Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 11
I don’t know about you, but I’m feeling 22


Notas iniciais do capítulo

OLÁ MEU KIRIDOSSSSSSSSSSSSSS
Mozões, que saudades!!!!!!!! Sintam-se abraçados e apertados e beijados (na bochecha) (ou em outros lugares tbm rsssssss) (brinks)!
Bom, vamos lá: Demorei, mas vocês já estão acostumados. É só que eu não tinha a menor ideia do que escrever para esse capítulo! De verdade! Esse é um momento da fic em que as coisas estão bem até demais, então eu só tô deixando a coisa fluir. Mas às vezes minha criatividade não acompanha essa "fluência" e aí acaba demorando para sair alguma coisa. Dessa vez nem tenho como dar a desculpa de escola, porque estou de férias faz um tempinho. Esse foi só um capítulo difícil de sair mesmo.
Apesar de difícil, eu me amarrei no resultado final e espero que vocês gostem também (aliás, eu ri horrores escrevendo, principalmente a parte do final). A música do título é 22, da Taylor Swift e tem mais a ver com as primeiras duas partes do capítulo. A do capítulo é Blame it, do Jamie Foxx com o T-Pain e ela se aplica mais à última parte do capítulo (com a Katniss). Aliás, essa música é muito boa e dá mó vibe, então se você quiser ficar bêbado sem beber eu te aconselho a escutá-la, porque ela é tipo uma vodca auditiva direto no seu sistema. Pelo menos eu acho IOSUDFIAOUDFIOSDUFISOUF
Vejo vcs nas finais!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/450325/chapter/11

“Blame it on the Goose*

Got you feeling loose

Blame it on Patron*

Got you in the zone

Blame it on the a-a-a-a-a-alcohol

Oh, she say she usually don't

But I know that she front

Cause shawty know what she wants, but she don't wanna seem like she's easy

I hear you saying what ya won't do

But you know we probably gon do

*Nomes de drinks

– A Annie comentou alguma coisa com você sobre o aniversário dela? – Johanna perguntou à Katniss enquanto as duas amigas estavam sentadas no sofá do apartamento onde Katniss morava com sua família.

– Não. – Katniss respondeu enquanto lixava as unhas. – Por quê?

– Sei lá. É que falta só uma semana e ela não disse nada, achei estranho.

– Ela não deve estar planejando nada. – Katniss disse. – Se estivesse, já teria falado alguma coisa para nós.

– Como assim não está planejando nada? – Johanna perguntou, levemente incrédula. – Em todos esses anos que eu conheço a Annie ela nunca deixou de comemorar nenhum aniversário! – Ela exclamou, indignada.

– Não deve estar animada esse ano. – Katniss deu de ombros.

– Ah, cara, que mancada. – Johanna lamentou. – Eu queria ir à uma festa e estava contando com uma da Annie. Agora vou ter que arrumar outra festa para ficar bêbada.

– Você é meio alcóolatra. – Katniss observou. – Mas você acabou de levantar um ponto importante. Faz um milênio que eu não saio para me divertir.

As duas entraram, então, em um estado pré-insight. Aquele momento em que a ideia está rondando o ambiente e fazendo cócegas na sua orelha a poucos segundo de entrar em sua cabeça e começar a tomar forma de algo real em seu cérebro. E como os dois cérebros presentes naquela sala compartilhavam um forte laço de amizade, eles tinham tendências a pensar de maneiras parecidas. Então não é de se surpreender que as duas tenham tido a mesma ideia, no mesmo momento.

Johanna e Katniss se olharam e as duas tinham a mesma expressão no rosto. Olhos levemente arregalados pelo impacto da ideia, bocas escancaradas em sorriso bobo. Era isso. Meu Deus, como elas nunca haviam pensado nisso?

– Você está pensando a mesma coisa que eu? – Johanna perguntou.

– Festa surpresa? – Katniss perguntou, cautelosa, como se só de mencioná-la a ideia pudesse ser sugada de suas mentes e elas nunca mais se lembrarem de ter pensado nisso.

Johanna soltou um gritinho excitado.

– Festa surpresa!!!! – Ela repetiu, animada.

