The Lost Princess escrita por CuteMints


Capítulo 1
Back to the Past




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O garoto loiro olhou ao redor, curioso. Era completamente impossível focar a visão em um ponto apenas.

Olhou para o alto e viu o grande lustre de cristais e velas, iluminando de forma imponente o grande salão de festas. Era composto por diversos cristais lapidados em formas de gotas. Eram transparentes e sem iluminação própria. Atrás do círculo de cristais havia um círculo de velas acesas. O Lustre era composto por três círculos duplos, um de cristais e um de velas, sendo o de menor diâmetro mais rente ao teto e com cristais menores, o de diâmetro intermediário se encontrava no meio, com cristais um pouco maiores e por fim, o último círculo duplo podia ser visto na extremidade, pendendo sobre as cabeças das diversas pessoas, com cristais grandes e cintilantes. As velas variavam de tamanho, de acordo com os cristais que iluminavam.

Assim que avistou a peça, logo ao entrar no local, ficou com medo que uma das inúmeras velas despencasse do alto, queimando um dos muitos tecidos que revestiam as paredes ou a grande mesa central. Imaginou como todas aquelas pessoas sairiam daquele salão caso um incêndio começasse. Observou desconfiado o lustre, até se convencer que o mesmo estava bem preso ao teto e não cairia. Só então notou a beleza do objeto. A chama das velas fazia com que os cristais brilhassem mais fortes, ora com uma iluminação branca, ora amarela.

Assim que desgrudou os olhos do teto, notou a decoração majestosa do local, e como cada tecido, cada ornamento, esbanjava poder.

E não era somente a decoração que era luxuosa. As roupas das outras pessoas também o eram. Vestimentas suntuosas que deveriam ter o mesmo preço da casa em que morava com o pai. Com esse pensamento, voltou o olhar para o homem ao seu lado e sorriu.

Ninguém estava mais elegante que seu pai.

O pai do garoto se encontrava em sua farda vermelha e preta, atraindo todos os olhares, tanto de homens quanto de mulheres. As mulheres o encaravam pelo porte respeitável que o homem tinha, assim como sua beleza americana, completamente distinta do mar de fios negros que eram vistos não importava a direção em que se olhasse. Era como um pequeno ponto de luz em uma imensidão negra, culpa dos fios dourados do homem. Os olhos grandes e azuis também eram um diferencial do usual castanho. Os homens o observavam com respeito e admiração, afinal, aquele era o Capitão da Guarda Real do Reino da Folha, herói condecorado, salvador da vida da família real em diversas situações.

E seu filho, o pequeno garoto de olhos curiosos era a cópia fiel do mais velho, o que fazia com que parte dos olhares que o pai atraía parassem sobre o menor, que sorria abertamente sempre que alguém lhe encarava, o que arrancava pequenas exclamações extasiadas das damas que lhe observavam.

Acompanhou o pai quando o mesmo afastou-se do pequeno grupo que o cumprimentou.

“Naruto?”

O menino ergueu os olhos para o homem, que olhou em sua direção e movimentou a cabeça para a frente, indicando que o filho olhasse aquele ponto. Naruto acatou a ordem.

A poucos metros de distância estava um casal. Se as roupas dos demais eram suntuosas, as que ambos usavam deveriam ter sido confeccionadas por anjos. O vestido da senhora parecia ser feito de ouro líquido, dourado e ondulante a cada passo que a mulher dava. A roupa do homem era claramente o de melhor corte dentre os cavalheiros.

Naruto não precisou que o pai lhe dissesse. Aquela era claramente a família real. Sabia que o mais velho iria falar com eles, levando-o junto. Respirou fundo e estufou o peito, ouvindo uma leve risada vinda da direção do mais alto. A qual fez questão de ignorar.

“Vamos lá.”

O menino assentiu e seguiu os passos do pai, curvando-se em frente ao Rei e à Rainha quando o Capitão fez o mesmo. Levantou-se e esperou que o pai fizesse as devidas saudações. Eram tantos títulos ditos que a mente infantil de Naruto se confundiu.

Não bastava um “oi”?

“Então, Capitão Namikaze. Esse é o pequeno Naruto, hum?”

O loirinho piscou, afastando de sua mente seus devaneios e ergueu o olhar na direção daquele que falou, sorrindo polidamente para o Rei.

“Sim, Vossa Alteza. Esse é meu Naruto. Meu único descendente.”

Seu sorriso aumentou levemente ao sentir o peso da mão do pai sobre seus cabelos. Ouviu a risada cristalina da Rainha.

“Não precisávamos de sua fala para comprovarmos os laços sanguíneos. O rapaz é uma cópia sua, Capitão.” Naruto sorriu abertamente, levando aquilo como um elogio. Surpreendeu-se ao ter seu sorriso retribuído pela mulher. “Quanto tempo para encerrar o treinamento?”

