Já tinham passados três dias da briga de Harry e Dino, os comentários já haviam parado mas Gina ainda insistia que tinha de tirar satisfação com o ex.

– Gina, você pode se concentrar nessa conta? – Harry pedia pela terceira vez a menina. Os dois estudavam na biblioteca

– Mas eu não estou conseguindo. É muito difícil! – ela choramingou

– Não é nada. É que você fica se distraindo com tudo.

– Eu não entendo nada disso Harry, não consigo acompanhar o que os professores dizem. – choramingou novamente e o moreno a encarou sério

– Gina, eu preciso te perguntar uma coisa detestável, mas vou fazer mesmo assim. Você realmente gosta de engenharia? Era isso que você queria fazer? – a ruiva pensou um pouco

– Eu gosto de matemática.

– E o que mais?

– Gosto dos desenhos. Olha como eu sei fazer eles direitinho. – ela mostrou o caderno para ele.

– Gina. Concentra-se! Por que vocês colheu fazer engenharia?

– Por que meus pais tem uma empresa junto com os pais da Hermione e vou trabalhar lá um dia.

– Desculpa te falar isso. Mas nesse ritmo você não vai sair nem do primeiro período.

– Mas Harry, eu tenho que trabalhar lá.

– Gina, você não pode escolher a sua faculdade só por que é assim que seu pai deseja. Isso é o que você vai fazer para vida toda. Tem que ser algo que você gosta de verdade.

– Pra você é fácil falar.

– Não é nada. Meus pais tem uma empresa e esperavam que eu visesse administração, mestrado em gerencia e doutorado em indústria têxtil, se é que isso existe. Mas eu escolhi física por que é o que eu gosto. Escolhi ser professor, por que acredito que o mundo pode ser um lugar melhor e através da educação que eu quero mudar ele.

– E seus pais?

– Eles já não falavam muito comigo e isso piorou depois da faculdade. – ele baixou os olhos – Mas e daí? Eu é que preciso estar feliz não eles.

– Eu queria fazer artes. – a ruiva disse baixo – Ai meu Deus estou na faculdade errada! – ela começou a chorar

– Calma Gina – Harry falou assustado – Não era para você chorar. Para com isso.

– Desculpa. Estou na tpm. – ela secou os olhos – Quero chocolate.

– Ainda não terminamos aqui.

– Mas eu quero chocolate. – choramingou

– Tá bom. – o moreno revirou os olhos. Os dois começaram a juntar as coisas e seguiram para a lanchonete ali perto. Quando se aproximaram eles viram Dino – Que ótimo! Vou ter que suturar minha veia de novo. – Harry disse baixo

– Eu não vou deixar. – a ruiva correu em direção ao garoto – Dino! – ele se virou para ela que lhe acertou um soco no queixo

– Que isso garota? – ele segurou a boca e ela nem respondeu, deu nele uma joelhada. O garoto caiu no chão.

– Que isso Gina! Por que você bateu nele? – Harry parou ao seu lado

– Por que ele é um babaca! E já merecia isso a um tempo. Onde já se viu fazer o que ele fez comigo e ainda te bater? – a ruiva gritava e várias pessoas se juntaram em volta e riram do garoto caído no chão.

– Você me paga! – Dino disse começando a se levantar. Gina correu e deu nele um chute na barriga fazendo ele se sentar de novo. Harry riu junto com os outros

– Amiga você tá matando ele? – Hermione surgiu no meio da confusão

– Cara cê o nocauteou! – Rony apareceu logo atrás

– Babaca! – ela gritou e se virou de costas seguindo para seu dormitório.

– Pensei que você queria chocolate. – Harry disse a seguindo

– A vontade passou. – ela disse sorrindo de forma meiga, diferente da expressão que estava em seu rosto a pouco tempo

– Você me deu medo agora. Sério. – Rony disse

– Que bom. Assim já fica ligado. – ela disse rindo

– Então foi por ela que você apanhou? – a mãe de Harry surgiu de algum canto que ele não viu. Mas estava parada bem atrás de Gina com cara de desdém, assim como seu pai.

– Hum... Eu vou indo. Né Hermione? – o ruivo saiu puxando a menina consigo

– Mãe e pai, está é Gina. – Harry apresentou

– É um prazer Sr e Sra Potter. – ela sorriu

– Você bateu mesmo naquele garoto que quebrou o nariz do meu filho? – a mãe de Harry a encarou

– Ele mereceu. Como a senhora disse: quebrou o nariz de Harry.

– Na verdade ele só estourou uma veia. – o moreno consertou

– Eu sabia que devia ter te colocado no judô ao invés daquele clube de matemática. – o ai dele disse como se sentisse vergonha

– Vou deixar vocês sozinho. – Gina sorriu – Até mais tarde Harry. – ela lhe deu um beijo na bochecha, só para provocar os pais do garoto, e seguiu seu caminho.

– Que vergonha garoto! A menina acabou com o cara! – a pai dele disse

– Ele me acertou de surpresa. – o moreno se defendeu

– Nem que tivesse sido avisado! Olha essa cara, está horrível. – a mãe analisou seu rosto com cuidado – Está botando gelo nisso?

– Claro que estou!

– Sabemos que ganhou uma bolsa. – o pai tentou cortar o clima ruim mudando de assunto.

– Ganhei sim. – Harry sorriu e começou a guia los para alguns bancos ali próximos – Estou dando aulas de reforço para alguns alunos e auxiliando o professor Horácio.

– Estão te pagando bem?

– Mil por mês.

– Que bom! Só assim não temos mais que investir tanto dinheiro nessa faculdade. - a mãe dele disse

– Lily! – a pai repreendeu

– Tá tudo em pai. – Harry se pronunciou – Já me acostumei ao fato de mamãe não gostar da ideia de eu ser professor, por que afinal de contas ela nasceu sabendo tudo de administração e nunca precisou de um na vida. – ele usou de ironia – E agora que vocês já viram que eu não morri por ter aspirado meu próprio sangue podem ir embora. – ele se levantou

– Não. Calma Harry. – a mãe disse – Você está bem mesmo? Precisa de algo?

– Não preciso de nada. Como a senhora viu a minha namorada resolveu o problema para mim.

– Por falar na menina... Gostei dela. Ruivos são bem raros no mundo sabia? E tem bastante atitude e coragem, além de uma pitada de deboche. Eu sei que ela te beijou de propósito. Além de que fez você se vestir melhor, cortar e o cabelo e trocar aqueles óculos horríveis.

– A Gina é legal. – o pai completou - Talvez você queira levar ela para jantar lá em casa um dia.

– Não, eu não vou querer. – ele disse frio

– Hum... Então é isso querido. Até mais. – a mãe o abraçou rápido

– Tchau Harry. – a pai lhe deu um aperto de mão

– Foi bom ver vocês. – ele disse virando de costas e indo em direção ao prédio principal