All I Want For Christmas escrita por DéhBotelho


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal!

Bom, eu acabei deletando meu outro perfil no Nyah por motivos pessoais, mas resolvi entrar novamente com uma nova conta...E para inaugurar minha reentrada, resolvi postar essa One-Shot revisada, em comemoração ao Natal, que já vem ai...

Espero que gostem!

Beijos enormes e Boa Leitura!



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All I Want For Christmas – Capítulo Único

POV. BELLA

Olhei pela enorme janela da minha sala. O tempo estava extremamente frio. O céu estava nublado, com bastante nuvens, logo nevaria... Eu adorava neve... Ele também adorava... Passávamos horas e horas sentados em frente dessa mesma janela olhando a neve cair lá fora, conversando sobre nada, curtindo somente a presença um do outro... Como eu sentia a sua falta...

Tomei mais um gole do meu vinho tinto predileto... O destilado desceu esquentando todo meu corpo. Fechei meus olhos, apreciando aquela sensação... Mas naquele momento eu só queria uma pessoa ali comigo para me esquentar, e não seria o meu vinho preferido que me faria esquecê-lo...

Sai da janela e andei até a lareira que estava acessa. Na sala só se ouvia o som distante do tiquetaquear do relógio, o barulho oco de meus saltos no chão de madeira e o fogo trepidando.

Foquei-me por grandes instantes em uma foto, no centro em um suporte acima da lareira. Nela se via uma linda mulher, com cabelos castanhos avermelhados, olhos castanhos, do mais profundo tom de chocolate. Ela sorria para o belíssimo homem ao seu lado, que lhe afagava o rosto e sorria para ela também. O homem tinha os olhos do mais belo e intenso tom de verde, e os cabelos na inconfundível e incomum cor bronze, apontando para todos os lados.

Deixei minha taça de vinho no suporte da lareira e peguei a foto, sorrindo bobamente. Aqueles eram eu e Edward, meu amado marido, que estava a exatos dois anos no Iraque, servindo ao exército americano. E eu estava morrendo de saudades de tê-lo ao meu lado.

Falar que nós nos apaixonamos a primeira vista, seria uma mentira descabida...

Edward e eu não nos apaixonamos a primeira vista e demoramos uns bons anos para percebermos o que sentíamos um pelo outro.

Edward era irmão mais velho de meu melhor amigo, desde sempre, Jasper Cullen. Eles tinham mais um irmão, Emmett Cullen, que era o mais velho dos três. Eles eram filhos de Esme e Carlisle Cullen, melhores amigos de meus pais desde a época do colegial.

Além disso, Tia Esme e Tio Carlisle eram meus padrinhos, assim como meus pais eram padrinhos de Jasper.

Convivíamos desde crianças e desde que eu me conheço por gente, eu e Edward implicávamos um com o outro... Minha mãe dizia que eu tinha um gênio muito forte, mas meu pai me chamava de topetuda. Jazz e Emm sempre tinham que nos separar...

E assim fomos crescendo e a nosso ódio mútuo também...

Na adolescência, eu com meus 15 anos e Edward com 17, ele sempre implicava comigo, com minhas roupas, com minha aparência.

Todos nós passamos por fases complicadas na adolescência, e não foi diferente comigo. Eu engordei bastante e em meu rosto apareceram as malditas espinhas e cravos. Edward sempre tirava sarro de mim, me chamando de nomes horríveis, e fazendo minha época do colegial um inferno, já que ele era do grupo dos populares, sendo o capitão do time de futebol americano...

O que tinha de lindo, Edward tinha de irritante. Ele era prepotente, se achava o dono do mundo e do universo. Era arrogante e fazia sempre minha vida na escola um verdadeiro suplício!

Porém, na frente dele, eu nunca me abalava. Eu não deixava barato quando ele me dava apelidos e me zoava, então eu o chamava de lança chamas, por conta de seus cabelos da cor exótica bronze e por sempre estarem desgrenhados. Edward ficava puto comigo e lá vinha mais vários apelidos por parte dele para mim, e minhas réplicas para ele... E assim lá se iam horas a fio de implicância um com o outro.

Muitas pessoas diziam que o ódio que sentíamos e a vontade de implicar sempre que possível um com o outro era paixão. E esse era o único momento que eu e Edward concordávamos em alguma coisa...

“Eu, apaixonado por essa porco espinho acima do peso?! Nem fodendo!” – dizia Edward com escárnio, e saia andando pelos corredores da escola, levando consigo as risadas de seus parceiros de equipe, das líderes de torcidas e de todos que estavam nos assistindo...

Mas no fim, depois de tantas humilhações e brigas pelos corredores e salas de aula, eu chorava horas e horas a fio com Jasper, e ele sempre me dizia para eu não me deixar abalar por aquelas palavras de Edward, e que seu irmão um dia perceberia a mulher linda que eu era, e que ficaria apaixonado por mim.

Eu ria descaradamente na cara de Jazz e dizia que aquilo nunca aconteceria, que eu sempre seria o patinho feio... Eu brigava com Edward, o odiava, mas no fundo, como toda menina, eu queria que ele me notasse, que visse a menina que eu era por dentro. Mas eu sempre recebia mais apelidos horrendos e sua risada de escárnio.

Quando Edward foi para faculdade, com 19 anos, eu pude respirar em paz. Eu ia na casa de meu amigo e dos meus padrinhos e não o tinha ali para me perturbar. Além de me perturbar na escola, Edward fazia questão de sempre me atormentar quando eu ai até a casa dele e de Jasper, ou para fazer trabalhos da escola, ou simplesmente para uma festa que Tia Esme preparava. Então, quando ele finalmente foi para a faculdade, eu e Jasper podíamos ficar juntos...

Mas no fundo, no fundo... Morria de saudades de Edward...

Três anos depois, com 18 anos, eu finalmente entrara para a faculdade de Medicina em Princeton, juntamente com Jazz. E eu tinha mudado. Depois de sofrer tanto com as implicâncias de Edward, resolvi entrar na academia, fazer um regime e procurar uma dermatologista.

O corpo, antes cheio de gordurinhas, estava enxuto com muitas curvas e bem distribuído. Eu malhava pelo menos 4 vezes por semana e me alimentava corretamente, fazendo com que meu corpo fosse totalmente cheio de curvas nos lugares certos. Eu estava gostosa.

O cabelo sem vida e brilho, agora era de um castanho avermelhado que sempre chamava a atenção, brilhoso e sedoso, que batia no meio de minhas costas. Os olhos castanhos achocoladados eram destacados no rosto com a pele lisa de porcelana, que após três anos de tratamento dermatológico era impecável, com a boca vermelha carnuda, e grandes cílios. Com os anos eu me tornei uma bela mulher, que sempre chamava a atenção, por onde passava.