“Cinco anos, Vossa Alteza.”

O Rei demonstrou certa surpresa.

“Então Naruto se tornará Guarda Real com 16 anos? Creio que será um fato inédito.”

Minato, pai de Naruto, sorriu com a frase do Rei Hyuuga.

“Sim, Alteza. Comecei o treinamento mais cedo que o usual. Logo ele poderá servir ao meu lado.”

A frase do pai fez o peito de Naruto encher de orgulho. Moveu a cabeça para olhá-lo, quando sua atenção foi presa por um movimento feito pelo vestido da Rainha. Porém a rainha não se mexeu. Franziu o cenho.

Inclinou levemente o corpo para o lado e enxergou, parcialmente encoberta pelo corpo da mulher, uma garota que deveria ter idade próxima à sua. Talvez um pouco mais nova. Ela arregalou levemente os olhos quando foi notada e apertou com mais força o tecido do vestido dourado. E o loiro compreendeu o movimento que captou outrora.

O aperto em sua roupa chamou a atenção da Rainha, que sorriu, já sabendo de quem se tratava.

“Hinata, venha cumprimentar o nosso Capitão e seu filho.”

A menina saiu das sombras da mãe e pôs-se em frente ao casal real, levando seu olhar do capitão para o filho do mesmo. Em seguida segurou levemente o tecido longo de seu vestido azul e curvou-se ligeiramente, saudando-os.

“Capitão.” Disse enquanto se curvava, virada para Namikaze Minato, que pôs a mão direita em frente ao peito e curvou o tronco para a frente.

“Princesa.”

Logo a jovem virou-se para o loiro mais novo e parou durante alguns segundos, pensando qual seria a forma de se dirigir a ele. Decidiu pela mais genérica.

“Cavalheiro.”

Naruto viu a princesa curvar-se ligeiramente para si, como havia feito com o mais velho. O rapaz imitou os passos do pai e pôs a mão direita em frente ao peito, curvando-se.

“Princesa.”

A Rainha pousou a mão sobre o ombro da garota, chamando sua atenção.

“Esse é Namikaze Naruto. Ele é filho do Capitão Namikaze e está sendo treinado para ser seu guardião real no futuro.”

A moça franziu levemente o cenho.

“Meu guardião real?”

A Rainha afirmou com a cabeça, movimento que foi seguido pela voz do Rei.

“Assim como o capitão é meu guardião real. A tarefa de Naruto será dar prosseguimento ao dever do pai, proteger nossa família de qualquer ameaça.”

A princesa acenou em entendimento e voltou o olhar para o loirinho.

Assim que Naruto sentiu os orbes perolados da princesa sobre si, os quais eram a marca da família real, engoliu em seco, sentindo o nervosismo aflorar. A princesa o olhava. Deveria dizer algo? Sorrir? Ou apenas continuar lá parado?

Contudo, antes que decidisse sua ação, Hinata abriu um sorriso cálido.

“Conto com sua proteção, Senhor Namikaze.”

Naruto piscou algumas vezes, antes de curvar-se novamente e agradecer. Não sabia se deveria de fato agradecê-la por algo. Mas pensava que era melhor pecar pelo excesso que pela ausência.

Afastou-se em seguida com o pai, que caminhava em direção aos demais guardas reais. Durante o caminho a imagem do sorriso da princesa ainda rondava sua mente.

Tão... gentil.

Sorriu com o pensamento. Seu dever era proteger aquela pessoa. E estava feliz com isso.

**

Deixou as lágrimas rolarem livremente pelo seu rosto, observando com tristeza o túmulo improvisado.

Não era digno. Não era certo. Não era justo.

Agachou-se, tocando a terra recém revirada com a ponta dos dedos, desejando que tudo o que aconteceu no dia anterior fosse mentira. Fechou os olhos com força e desejou que aquilo não passasse de um pesadelo.

Contudo, tudo que conseguiu foi reviver o momento nitidamente.

**

Largou o livro sobre a mesa do centro da sala, suspirando entediado. Olhou para a parede e observou sua espada, menor que uma comum, mas ainda assim letal, que repousava pendurada pelo cabo, através de uma corda, que a amarrava à um prego.

Deveria estar treinando com o pai. Ou com Jiraiya, antigo mestre de Minato que o substituía quando o mesmo era impossibilitado de dar prosseguimento ao treinamento do filho. Mas não. Estava ali, preso em sua casa, tendo como tarefa ler o livro que seu pai lhe entregara, alegando que um Guarda deveria exercitar corpo e mente. E enquanto isso seu pai estava nas terras reais, em uma reunião.

