Stubborn Fools escrita por AnnaWilliams, Larissa Aguiar


Capítulo 6
Capítulo 6 - Guerra de comida não é só para crianças


Notas iniciais do capítulo

Desta vez eu lembrei de revisar o capítulo um dia antes de postar, ha! Aproveitem a leitura!



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______Luke Daggehorn

Quando abri a porta do apartamento o delicioso cheiro de lasanha instigou meu olfato. Isso significava que o conselho do Fred havia dado certo. Nada como presentes inesperados para fazerem as mulheres mudarem de atitude.

Joguei minha pasta em cima do sofá e liguei a TV em um canal de esporte qualquer. Em seguida, caminhei até a cozinha a procura de Sophie, mas ela não estava lá. Dei uma olhada no forno do fogão, uma linda e deliciosa lasanha estava sendo assada. Sorri vitorioso e sedento. Finalmente mataria minha vontade de comer lasanha de carne moída.

Fui até meu quarto, me deparei com inúmeras caixas de papelão a serem esvaziadas. Suspirei, pensando no trabalho que aquilo daria. Abri o guarda roupa, peguei uma toalha branca e caminhei em direção ao banheiro. Assim que cheguei ao mesmo, fechei a porta e comecei a retirar minhas roupas. Quando estava só de calças, abri a cortina de plástico que tampava a banheira minúscula, e me deparei com Sophie Buckhard dentro da mesma, com dois fones de ouvido, cuidadosamente postos para não serem molhados, balançando a cabeça de um lado para o outro, como se eu nem estivesse ali. Seu corpo completamente nu, exceto pela espuma que estava por toda a banheira. Não preciso nem comentar que meus olhos brilharam de alegria, não é?

Oh-oh. Dê o fora daí antes que ela lhe veja Luke. minha consciência me alertou. E eu estava prestes a fazer seguir o conselho dela, quando Sophie virou a cabeça em minha direção. Meus olhos se arregalaram. Os dela também. Meu rosto perdeu a cor. O dela adquiriu o tom vermelho (eu não sabia se era de raiva ou de vergonha). Ela olhou para meu corpo, seu rosto ficou ainda mais vermelho.

– Luke. Daggehorn. - ela rosnava, pontuando com raiva cada parte do meu nome.

– Saindo. - eu disse em um ato de desespero.

Peguei as minhas roupas no chão, a toalha e sai calmamente do banheiro, sendo fuzilado, a cada passo, pelos olhos de Sophie. Fechei a porta e suspirei aliviado por estar vivo. Vesti minhas roupas de maneira rápida e estava indo assistir TV quando:

– LUKE DAGGEHORN, SEU TARADO, PERVERTIDO.

Vivo, ao menos por enquanto. De uma maneira incrivelmente rápida, a porta do banheiro se irrompeu, revelando uma Sophie, vestida com uma blusa branca e um short jeans curto. Em suas mãos, uma escova de limpar vaso. A primeira coisa que eu pensei foi: Não dizem que as mulheres demoram a se vestirem? É eu sei nada haver com o contexto eu-estou-prestes-a-morrer.

– Você infringiu a regra número oito, Luke. ela disse enquanto batia o cabo da escova de limpar o vaso sanitário na palma da mão.

– Mas... Não são só sete regras?- perguntei de forma cautelosa, enquanto olhava para a porta do meu quarto e calculava se iria dar tempo de entrar nele e trancar a porta sem ser espancado pela Sophie.

– Nova regra: Você está proibido de entrar no banheiro enquanto eu estiver tomando banho...

– Foi um acidente!- gritei em minha legitima defesa, interrompendo-a.

– Usando o argumento "foi um acidente", ou então "eu não sabia". - ela continuou, ignorando totalmente o que eu havia dito.

– Ótimo. Agora que você explicou, tudo ficou mais claro para mim. Podemos esquecer essa história e continuar nossas vidas normalmente, não é? - eu tentava evitar minha morte, em vão, pode-se dizer.

Sophie continuou me fuzilando com o olhar, enquanto batia o cabo da escova na palma da mão de maneira ameaçadora.

– Não é, Sophie?- insisti.

Ela balançou a cabeça de forma negativa lentamente. Foi quando eu soube que deveria correr. E foi o que fiz. Sai correndo em direção a meu quarto, tentei fechar a porta, mas não dava tempo, Sophie estava bem atrás de mim, com a escova erguida, pronta para me acertar. Subi em cima da cama. Ela também. Ficamos em um impasse. Encarando-nos.

– Você está sentindo esse cheiro?- ela perguntou e então um cheiro de queimado atingiu meu olfato de forma brusca.

– Aham. - respondi. - Parece queimado...

Entreolhamo-nos.

– Lasanha. - gritamos juntos e saímos correndo em direção a cozinha.

Quando chegamos lá, o cheiro era ainda mais forte. Abri o forno, uma fumaça veio em direção a meu rosto e eu comecei a tossir. Sophie pôs as luvas de cozinha e tirou o tabuleiro, o jogando em cima da pia em seguida. Quando a fumaça abaixou, vimos o nosso jantar queimado.

