Hit Repeat escrita por Raquel C P


Capítulo 3
First Day


Notas iniciais do capítulo

Oooooi! Como vocês estão?! Desculpa demorar tanto u.u
Boa leitura e até lá embaixo.



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Annabeth

24 de Setembro...

“Não dê escândalo. Só vista e venha trabalhar normalmente.

– Percy.”

Bufei olhando o bilhete que pendia junto ao cabide, o qual sustentava uma calça social preta e uma camisa branca com botões perolados. Uma bolsa e sapatos de salto, ambos nude, pairavam juntos a porta de correr do meu armário. Enruguei o nariz e troquei o peso de uma perna para outra, irritadiça. Todas as minhas roupas, sapatos, bolsas e casacos haviam sumido, só restará àquelas mesmas roupas e um perfume Channel junto a bijuterias douradas.

Olhei para cima e respirei fundo.

– Perseu Jackson, eu juro que um dia você me paga. – Dei as costas para as roupas e andei até o banheiro pegando uma toalha.

Depois de me arrumar com as únicas peças existentes em todo o meu armário e quarto – o que ainda era algo muito estranho – andei até a cozinha, fazendo meus saltos baterem ruidosamente no piso de madeira.

– Bom dia. – Meu pai, Frederick, falou levantou o olhar do The New York Times, o qual, coincidentemente, tinha na capa o meu maior pesadelo, Percy Jackson. Revirei os olhos e apontei para ele.

– Você é um péssimo pai sabia? – Frederick riu antes de bebericar o café.

– E você sabe que eu adoro aquele rapaz. – Bufei e me sentei à mesa em sua frente, pegando um pão e o mordendo ferozmente.

– Eu odeio ele. – Falei com a boca cheia e meu pai levantou o olhar novamente, olhando-me por cima dos óculos. – E agora também odeio você. – Me inclinei em sua direção, ainda mastigando.

– Modos Annabeth. – Minha mãe, Atena, entrou na cozinha, fechando o robe azul e pegando uma xicara de café. Seus cabelos castanhos estavam descabelados. Todos diziam que se não fosse pela cor dos cabelos e pela diferença aparente de idade, nós seriamos clones uma da outra.

Revirei os olhos e a olhei encostada na bancada da pia.

– Vocês preferem um idiota a sua própria filha. – Dei outra mordida. – E ainda dizem que me amam.

Meus pais trocaram olhares e minha mãe respirou fundo, sentando-se conosco na mesa redonda.

– Antes que você comece com todo esse drama – Minha mãe disse enquanto cutucava com as unhas as flores decorativas da xicara. – Eu não tenho nada a ver com isso. Você sabe que eu não gosto desse garoto tanto quanto você. – Levantei uma sobrancelha. – Culpe seu pai por deixa-lo invadir seu quarto.

Arregalei os olhos e olhei meu pai indignada. Ele fechou o jornal e tirou os óculos.

– Ele não invadiu o seu quarto. Por favor, eu sou um ótimo pai! – Olhei-o irritada e cruzei os braços. – Só ajudei a colocar o plano dele em pratica.

Joguei as mãos para o alto e me levantei.

– Você é impossível! – Peguei minha bolsa e dei um beijo na bochecha de cada um. – Apoia o cara que escraviza sua própria filha!

Meu pai sorriu e minha mãe levantou a cabeça.

– Eu falei para não aceitar aquele emprego. – Ela falou.

– E você sabe que ele não é tão ruim assim. – Ele falou.

Revirei os olhos e fui até a porta.

– Ele é horrível e você sabe disso. – Abri a porta. – E mãe – Ela virou o rosto. – Pode ter certeza que eu o odeio bem mais que você. – E saí porta afora, não sem antes ouvir o risinho abafado dos traidores, os quais eu ainda chamava de pais.

As portas de vidro automáticas abriram rapidamente e eu entrei no prédio da Half Blood.

– Bom dia. – Acenei com a cabeça para Ella, a recepcionista. A ruiva levantou os olhos verdes de seus papeis e me encarou. Eu continuei a andar em direção ao elevador quando dois homens de terno pararam na minha frente, barrando-me. – Ãh... Ella?