Formei-me cinco anos depois, com 24 anos, juntamente com Jasper, com 25 anos e sua, então namorada, Alice Brandon, também com 24 anos.

Durante os anos da faculdade, sempre que podíamos, Jazz e eu passávamos os feriados de Natal e Ano Novo em Forks, nossa cidade natal. Com as duas famílias sempre muito amigas, os feriados eram com nossas famílias juntas. Durante esses 5 anos, Edward nunca estava presente nas datas comemorativas. Mas não era por mero capricho.

Logo no primeiro ano da faculdade de Engenharia, Edward resolveu largar tudo e se alistou no exército. Desde então ele faz carreira no mesmo. Então, ele nunca estava presente nas festas e feriados, pois ou estava em alguma missão, ou simplesmente não podia deixar o posto em sua Unidade Militar.

Mas naquele Natal, logo depois da nossa formatura, seria diferente. Edward, depois de tantos anos, passaria o Natal em casa com a sua família. Ele tinha conseguido uma transferência de Unidade, agora ele moraria em Seattle, perto de Forks, o que foi motivo de tremenda alegria para todos, e de extremo alívio para Tia Esme.

Lembro-me nitidamente até hoje de como tinha sido aquele Natal...

FLASHBACK ON.

Eu me encontrava perto da lareira perdida em meus pensamentos. Segurava uma taça de vinho tinto e vez ou outra, dava um pequeno gole no líquido. Porque eu estava tão nervosa em rever Edward!? Nós nunca nos demos bem! Sempre que podíamos brigávamos um com o outro, então o porquê raios eu tinha essas milhões de borboletas em meu estômago?!

Dei um grande gole em meu vinho e foquei-me nas chamas da lareira.

Senti alguém se aproximando, e logo os braços acolhedores de meu melhor amigo estavam a minha volta, dando-me um abraço reconfortante.

– O que foi Bells!? – perguntou-me Jasper, apoiando sua cabeça em meu ombro

– Eu não sei Jazz... Estou muito estranha... Rever seu irmão... Acho que não vai ser uma grande ideia...

Jazz soltou seus braços de minha cintura e me puxou para que eu virasse e ficasse de frente para ele, então sorriu lindamente para mim. Assim como Edward, Jasper era dono de lindos olhos verdes, porém seus cabelos eram loiros, como os do pai, e meu amado padrinho, Carlisle. Ele aproximou-se e beijou com ternura minha testa.

– Não se preocupe Bells... Vai dar tudo certo!Já se passaram sete anos... Edward amadureceu e você não é mais nenhuma adolescente cheia de espinhas e acima do peso. Você não pode deixar que lembranças de quando vocês eram dois adolescentes imaturos inunde sua cabeça... – disse-me ele, sorrindo reconfortante para mim.

– Mas Jazz...

– Bells! Você tem 24 anos, é agora a mais nova médica do hospital de Forks... Amadureça e deixe de lado as diferenças! – me cortou Jazz, dando mais um beijo em minha testa e se afastando indo até seu pai, meu pai e Emmett.

Sorri para meu melhor amigo. Quando Jasper queria ele sabia me colocar no colo e ver o quanto imatura e boba estava sendo. Largando a mão de ser infantil, fui até Alice, a namorada de Jazz.

Mary Alice Brandon, com seus 24 anos, era o ser pequeno mais irritante e amável de todo mundo! Dona de cabelos incrivelmente pretos e curtinhos, e olhos extremamente azuis, Allie tinha conseguido cativar Jasper de uma forma que nenhuma outra menina tinha conseguido. Eles se conheceram na nossa primeira aula de anatomia, e desde então não se via os dois longe um do outro.

Quando nos conhecemos, tornamo-nos amigas instantaneamente! Alice é extremamente irritante quando a conversa é compras e querer fazer os outros de bonecas gigantes, mas é uma mulher muito carismática e pra cima! É impossível ficar triste perto dela! Além disso, é uma amiga muito leal.

Allie conversava animadamente com uma loira escultural. Aquela era Rosalie Lilian Hale, noiva de Emmett, que tinha 29 anos. Rosie, como gostava de ser chamada, tinha 27 anos e era linda: cabelos extremamente loiros e olhos verdes que contrastavam em sua pela alva. Rosie e Emm se conheceram quando os dois faziam um comercial para a Calvin Klein.

Os dois eram modelos fotográficos. Emm com sua altura, seus 1.90m de puro músculos, os olhos azuis acinzentados, herdados de Carlisle, e suas lindas covinhas, fazia com que ele fosse um lindo modelo, sempre muito procurado por marcas famosas, principalmente as marcas famosas de roupas íntimas.

Em uma sessão de fotos, para a Calvin Klein, conheceu Rosie, e depois de dois anos de namoro, os dois estavam noivos, com casamento marcado para dali a um ano.

Rosie era uma pessoa extremamente doce! Tinha um temperamento horrível, mas quando gostava verdadeiramente de uma pessoa, você tinha uma amiga e companheira para toda uma vida!

Eu, Rosie e Allie éramos inseparáveis! Estávamos sempre juntas, e quando juntavam Jazz e Emm a nós era uma bagunça só!

Minhas duas melhores amigas conversavam também com minha mãe e minha madrinha. Dona Renné Dwyer Swan era uma mulher encantadora! O que eu parecia ser velha para a minha idade, minha mãe era a juventude em pessoa! Além de claro, ser extremamente desastrada. E esse gene parecia ter sido herdado por mim!

Minha mãe sempre levava meu pai para viagens onde eles faziam diversos programas radicais, como saltar de pára-quedas, fazer mergulho com tubarões e fazer parapente. Meu pai dizia que minha mãe ainda o mataria, mas eles eram de longe o casal mais apaixonado que eu conhecia.

Minha madrinha era Esme Elisabeth Masen Cullen. Dona dos olhos verdes mais límpidos que eu conhecia e dos cabelos castanhos avermelhados tão parecidos com os meus, ela era minha segunda mãe! Ela sempre esteve presente em minha vida: o primeiro aniversário, a primeira vez que fui a escola, o primeiro beijo, a primeira menstruação, o primeiro choro por um coração quebrado. Ela e minha mãe eram grandes amigas, e como minha mãe também era madrinha de Jasper, elas eram inseparáveis.

Aproximei-me mais das quatro, e logo fui abraçada pela cintura por minha mãe. Engatamos uma conversa super animada, mas a cada 2 minutos, Tia Esme olhava para o relógio acima da lareira e para a porta. Ela estava extremamente nervosa, pois Edward até aquele momento não tinha chegado, e já estava a mais de uma hora atrasado.

