– Finalmente, chegamos! – Exclama Emolga, dando piruetas no ar e depois parando de frente e de braços abertos para a grande cidade nomeada Vale do Crepúsculo.

– Ainda bem, não aguentava mais voar. – Fala, suspirando, Flygon. Em seguida, a dragão olha para o céu, e faz uma careta. – O tempo fechou legal. Acho melhor procurarmos logo esses tais Escolhidos, não tô muito afim de voar na chuva.

O céu estava completamente coberto de nuvens espessas e cinzas, bem escuras, os raios de sol não conseguiam as atravessar, fazendo assim o dia ficar escuro.

– Pro lado do grupo do Arcanine não tá muito diferente não. – Emolga diz, voltando para seus amigos. A esquila havia sobrevoado algumas nuvens, afim de ver a situação dos locais vizinhos. – Parece que tá caindo o mundo lá! Será só o tempo ruim mesmo? – Pergunta, preocupada com o que o outro grupo poderia estar passando.

– Algo me diz que não. – Kirlia fala, com uma expressão preocupada também, e um pouco pensativa.

– Mas afinal, por quê raios chamam essa cidade de Vale do Crepúsculo? – Tyrogue indaga com a voz um pouco aguda, com uma perceptível expressão de dúvida no rosto. – Não tem nada haver o nome com o lugar.

Era uma cidade bem grande, com ruas pavimentadas e largas, diversos pontos de comércio e várias casas residências também. As residências, toda com alta infraestrutura, alguns prédios de vários andares e algumas casas de dois andares. Lojas por toda a parte, vendendo tudo o que você puder imaginar. Um frenético vai e vem de Pokémon fazia da cidade um local bem movimentado.

– Vale do Crepúsculo não é bem o nome da cidade. – Serperior começa explicando. Ainda estava à frente do grupo, guiando à todos. – E sim o nome do bosque que fica um pouco mais à frente daqui, mas que ainda é propriedade da cidade. É um bosque aberto e enorme, e que se situa num planalto, planalto esse que em seu fim tem um grande abismo. Grama baixa e de um verde bem vivo. Bem no fim do planalto, uma grande rocha que vai de ponta a ponta do relevo, como uma espécie de barreira criada pela natureza para que os ‘’desavisados’’ não acabassem em queda livre no abismo. Dizem que, em noites de lua cheia, a luz lunar reflete exatamente nas extremidades da rocha, fazendo os raios lunares se ‘’partirem’’ em centenas e irem em várias direções, assim iluminando todo o bosque. Falam que é um evento muito bonito, alguns até falam que o bosque aparenta ser mágico sob à luz dos raios. – Termina, com voz calma e baixa, como de costume.

– Uau! Deve ser lindo! Hey, hoje é dia de lua cheia! Eu daria tudo para ver isso! Deve ser a coisa mais linda da face da Terra! Tenho que passar lá mais tarde! – Exclama animada Kirlia, dando pequenos pulinhos e soltando alguns gritinhos histéricos.

– Kirlia! Não estamos aqui para isso! Temos obrigações à cumprir agora, não podemos nos dar ao luxo da diversão e do lazer. – Lucario chama a atenção da garota, rígido e frio. Kirlia já se encontrava com uma resposta na ponta da língua, pronta para rebater, quando uma segunda voz se manifesta.

– Ele está certo Kirlia. Sinto lhe dizer, mas acho que não será possível passarmos lá, não hoje. Sinto muito. – Serperior fala com uma voz tristonha. – Mas, assim que pudermos, voltaremos aqui, todos juntos, para ver ao espetáculo. Okay? – Serperior promete, numa tentativa de animar a amiga. A garota então só suspira, visivelmente desanimada, e sussurra um rápido e baixo ‘’Okay’’.

O grupo seguia caminho. Não sabiam exatamente para onde ir, mas todos tinham o leve pressentimento de que algo os esperava em alguma parte daquela cidade.

{...}

– Hm, hum. Parece que o primeiro grupo de Escolhidos já está em nosso campo de visão. Já temos permissão para agir. – É o que diz uma voz suave, porém grossa e máscula, dando a entender ser uma criatura do sexo masculino.

– Sim, sim. – Uma segunda voz concorda. Essa, diferente da primeira, era um pouco mais agressiva e grave, porém era perceptível ser uma voz feminina. – Mismagius acaba de me falar que já tem a exata localização dos outros dois Escolhidos que estão aqui na cidade, disse que já está se encaminhando pra lá. Segunda ela, estão naquele bosque que o tal Serperior falava.