As duas começaram a se debater e rir no sofá por alguns segundos, até que Katniss impôs ordem no recinto.

– Tá, tudo bem. A ideia nós já temos. O que mais a gente precisa?

– Lugar. Bebida. Comida. Convidados. Música. – Johanna listou.

– Hm. Não vamos convidar muita gente, não é? – Katniss perguntou. – Deveria ser uma coisa mais nossa.

– Concordo. – Johanna disse. – Eu; você; Annie, claro; Finnick... – Johanna se interrompeu, algumas ideias erradas passando por sua cabeça.

– Está pensando nos meninos? Peeta, Gale? – Katniss perguntou.

– Levando o Finnick, vamos ter de levá-los. – Johanna observou. – E o Finnick é namorado da Annie. Não tem como não leva-los.

– Como se fosse ser um sacrifício enorme para você ter o Gale lá para você ficar admirando a festa toda, não é?

Johanna sorriu contra a vontade.

– Olha o sorrisinho! – Katniss gritou, rindo. – Olha o sorrisinho dela! Ai, Johanna, claro que vamos chamar o Peeta e o Gale.

– E você também está doida para ver o Peeta de novo! Nem vem! – Johanna acusou. – Ótimo. Quem mais?

As duas passaram as próximas duas horas discutindo a lista de convidados, tentando não passar muito de quinze pessoas, mas não conseguiram chegar à nenhuma conclusão muito satisfatória. Nesse momento, perceberam que elas não tinham muitos conhecidos e chegaram à conclusão que sempre foram muito unidas e fechadas dentro da amizade que tinham umas com as outras, não dando à outros chance de se aproximar do grupo.

– Será que achavam a gente metida na época da escola? – Katniss perguntou, depois de ter refletido sobre a questão.

– Sei lá. Eu lembro que achavam a Annie vadia. – Johanna comentou.

– Era tudo inveja. – Katniss rebateu.

– Eu sei. Mas não vamos esquecer daquela vez que a Annie estava saindo com dois caras ao mesmo tempo, um lá do prédio dela e aquele outro metidinho do colégio que eu esqueci o nome. – Johanna mencionou.

– Beetee. – Katniss lembrou. – Mas isso não faz dela uma vadia! – Katniss fez uma pausa. – Tá, faz, sim. – As duas riram. – Mas ela é nossa amiga!

– E nossa vadia preferida. – Johanna disse, rindo. – Ei, tive uma ideia! – Disse Johanna, pegando o celular. – Merda. Não tenho o número do Finnick.

– Pra que você quer o número do Finnick? – Katniss estranhou.

– Para ele dar umas ideias de convidados, né? Além do mais, ele é namorado dela agora, a gente tem que incluí-lo nos esquemas. – Johanna respondeu, como se fosse óbvio.

– Eu tenho o celular do Peeta. – Katniss disse, tentando soar indiferente. Mas como Johanna a conhecia de outros carnavais, ela sabia exatamente que a amiga tinha dito isso como uma confissão difícil e dolorosa.

Johanna a encarou com uma sobrancelha erguida, na melhor expressão presunçosa que conseguiu compor.

– Tenho sim, e aí? – Katniss perguntou.

– Eu não disse nada. – Johanna respondeu, sorrindo diabolicamente. – Não precisa falar assim. Liga aí pro seu namoradinho, ops, Peeta – Ela não resistiu. – e pergunta o número do Finnick.

Katniss revirou os olhos, mas pegou o celular e chamou o número de Peeta.

– Peeta? – Ela disse, depois de alguns segundos. – Oi, tudo bom? Tudo sim. Aham. Aham – Acompanhado de uma risadinha nervosa. – Sim, eu também. Quero te ver também.

– “Quero te ver também.” – Johanna repetiu, sussurrando em uma voz esganiçada. Katniss lançou-lhe um olhar fulminante.

– Vem cá, você tem o celular do Finnick, não tem? – Pausa. – É porque eu e a Johanna estávamos planejando fazer uma festa surpresa pro aniversário Annie e eu queria falar com ele. Aham. – Pausa. Katniss colocou o celular no viva voz e pôs-se a digitar o número nele. A voz grossa de Peeta se fez ouvir no cômodo inteiro. Depois de salvar o número em sua agenda, ela voltou para o modo normal. – Claro que vai. – Risadinha nervosa novamente. – Claro que você vai ser convidado. Se não eu nem teria te ligado. Aham. O aniversário dela é semana que vem. Tá. Vai, sim. Beijo, obrigada. Beijo. – Ela desligou, olhando para o celular e sorrindo como uma pateta.

