Quando chove no mundo de alguém escrita por Tio Memphis


Capítulo 1
Capítulo 1 - A imensidão branca.




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Bem, poderia dizer que essa é uma história feliz, mas não cabe a mim dizer o final, queria saber se o desfecho, se será algo grandioso, uma tragédia ou uma comédia. Infelizmente não sou eu quem controla o rumo dos fatos, o destino é muito impreciso para poder dar um palpite.

Mas para começar basta saber que eu sou alguém, sim, alguém, ninguém em especial, nunca fui de me destacar entre multidões, nem em pequenos grupos, sempre preferi passar despercebido, sou a pessoa que você vai cruzar um olhar na rua e logo esquecer, um rosto comum na multidão, até prefiro assim, não acho que seria algo muito grandioso me conhecer.

Mas isso também não cabe a mim decidir, a mente das pessoas é muito complexa, não posso simplesmente falar algo e dizer que é a verdade absoluta, seria muita presunção.

Enfim, no decorrer da história você vai saber mais, ou não, talvez isso não faça nenhum sentido, ou talvez faça todo sentido, também não cabe a mim dizer isso.

Acordei em um lugar onde não havia nada além de uma vastidão branca, pense num quarto branco se isso ajudar. No princípio é algo meio assustador ver que não existe nada ao seu redor além de você, e muito difícil de acreditar.

— TEM ALGUÉM AI! — gritei, mas sem resultado nenhum.

Depois de mais algumas tentativas, percebi que estava realmente sozinho.

Logo de cara não fiquei assustado, se fosse um sonho logo acabaria e eu poderia voltar para a minha rotina e para minha vida fantasma. Para falar a verdade a ideia de estar sozinho em um mundo branco parecia até mesmo divertida. Então comecei a caminhar para tentar chegar ao fim.

O tempo parecia não passar, e aparentemente eu não me cansava também, mas continuava caminhando, na esperança de encontrar um fim. Sempre seguindo em frente, algo que estava acostumado a fazer na minha vida, não importava a situação, eu continuava seguindo em frente, mesmo que tudo o que eu desejasse fosse desistir, ou simplesmente parar, mas não lá, não naquele lugar totalmente branco, lá eu seguia em frente sem nada para me atrapalhar ou desviar a minha atenção.

Quando me peguei pensando nisso, uma série de outras coisas vieram à mente, "porque eu continuo?", "qual é o sentido disso?", "o que vai acontecer no fim?", "porque sempre sigo em frente?".

A última pergunta me fez parar.

Pela primeira vez naquele lugar eu me senti cansado. O peso sobre meus ombros aumentou de uma forma surpreendente e meus pulmões estavam expandindo com mais força, percebi que havia ficado exausto e me sentei no chão.

Ainda com aquela pergunta em mente, enquanto tentava recuperar o folego, comecei a refletir.

O que me movia? Qual era o sentido que eu estava dando para a minha vida? Porque seguir em frente se não sei o que quero alcançar? Quem sou eu? O que me tornei com o passar dos anos?

Nesse mesmo instante ouvi uma risada de uma criança, não parecia ser muito longe dali, mas não conseguia ver nada além da grande imensidão branca, mas mesmo assim me levantei e corri em direção da doce risada, me esforçando para poder alcança-la.

Meu corpo doía, mas eu precisava seguir em frente, mesmo sem saber o porquê. Mesmo correndo, não havia nada lá além de uma vastidão branca. Mas algo me movia, algo naquela risada me fazia seguir em frente, fazia algo que eu não sabia que existia pulsar na minha alma. Eu tinha que seguir em frente, mais uma vez eu me obriguei a seguir em frente sem saber o motivo, sem saber o que eu poderia encontrar, sem saber se encontraria essa criança ou se aquela vastidão teria fim

Quando os músculos não aguentaram mais, caí, e por um momento meu mundo escureceu, e achei que enfim eu iria acordar daquela loucura, enquanto fechava os olhos vi menino pequeno olhando para mim com uma expressão de curiosidade, e então meu mundo escureceu...


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