Os dois se encontravam em um beco, beco esse daonde observaram e escutaram toda a movimentação e conversa do grupo de Serperior. Era um beco bem escuro, a tonalidade dos pelos de cada um também, tornando assim difícil alguém enxergá-los. Era um esconderijo perfeito.

– Ótimo. É o seguinte, tenho um plano em mente. Podemos pegar todos eles com uma cajadada só. Vá junto com Mismagius, irei dar um jeito de guiar este grupo até lá também. Assim que eu chegar, espero que já estejam com o ataque preparado. – A primeira voz ordena, calculista e sem expressar qualquer emoção.

– Pedirei para Mismagius cuidar do ataque, eu me encarregarei da barreira de proteção do local, para que eles não tenham chance de fugir.

– Que assim seja então. Te vejo lá. – A criatura então sai do beco onde estava, começava a se dirigir na direção do grupo, com um pequeno sorriso cínico surgiu em seu rosto.

{...}

– Ainda não fui com a cara dessa Sylveon... Ela é estranha! – Lairon sussurra para Tyrogue, que concorda com um discreto aceno de cabeça. – Será que foi uma boa coisa virmos com ela?

– Sinceramente? Também não sei. Ela disse que nos levaria para conhecer a cidade por completo, para ficarmos ciente de tudo que tem por aqui, mas estamos andando só em linha reta! – Tyrogue sussurra de volta.

– Ér... Moça, onde a senhora tá levando a gente, hein? – Emolga grita. Lairon e Tyrogue lançam um olhar reprovador para a esquila, que só dá a língua para os dois.

– Já lhes disse, estou mostrando a cidade à vocês! Vi que são visitantes, e essa cidade é enorme... Não gostariam de se perder por aqui, não é mesmo? – Sylveon responde. Sua voz soava um pouco forçada, mas aparentemente ninguém havia percebido isso.

– Vocês são tão desconfiados... Veem más intenções em tudo! – Lucario exclama, revirando os olhos, seus braços se encontravam atrás da cabeça.

– Ah sim. E aqui estamos: Vale do Crepúsculo! – Sylveon exclama, sorridente. – É um lugar lindo, principalmente á noite... Ah, vocês já devem ter ouvido falar. Venham, vou leva-los ao centro do bosque.

–Bem, não é preciso, já fez muito pela gente. E também temos assuntos à resolver e... – Kirlia falava, mas foi interrompida por uma Shadow Ball que veio em sua direção. Rapidamente, ela se jogou para o lado, escapando por pouco de ser atingida por um ataque que lhe causaria um bom dano. – Mas o que foi...

– Acho que seus assuntos terão que ficar para depois. – Sylveon fala, de cabeça baixa. Sua voz agora havia engrossado consideravelmente.

O grupo, à essa altura do campeonato, já estava mais confuso do que nunca. De repente, um círculo rosado começou a se formar no chão e depois de formado, uma barreira, também rosada, começou a se elevar, e depois se fechou num ponto bem elevado do céu, formando uma cúpula.

– Onde a gente foi se meter... – Lairon fala, meio que para si mesmo, ao se ver totalmente preso.

– Eu me pergunto a mesma coisa. Nossa, vocês são tão ingênuos assim? Saem aceitando ‘’ajuda’’ de todo mundo, sem nem ao menos conhecer? Ah, por favor.

O grupo se vira para a direção da voz. Uma Delphox vinha na direção deles, mas não era uma Delphox qualquer. Parecia muito com uma versão shiny, mas seu ‘’vestido’’ não era roxo, e sim totalmente preto. Seus olhos eram de um vermelho bem vivo. Atrás da Delphox, uma Mismagius de coloração normal. A Mismagius se encontrava lutando com outros dois Pokémon presentes no local: Um Nidoking e um Chimchar, o segundo já aparentava estar bem esgotado. Diversas Shadow Ball’s tinham seu caminho desviado pela Shadow Claw de Chimchar e pelos fortes braços de Nidoking.

– O que vocês querem?!? – Lucario indaga, nervoso e exaltado, já preparando as mãos para um Aura Sphere.