Naruto bufou. O livro era algo extremamente maçante. Principalmente para um adolescente de 13 anos.

Pensava em uma forma eficiente de burlar a tarefa que seu pai lhe passou, quando ouviu a porta ser esmurrada.

Pulou com o susto, olhando em alerta para a madeira. Ao ouvir novamente os murros, correu para a parede e agarrou sua espada. Aproximou-se de forma lenta da porta, fazendo de tudo para não soar barulhento.

Naruto!! Vamos logo, abra essa porta! Não temos tempo!

Arregalou os olhos ao reconhecer a voz de Jiraiya, abrindo a porta imediatamente. Não teve tempo de falar nada, sendo imediatamente puxado para fora do estabelecimento, com o mais velho o arrastando pelo caminho.

Iria perguntar o que o homem tinha, quando notou a situação da aldeia onde morava.

Diversas pessoas corriam de casa em casa, chamando seus moradores, fazendo-os correr sem levarem nada consigo, além das roupas do corpo. Algo similar ao que Jiraiya fez consigo. Franziu o cenho, confuso.

O que está acontecendo, Jiraiya?

O Castelo foi invadido. Estancou no lugar com a afirmação do mestre espadachim. O castelo era uma verdadeira fortaleza, cercado por soldados bem treinados. Uma grande parte treinada pelo próprio homem que o puxava. As defesas caíram. Precisamos ir embora. Ou seremos mortos.

Mas e meu pai? Ele ainda deve estar no castelo. Onde o encontraremos?

O mais velho não o respondeu, apenas o puxou com mais força pelo braço, correndo mais rápido.

Naruto repetiu a pergunta mais três vezes, sendo ignorado pelo outro. Sentia a aflição crescer dentro de si cada vez que o mestre deixava de lhe responder. Parou novamente de correr, puxando a mão do aperto de Jiriya.

Naruto, vamos l...

NÃO! Não vou sair daqui até você me responder! O idoso bufou com a teimosia do garoto. Onde vamos encontrar meu pai?

O mestre pôs ambas as mãos nos ombros do menor, o olhando nos olhos. E finalmente Naruto notou o pesar que ele carregava.

Nós já o encontramos, Naruto. O loiro abriu a boca para falar, mas foi cortado. Kakashi conseguiu levar o corpo dele para além das fronteiras do castelo.

As últimas palavras do homem reverberaram diversas vezes dentro da mente do jovem. Naruto não sentia nenhuma lágrima se acumular em seus olhos, apenas um sentimento frio lhe congelando por dentro, fazendo com que não tivesse reação.

C-corpo...?

O de cabelos brancos concordou, apertando mais forte os ombros do aprendiz, tentando confortá-lo.

Ele foi derrubado. Enquanto tentava proteger a família real.

A família...?

Caíram. Todos eles. Depois explico melhor, mas vamos Naruto! Ou morremos aqui!

E finalmente o loiro o seguiu, correndo de forma automática, ainda tentando processar o que lhe foi dito.

E quando finalmente o fez, permitiu que apenas poucas lágrimas rolassem, não se permitindo chorar descontroladamente, como queria de fato.

Naruto e os demais moradores que conseguiram fugir da destruição à aldeia em que moravam buscaram refúgio na cidade mais próxima. Lá encontraram Kakashi, um dos guardas reais e amigo próximo de Minato, que trazia consigo o corpo do pai de Naruto.O rosto do guarda estava completamente ensanguentado. Estava com um pano pressionado contra o grande ferimento, tendo apenas um olho ileso.

Naruto correu na direção em que se encontravam, e sem perder tempo levantou o tecido puído que escondia Minato.

E foi somente ali, observando o corpo gélido do pai, que Naruto permitiu que seus joelhos fraquejassem, caindo ao lado do corpo inerte, chorando de forma compulsiva.

Na mesma noite o enterro foi feito, às proximidades da floresta que cercava a cidade.

**

Seu pai. Namikaze Minato. Capitão da Guarda Real. Guardião Real de Hyuuga Hiashi. Enterrado como um indigente. Sem nenhuma das honrarias que merecia e que eram suas por direito.

Isso estava matando Naruto por dentro.

Mordeu o lábio inferior, despedindo-se do pai, seguindo atrás do pequeno grupo de soldados reais que conseguiram escapar da emboscada.

Caminhou em silêncio durante alguns minutos, mas logo segurou o braço de Kakashi, que parou com o pedido mudo, permitindo que os demais se afastassem.

Ao se ver a sós com o amigo de seu pai, ergueu o olhar.

“Me conte o que aconteceu.”

“Naruto...”

“Tudo o que eu sei é que fizeram uma emboscada, matando grande parte da guarda e a família real.”

Kakashi anuiu, confirmando o que Naruto já sabia.