Depois de tantos anos, continua sendo um idiota! Idiota por fazer minha madrinha quase ter um treco! Depois Jasper ainda vem dizer que ele amadureceu! Não sei aonde!

– Ai Deus Renné! E se aconteceu alguma coisa!? Ele nunca se atrasa! – disse Tia Esme chorosa.

Minha mãe sorriu reconfortando minha madrinha, afagando os braços dela. Eu me aproximei e abracei-a de lado.

– Calma Tia Esme, logo Edward estará aqui... Não faz bem a senhora ficar dessa forma, sua pressão... – disse carinhosa. Tia Esme tinha sérios problemas com sua pressão arterial, e eu estava preocupada com ela...

– Espero mesmo minha Bella... Eu sei que não devia ficar tão nervosa, mas é meu bebê... Sinto tanta falta dele... – dizia ela afagando meus braços, enquanto sua outra mão fazia movimentos circulares no peito, perto do coração, como se o acalmasse. Ela estava agoniada.

E querendo ou não eu também estava agoniada... Será que tinha acontecido alguma coisa com Edward?!

Nesse mesmo instante, ouvimos o barulho da porta sendo batida e logo depois uma voz grossa e forte penetrou o ambiente da sala, e eu não sabia o porquê, mas tinha me arrepiado instantaneamente:

– Cheguei família!

Tia Esme deu-me sua taça de vinho meio sem jeito, e saiu praticamente correndo ao encontro de Edward. Allie, Rosie e eu rimos da cena e continuamos a conversar.

Senti uma delicada mão em meu ombro chamando minha atenção.

– Bella, querida, desculpa por praticamente ter te jogado a taça de vinho – disse-me Tia Esme, enquanto eu lhe entregava novamente a taça. - Ah, lembra-se de Edward!? Claro que se lembra não é? Vocês brincavam sempre juntos! – perguntou-me ela carinhosa, tocando o braço de um homem atrás dela.

Quando ele se virou, deparei-me com o homem mais belo que já tinha visto e instintivamente segurei um pouco meu fôlego. Os cabelos bronze, estavam domados em um corte reto, típico de exército. O corpo era musculoso, com o peitoral e ombros largos. Seu rosto parecia ser uma escultura de Michelangelo de tão belo: os olhos verdes contrastavam lindamente com sua pele um pouco morena, devido ao sol dos campos de batalha. Edward tinha se tornando um belo homem, com os seus 26 anos. O homem mais lindo que eu já tinha visto.

Notei também que ele me fitava boquiaberto. Não querendo mais estender aquela cena constrangedora, estiquei minha mão para cumprimentá-lo.

– Olá Edward! Como vai!? Muito tempo não é mesmo?! – Disse sorrindo delicadamente. Merda! Por que eu estava tão nervosa?!

Edward parecia ter saído do transe e senti-me estremecer ao ouvir sua voz grossa e sexy perto de mim.

– Olá Isabella. Bem e você?! Muito tempo... E devo ressaltar, que ele só fez bem a você... – disse-me ele, aproximando seus lábios de minha mão, e depositando um beijo ali, sem desconectar os olhos de mim.

Senti-me estremecer quando seus lábios tocaram o dorso de minha mão. Quando ele afastou seus lábios, e ainda sorria para mim, não consegui desviar meus olhos dos seus, e logo meu rubor veio dar o ar de sua graça, e instantaneamente senti minhas bochechas esquentarem. Edward alargou mais o sorriso, e quando ele iria dizer algo, Tia Esme o pegou pelo braço, levando-o até Rosie e Allie.

Quando eles se afastaram, bebi o restante do vinho que estava em minha taça em um único gole e logo me aproximei do pequeno bar que tinha sido montado na sala, enchendo novamente minha taça de vinho e bebendo-a instantaneamente, deixando-a vazia rapidamente. Enchi novamente a taça, e senti minhas pernas fraquejarem quando notei que Edward me encarava com aquele maldito sorriso torto. Corei novamente, e percebi seu sorriso alargar-se.

Oh senhor! Porque ele me afeta tanto! Não era pra ser assim!

Tomada por minha vergonha, procurei meus pais, e os encontrei sentados lado a lado no sofá, conversando ao pé do ouvido. Sorri para a cena e me aproximei dos dois. Meu pai, o senhor Charlie James Swan era o delegado de Forks. Ele era a pessoa mais compreensível e atenciosa que existia. Apesar de estar com os meus 24 anos, formada e com emprego fixo, papai ainda me tratava como uma princesa, a sua princesa, e eu adorava aquilo!

Quando sentei-me ao lado de meu pai no sofá, ele esticou seu braço para também me abraçar pelos ombros. Meu pai sempre dizia que ermos as mulheres de sua vida: sua rainha e sua princesa. Dei-lhe um beijo tenro na testa, e assim os dois me incluíram em sua conversa, que estava basicamente em tentar convencer a minha mãe, de que papai não queria salta de bungee jump.

Algum tempo depois, Tia Esme chamou nossa atenção dizendo que o jantar já estava servido. Fomos todos em direção à mesa, e tive a sensação de que estava sendo seguida por alguém. Quando olhei para trás senti mais uma vez naquela noite minhas pernas fraquejarem: Edward levava um copo de wiskhy aos lábios e fitava-me com tamanha intensidade que me senti estremecer. Rapidamente, virei-me para frente e segui o caminho até a sala de jantar, com o rosto extremamente corado.

Senhor, eu prometo que se o Senhor me deixar sair viva desse jantar eu vou ser uma pessoa mais legal, mais espirituosa! Só, não me deixe cair em tentação!

Para minha grande sorte, sendo mais do que irônica, claro, Edward sentou-se de frente para mim na mesa, e durante todo o jantar sentia seus olhares em mim.

Ele prestava atenção em cada movimento que eu fazia, a cada palavra ou risada que eu dava. Quando eu o notava distraído, eu o fitava e mais uma vez não segurei meus pensamentos: Edward estava extremamente atraente, e sua beleza e seu charme mexiam comigo.

Além disso, eu percebia algumas sutis diferenças nele. Seus olhos não tinham mais aquela sombra de escárnio e de menino mimado. Edward tinha um olhar mais sério, um olhar de uma pessoa mais velha e mais vivida. O que será que tinha acontecido com ele durante todos esses anos!? Será que ele tinha alguma cicatriz, algum machucado!?

Suas feições não eram mais de arrogância e superioridade. Ele estava mais carinhoso e atencioso com os pais e com os irmãos. Estava extremamente simpático com Allie e Rosie e cordial comigo e com meus pais. Aquele era outro Edward. E eu acreditava que parte de seu charme estava no amadurecimento que o tempo e o Exército tinham proporcionado a ele.