– Culpa sua. - Sophie gritou irritada, enquanto apontava o dedo indicador para mim.

– A culpa é minha agora? - perguntei irritado.

– Toda sua.

– Não sei nem por que estou surpreso. - eu estava gritando, centímetros de distância do rosto de Sophie. - A culpa é sempre minha, não é, Sophie?

– Claro, se você não fosse tão tarado a lasanha não teria queimado, você não teria apanhado na loja erótica e eu nunca teria feito o que fiz na faculdade. - ela gritou de volta, apontando o dedo na minha cara.

– Foi um acidente!- Será que ninguém conseguia entender que eu era inocente? Ninguém?

– Tudo foi um acidente, Luke? Certeza?

– Não. - neguei com a cabeça. - Desculpe meu equivoco. A CULPA DE TUDO É SUA! Primeiro: se fosse não quisesse aquelas malditas roupas, eu nunca teria entrado naquela maldita loja. Segundo: se você tivesse só um pouquinho de senso, esperaria a lasanha acabar de assar para depois tomar banho. Terceiro: o que aconteceu na faculdade, você sabe muito bem que foi culpa sua.

Sophie riu com escárnio, o que me assustou de verdade, ela ficava muito assustadora rindo daquela maneira.

– Luke. - ela chamou séria.- Não venha jogando a culpa para cima de mim. Eu não admito.

– Ah, Sophie. Vai se fingir de... - antes que eu pudesse terminar a frase, um pedaço de lasanha queimada atingiu minha cara. Ainda estava quente, mas não de um jeito insuportável. Olhei para frente e, ao lado do tabuleiro, com as mãos cheias de lasanha, estava Sophie, sorrindo como uma psicopata.

– Vou me fingir de...? - ela perguntou entre risos, enquanto jogava outro pedaço de lasanha em mim- Espero que a janta esteja boa, Luke. - Sophie disse em tom de deboche.

– Está tão boa que... - me aproximei do tabuleiro e peguei um pedaço. -Você deveria experimentar também. - dizendo isso esfreguei o pedaço na cabeça dela.

– Você não fez isso. - Sophie gritou, pegando outro pedaço do tabuleiro e jogando em mim, só que dessa vez eu desviei. Quando estava para contar vitória, outro pedaço me acertou. Olhei indignado para Sophie, que ria sem parar. Enchi minhas mãos de lasanha, jogando nela em seguida, que por sua vez, desviou com facilidade. Olhei frustrado para ela, e peguei mais lasanha, atirando rapidamente nela e, desta vez, acertou.

Ficamos arremessando lasanha queimada um no outro, até ela ser extinta do tabuleiro. Quando finalmente acabou, sentei no chão, em cima dos pedaços de carne moída e outros recheios, rindo como um idiota. A verdade, é que eu estava me sentindo uma criança idiota. Com muito custo, consegui parar de rir e olhei para o lado, me deparando com Sophie, também sentada no chão, em cima daquela bagunça, com o cabelo cheio de lasanha e a roupa toda engordurada.

– Você está muito sexy, Sophie. - disse ironicamente.

– Você também, Daggehorn. Acho que deveria sempre colocar carne moída no teu cabelo, te deixa mais másculo. - ela comentou rindo e, não resistindo, ri junto com ela.

– Estamos parecendo duas criancinhas felizes. - disse, enquanto tentava tirar a carne do cabelo.

– Não. Você está parecendo a criança feliz. - ela rebateu, pegando um pouco de lasanha queimada do chão e esfregando no meu cabelo.

– Estou vendo que você não é criança. - revirei os olhos e tirei, novamente, a lasanha queimada do meu cabelo. Ou ao menos tentei.

– Madura ou não. - Sophie se levantou de um jato. - O banheiro é meu!

– Não mesmo, Sophie. Eu ainda não tomei banho.

Levantei na esperança de chegar primeiro ao banheiro, mas quando finalmente a alcancei, ela já estava dentro do mesmo com a porta fechada e trancada.

Olhei para TV na sala, estava passando uma reportagem qualquer sobre um ex-jogador de rugby. Revirei os olhos, fui até a sala e me sentei no sofá. Tentei prestar atenção no que diziam. Mas em vão. Automaticamente minha mente vagava para a guerra de lasanha há poucos minutos, e eu tentava me lembrar quanto tempo fazia que não me divertia com uma mulher sem levá-la para cama. Sophie Buckhard, acho que você é a única que consegue esses feitos milagrosos.

A porta do banheiro se abriu e Sophie saiu envolta em uma toalha branca, caminhou diretamente para seu quarto, batendo a porta com força.

Peguei minha toalha, que estava jogada em frente ao banheiro, entrei no mesmo, me despi e comecei a tomar banho.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que esse capítulo não foi tão bom quanto o capítulo da surra, ou o seguinte ao da surra (que é o meu preferido) MAS TEM MUITO MAIS POR VIR. Eu queria pedir é pra vocês deixarem um review, nem que seja só "espero pelo proximo capitulo" ou "bom!", sugestões, críticas etc. Até semana que vem.