“O ataque veio de dentro das paredes do Castelo. Não de fora. Não tínhamos como prever um ataque às nossas costas. Fomos pegos completamente de surpresa.”

Naruto franziu o cenho.

“Um ataque de dentro pra fora?”

O homem mais velho confirmou com um aceno.

“Assim que sofremos o primeiro ataque, Minato correu na direção dos aposentos reais, sabendo que a família corria perigo. Eu fui com ele, para ajudar na retaguarda. Mas quando chegamos o Rei e a Rainha já estavam mortos, e os mercenários tentavam arrombar a porta do quarto da princesa.” Hatake suspirou. “Fizemos de tudo para impedir a morte da princesa.”

Imediatamente Naruto lembrou do sorriso gentil que recebeu da princesa, dois anos atrás. Foi a única vez que vira a jovem pessoalmente. Contudo, foi impossível esquecer-se dela. Esquecer-se dos olhos perolados e do semblante gentil.

“Então... a Princesa...”

“Não. Nós conseguimos coloca-la para fora do castelo. Minato morreu garantindo que a princesa fugisse. Mas não pude escolta-la.”

“Então ela está viva?”

“Não sei. Perdi completamente a Princesa Hinata de vista. Não sei dizer se ela escapou. Se conseguiu fugir e encontrar abrigo. Ela pode ter sofrido algum ferimento, ter morrido pelo caminho. A única certeza que sei, é que ela não foi encontrada pelos mercenários.”

Naruto fechou os olhos com força. Ainda havia esperanças. Mas por hora tinha assuntos mais urgentes a discutir.

“Você disse mercenários?” Viu o mais velho acenar. “quem os pagou?”

“Orochimaru.”

Naruto arregalou os olhos.

“O irmão do Rei?”

Kakashi anuiu.

“A família real foi dizimada. E a única herdeira está desaparecida, podendo muito bem estar morta. Então, o herdeiro ao trono agora é ele.”

“Ele vai assumir o trono?”

O maior fez que sim, enquanto cerrava ambas as mãos em punho.

“Ele deve começar a recrutar novos guardas em poucos dias.”

Naruto anuiu em entendimento, enquanto retomava a caminhada em direção à cidade onde agora morava. Caminharam cerca de quinze minutos, antes de retomar a fala.

“Orochimaru conhecia meu pai?”

“Todos conheciam Namikaze Minato.”

“Eu quero dizer pessoalmente. Ele sabia como ele era?”

“Não. Ele nunca se interessou em conhecer os guardas reais. Ainda que seu pai fosse o Capitão. Orochimaru se recusava a ficar no mesmo ambiente que nós, alegando sermos muito inferiores para sua presença.” Ergueu a sobrancelha aparente para o loiro. “Por quê?”

“Eu vou entrar no palácio.”

Kakashi estancou.

“Como?”

“Vou terminar meu treinamento. Você e Jiraiya vão me ajudar nisso. E então eu vou me alistar para entrar como guarda.”

“Naruto. Você não tem noção do homem que vai servir...”

“Então vocês irão me mostrar como ele é!” Elevou o tom de voz, olhando diretamente para o ex-guarda. “Porque eu vou me alistar, vou entrar naquele castelo.”

“Assim que você se inscrever, assim que lerem seu nome, vão lhe reconhecer.”

“Não vão.” O mais velho franziu o cenho, em um questionamento mudo. “Ninguém conhece Uzumaki Naruto.”

O rosto de Kakashi se iluminou em entendimento assim que reconheceu o sobrenome da família da falecida esposa de Minato.

E começou a gostar da ideia.

“Por que isso, Naruto?”

“Porque eu vou achar a Princesa. Vou trazê-la de volta. E a forma mais fácil de encontra-la é entrando na Guarda Real.”

O resto do percurso foi feito em silêncio. A ideia sendo amadurecida em ambas as mentes.

Era certeza que ela seria posta em prática. Precisavam apenas encontrar os métodos corretos para tanto.

E Naruto pediu em seu interior que Princesa Hinata esperasse alguns anos. Pois ele iria encontrá-la.

Isso era uma promessa e uma certeza.


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Notas finais do capítulo

Booom, espero que tenham gostado desse primeiro capítulo, que pra falar a verdade é mais um prólogo.

Tenho certas coisas a alertar sobre a fanfic: Não pretendo escrever hentai. A indicação + 16 é por conta de possíveis cenas violentas que eu possa vir a escrever.

Caso apareçam mais personagem no decorrer da história, eu atualizo as tags.

Não pretendo alongar muito a fanfic. Aliás, quero ver se termino de escrevê-la enquanto estou de férias. E pretendo atualizar uma vez por semana.

Eee, acho que é só. Espero que gostem, e feedbacks são bem vindos :)