A ruiva deixou os papeis de lado e se apoiou no balcão.

– Desculpe senhorita, mas eu tenho que anuncia-la.

Eu a olhei, incrédula.

– Ella! – Gesticulei com as mãos. – Sou eu!

Ella enrugou a testa e continuou a me encarar.

– Preciso de seu nome, por favor.

Andei rápido até ela e deixei minha bolsa no balcão, batendo repetidas vezes meu salto no piso de mármore. Revirei os olhos.

– Annabeth, Annabeth Chase.

Ella digitou algo no computador.

– Sua identidade, por favor.

– Eu não acredito nisso! – Resmunguei enquanto caçava na bolsa meu documento. – Aqui. – Entreguei a ela, ainda irritada.

Ella digitou mais alguma coisa e pegou seu telefone preto.

– Annabeth Chase. – Ela falou ao aparelho. Enquanto ela ouvia o que era dito do outro lado da linha, seus lábios formaram um “desculpe”. Eu levantei uma sobrancelha e continuei a esperar. – Sim senhor. – Ela desligou. – Pode subir. – Ella indicou com a mão os elevadores e os seguranças abriram passagem.

Alternei o olhar entre todos os presentes, completamente confusa, e peguei minha bolsa.

– Ok... – Falei desconfiada e andei até o elevador, entrando no mesmo.

Assim que as portas metálicas se fecharam eu respirei fundo. Mas que droga foi aquela?! Pisquei repetidas vezes enquanto a musica clássica saía dos altos falantes do elevador. Tentei me concentrar na batida lenta e me acalmar, o que infelizmente, não fez muito sucesso.

Quando já estava explodindo de tanta impaciência, com um estalo as portas se abriram, revelando o último andar do grande prédio da empresa Half Blood. Saí apressada e virei à esquerda, andando em direção as portas duplas e pretas, onde uma placa prata brilhava em letras pretas o nome Perseu Jackson. Revirei os olhos e girei a maçaneta prata.

Entrei na sala. Percy, com seus cabelos negros completamente bagunçados, estava concentrado. De fones de ouvido, ele observava um desenho semiacabado sobre a mesa de vidro fosco. Dei um meio sorriso e andei lentamente até ele, sentando pesadamente na cadeira de couro de frente a ele. Percy se assustou levemente e tirou os fones brancos, ele estava prestes a falar algo, quando se interrompeu e me olhou confuso.

– Desculpe, mas você veio para a entrevista?

Meu sorriso foi desfazendo-se aos postos.

– O que?

– Você veio fazer a entrevista para assistente certo? – Ele frisou a ultima palavra e se inclinou na minha direção, arregalando levemente os olhos.

Eu desencostei da cadeira e me sentei ereta.

– Percy? – Ele levantou uma sobrancelha. – Você esta bem?

Em resposta, ele pegou um papel quadrado e amarelo e passou para mim por cima da mesa. Eu me inclinei para lê-lo sem pega-lo. Sua letra de traço forte escreverá em tinta preta.

“Dia 14 de Janeiro. Tente se lembrar e siga o roteiro.”

Alternei o olhar entre o bilhete e Percy, o qual me olhava curioso e aparentemente ansioso. Pensei por um momento o que esse dia significava. Não era nenhum aniversario disso eu tinha certeza. Nenhum fato histórico marcante nos anos passados. Pensei então nesse mesmo ano e tudo o que recordava de janeiro. Eu batia com minhas unhas na mesa de vidro, concentrada.