Ela ligou para Finnick antes que Johanna pudesse gozar de sua cara por conta da conversa com Peeta. Dessa vez, colocou logo no viva voz para que a amiga pudesse acompanhar a conversa.

A duas passaram uma longa meia hora no telefone com Finnick, explicando-o o esquema de organização da festa, desde a extensão da lista de convidados até o local. Os três combinaram de comprar as bebidas no fim de semana e Finnick ficou de dizer para as meninas quem mais ele gostaria que estivesse presente. Tudo devidamente combinado, como uma grande família feliz.

Annie ainda não sabia, mas esse seu aniversário de 22 anos ia ficar para sempre em sua memória.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

– Johanna, você é ridícula. – Disse Annie, enquanto a amiga cobria seus olhos com uma venda antes de saírem de seu apartamento. – Se você acha que eu não sei que vocês planejaram uma surpresa para mim, você está redondamente enganada. Não precisa dessa venda.

– Ridícula é você. Você pode até saber que nós fizemos uma festa, mas você não faz ideia de onde é, nem de quem vai estar lá nem do quão grande vai ser. Por isso a venda. Há, há. – Johanna forçou uma risada para mostrar que seus argumentos eram mais fortes que o da amiga.

– Você podia pelo menos me dizer onde é, não podia? – Annie reclamou. – Eu nem sei que roupa deveria colocar.

– Você está ótima. – Johanna respondeu, pegando a amiga pela mão e guiando-a para a saída do apartamento. – E não reclama muito, não, porque eu posso muito bem mudar de ideia e ao invés de te levar para a sua festa eu te largo vendada no meio do mato.

As duas riram e Johanna levou a amiga cega calmamente até a portaria do prédio.

– Por aqui. Isso, cuidado com o degrau. Isso. Pronto. Agora nós vamos entrar em um carro, está bem. Isso. Abaixa um pouco. – Johanna orientava. – Pronto. Pronto. – Annie ouviu um som de porta de carro batendo à sua direita e, alguns segundos depois, o mesmo som à sua direita. Ela sentiu o estofado balançar a medida que a amiga sentava ao seu lado.

– Feliz aniversário, amor. – Ela ouviu a voz penetrante e rouca de Finnick se dirigir a ela.

– Amor? – Ela perguntou, confusa. – Finnick? Você também está metido nisso? Não acredito! – Annie estrilou, completamente descrente. – Como assim vocês armam pelas minhas costas agora?

– Vamos pra festa, Finnick. – Johanna ordenou e Annie sentiu o carro se mexer.

A cabeça de Annie trabalhava a todo vapor para tentar descobrir onde exatamente estavam levando-a. Ela pensou em trapacear e retirar a vendo do rosto, tamanho era o desespero causado por não saber onde estava nem para onde estava sendo levada, mas sabia que as amigas iam mata-la se o fizesse. Então ela decidiu se concentrar em quantas curvas o caminho tinha, quanto tempo demorava para ser feito e se os carros em volta buzinavam muito ou pouco; aproveitando cada um desses detalhezinhos como pista para poder decifrar o mistério que seus amigos haviam lhe criado.

Depois de torturantes quinze minutos de viajem, Annie sentiu o carro parar. Ouviu as portas se abrirem, mas permaneceu imóvel até a porta a seu lado ser aberta e uma mão aparecer para resgatá-la. Desceu cuidadosamente do carro e se pôs de pé, sentindo o braço de Finnick envolver seus ombros e um delicado beijo ser depositado em seus lábios.

– Vem. – Ele disse e só por sua voz Annie já podia afirmar que ele estava sorrindo.

Ela andou desajeitadamente para frente. Era difícil manter o equilíbrio com os olhos fechados, Annie havia acabado de descobrir. Ela segurou nos ombros de Finnick para se firmar, porque os saltos também não ajudavam nem um pouco a evitar uma queda.