Estava tão concentrada em meus pensamentos, que ainda fitava Edward, tentando compreendê-lo. Notando que alguém o encarava, ele olhou novamente para mim, e quando aquele lindo sorriso torto dançou em seus lábios senti-me corar mais uma vez naquela noite.

Será que dá pra parar Isabella?!

Depois de ter sido pega no flagra, minha atenção ficou concentrada em meu prato o resto do jantar.

Ao terminamos de jantar, e a meia noite, Carlisle nos chamou novamente para nos juntarmos na sala, para trocarmos nossos presentes de Natal. Estava tão entretida com as brincadeiras de Rosie e Allie sobre o presente que elas tinham me dado, um lindo corpete azul royal, que assustei-me quando senti minha mãe derrubar um pouco de vinho em meu vestido, afinal ela já estava um pouquinho alterada...

– Ai Deus! Desculpe filhota! Ai que desastre que eu sou! – dizia minha mãe apavorada,com a voz um pouco arrastada.

Eu, Allie e Rosie rimos de seu desespero e principalmente por sua embriaguez.

– Relaxa mamãe! Vou ali na cozinha e rapidinho tiro essa mancha! – disse piscando um olho para ela, e plantando um beijo em seu rosto. Enquanto saia da sala, ouvi Jasper me chamando:

– Hey Bells! Agora sabemos de onde você tirou sua ótima coordenação motora! – disse-me ele piscando um de seus olhos, fazendo com que todos gargalhassem.

Fechei meus olhos em fenda.

– Você é um idiota Jasper Cristopher Masen Cullen! – respondi, dando minha língua e seguindo de volta para a cozinha, mas não antes de ouvir a grossa voz de Jasper:

– Muito maduro Bells! – disse Jazz zombeteiro.

Cheguei na cozinha rindo. Acabei esbarrando sem querer em Angelina, uma simpática senhora de 56 anos que era a governanta da casa de meus padrinhos:

– Oi Angelina! Nossa! Está linda!

– Olá menina Bella! – disse-me carinhosa Angelina – Ora essa! Pare de bobagens... – disse ela envergonhada, fazendo-me sorrir - O que posso fazer por você?!

– Bom, minha mãe bebeu um pouquinho de mais e acabou derrubando vinho no meu vestido... – disse risonha.

– Ah... Renné não tem jeito! Mas com água morna e bicarbonato de sódio essa mancha sai rapidinho... Espere um pouquinho...

Enquanto conversava com Angelina e esperava a água ferver, dei um impulso e sentei-me na bancada da cozinha, e comecei a comer algumas frutas que estavam ali, balançando meus pés.

– Então menina Bella, onde está aquele menino simpático que você trouxe aqui no mês passado!? – perguntou-me Angelina

– Bom Lina... É meio complicado... – Como eu vou dizer pra uma senhora de quase 60 anos que eu só transava com Eric?! Não ficaria bem...

– Oh já entendi... Coisas proibidas não é?! – perguntou-me ela sorrindo, piscando um olho.

– Isso ai! – respondi sorrindo, mas ao mesmo tempo envergonhada. E para não falar mais besteira comecei a comer uvas rapidamente.

Angelina começou a cantarolar uma música de Natal e eu comecei a cantar junto com ela.

Uma das coisas que eu adorava fazer era cantar... E eu cantava muito bem...

Silent Night Cover by Alice Kristiansen http://www.youtube.com/watch?v=5RSAFIMM-1k

Silent night, holy night (Noite silenciosa, noite sagrada)

All is calm, all is bright (Tudo está calmo, tudo está brilhante)

Round yon virgin mother and child (Em volta da virgem Maria e criança)

Holy infant so tender and mild (Sagrado bebê tão meigo e suave)

Sleep in heavenly peace (Dorme em paz celestial)

Sleep in heavenly peace (Dorme em paz celestial)

Lina não cantava mais, e me olhava encantada cantando para ela:

Silent night, holy night (Noite silenciosa, noite sagrada)

All is calm and all is bright (Tudo está calmo e tudo está brilhante)

Round yon virgin mother and child (Em volta da virgem Maria e criança)

Holy infant so tender and mild (Sagrado bebê tão meigo e suave)

Sleep in heavenly peace (Dorme em paz celestial)

Sleep in heavenly peace (Dorme em paz celestial)

Angelina sorria brilhantemente para mim, com algumas lágrimas nos olhos. Ela adorava quando eu cantava. Segundos depois ouvimos a inconfundível voz de Edward atrás de nós:

– Nossa! Isso foi... Lindo demais de se ouvir... – quando me virei em sua direção, Edward estava encostado no batente da porta com as mãos nos bolsos de sua calça e olhava-me com admiração. Senti minhas bochechas corarem e virei novamente em direção a Angelina e fui pegar a vasilha que ela tinha separado com a água com bicarbonato para limpar meu vestido...

– Bella canta lindamente menino! Nunca a tinha ouvido?! – Ouvi Lina dizer, fazendo com que eu ficasse mais envergonhada.

– Infelizmente nunca tive esse prazer Lina... É a primeira vez que volto em casa em 5 anos... – senti meu coração apertar ao ouvir que sua voz quebrou um tom ao dizer isso, e me virei em sua direção, podendo ver o vislumbre de tristeza em seus olhos, enquanto ele fitava ao longe a grande janela da cozinha que dava para os jardins lindos de Tia Esme. Minha vontade era de abraçar Edward naquele momento e nunca mais soltá-lo...

– O que posso fazer por você meu menino? – perguntou Lina, tão quebrada quanto eu ao presenciar aquela cena.

Edward voltou sue olhar para Lina, e sorrindo como uma criança na manhã de Natal disse:

– Posso comer suas deliciosas rabanadas?!

Lina soltou uma deliciosa gargalhada.

– Venha menino... Guardei umas para você e seus irmãos...

Edward sentou-se em uma baqueta perto da bancada de mármore que a pouco eu estava sentada e se deliciava com as rabanadas de Lina. E eu tentava inutilmente tirar a mancha de vinho de meu vestido, pois tudo que eu conseguia me concentrar era na voz de Edward...

Cansada de tentar me concentrar, peguei a vasilha e sai da cozinha sem nada dizer a Lina ou a Edward e fui até o banheiro. Me tranquei no mesmo e pude respirar profundamente e me concentrar na tarefa de limpar a mancha de vinho.

Deus! A presença de Edward estava mexendo demais comigo!

Depois de uns 20 minutos, consegui tirar a mancha e voltei para sala, encontrando todos sentados, escutando a deliciosa melodia que Edward tocava no piano. E vi que era minha oportunidade de fitá-lo sem que parecesse estranho... Encostei-me ao batente da porta e me permiti apreciá-lo. Edward estava lindo, e vê-lo tão quebrado na cozinha por conta da ausência imposta pelo exército me deixou mais próxima a ele.