02 de Janeiro: Morte do Sr. Pontas, meu gatinho. Meteoro cai na Rússia. 21 de Janeiro: Posse de Obama. Renuncia do Papa. Fechei os olhos, ainda dedilhando sobre a mesa. Papai troca de emprego. Eu conheço Percy. Um estalo. 14 de Janeiro, eu conheço Percy no dia de minha entrevista e é o meu primeiro dia de trabalho já formada. Abro os olhos e encaro as íris verdes e ansiosas. Mesmas roupas, mesmas joias e mesmo perfume, assim como a forma de todos me tratarem como uma estranha. Franzi a testa. Era esse o plano de Percy. Reviver o nosso primeiro dia. Mas por que?! Isso não tinha nenhum sentindo... Olhei para sua expressão preocupada e percebi o ritmo que seu pé fazia ao bater contra o assoalho de madeira. Bom, isso vai ser divertido... Sorri maliciosa.

– Sim, eu vim para a entrevista. Prazer Annabeth Chase. – Estendi a mão para ele, o qual relaxou o rosto e deu um sorriso simpático, apertando minha mão.

– Perseu Jackson. Prazer.

Eu encostei pesadamente na cadeira, tirei meus sapatos com os pés e os puxei para cima, apoiando-os na mesa de vidro e fazendo Percy se assustar.

– Ãh... – Ele pigarreou. – Então, vamos falar de sua formação.

Eu contive um sorriso e dei de ombros.

– Não há nenhuma. Não me formei em nada. – Ele arregalou os olhos e eu me deitei mais sobre a cadeira de coro. – Você tem um cigarro?

Percy arregalou os olhos e endireitou-se.

– Você... fuma?

– Claro. Você não?

Ele balançou a cabeça rapidamente em negativa. Eu dei de ombros. Percy estava claramente confuso e mexia freneticamente em seus papeis. Eu pressionei meus lábios um sobre o outro, contendo uma risada. Eu havia acabado com seus planos, porem, era divertido ver Percy, lento como sempre, batalhar com seu próprio cérebro sobre o que fazer em seguida. Decidi aumentar a preção.

– Então – Levantei da cadeira e comecei a contornar a mesa, o que atraiu a atenção de Percy. – Senhor Jackson. – Eu parei ao seu lado e ele virou a cadeira para mim, olhando-me de cima a baixo, parecendo assustado. – Que tal começar a entrevista? – Me inclinei, colando uma mão em cada braço da cadeira e encarando Percy, o qual engoliu em seco.

– Er... e-eu... – Ele gaguejou e eu encarei seus olhos, me aproximando mais. Seu corpo estava preso pelas grades de meus braços e seus olhos pelos meus próprios.

– Olha só que interessante – Eu surrei e pude sentir a sua respiração sobre a minha, fazendo meus pelos se arrepiarem, o que não dei a mínima importância. – Para invadir o meu quarto enquanto estou desacordada tem toda a coragem do mundo, agora quando é para me enfrentar cara a cara fica completamente sem palavras, não é Percy? – Ressaltei a ultima palavra e ele piscou repetidas vezes, desviando o olhar do meu e praguejando baixo. Eu finalmente ri e me afastei, andando até os meus sapatos e calçando-os.

– Você é muito idiota. – Ele murmurou baixinho, irritadiço.

– Só uma pequena vingança. – Ele revirou os olhos e eu voltei a me sentar, cruzando as pernas. – Agora me explique decentemente o que foi tudo isso?

Percy, ainda com cara feia, encostou-se em sua cadeira e girou repetidas vezes 180o na mesma, impaciente e hiperativo, como sempre.

– Não é obvio?

– Na verdade não. O fato de você querer reviver o que foi o meu primeiro dia de trabalho não tem sentindo algum.

Ele relaxou o rosto e revirou os olhos.

– É o meu plano. Lembra? Um mês para te convencer a ficar. – Ele deu de ombros. – Esse é o meu plano.

Levantei uma sobrancelha e cruzei as mãos sobre o meu colo.

– Seu plano brilhante é me fazer reviver o meu primeiro dia de trabalho? – Encostei pesadamente na cadeira e levei as mãos para o alto. – Esperava mais de você Perseu.

Percy bufou e se levantou, andando até mim e sentando na beirada da mesa, sobre alguns papei. Eu o acompanhei com o olhar.

– Meu plano não é só reviver o primeiro dia. – Eu o olhei descrente. – Mas sim muitos outros dias. Os mais importantes de todos. A maioria envolvendo os de trabalho é claro.