O barulho subitamente diminuiu, então Annie presumiu que eles haviam entrado em algum lugar. Poucos segundos depois, o barulho sumiu completamente. A única coisa que se fazia ouvir era um zumbido insistente e Annie sentiu que estava se movendo novamente.

– A gente está em um elevador? – Ela perguntou.

– Sem perguntas, Annie. – Johanna respondeu, o que para Annie equivaleu a um sim. – Eu ainda estou em tempo de te largar vendada no meio do mato, hein?

– Não se a gente estiver em um elevador. – Annie respondeu, fazendo a amiga bufar e Finnick rir.

Annie ouviu o que pareceu um barulho de portas se abrindo e Finnick a guiou para frente novamente. Ela imaginou que estavam caminhando para uma área mais aberta, porque um ventinho começou a soprar .

– Tá, vou tirar a venda. Está preparada? – Johanna perguntou e Annie conseguia sentir a amiga saltitando a seu lado.

– Tira logo! – Annie respondeu, quicando de ansiedade.

Annie sentiu uma corrente elétrica passar por seu corpo quando os dedos de Johanna desfizeram o nós que mantinham a venda cobrindo seus olhos. O tecido caiu, mas Annie só abriu os olhos de fato um segundinho depois e deu de cara com um cenário que quase a fez chorar: um grupo de mais ou menos quinze pessoas gritando “Surpresa!” para ela, em sincronia perfeita, saindo de trás de uma mesa onde um lindo bolo com glacê azul repousava.

Annie sorriu, maravilhada. Ela podia ser fria o quanto fosse, detestar manifestações públicas de carinho o quanto fosse, mas não teve como dizer que a cena não mexeu com seu coração.

– Surpresa, sua puta! – Johanna gritou, agarrando a amiga em um abraço apertado. – Feliz 22!

– Eu nunca tive uma festa surpresa na vida. – Annie comentou, ainda um tanto emocionada.

– Claro que não. Você sempre fazia uma festança tão grande nos seus aniversários que nem tinha como planejar nada. A gente estava só esperando o ano em que você ia deslizar e não fazer nada para te dar o bote.

– De quem foi essa ideia? – Ela perguntou.

– Minha, da Katniss e do Finnick. – Ela disse, embora não fosse exatamente verdade. Mas ela havia combinado com Finnick de dizer que a ideia também tinha sido dele para dar uma moral para o relacionamento dos dois.

É esse tipo de complô que acontece quando suas melhores amigas se dão bem com o seu namorado.

Annie olhou para o namorado e sorriu o sorriso mais bobo que ela já sorriu em toda a sua vida. Quem conheceu Annie antes de Finnick nunca ia imaginar que ela fosse sorrir desse jeito para alguém.

– Eu amo vocês. – Ela disse, mas na verdade estava olhando para Finnick logo antes de colar seus lábios nos dele como agradecimento pela surpresa fofinha.

Parabéns, Annie!

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

– Posso te servir uma bebida? – Katniss ouviu a voz de Peeta perguntar por trás de seu corpo.

Ela se virou e sorriu.

– Claro que pode.

A verdade é que Katniss já estava mais para lá do que para cá, o que dependendo do ponto de vista era bom, porque do jeito que ela era a única maneira de fazer as coisas com Peeta caminharem de alguma forma era na base da vodka. Muitas horas já haviam se passado desde o início da festa, e Katniss já havia perdida a conta de quantos copos ela havia colocado para dentro.

Peeta lhe entregou um copo do clássico Big Apple misturada com refrigerante de limão. Katniss levou o copo à boca e botou um pouco do drink – se é que essa mistura pode ser chamada assim. - para dentro.

– Podem dizer o que quiser, mas Sprite com Big Apple sempre vai ser um mito para mim. – Katniss comentou. – Isso não te lembra os tempos de adolescência em que a gente tinha que beber escondido dos pais?

– Totalmente. Já dei muito pt por causa de Sprite com Big Apple. – Peeta comentou, bebendo a mesma mistura em seu copo.