Era perceptível sua mudança, e o quanto ele tinha amadurecido...

Fui tirada de meus devaneios quando todos aplaudiram quando Edward terminou de tocar. Então o que veio a seguir me pegou completamente desprevenida...

– Bom, há alguns minutos atrás fui até a cozinha roubar algumas deliciosas rabanadas de Lina... – começou Edward, mas foi interrompido por Jazz e Emm:

– Hey! – gritaram os dois juntos, fazendo com que todos nós ríssemos.

– Não se preocupem ainda tem pra vocês... Fominhas! – disse Edward arrancando mais gargalhadas de nós – Bom, lá na cozinha tive o prazer de presenciar uma linda cena... – Nesse momento os lindos olhos verdes de Edward me captaram, e com um lindo sorriso torto nos lábios Edward continuou – Bella estava cantando Sillent Nigth com Lina, e como eu nunca a tinha ouvido cantar, gostaria que de saber se ela poderia cantar mais alguma coisa...

Senti meu rosto imediatamente ficando quente e eu tinha certeza que deveria estar corando até o último fio de meus cabelos.

– Oh! Isso seria maravilhoso! – disse Tia Esme batendo palminhas

– Querida, você poderia cantar para nós? – perguntou-me Tio Carlisle lançando-me um sorriso lindo.

Largando a vergonha de lado sorri para todos, e captando o olhar de Edward respondi:

– Será um prazer... – e logo fui recompensada por um sorriso mais aberto de Edward, me deixando com as pernas bambas.

Desencostando do batente da porta fui caminhando até perto do piano, mas antes de começar a cantar chamei Jazz e pedi para que ele pegasse sua guitarra. Quando ele se aproximou novamente de mim, com a guitarra em mãos, sussurrei qual seria a música. Jazz sorriu. Era uma música alegre e divertida.

Santa Baby (Cover) by Daniela Andrade

http://www.youtube.com/watch?v=VJ1HRRcG1vg

Jazz iniciou os acordes da música, e quando foi a minha deixa para começar a cantar, fez um aceno com a cabeça:

Santa baby (Querido Papai Noel)

Slip a sable under the tree (Deixe um casaco de pele embaixo da árvore)

For me (Para mim)

I've been an awful good girl (Eu fui uma boa menina)

Santa baby (Querido Papai Noel)

So hurry down the chimney tonight (Desça rápido pela chaminé hoje à noite)

Dei um sorriso de lado, e comecei a me balançar sensualmente.

Santa baby (Querido Papai Noel)

A '54 convertible too (Um ’54 conversível também)

Light blue (azul claro)

I'll wait up for you dear (Eu vou esperar por você querido)

Santa baby (Querido Papai Noel)

So hurry down the chimney tonight (Desça rápido pela chaminé hoje à noite)

Continuei, fazendo uma cara de pensativa, arrancando gargalhadas das pessoas:

Think of all the fun I've missed (Pense em toda a diversão que eu perdi)

Think of all the fellas I haven't kissed (Pense em todos os caras que eu não beijei)

Pisquei um olho e sorri marteira, piscando o olho para meu pai que gargalhou.

Next year I could be just as good (Ano que vem eu poderei continuar assim tão boa)

If you check off my Christmas list (Se você desse uma olhada na minha lista de presentes)

Santa baby (Querido Papai Noel)

I want a yacht, and really that's not a lot (Eu quero um iate, e realmente isso não é muito)

I've been an angel all year (Eu fui um anjo o ano todo)

Santa baby (Querido Papai Noel)

So hurry down the chimney tonight (Desça rápido pela chaminé hoje à noite)

Dei uma reboladinha, piscando um olho para Tio Carlisle, que gargalhou, assim como meu pai tinha gargalhado.

Santa honey (Papai Noel, querido)

There's one more thing I really do need (Há mais uma coisa que eu realmente preciso)

The deed (A escritura)

To a platinum mine (De uma mina de platina)

Santa cuttie (Papai Noel, gracinha)

So hurry down the chimney tonight (Desça rápido pela chaminé hoje à noite)

Segui até Jasper e me apoiei em seu ombro, que sorriu e piscou o olho em minha direção.

Come and trim my Christmas tree (Venha e decore minha árvore de Natal)

With some decorations bought at Tiffany's (Com alguns enfeites comprados na Tiffany’s)

I really do believe in you (Eu realmente acredito em você)

Let's see if you believe in me (Vamos ver se você acredita em mim)

Fui até Emm e me encostei em seu ombro também, e assim como Jazz, ele piscou um de seus lindos olhos para mim.

Santa baby (Querido Papai Noel)

Forgot to mention one little thing (Esqueci de mencionar uma pequena coisa)

A ring (Um anel)

And I don't mean on the phone (Mas eu não quero dizer no telefone)

Santa baby (Querido Papai Noel)

So hurry down the chimney tonight (Desça rápido pela chaminé hoje à noite)

Me afastei de Emm, e fui até Jazz novamente.

Hurry down the chimney tonight (Apresse-se pela chaminé hoje à noite)

So hurry down the chimney tonight (Desça rápido pela chaminé hoje à noite)

Quando terminei de cantar, todos na sala aplaudiram. Agradeci, fazendo uma reverência como uma princesa, segurando as barras de meu vestido.

– Adorei a escolha da música Bells! – disse Jazz sorrindo, enquanto dava-me um beijo em minha testa.

Então ele se levantou e foi até Alice. Logo depois Tio Carlisle serviu mais vinho para todos nós. Eu me afastei um pouco e fui até a janela da sala, observando a neve cair.

– Você canta muito bem... – sussurrou Edward perto de mim.

Virei meu rosto e deparei-me com seus lindos olhos e sorri.

– Obrigada...

Virei-me novamente para a janela, e vi pela minha visão periférica Edward fazer o mesmo. Ficamos alguns minutos sem nada dizer, e eu me assustei ao pensar em como aquilo era certo: eu e Edward juntos, curtindo a presença um do outro.

Ainda tentando absorver aonde meus pensamentos me levavam, assustei-me quando Edward quebrou nosso silêncio, com sua voz mansa e grossa, que fazia todos os pelos do meu corpo se arrepiarem:

– Bella... Eu sei que fui um completo idiota com você durante muito tempo, principalmente na época do colegial, e acredite em mim, durante todo esse tempo no exército eu pensei em milhões de maneiras de te pedir desculpas... Perdi as contas de quantas cartas comecei a escrever pra você e não tive coragem de mandar... – Nesse momento, virei meu rosto para Edward, e ele fitava seu copo de whisky e vi sua bochechas ganharem um lindo tom de vermelho, e tive que me segurar para não pular em seus braços.

