Born Again escrita por Heike J Wade


Capítulo 2
Born Again 1


Notas iniciais do capítulo

desculpem qualquer coisa! está aí o capítulo de hoje...
obrigada as pessoas que comentaram no prólogo, mesmo estando tão pequenininho! hahaha
me digam qulaquer coisa que puder melhorar, viu!



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Ichigo estava na aula quando escutou ao longe o barulho de um hollow. Praguejou mentalmente milhares de vezes por ter esquecido a maldita insígnia, que ficou tanto tempo esquecida no fundo de sua bolsa e ele nem se ligou que ela deixara de ser um pedaço de madeira qualquer há algumas semanas. Deixando isso de lado, saiu correndo dizendo que ia para a enfermaria enquanto pensava numa forma de passar em casa, ou derrotar o hollow sem precisar sair do corpo... era mesmo um retardado. Ishida o viu passar no corredor, dentro da sala ao lado, e deu um sorriso; Kurosaki realmente fazia aquilo com prazer.

Quando o ruivo chegou no local da reiatsu - exausto pela corrida frenética-, avistou Rukia acabando de purificálo.

– Rukia!

– Porque saiu da aula? Estou aqui para essas coisas, sabia?

– O Imoyama-san..

– Ele voltou para a Soul Society. Enquanto não acham um substituto, vou ficar aqui.

– Sei... - ele ainda respirava pesadamente enquanto olhava para a shinigami. - O aniversário da Inoue é semana que vem, preciso comprar alguma coisa pra ela... me ajuda?

– Sim. Também vou precisar encontrar algo. Já está indo agora? - recebeu um aceno positivo como resposta - ok. Vamos logo.

Ela estava andando para casa, cantarolando alguma coisa e passando a mão na cabeça.

De tanto pensar em coisas que não deveriam importar tanto, não conseguia dar atenção para Tatsuki e esta, por fim, acabou dando-lhe um belo soco no alto do crânio; como doía! Enquanto andava, viu ao longe e do outro lado da rua a Kuchiki junto com o Kurosaki, andando lado a lado com umas sacolas em mãos. Se entristeceu ao pensar que pareciam um casal aos seus olhos... mas eram amigos, certo? Assim como ela era amiga do ruivo. Não havia nada para se preocupar.

– Olá, Kuchiki-san, Kurosaki-kun!

– Inoue. - Ichigo respondeu, enquanto Rukia limitou-se a sorrir para a amiga. - Quer companhia até em casa?

– A-Ah.. C-claro, Kurosaki-kun.. vamos indo, vamos indo.. - Ichigo e Rukia atravessaram a rua e foram andando junto com a ruiva.

– Você está bem, Inoue? - A Kuchiki perguntou, vendo a tensão impressa nos olhos da outra.

– S-Sim, Kuchiki-san.. só estou cansada.

– Mesmo? Está se alimentando bem?

– Para com isso, sua retardada, virou mãe dela agora?

– Seu irritante, estou preocupada com minha amiga! Se depender de você ela desmaia aqui mesmo e você nem percebe!

– O-O quê? Você está insinuando que não ligo pros meus amigos?

– Oi.. gente, olha.. eu estou bem... estou bem, muito bem! Certo? - Inoue tentava acalmar os ânimos dos dois que já gritavam no meio da rua, estando ela bem no meio da discussão, literalmente falando - Certo...?

– Certo! - ambos disseram em uníssono, gritando para a coitada que ficou sem entender mais nada, enquanto ambos bufavam ao seu lado.
Toda vez que via a Kuchiki e o Kurosaki juntos, se perguntava de onde as garotas de sua sala tiraram que eles seriam um casal. Brigavam o tempo todo! Nem parecia que eles eram amigos, lutavam juntos e se protegiam. Inoue via os dois lados da amizade conturbada de ambos, apesar de concordar com as amigas bem lá no fundo.

Chegou em casa e contemplou o silêncio. Amava estar com os amigos, também amava estar em casa mas.. se sentia sozinha. Gostaria muito de poder ter uma família barulhenta como a de Ichigo, que gritava até estourarem seus tímpanos e cordas vocais e fazia qualquer um desejar pelo menos um minuto de paz; gostaria também de ter duas casas, como a Kuchiki; na época da luta com os fullbringers, recebeu a shinigami em sua casa várias vezes e estreitaram ainda mais os seus laços. A morena deveria saber que era muito bem-vinda no Mundo Real, assim como no Gotei.