– Aqueles bons tempos em que eu só bebia se fosse dormir na casa de alguma amiga para meus pais não me verem bêbada. – Katniss soltou uma gargalhada. – E ficava morrendo de medo de voltar para casa com cheiro de bebida. – Ela bebeu novamente de seu copo. – Meus pais eram muito chatos com isso, sabe? Eles não aceitavam que eu bebesse até eu fazer 18 anos redondos. Tipo, 17 anos e 364 dias não podia, mas à meia noite dos meus 18 já podia. Ridículo. Como se eu fosse amadurecer horrores dos 17 para os 18.

Katniss definitivamente não estava em seu normal, porque em circunstâncias do cotidiano ela jamais falaria tanto assim. Mas a verdade é que nada tinha saído exatamente como ela, Johanna e Finnick planejaram para a festa. Eles tinham decidido por uma pequena comemoração para Annie, mas naquele exato instante ela já havia perdido a conta de quantas pessoas se apertavam e dançavam na pista de dança improvisada na varanda do luxuoso salão de festas de seu prédio em Ipanema. O DJ que ela havia contratado estava tocando eletrônica há pelo menos duas horas e isso já estava lhe dando nos nervos, mas os convidados (e os penetras) pareciam estar gostando, então ela decidiu se ocupar só em beber enquanto o resto das pessoas se contorciam na pista, movimentando-se segundo a batida insistente da música.

– Acho que meu primeiro porre foi aos 15 anos. – Peeta riu. – Mas eu sempre comia uns chocolates para dar uma melhorada para voltar para casa. Só comecei a chegar em casa bêbado mesmo aos 17, mas aí minha mãe nem ligava mais.

Katniss gargalhou.

– Nossa, uma vez, eu tinha uns 17 anos e bebi demais numa festinha dessas aí da vida. Eu ia dormir na Annie, mas eu estava morrendo de medo da Mags me ver naquele estado e contar para a minha mãe. A gente pegou um táxi para voltar para casa de madrugada, mas eu tive uma crise e quando a gente estava na porta do prédio dela saí correndo e comecei a gritar: “Eles não vão me pegar! Ninguém vai me pegar!”. – Ela gargalhou e Peeta acompanhou sua risada. – E saí correndo mesmo pela rua, mas eu acabei tropeçando. Quase fui atropelada por um entregador de farmácia que estava em uma bicicleta e aí a Annie finalmente me alcançou. Daí ela levou meia hora para me convencer a levantar do asfalto e ir para casa com ela. – Katniss riu ao se lembrar do episódio. – Enfim, está gostando da festa? – Provavelmente, se estivesse completamente sóbria, não teria mudado de assunto assim tão abruptamente.

–Muito. – Ele respondeu. – Quando o Finnick me chamou, não imaginei que fosse ser algo tão grande assim. As festas surpresas que eu fui foram só um bolo e meia dúzia de brigadeiros. – Ele riu, olhando para a boate improvisada à sua frente. – Você sabe dar uma festa. – E tem dinheiro para isso, ele pensou. Katniss havia bancado toda a bebida, o DJ, a decoração e a comida. Finnick se oferecera para ajudá-la, mas ela fez questão. E ela morava em um daqueles condomínios de novela do Manoel Carlos de frente para a praia de Ipanema. Ele mal podia imaginar como era seu apartamento. Ele não se surpreenderia em nada se ela lhe dissesse que morava na cobertura.

– Ah, isso aqui não é nada demais. – Ela desdenhou. – Eu estava a fim de fazer uma festa grande mesmo, sabe? Uma social até de manhã, chamar uns desconhecidos. Mas não sei se vai rolar, porque é capaz de expulsarem meus pais do prédio.

– Ah, você mora com seus pais? – Peeta perguntou, levemente decepcionado.

– Infelizmente, ainda. – Ela respondeu. – Mas, se tudo der certo, assim que eu terminar a faculdade eu vou. Eles me ofereceram um apartamento aqui perto, disseram que bancavam o aluguel. Mas eu não quis. Disse que ia ser a mesma coisa que morar com eles se eles fossem pagar tudo para mim. Eu quero conquistar minha casa, sabe? Quando for morar sozinha, quero poder dizer que construí aquilo com o meu trabalho. – Ela discursou. – Fora que sempre que eu fizesse alguma besteira eles iam jogar na minha cara que me bancam. – Katniss terminou o drink em sua mão. – Nossa, eu devia ter contratado um barman. – Ela comentou, mudando de assunto repentinamente de novo. – Sprite com Big Apple é ótimo, mas ter uns drinks bonitinhos aqui ia ser bem melhor. – Ela olhou para o copo e deu de ombros. – Bom, vou pegar mais um. Quer? – Ela perguntou para Peeta.