Percebendo que eu o fitava, Edward levantou seu rosto e segurei minha respiração ao ver a intensidade de seu olhar. Então ele continuou:

– Eu queria muito pedir desculpas a você... E a minha vinda para casa também significava ver você, e pedir desculpas, tentar me redimir de alguma forma com você... – Edward começou a ganhar novamente um tom de vermelho em suas bochechas, e passou a mão nervosamente por seus cabelos acobreados - Você gostaria de sair comigo amanhã? Para conversarmos... Para eu tentar recuperar os anos que perdi...

Eu tinha abaixado meu rosto, mas fui gentilmente trazida de volta pelos dedos de Edward. E novamente segurei o fôlego ao ver a intensidade dos sentimentos nos olhos de Edward. Minha resposta foi imediata e sussurrada:

– Claro Edward... Será um prazer...

Edward sorriu para mim, aquele maldito e lindo sorriso torto. Beijou delicadamente minha bochecha e foi ao encontro do seu pai e irmãos, deixando-me com as pernas bambas na janela.

FLASHBACK OFF.

O nosso passeio tinha sido maravilhoso. Conversamos sobre muitas coisas e Edward estava sendo sincero quando tinha dito que queria me conhecer melhor e queria se remediar pelos anos que o deixou de fazer: ele me perguntou sobre minhas músicas preferidas, filmes, cor, flores. Perguntou o que gostava de fazer nos dias frios e nos dias chuvosos, o que gostava de fazer nos dias quentes...

Eu também fazia as mesmas perguntas e foi impossível não reviver o sentimento de quando eu era adolescente de que Edward era uma pessoa apaixonante.

Depois do nosso passeio, Edward e eu nos aproximamos muito. Nos tornamos grandes amigos, e sempre ligávamos ou mandávamos cartas um para o outro quando ele estava na sua Unidade Militar, em Seatle. E quando ele vinha para casa, nos seus dias de folga, sempre passávamos horas e horas juntos, conversando.

Logo percebemos que a saudade que sentíamos era muito grande para pessoas que apenas se consideravam amigos, e um ano depois, em um Natal em minha casa, assumimos um namoro, e desde então não ficamos mais longe um do outro.

Quando completei 26 anos, Edward, com 28 anos, surpreendeu-me com um lindo pedido de casamento, e alguns meses depois, no dia 25 de dezembro, eu me tornava a senhora Isabella Marie Cullen.

Somos casados a exatos três anos, e a dois, não o vejo.

Por conta da guerra no Iraque, Edward fora convocado. Mas sempre que podia, ele conseguia vir para casa. Porém, com sua experiência em campo, Edward ganhou uma nova patente, ele fora promovido de Primeiro Tenente para Capitão, então sua presença era sempre indispensável nas Unidades Militares no Iraque, e ele já não conseguia vir para casa. Dessa forma, há dois anos, conversávamos por cartas, algumas vezes (tornando-se cada vez mais raras) por telefone e mais raramente por Skype.

Há dois anos, eu comemorava sozinha meu aniversário de casamento, e mais uma vez, dali a quatro dias, eu comemoraria meu 4º ano de casada sozinha...

Nós ainda não tínhamos filhos.

Edward queria muito, mas não achei certo engravidar e criar um bebê com ele estando no Iraque e eu em casa sozinha... Se fôssemos para ter filhos, que acontecesse quando a guerra acabasse e Edward voltasse para casa, para os meus braços.

Por sentir tanta a sua falta e a saudade, resolvi ocupar meu tempo ócio mergulhando de cabeça em meu trabalho.

Eu era a mais jovem administradora do maior hospital de câncer infantil de Seattle. Eu amava meu trabalho. Amava estar com as crianças e tentar trazer algum conforto para elas, e para seus familiares e até mesmo uma cura. Mas quando eu chegava em casa, a sentia fazia e fria, meu coração se afundava em meu peito, e todos as noites chorava até dormir.

Lembrando-me de nossa história, percebi então que chorava, e que minhas lágrimas caiam no porta-retratos que eu segurava. Devolvi-o para o seu lugar no console da lareira e voltei para a janela, fitei minha mão esquerda, que carregava minhas duas alianças, de casamento e de noivado, e sorri lembrando de meu Edward...

Minha aliança de noivado era simples e delicada. Nada de extravagante como eram as de Allie e Rosie.

Edward estava numa época bem apertada financeiramente de sua vida. Nós tínhamos comprado o apartamento e o estávamos mobiliando-o então a nossa grana estava bem curta... Dessa forma, ele não conseguiu comprar uma aliança mais cara para mim, com um grande diamante. Era uma aliança dourada com um pequeno diamante em forma de coração. Quando Edward me pediu em casamento suas palavras foram:

“Eu sei que agora estamos vivendo um momento bem complicado de grana por conta de nosso apartamento... É uma aliança simples, mas quando vi esse coração... – Edward chorava e tinha as bochechas coradas de vergonha – É uma representação... Assim como essa joia em forma de coração é sua, o meu coração também o é... para sempre...”

Foi impossível não me derreter com suas palavras, mas mesmo depois de ele ser promovido e eu ter um bom cargo no hospital, e nossa situação financeira melhorar, não quis trocar minha aliança de noivado. Ela era perfeita. Assim como o meu marido...

Voltei minha atenção para a janela, e observei a neve que caia lentamente, assim como minhas lágrimas...

Estava tão distraída, perdida em lembranças e memórias, que me assustei quando o telefone tocou.

Oi dinha!

Foi impossível não sorrir ao ouvir a deliciosa voz de minha afilhada, juntamente com Edward, Alyssa.

Alyssa era a única filha de Jasper e Alice. Era uma menina doce e encantadora com seus 6 anos, dona de lindos, sedosos e longos cabelos loiros e lindos olhos castanhos mel.

Edward e Emmett viviam pegando no pé de Jazz que ele teria muito trabalho quando a menina crescesse, pois ela sempre conseguia tudo o que queria! Era só fazer uma cara manhosa e Jazz se derretia como uma manteiga!

– Olá meu amorzinho! Como você está?! – perguntei com a voz grossa, por conta do choro, mas um pouco mais animada ao ouvir sua voz melodiosa.

Dinha! A mamãe e o papai vão fazer uma festa! Um ultra-super-hiper-mega festa de Natal! E você vem não é?! A por favor dinha! Vem por favorrr!! – dizia ela. Não pude deixar de imaginar os pulinhos de manha que ela deveria estar dando. Ela sempre fazia isso quando queria alguma coisa... E sempre conseguia. Acabei rindo.