– Oh, claro, ainda não nos apresentamos. Quanta falta de educação da nossa parte, não? – A Delphox fala, com naturalidade e calma, dando alguns passos à frente. – Prazer, Delphox, ou se preferirem, Agatha. A Mismagius se chama Ravenna e esse Sylveon que os trouxe aqui atende pelo nome Devin.

– ‘’Esse Sylveon’’, ‘’Devin’’? Mas é uma garota... Não é?!? – Tyrogue exclama, confuso.

– Urgh, por que todo mundo acha que todo Sylveon é fêmea? – Sylveon se dirige para o lado de Agatha e se senta ao lado da raposa de fogo. Logo, sua imagem começou a dar leves tremidas, em seguida, um fino arco branco e luminoso se formou envolta do Pokémon elfo, e fez algumas subidas e descidas ao redor do corpo do mesmo. Quando o arco se desfez e o tremor parou, um rápido flash cobriu o corpo de Sylveon, e quando o flash sumiu, foi possível ver sua verdadeira coloração. A mesma coisa aconteceu com a Delphox, que voltou a ter a coloração normal de uma de sua raça.

Não tinha tanta coisa diferente, mas não deixava de ser bem exótico. Onde deveria ser rosa bebê era preto. E agora que o Pokémon falava com sua verdadeira voz, ninguém tinha mais dúvidas de que era um garoto.

– Sei o que vocês estão pensando. Mas não, não somos os vilões da história. Não trabalhamos para Mewtwo, e sim para uma organização secreta. Na verdade, temos algo em comum com vocês, também queremos Mewtwo morto. – Agatha continua, agora com um pouco de emoção e ódio na voz. – Mas para começar a trabalhar nisso, precisamos de algo que está com algum de vocês...

– Antes que perguntem: Não iremos identificar nossa organização agora, não sabemos se podemos confiar nossa identidade à vocês. – Ravenna se pronuncia pela primeira vez. Continuava desviando e desferindo ataques.

– Mas se o papo de vocês três é com eles, por que nos prenderam aqui também?!? – Perguntou, indignado, o Chimchar.

– Argh, já cansei de vocês! – Nidoking grita, avançando contra Mismagius. Ele avançava frontalmente, e seu chifre brilhava bastante.

(Trilha sonora de batalha)
(Trilha sonora alternativa)

Quando já estava à frente de Mismagius, desferiu um Megahorn na fantasma, porém a mesma desviou para o lado esquerdo. Nidoking sabia exatamente que esse seria o movimento de evasiva que a Pokémon usaria. Mismagius não havia visto que Nidoking havia preparado um ThunderPunch com sua pata esquerdo, e acabou atingida pelo ataque.

– Temos vantagem numérica. Vamos acabar com isso logo. – Tyrogue avança em Delphox, com um Mach Punch pronto.

Delphox somente observava o Pokémon ir em sua direção, com um sorriso cínico em seu rosto. Quando Tyrogue estava perto o suficiente, deu um pulo e levou seu punho em direção ao rosto da raposa. Já prestes a acertar o ataque, os olhos de Delphox começam a brilhar, e em questão de milésimos de segundos uma barreira protetora, não exatamente um Protect e sim uma variação do mesmo, surgiu à sua frente, parando o soco.

– Se vocês pensam que com míseros ataques irão nos derrotar, estão muitíssimo enganados. – Agatha aponta seu galho de árvore para Tyrogue, e uma energia bem peculiar cobre o mesmo. A raposa eleva seu galho, e Tyrogue começa a ‘’levitar’’, como se acompanhasse os movimentos do graveto, Agatha agora o controlava. Sem fazer grandes movimentos, jogou Tyrogue contra a parede da cúpula. Ao acertá-la, o Pokémon lutador leva uma grande descarga elétrica, e cai inconsciente no chão. – Hunf, será mais fácil do que pensei.

– Então não podemos encostar nas paredes... Uhr, vai ser complicado. – Kirlia conclui, pensando em algum jeito de contra-atacar.

– Isso não fará muita diferença para mim, afinal sou Ground! Posso muito bem dar um jeito nessa raposinha gótica. – Flygon avança rapidamente contra Delphox. Seu amuleto começa a brilhar, e no meio do trajeto Latias aparece, voando junto com sua Escolhida. Uma aura roxa com pequenos detalhes em laranja começa a envolver as duas, usariam um Giga Impact. Já estavam se aproximando da Pokémon de fogo, que como antes continuava parada, sem demonstrar preocupação. O ataque tinha tudo para dar um Critical Hit, mas então um outro Pokémon surge à frente de Delphox, a protegendo.