– Com certeza. – Ele respondeu, sorrindo.

Katniss rumou até o isopor com as bebidas e começou a rebolar no ritmo da música enquanto andava, dando a Peeta uma excelente visão de sua bunda, mesmo que sem querer. Chegando ao isopor, ela encheu seu copo e o de Peeta até a metade com Big Apple e abriu o isopor para resgatar o refrigerante de limão. Terminou de encher um dos copos e o entregou para Peeta, sorrindo. Encarou seu copo cheio pela metade e pendeu a cabeça para o lado, pensativa, como se estivesse prestes a tomar uma decisão complicada. Então, em um movimento rápido, ela virou de uma só vez a bebida pura na boca, fechando os olhos e fazendo uma careta logo em seguida. Em seguida, sem dizer uma única palavra, ela calmamente preparou um copo da bebida misturada sob o olhar confuso de Peeta.

– Vamos dançar? – Ela perguntou, sorrindo docemente para ele.

– Agora. – Peeta respondeu.

Bom, ele tinha acabado de conhecer a Katniss bêbada. Dizem que você não conhece ninguém de verdade até vê-lo sob influência do álcool. Será que Peeta ia continuar tão a fim dela se conhecesse seu lado sem modos, espalhafatoso e embriagado?

– Uhul! – Ela soltou um gritinho animado, colocando seu copo para o alto, sinal claro de seu estado alcoólico.

Johanna observava tudo de longe ao lado de Finnick e Annie.

– Gente, a Katniss está bêbada. – Johanna disse, ignorando o casal se beijando ao seu lado e olhando incrédula para a amiga rebolando com Peeta no meio da pista.

Annie parou imediatamente de beijar Finnick e começou a varrer a pista com os olhos a procura da amiga.

– Cadê? Cadê? – Ela perguntou. – Meu Deus do céu, me diz que ela não é aquele ser humano se esfregando em outro ser humano ali do lado da pilastra. – Annie pediu, horrorizada.

– Pior que é. – Johanna respondeu, a boca escancarada em surpresa. – E eu não queria comentar nada não, mas o outro ser humano em quem ela está se esfregando é o Peeta.

– O Peeta?! – Annie e Finnick praticamente gritaram ao mesmo tempo.

Johanna apenas assentiu, chocada demais para falar alguma coisa.

– Finnick, você tem alguma coisa a ver com isso? – Annie perguntou, desconfiada.

– Não! – Ele disse, indignado. – Quer dizer, eu sabia que o Peeta estava afim da Katniss, mas só.

– Isso é notícia velha. Você é a única que não sabia que eles estão flertando, Annie. – Johanna desdenhou, provando a teoria de que, por mais que você nem imagine, seus amigos falam de você nas suas costas.

– Como assim eles estavam flertando? A Katniss não me disse nada! Desde quando? – Annie perguntava, ainda chocada demais com sua falta de informação a respeito da vida da amiga.

– Sei lá desde quando. Acho que desde o dia que eles se encontraram no ônibus pela primeira vez. – Johanna deu de ombros. – Ou você não percebeu o clima quando eles se encontraram no open bar aquele dia?

Annie ficou muda. Sim, ela tinha percebido. Mas não tinha se dado ao trabalho de comentar nada com a amiga. Ela tentou se convencer de que não tinha dito nada porque sabia que Katniss era tímida e sempre tentava não contar vantagem com suas raras conquistas, mas a verdade é que exatamente por isso ela deveria ter demonstrado mais interesse. Katniss deve ter quicado de ansiedade para contar para alguém que tinha um pretendente no horizonte, mas ela nunca chegaria para amiga e contaria tudo por medo de parecer prepotente ou vaidosa.

Essa era Katniss.