Desde que Edward tinha ido para o Iraque eu fui me afastando um pouco de minha família e eram raras às vezes em que eu ia para Forks. Eu sabia que estava sendo extremamente egoísta me mantendo longe deles, mas se já era difícil ficar em casa, imagine olhar para os olhos de Jazz, que tinham o mesmo tom de verde dos olhos de Edward?! Ou ver o jeito brincalhão de Emm tão parecido com o do irmão do meio!?

Era doloroso...

Além disso, eu não suportava os olhares de pena direcionados a mim... Eu sentia a falta de Edward, mas não queria que ninguém sentisse pena de mim por conta disso...

Meus pais também sofriam bastante com a minha ausência, mas eu sempre que podia ligava para eles e conversávamos por horas... Quando meu pai dizia que sentia minha falta, que eu deveria ser mais presente na vida deles... Eu sempre contra atacava dizendo que sempre ligava, que estava presente sim na vida de meus pais... E meu pai me desarmava logo depois, dizendo: “Estar presente somente com a sua voz não é presença Isabella... Estar presente é vir visitar seus pais, seus sogros, seus amigos e cunhados. Estar presente é estar presente de corpo e alma...

E logo depois que ele dizia isso, eu me derramava em lágrimas.

Tentando uma nova abordagem esse ano, pediram para que Alyssa me convencer com seu jeitinho tão persuasivo... Mas eu também estava cansada de passar mais um ano sozinha. Eu precisava da minha família, dos meus amigos...

Com isso em mente, respondi prontamente:

– Tudo bem pequena! Eu vou! – disse sorrindo.

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!! Ela vem mamãe! Ela vem!!! – gritava Alyssa a plenos pulmões, fazendo com que eu gargalhasse e afastasse o telefone de meu ouvido, imaginando o quanto ela deveria estar pulando de alegria!

– Pequena, o papai está por ai?

Tá sim Dinha! Peraí... Ah! Não esquece meus presentes tá!?Alyssa Lilian Cullen! Não foi essa educação que te dei!­ – escutei a voz de Alice, ralhando com Alyssa, fazendo com que eu risse – Te amo Dinha!

Nem ao menos consegui despedir-me dela, e logo ouvi a inconfundível voz de meu melhor amigo e cunhado.

Oi Bells...

– Usar Alyssa foi golpe baixo, e vocês sabem disso... – disse brincalhona...

Você está chorando!?perguntou-me ele alarmado.

Suspirei. Jazz realmente me conhecia como a palma da mão dele.

– Não foi nada Jazz... É só... saudade... São dois anos... – disse chorosa, enquanto algumas lágrimas rolavam por meu rosto, novamente.

Ei... Não chore Bells! Olha, eu sei está difícil pra você, está para todos nós na realidade... Edward faz muita falta, nós sabemos disso, porque também sentimos saudades dele... Mas sabemos que ele está bem, e que logo ele voltará para casa... Então, porque ficar em casa, sozinha, chorando como uma velha encalhada!? disse ele brincalhão, fazendo com que eu sorrisse Venha pra cá... Seus pais e os meus querem muito que você venha... Theo e Rob também estão morrendo de saudades da tia Linda – disse ele rindo.

Theodor e Robert eram duas figurinhas encantadoras! Eles eram gêmeos, filhos de Rosie e Emm, e tinham quatro anos. Os dois eram a cópia perfeita do pai: cabelos escuros, olhos azuis e covinhas encantadoras! Eram duas bolas de energia, e pareciam que sempre estavam na carga máxima! Rosie dizia que se continuassem nesse ritmo alucinado ela não aguentaria.

Amava os meus sobrinhos, que eram afilhados de Allie e Jazz. Além de serem super energéticos, tinham puxado o lado piadista do pai, e achavam engraçado todos me chamarem de Bella. Para eles, eu era bonita demais para ser chamada somente de Bella, então, Theo e Rob somente me chamavam de tia Linda.

Gargalhei com o que foi dito por Jazz. Eu sentia muita saudade de meus sobrinhos, de minha linda afilhada e mais ainda de meus pais e de meus padrinhos. E lógico, dos meus amados amigos... Além disso, Jazz estava certo... Na noite anterior Edward tinha finalmente conseguido me ligar, depois de 6 meses conversando apenas por cartas, e me deu a notícia mais perfeita de todo o mundo: dentro de dois meses ele estaria de volta para os Estados Unidos, estaria de volta pra casa, de volta pra mim!

A guerra já tinha acabado... Mas como ele tinha uma patente alta, Edward ainda não tinha conseguido regressar. E depois de tanto tempo tentando, finalmente ele teria uma folga prolongada, tirando um peso de cima de todos os nossos ombros e corações.

Após desligarmos, liguei para toda a família e a notícia foi recebida com imensa alegria por todos nós, e não víamos a hora dele chegar logo, para finalmente matarmos a saudade!

– Você está certo Jazz... Me desculpe ok!? Eu sei que fui egoísta todo esse tempo... Me desculpe mesmo... – disse com a voz embargada pelo choro.

Hey! Sem choro Bells... Sabemos que você é a mais afetada com tudo isso... Mas somos uma família e passamos por tudo juntos! Momentos bons e ruins... Sabemos que você precisava do seu tempo, mas agora já chega! Está na hora de você voltar pra nós, assim como Edward está voltando...

Sorri com as palavras de meu melhor amigo, e fungando, tentando espantar as lágrimas, sorri e lhe respondi:

– Obrigada por nunca desistirem de mim... Eu estarei ai... Amanhã mesmo pedirei folga no hospital e vou direto para Forks, tudo bem!? - disse um pouco mais animada, pois em algumas horas veria minha família.

Ok Bells! Estamos muito felizes por saber que você virá! E nós nunca desistiríamos de você! Te amo, fica bem ok!?

– Ficarei! Também amo você! Mande um beijo para Allie e Alyssa. Outro enorme pra você!

Mandarei! Beijos!

Assim que desligamos, o sorriso não saiu de meu rosto! Finalmente estaria voltando para casa, para o aconchego e carinho de minha família.

Com as energias renovadas, subi até meu quarto e de Edward, coloquei meu pijama e joguei-me na cama. Dormi quase que instantaneamente, sem chorar, pela primeira vez em dois anos.

QUATRO DIAS DEPOIS, DIA 22 DE DEZEMBRO – FORKS

Eu já estava instalada em Forks a exatos 4 dias e hoje estávamos na casa de meus sogros e padrinhos, arrumando a grande árvore de Natal que tínhamos.

Emm, Tio Carlisle, meu pai e Jazz se encontravam na sala de jogos, jogando sinuca, fumando charutos e tomando whisky.

Minha mãe, Tia Esme e Angelina estavam na cozinha conversando alegremente enquanto preparavam o menu da ceia de Natal dali a duas noites.

Eu, Allie, Rosie, Theo, Rob e Alyssa nos encontrávamos na grande sala de estar montando a árvore de Natal.