– Espere ai. – Eu me levantei e fiquei de frente para ele, cruzando os braços. – A sua ideia brilhante, a qual de acordo com você vai me fazer querer continuar a trabalhar aqui – Ressaltei. – É me fazer reviver e me lembrar de muitos dias que passei perto de você e nessa empresa, os mesmo dias e as mesmas lembranças que me fazem ter raiva e arrependimento por ter aceitado esse emprego?

Percy abriu a boca, mas se calou, abaixando os olhos. Eu descruzei os braços e dei um passo em sua direção, incentivando-o a falar, o que de fato funcionou.

– Escute. – Ele desencostou na mesa e tocou meus braços, segurando meus cotovelos e fazendo um arrepio passar pela minha coluna. – Eu quero te provar que eu não sou tão ruim quanto você pensa. – Eu abri a boca para falar, mas seu olhar penetrante me calou. – Quero provar que seus dias comigo não foram um desperdício, mas que foram tão bons assim como foram para mim. – Eu o escutava sem mover um musculo, encarando seus olhos verdes. – Você me prometeu um mês, e vou usa-lo da melhor forma possível. – Ele voltou a passar as mãos pelos meus braços, sem se dar conta disso. – E antes que você dê um ataque, eu não entrei no seu quarto. Fiquei na porta enquanto seu pai me ajudava.

Eu revirei os olhos e ele me soltou, fazendo meus braços ficarem frios repentinamente. Eu suspirei e ele colocou as mãos nos bolsos, me observando.

– Eu te concedi esse mês... você pode usa-lo como quiser. – Percy abriu um meio sorriso e eu apontei para ele. – Mas nada de gracinhas entendeu? – Seu sorriso se alargou e ele assentiu. – Bom mesmo... – Abaixei a mão. – E eu não me lembro de todos os dias, como você quer que eu “encene” com você?

– Não quero nada certinho, não se preocupe. Só quero mostrar a ideia inicial e ver no que dá. – Ele se balançou sobre os calcanhares. – Claro, com a sua ajuda tudo será bem mais fácil.

Eu assenti.

– Tudo bem... eu faço o meu melhor. – Ele sorriu largamente e roubou um sorrisinho meu. – Então esse foi o nosso primeiro dia... interessante.

– Amanha será melhor. Você vai ver. – Ele riu e eu arregalei os olhos.

– Isso me assusta um pouco sabia?

Ele balançou a cabeça, ainda sorrindo.

– Imagino.

Eu revirei os olhos e o encarei meticulosamente. Ainda havia algo me incomodando.

– Percy? – Ele levantou os olhos para mim. – Onde estão as minhas roupas?

Ele riu e voltou a se encostar na mesa.

– Estão comigo. Todo o dia de manha você recebera as que devera usar para o dia, juntos com bilhetes. – Eu enruguei a testa e o olhei irritada. – Não faça essa cara sua chata, esse mês é meu e não há mais volta.

Revirei os olhos e bufei.

– Tudo bem. – Resmunguei, virando de costas para ele e começando a organizar os papeis em sua mesa.

– Ah, uma ultima coisa. – Eu voltei o olhar para ele, ainda irritada. – Pijamas e roupas intimas são por sua conta. – Ele levantou as mãos com cara de nojo. – Nunca tocaria em uma coisa dessas. Calcinhas de velha são extremamente broxantes.

Rapidamente, eu joguei o grampeador em Percy, o qual gargalhou enquanto se desviava do mesmo.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam??! Agora sim, apartir dos priximos cap, as coisas vão ficar mais divertidas... hahaha
Ah, Feliz Natal e um otimo Ano Novo para vocês leitores e escritores! Tudo de bom e obrigada por tudo até agora!
É isso ai gnt... até o próximo!
Beijos de luz :3

P.S.: Aproveitando para divulgar: Se alguem aqui não conhece e tiver curiosidade, leiam minha outra fic, American Idiot... http://fanfiction.com.br/historia/441954/American_Idiot/... Obrigada por tudo gnt!