de vida. Ele tirou minha roupa e me deu um banho enquanto eu ria e dizia para ele não se aproveitar de mim. Porque bêbado tem sempre que ser tão chato? Nem eu mesma estava aguentando-me. Para a sorte de Guilherme eu comecei a vomitar, então parei de falar e ele foi me fazer um café forte que me obrigou a tomar com um remédio. Enquanto ele pegava uma roupa dele para eu dormir, levantei-me e decidi terminar o que tinha começado, não era assim que eu queria acabar essa noite e eu já estava bem melhor. Peguei o celular e disquei.

– Alô. Claudinha? E aí tudo bem?

– Carla? O que aconteceu? Tem muito tempo que não me liga e de repente essa ligação no meio da madrugada?

– Eu estou trabalhando demais por isso não liguei, mas não consigo tirar você da cabeça. E hoje eu estava fazendo esses projetos chatos com o Gui e percebi que só ia funcionar se eu te encontrasse. Vem me ver, morena?

– Você ainda está no Gui?

– Sim. Vem aqui?

– Chego aí em vinte minutos.

– Por isso que eu te amo, gata. Estou esperando.

– Que isso? – O Gui me olhava com uma cara tão feia que senti medo de que fosse me comer ali mesmo, no sentido literal da palavra.

– Você se importa se ela vier pra cá?

– Não. Mas porque ligou para ela? Não era por causa dela que você tava bebendo assim.

– Não. Mas eu preciso comer alguém hoje.

– E você a ama?

– Não.

– Então porque disse isso? Não engane ninguém, Carla. Pode se divertir, mas sem iludir a garota.

– Eu disse que a amava?

– Disse sim, Carla.

– Deve ter sido por reflexo, sei lá, modo de falar. Ou devo ter achado por um instante que estava falando com outra pessoa.

– Mas não era a Anne. Cuidado para não se machucar muito nessa história e, ainda pior, machucar outras pessoas, Sweetheart. Ou talvez faça mais jus a você se eu chamá-la de bittersweet heart. Às vezes as pessoas nos surpreendem de uma forma ruim.

Gui

Eu juro que tive vontade de rir, teria rido muito se a Claudinha não fosse minha amiga. A Carla é uma ótima pessoa e eu a amo muito, mas como é vadia. Ela consegue ser pior que eu. Nem mesmo eu desci tão baixo a ponto de falar de amor com alguém só para levá-lo para a cama. E pelo bem dela precisei me segurar e ser firme. Mesmo que tenha me doído dizer aquelas coisas à Carla. Se eu não dissesse, ela acabaria fazendo mal a muitas pessoas. Fui me deitar, mas não consegui dormir antes que o dia estivesse amanhecendo porque as duas gatas não pararam de miar a noite toda. E eu juro que nunca tinha ouvido alguém gemer tanto assim. Fiz uma anotação mental para não me esquecer de zoar a Carla porque ela deixou a pobre da Claudinha desidratada de gozar, eu tenho certeza disso.


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Notas finais do capítulo

It's a deal = Temos um acordo.
Bittersweet = agridoce.

Bom então é isso. Tentem não odiar a Carla, ela estava bêbada hahahahaha
E eu estava lendo a fic Quest (Fic fodástica da Calígula) e tava reparando que eu tenho meio que um toc, uma mania de procurar atores para escalar como "cast" de tudo que eu leio hahahaha Mais alguém aí tem essa mania? Já procuraram pessoas para os meus personagens? Se sim quem são? Fiquei curiosíssima e quero saber porque, apesar do meu toc, meus próprios personagens não são inspirados em ninguém, eu só os imagino. (Com exceção da Carla, que é a minha melhor amiga XD)