– Surprise Dragon. – Fala Sylveon, cínico. Suas fitas se encontravam à frente do rosto, cruzadas em forma de ‘’X’’. Flygon sabia exatamente o que ele usaria, e tentou ao máximo desviar ou parar seu Giga Impact, mas a velocidade e a pressão era muita, não conseguiria parar.

Sylveon descruzou rapidamente suas fitas, e um vendaval rosado acertou diretamente Flygon e Latias, que foram jogadas contra a cúpula. Flygon já se encontrava bastante fraca, e Latias havia voltado ao amuleto por não ter como continuar. Afinal, as duas haviam levado um poderoso Fairy Wind, era uma surpresa que Flygon não tivesse desmaiado de primeira.

– E-eu não costumo desistir assim! Não pense que só... – Flygon foi interrompida por um pequeno ponto de energia que a atingiu e a fez cair no sono na mesma hora, um Hypnosis vindo de Agatha.

– Já vi que vocês não sabem trabalhar em grupo, muito menos analisam o local onde estão antes de efetuar um ataque. – Agatha conclui, fazendo um sinal de negação com a cabeça e suspirando.

Enquanto isso, Mismagius jogava Psybeam’s em Nidoking e Chimchar, que rebatiam. Chimchar empunhou sua mão e uma aura avermelhada a cobriu. O mesmo correu até Mismagius, deu um salto e a acertou com um Rock Smash. Mismagius foi jogada alguns metros pra trás, mas não teve nenhum grande dano. Balançou a cabeça e se preparou para mandar mais um Psybeam, dessa vez o direcionando somente para Nidoking.

Nidoking então metalizou sua cauda, e quando o raio já estava para acertá-lo usou um Iron Tail para se proteger. Mismagius colocava cada vez mais força no ataque, e Nidoking tentava ao máximo continuar firme. Chegou a ser empurrado alguns centímetros para trás, mas colocou toda a sua energia no Iron Tail e no fim conseguiu cortar o Psybeam.

Mismagius lançou um olhar reprovador para os dois seres à sua frente, e via-se que estava bastante irritada por seus ataques estarem sendo desviados à todo tempo. Mas então um sorriso lhe surgiu em seu macabro rosto, e logo três ‘’portais’’ surgiram atrás da fantasma, e a mesma meio que se teletransportou pra dentro deles, sumindo por completo da visão dos outros dois.

– Ah, droga! Ela vai usar o Phantom Force! Fique de olho ai macaquinho, ela pode aparecer em qualquer lugar. Assim que ela reaparecer, use um Rock Smash nela novamente. – Nidoking aconselha, olhando atento para todos os lados.

– E quem é você pra me falar como lutar? Não preciso de grandalhões feito você me mandando, eu faço o que bem entender. – Chimchar rebate, um pouco exaltado. Estava prestando total atenção no Pokémon broca: Era o momento perfeito de Mismagius atacar. Sem o Chimchar perceber, os três portais ressurgem ao seu lado, e deles Mismagius sai com uma aura roxa a envolvendo. Ela investe com tudo no adversário e depois volta para os portais, que a teleportam para o lugar que estava antes. Chimchar já não tinha mais forças para lutar, então se rende ao cansaço e cai.

– Haha, bem feito, bichinho marrento! – Nidoking provoca. Até que o mesmo escuta um ‘’Melhor não se vangloriar tanto.’’ Vindo de Mismagius, e quando menos espera um carregado Psybeam o atinge em cheio, o deixando fora de combate também.

– Sério que aquele Nidoking enorme não conseguiu dar jeito naquela Mismagius?!? Ain, meu Arceus, a gente tá ferrado... – Diz Emolga, receosa.

– O poder deles é fora do comum! – Lairon exclama, desferindo um Thunderbolt em Delphox e Sylveon, que são atingidos e ganham um pouco de dano.

– Deixem-me usar um Earthquake e então acabamos com essa tal Agatha de uma vez! – Lucario grita, enquanto manda um Aura Sphere em Delphox, que corta o ataque com seu galho.

– Não pode fazer isso! Se usar um Earthquake aqui poderá nos afetar também! – Kirlia fala, defendendo-se de algumas Shadow Ball’s que Sylveon atirava. – E depois ainda teríamos Devin e Ravenna para lidar, não vale a pena! – Kirlia conclui. Lucario bufou e revirou os olhos. Kirlia seria acertada por uma Shadow Ball que ela não havia visto chegar, mas Lucario usa um Fire Punch para desmanchar a esfera negra.

