Renê narrando- Estava na hora de partimos, então nos levaram em lugar onde podiamos nos trocar. Passaremos uma semana em Veneza, na Itália, depois voltaremos para o Brasil, mas não pra casa, ficaremos mais uma semana em Angra dos Reis. A Helena desfazia o penteado, não conseguia parar de olhá-la, ela percebeu, pois encarou a minha imagem refletida no espelho e ergueu uma sobrancelha. A Letícia entrou correndo na sala e pulou no colo da Helena, que riu.

–- Agora você é oficialmente minha mãe!

–- Ou madrasta.- Alice falou ganhando caretas das mulheres da minha vida.

–- Vou sentir muitas saudades de você minha princesinha.- A Letícia abraçou mais uma vez a Helena.

–- Eu também mamãe, mas relaxa, vão ser só duas semanas certo?

–- Certíssima, afinal não conseguiriamos ficar muito tempo longe de você.

–- Está na hora de irem. Divirtam-se!- Alice piscou para a Helena, a deixando corada, o que me fez rir.

–- Mãe, cuida da minha pequena, viu? E não deixa ela ficar sozinha com a Alice por muito tempo, é perigoso deixar uma louca cuidando de uma criança!- Gargalhei e a Alice nos encarou de cara amarrada.- Meu amor se cuida, está bem? Obedece a vovó. Te amo!

–- Tudo bem mamãe, prometo que vou ficar quietinha. Eu também te amo.- Me despedi da minha filha e partimos. Chegamos à Veneza no dia seguinte ao meio dia. Fazia um frio de 9*c . Mais perfeito impossível. A Helena abriu um sorriso maravilhoso ao perceber que estava nevando. Passei o braço por seus ombros e ela apoiou a cabeça no meu.

–- É incrível!

–- Fiz questão de me certificar que estaria frio. Ou teríamos que mudar o rumo dessa viagem.

–- Você é maravilhoso!- Sorri.

–- É o que todo mundo diz.- Ela gargalhou e empurrou de leve meu ombro.

–- Bobo.

–- Que você ama.

–- Muito!- O carro em que estávamos parou e eu olhei pela janela.

–- Chegamos.- Abri a porta e a ajudei a sair. Em poucos segundos já tinhamos os cabelos brancos, tomados de neve. A Helena me olhou e abriu aquele sorrisão, que eu logo devolvi. Pegamos nossas malas e entramos. Fizemos o check-in e subimos até o quarto.- Não ouse passar por essa porta sem ser em meus braços, senhora Magalhães.

–- Ain Renê, só você mesmo!- Eu a peguei no colo enquanto ela gargalhava.

–- Vou levar esse comprovante até a recepção, não demoro.- Falei logo após parar de rir e recuperar o Fôlego.

Helena narrando- O quarto mais parecia um pequeno apartamento. Coloquei a minha mala ao pé da cama e tirei algumas roupas de dentro, que fui deixando sobre a mesma, enquanto não escolhia uma, formando uma pequena bagunça. Assim que decidi, fui me livrando das inúmeras peças que me cobriam.

–- Não quer ajuda?- O Renê apareceu atrás de mim e eu quase parei de respirar.

–- Que susto, Renê!- Ele sorriu de lado indo até uma das divisórias do quarto, uma pequena sala, mas sem tirar os olhos de mim, o que me deixou um pouco sem graça, até pude imaginar o quanto estava vermelha. Eu tinha mesmo que está apenas de calcinha e sutiã?

–- Você se importa se eu pedir o almoço agora? Tô com fome.- Neguei com a cabeça e fui até onde ele estava na intenção de ligar o aquecedor.- O que está fazendo?

–- Ligando o aquecedor.

–- Por que?

–- Porque estou com frio.

–- Eu juro que tentei ficar longe, mas eu não consigo, e você também não ajuda né?- Ele falou rápido e me beijou, um beijo de tirar o fôlego. Suas mãos em minha cintura me puxavam contra seu corpo. Fiquei um pouco sem reação, afinal, não sabia o que fazer. Ele colou minhas costas contra a parede e eu passei minhas mãos por baixo da sua camisa, sua pele estava quente e podia sentir seus músculos pulsarem por mim. Segurou minhas pernas as levantando e entrelaçando a sua volta.

–- Pensei que tinha fome.- Sussurrei o fazendo sorrir.

–- Ela pode esperar, certo?- Assenti e devolvi o sorriso. Avançamos com extrema facilidade até a cama, onde ele me pôs deitada, ficando sobre mim. Retirei sua camisa, enquanto ele fazia o mesmo com a calça. Voltou a selar nossos lábios acariciando meu corpo com a ponta de seus dedos, e consequentemente enviando arrepios de uma extremidade a outra. O Renê passou os beijos para o meu pescoço, e soltei um suspiro pesado ao senti-lo sugar minha pele. Pude ver seu sorriso mesmo sem está olhando o seu rosto. Os nossos corpos imploravam um ao outro. Minhas pernas acariciavam as suas.- Eu te amo Helena.- Uni novamente nossos lábios, os movendo em perfeita sincronia. As minhas mãos o puxavam para mim, colando ainda mais nós dois.

Renê narrando- Nossos corpos uniram-se no momento certo, no momento em que já não conseguíamos segurar nosso desejo. Seu corpo arqueava-se com meus toques. Éramos um só, no mesmo ritmo. Suas unhas cravaram-se contra minha pele, deixando longas marcas às minhas costas, pude sentir meu corpo derreter e perder sua força. Deixei-me cair sobre ela e enterrei meu rosto em seu ombro. Não sei dizer por quanto tempo ficamos assim, em silêncio, corações acelerados, batendo na mesma frequência, até se acalmarem. Deitei ao seu lado a trazendo para junto de mim, passei os dedos por entre seus cabelos, fazendo carinho, até adormecer.