Pensou em Ishida e na relação estranha com seu pai. Bem, pelo menos eles tinham uma relação.. e ele tinha um pai. Era assim que se via em Sado. Não conhecia ninguém de sua família no Japão e também era facilmente destacado na multidão por seus atributos físicos. Inoue desejava muito ter uma família. A imagem de garoto-família de Ichigo, e o modo com que se preocupava com os mesmos de forma clara e evidente era o que mais a atraía no ruivo.

Foi tomar um banho enquanto imaginava sua futura família com o Kurosaki; queria ter a casa cheia de criança, quatro crianças para lá! Imaginou-se cozinhando a família que esperava feliz na mesa do jantar; enquanto mexia nas panelas, o marido viria e daria-lhe um abraço por trás e um beijo no seu pescoço desnudo pelo cabelo preso no alto da cabeça... ah, era tudo o que queria! Uma casa cheia de amor, felicidade e companheirismo. Entristeceu-se profundamente quando se deu conta que era sua imaginação e tudo aquilo que imaginara poderia mudar drasticamente. Não gostava desse tipo de mudança e principalmente quando as coisas não funcionavam da maneira que havia planejado.

Inoue comia seu jantar de forma vagarosa, ainda pensando de forma intensa em todas as possibilidades para sua vida em um futuro próximo. Já estava no último ano do ensino médio, deveria resolver o que fazer e para onde levar a sua vida após a formatura. Teve o coração aquecido pela sensação das lembranças que a acompanhavam desde o primeiro ano. Coração... era o que aquele arankar mais desejava, não era?

E se... não, não. Ela se ferraria de diversas formas se fizesse o que estava pensando. Trazer Ulquiorra a vida era como dar um grande chute no saco da alma de seu amado Kurosaki-kun! Decidiu que tentaria uma aproximação com o substituto de shinigami antes de sair pensando em atitudes tão drásticas. Talvez o amor dele acalentasse o vazio que sentia todas as vezes que chegava em casa.

Ao chegarem em casa, Rukia abaixou-se ligeiramente enquanto Ichigo já desferia um soco no pai que vinha em uma voadora como uma bala de canhão. Cumprimentou as irmãs do ruivo com um sorriso e subiu para um banho. Sentia que havia algo de diferente com a amiga e deveria averiguar. Talvez Ichigo soubesse de algo que poderia ter acontecido com ela durante os meses após a batalha de Aizen... conversaria com ele.

Tomada a decisão, desligou o registro do chuveiro, vestiu-se com uma roupa que ganhara de Ishida e se encaminhou para o quarto do ruivo. Chegando lá, o viu deitado na cama e olhando para o teto, sem nem perceber que ela havia chegado.

– Ichigo?

– Ah, Rukia.. o que foi? - ele tomou um pequeno susto ao escutar a voz da morena e logo se sentou na cama, fazendo sinal para que ela se sentasse a sua frente.

– Queria conversar com você... - Ichigo franziu ainda mais as sombracelhas. O que era aquilo agora? - .. é sobre a Inoue. - o ruivo se aliviou por algum instante.

– O que é que tem?

– Ela parecia meio.. triste. Aconteceu algo que eu não saiba?

– Não que eu tenha ficado sabendo também. Mas ela é assim mesmo, você não tem que se preocupar.

– Ainda acho que tem algo errado. - ela colocou a mão no queixo, como se pensasse em algo.

– A Inoue pode estar só um pouco ansiosa pelo aniversário dela, ou algo assim. Ela já está quase fazendo 18 anos, sabe? Acho que as mulheres têm umas coisas dessas. - Ichigo tentava parar de falar na ruiva, pensando que a Kuchiki estava viajando demais. Deu uma desculpa qualquer, talvez ela aceitasse.

– É? - ele agradeceu internamente por ela engolir as coisas facilmente. - Entendo. Mas vou ficar de olhos abertos ainda assim.

– Você é muito paranoica. Está faltando hollows, é? - Rukia suspirou. Não aguentava mais brigar com aquele irritante.

– Do mesmo jeito que te falta uma mulher.

– Grossa! - ela riu do ruivo que cruzou os braços e fez bico, como uma criancinha. Achava uma graça quando ele agia daquela forma.

– Sim, sim. E você é a delicadeza em pessoa, moranguito.

Ele apenas praguejou em mente, enquanto ela se retirava para o armário, que havia ficado com o futon esticado mesmo enquanto ela esteve fora do mundo real por mais de 1 ano. Ficou um pouco feliz por estar mais apertado do que se lembrava, sinal que havia crescido; deu boa noite a Ichigo que murmurou um 'uhum' da cama, fechou a porta e fechou os olhos, ainda preocupada com a amiga.


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Notas finais do capítulo

yes!