Sylveon e Delphox se encontravam ocupados desviando e mandando ataques, e Serperior aproveitou essa oportunidade para chegar sorrateiramente por trás da raposa. A serpente começou a girar sua calda, e um pequeno ponto de água surgiu da mesma. O pequeno ponto foi se expandindo, até cobrir toda a cauda.

– Agatha, um Aqua Tail! – Alertou Sylveon, ms já era tarde demais. Serperior havia atacado a Delphox com tudo, e pela primeira vez desde o início da luta ela pareceu realmente afetada. Caiu de bruços no chão, tossiu um pouco e se levantou novamente, pronta para atacar.

Um indicio de fogo surgiu no graveto de Delphox, e a mesma o apontou para Serperior, um Flamethrower foi disparado. Serperior conseguiu cortar o fogo ainda usando o Aqua Tail, porém levou danos mesmo assim.

– Já vi que você não será tão fácil igual seus amigos. Eu até diria que se você não tivesse uma grande desvantagem contra mim me ganharia. – Agatha diz, rodando seu graveto e deixando pequenas fagulhas de fogo no ar. Serperior continuava armado com a Aqua Tail.

Delphox fez um círculo no ar com seu galho, e logo um círculo de fogo surgiu no chão ao redor de Serperior. A serpente tentou sair, mas estava totalmente cercado. Era uma boa hora pra começar a se preocupar.

– Acalme-se, você não irá se machucar. – A raposa diz, aliviando em partes o outro. – Mas também não sairá dai para ajudar seus amigos. – Delphox eleva seu galho, e junto com ele as chamas também se elevam e formam uma bola de fogo com Serperior dentro. Uma outra esfera havia se formado dentro da esfera de fogo para proteger a serpente das chamas. – Ravenna, conseguiu identificar qual deles está com o amuleto que precisamos para o ritual?

– Ainda não, estou me esforçando. Maldito Nidoking, me deu um bocado de trabalho. – Ela bufa. Ela olha atentamente para os Pokémon que ainda estavam de pé, até que seus olhos começam a brilhar de um tom vermelho sangue e depois ‘’se apagam’’. – Achei! Está com aquela Pokémon shiny ali! – Ela exclama, se referindo à Kirlia.

– O que tem eu?

– Hm. Acho que eu posso dar um jeito nela. – Sylveon dá uns passos à frente, preparava uma Shadow Ball para disparar em Kirlia.

– E eu acho que posso dar um jeito nisso que você chama de cara. – Lucario provoca, estava visivelmente alterado. Sylveon apenas dá um sorriso inocente, irritando mais ainda o Pokémon encapuzado, que parte para cima do rival.

Um punhado de fogo encobriu a mão esquerda de Lucario, e o mesmo pulou em Sylveon, acertando-o no rosto. O elfo cuspiu um pouco de sangue, sacudiu a cabeça e voltou a olhar para frente.

Sylveon invoca uma barreira rosada, que fica à sua frente por alguns segundos e some, um Light Screen. Em seguida lançou um punhado de areia no rosto de Lucario, o cegando parcialmente. O Pokémon fada lançou algumas esferas rosadas com detalhes em roxo na direção do Lucario, um Psyshock. O Pokémon lutador juntou suas duas mãos e depois às afastou. Um osso luminoso apareceu em suas mãos e o lutador o usou para se defender. Assim que as esferas se aproximavam, Lucario às cortava ou as desviava para o lado.

– Urgh, Pokémon marrentos como você me irritam, sinceramente. – Devin fala, revirando os olhos e suspirando. – Meu papo não é contigo, valeu? Ravenna, Agatha. Por favor. – Sylveon fala, deixando Lucario confuso. As garotas só assentem e se preparam para atacar.

A Delphox avança frontalmente, com seus braços estendidos para o lado. Da ponta de seus dedos, um pequeno círculo com alguns símbolos em si se formava e ia crescendo, até finalmente estar do tamanho que deveria.



Lucario também avança com seu osso. Ele gira o objeto e arremessa contra a adversária, que desvia e atira os tais círculos em Lucario, que usa o ExtremeSpeed para dar evasiva.