Falando nela, de volta à pista de dança temos um casal dançando com o corpo colado à meia luz do globo giratório no alto da varanda que fazia as vezes de pista de dança. A música ressoava na cabeça de Katniss assim como o álcool. Não é que ela não estivesse absolutamente consciente do que estava fazendo, porque ela estava. É só que o álcool faz coisas que a princípio nos parecem ousadas e audazes não serem tão desafiadoras assim. Katniss sabia que estava rebolando com Peeta na varanda do salão de festas de seu prédio, ela só não entendia porque essa ideia a deixava tão chocada antes das doses de vodka.

Ela se virou de frente para ele e sorriu, passando os braços ao redor de seu pescoço. Ele a abraçou pela cintura, os pés ainda acompanhando a batida da música. Ele parecia tão bonito banhado pela luz prateada do globo e tudo parecia tão certo e aquilo que ela vinha achando que nunca ia acontecer estava finalmente prestes a acontecer ali bem embaixo de seu nariz e o rosto de Peeta estava ficando cada vez mais próximo, mais próximo, tão próximo que os lábios se roçavam.

Quando, em um impulso, Katniss virou o rosto de lado e os lábios de Peeta tocaram sua bochecha.

Ele a olhou confuso e ela jogou a cabeça para trás em uma gargalhada. Ainda abraçada ao seu pescoço, ela aproximou a boca de sua orelha e sussurrou.

– Você achou mesmo que fosse ser tão fácil assim? – Ela ironizou e virou as costas, deixando Peeta com a boca aberta – dessa vez não mais para beijá-la – na pista.

Ela saiu da pista, meio rebolando meio cambaleando, sabendo que ele não ia atrás dela. Preparou mais um copo generoso de Sprite com Big Apple e voltou para a varanda como se nada tivesse acontecido, se enfiando no meio das caixas de som e pedindo ao DJ para dar um tempo na música. Ela pegou um microfone e o levou a boca. Em alguns segundos, sua voz ressoava por todo o salão.

– Oi, pessoal! – Ela gritou, animada. – Eu sou a Katniss, mas vocês já sabem disso e hoje a gente está aqui para comemorar o aniversário da mais linda das lindas, nossa maravilhosa Annie Cresta! – Uma salva de palmas se fez ouvir.

– Misericórdia, alguém tira ela de lá. – Johanna pediu, levando as mãos a cabeça em desespero.

– A festa está muito boa, tudo muito bonito. – As pessoas gritaram novamente e ela curvou a coluna levemente em agradecimento. – Mas até aqui era só o aquecimento. Meus caros, se a coisa já estava boa, se preparem, porque agora ela vai ficar melhor ainda! – Ela berrou, o tom de sua voz se elevando nas duas últimas palavras. – Bota o funk aí DJ. – O DJ assentiu e mexeu em seu equipamento, mas nenhum som saiu das caixas. – Bota o funk! – Ela pediu novamente, mas o DJ parecia levemente apreensivo com o problema do áudio. – Bota logo a merda do funk! – Ela se estressou, parecendo ter se esquecido que o microfone ainda estava grudado à sua boca.

O som explodiu nas caixas, o “tchu-tcha-tcha-tchu-tchu-tcha” do funk enchendo o local e Katniss saiu de perto do DJ, parecendo muito satisfeita consigo mesma.

– Ai, meu Deus. – Annie disse, passando os dedos nervosamente pelo cabelo. – Isso porque ainda são onze e meia da noite. Imagina como essa garota vai estar à uma da manhã?

Pois é. Imaginem só.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ESTRELINHAS CADENTES, O QUE ACHARAM???????? DIFUDSIUDIGU
A KATNISS DANDO VEXAME IOSDFUSDIOFUDIUGDIUG Na minha humilde opinião, melhor parte do capítulo. E foi baseado em fatos reais (não comigo, foi uma amiga) (sério, não foi comigo mesmo não) (é que as pessoas não acreditam quando vc fala que aconteceu "com uma amiga")!!
Enfim, espera que tenham gostado. Prometo tentar não demorar tanto com os capítulos daqui para a frente.
Amo vocês!!!!!!!!!! Um beijo no pescoço, um abraço quentinho e um chocolate quente para todos vocês



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Money Make Her Smile" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.