– Sou bem mais poderoso do que aparento. Você não tem chances contr... – Lucario é interrompido por conta de uma onda elétrica que o havia acertado e o feito cair. Tentou se levantar, mas não conseguiu. Seus músculos estavam totalmente paralisados, nem um simples movimento facial conseguia fazer direito.

– Hunf, até agora há pouco já tava aí se exibindo, aí leva um Thunder Wave e perde toda a ‘’macheza’’. Típico de homens como você. – Mismagius diz, parando ao lado de Lucario.

– Finalmente posso me entender com a garotinha. – Sylveon dá um sorriso de canto ao ver Kirlia o olhar assutada.

Sylveon lança uma Shadow Ball, que passa de raspão em Kirlia. A mesma contra-ataca com um Magical Leaf que acerta o rosto do outro. Ficaram um bom tempo nesse ciclo, até que Kirlia é atingida e é lançada alguns metros pra trás. Sem perder tempo, Sylveon usa o Dig e a atinge em cheio, a jogando à uma altura considerável para ter uma queda feia. Iria ser atingida de novo, mas conseguiu reunir forças para usar o Teleport. Porém quando surgiu em outro lugar, foi logo acertada por um Will-o-Wisp de Agatha, no mesmo momento foi possível notar uma ‘’perda adicional’’ de energia por causa das queimaduras.

– Acho que isso acaba por aqui, não? – Sylveon usa suas fitas para erguer Kirlia no ar pelo pescoço. A garota chega a sentir certa falta de ar, mas evita demonstrar estar sendo afetada. Lairon e Emolga estavam prontos para tentar libertar a companheira, mas Mismagius e Delphox os impediram.

– N-não me r-rendo fácil... Você não vai... Conseguir o que quer... Sejá l-lá o que for. – Falava entre pausas, para procurar um pouco de ar. O efeito Burned ‘’atacou’’ de novo, deixando-a em suas mínimas forças.

Kirlia usou mais uma vez o Teleport. Sylveon se mostrou surpreso, não esperava que ela ainda tivesse forças para isso.

Usou o Double Team, e então usou o Magical Leaf. Sylveon usou o Fairy Wind, fazendo as folhas voltarem e acertarem Kirlia e seus clones. Os clones de desfizeram e Kirlia mais uma vez se encontrava no chão. Agora, a garota chorava.

– Own, que peninha de você. – Havia sarcasmo explícito na voz de Devin. – Ah, não tem mais graça te fazer sofrer se for pra você ficar choramingando aí, sem nem tentar reagir. – O Pokémon se aproxima de Kirlia e se ajoelha. E então usa seu último recurso para ganhar a luta.

Delicadamente se aproxima da bochecha de Kirlia e lhe dá um beijo. Alguns segundos depois, uma esfera de energia vinda de Kirlia é formada no ar, e esse mesma esfera se ‘’infiltra’’ em Sylveon, passando as energias de um para o outro. Agora era definitivo: Kirlia não tinha mais como lutar, havia desmaiado por ter suas energias restantes sugadas pelo Draining Kiss.

– Bom, parece que chegamos ao fim. – Mismagius conclui.

– É. Ao que parece, por hoje terminamos. – Delphox se aproxima da Kirlia desmaiada, puxa o amuleto que estava no pescoço dela e o guarda consigo. – Vamos embora daqui. – Ela dá um estalo com os dedos. A cúpula que os cobria sumiu, e o fogo que envolvia Serperior se apaga, o deixando livre novamente.

Sylveon e seus dois companheiros se juntam. Delphox dá uma última olhada à volta, e então joga uma esfera psíquica no chão. A esfera estoura, formando uma grande cortina de fumaça. Quando a fumaça se dissipa, não há nada mais no lugar onde antes eles estavam.

– Hey, vocês tão bem?!? – Serperior pergunta, preocupado. Sua pergunta é respondida automaticamente ao só ver Emolga e Lairon conscientes e bem. Além de Lucario, mas o mesmo estava paralisado, então não contava.

– Mas o que... – Emolga não conseguia falar, estava em estado de choque. Os três restantes ficam por vários minutos em silêncio, sem saber o que fazer ou falar.

*Silêncio*

– Sabe, tirei algumas conclusões depois desse evento maluco que aconteceu aqui agora. – Lairon quebra a onda de paz do lugar. – E uma delas, é que Sylveon’s não são tão amáveis quanto pensamos...