Eu estava muito feliz de estar com toda a minha família, mas meu coração ainda estava apertado. Edward havia me ligado no dia 20 de dezembro dizendo que tinha acontecido alguns imprevistos e que não voltaria até meiados de Janeiro.

Senti-me um pouco abatida, mas com a minha família por perto, eu não conseguia deixar a tristeza me abater, e com isso em mente, resolvi prolongar minhas férias, e passaria dois meses em Forks com meus pais e padrinhos, para matar a saudade.

– Vem dinha! Vamos arrumar a árvore comigo! – dizia Alyssa enquanto me chamava à atenção novamente.

– Claro princesa! – disse sorrindo, pegando uma delicada bola de vidro colocando-a em um galho da árvore.

– Vem tia Linda! Coloca essa bola aqui! – disse Theo oferecendo-me uma linda bola natalina dourada, para que colocasse na árvore.

– Agora coloca essa lá em cima tia Linda! – disse Rob me dando um floco de neve.

Allie e Rosie sorriram.

– Agora que esses sobrinhos não deixam mais a tia Linda em paz... – disse Rosie brincalhona, enquanto ajudava Theo com enfeite em formato de uma bengala de açúcar.

– Nem diga Rosie! Alyssa só fala de como a dinha é a coisa mais importante do mundo para ela! – debochou Allie, com Alyssa no colo, que colocava uma bola natalina vermelha em um galho mais alto.

– Vocês duas são muito ciumentas! – respondi gargalhando, ajudando Rob com os enfeites em forma de sinos, sendo acompanhada por Allie e Rosie.

Sentadas em volta da grande árvore, passamos algumas horas bem divertidas. Logo, meus sogros, meus pais, Emm e Jazz se juntaram a nós e o que antes estava sendo uma tarefa até tranquila e calma, levando em consideração que os gêmeos estavam ali, virou uma festa, com direito e gritinhos animados dos gêmeos quando Emm e Jazz os erguiam do chão e pulinhos de alegria de Alyssa, quando a árvore foi acessa.

[Árvore de Natal da casa da família Cullen: http://projetosdecasasgratis.com.br/wp-content/uploads/2012/11/sala-com-arvore-de-natal-3-1024x768.jpg]

Depois de muito brincarem ao redor da árvore, as crianças já começavam a apresentar um pouco de cansaço, então me voluntariei pra levá-las para o meu quarto e de Edward ali, para que eles pudessem dar uma cochilada antes do jantar. Os três subiram comigo super animados, dizendo a plenos pulmões seus planos para pegarem o Papai Noel na noite de Natal. Eu sorria com cada conversa boba deles, cada sorriso.

Chegando ao meu quarto, coloque-os todos juntos em minha cama e contei uma história de Natal, e logo todos os três estavam no mundo dos sonhos, e ali, velando os sonhos de meus sobrinhos, desejei que Edward estivesse ali comigo, que ele finalmente voltasse para casa, que voltasse para os meus braços... E que logo pudéssemos ter os nossos filhos para que eu pudesse contar histórias e mimá-los, como mimava meus sobrinhos.

Recriminei-me quando senti grossas lágrimas rolarem por meu rosto. Limpe-as, respirei fundo e desci, indo ao encontro das mulheres que estavam na cozinha terminando de preparar tudo para o jantar.

A cozinha estava uma completa bagunça! Mas era aquela bagunça boa, com muita conversa, vinho e brincadeiras. Logo o jantar estava pronto e Rosie, eu e Allie subimos novamente para chamarmos as crianças.

E durante nosso jantar em família me recriminei por ter me isolado deles por tanto tempo. Eu ainda sentia falta de Edward, mas ali, com toda a minha família reunida, era difícil me sentir sozinha!

DIA 24 DE DEZEMBRO – NOITE DE NATAL

Hoje era Natal e Alyssa, Rob e Theo estavam eufóricos! Alyssa que sempre fora mais calma do que os gêmeos, estava tão pilhada quanto os dois, e eu, Rosie e Allie estávamos tomando uma coça com os três.

Depois de muito brincarem e se esbaldarem, os três finalmente se renderam ao cansaço, e durante a tarde dormiram.

Aproveitando o tempo que tínhamos, eu e as meninas fomos até a sala, conversar com o resto da família. Foi uma tarde muito agradável, com direito a filme e brincadeiras.

Quando já caia a noite, resolvemos todos nos prepararmos para a ceia de Natal, e cada um, com seus respectivos casais, se dirigiu para o seu quarto.

Apesar de estar passando um delicioso tempo com a minha família, a falta de Edward, principalmente no dia de hoje era imensa... Afinal, hoje estávamos fazendo quatro anos de casados...

Tomei um delicioso banho quente e me permiti ali chorar de saudade, de amor... Me permiti chorar ao lembrar de todos os momentos maravilhosos que pude viver com meu marido, enquanto ele estava ao meu lado, antes de ser convocado.Chorei de revolta, chorei de raiva... Chorei ao pensar que a maldita guerra no Iraque tinha me tirado dois anos de convivência com meu marido...

Depois de ter ficado bastante tempo no banho, sai e mudei minha roupa. Optei por um vestido lindo que minha mãe havia me dado como presente adiantado de Natal: ele era branco e no busto tinha um generoso decote, que era coberto por um tecido de renda preto. Era um vestido simples, mas muito bonito e que valorizava minhas curvas. Calcei meus sapatos de salto pretos com alguns detalhes de pedrarias no salto e coloquei um lindo par de brincos, que havia sido presente de Edward no nosso primeiro aniversário de casamento.

Fiz uma escova rápida em meus cabelos, deixando as pontas cacheadas. Fiz uma maquiagem bem marcante, mas usando somente delineador preto, rímel e um pouco de sombra marrom. Passei um batom rosa claro, praticamente cor dos meus lábios, e meu inseparável perfume.

Quando olhei-me no espelho gostei do resultado e foi impossível não pensar em Edward novamente.

Se ele pudesse me ver, tenho certeza que já teria reclamado do comprimento do vestido, de como era decotado... E vendo que eu não daria bola, e que somente lançaria sorrisos para ele, Edward me pegaria em sues braços, beijaria meus lábios dizendo que era a mulher mais linda e gostosa e que ele muito me amava. Daríamos um delicioso e demorado beijo e depois desceríamos para a sala, sendo alvo de piadinhas de Emm e Jazz por termos demorado a descer...

Então meu Natal seria perfeito... A meia noite daríamos um beijo apaixonado debaixo do visco que Tia Esme sempre dependurava no candelabro da sala e olhando nos olhos um do outro, desejaríamos um Feliz Natal...

E quando fôssemos dormir nos amaríamos, com calma mas com a mesma intensidade de sempre: olhando nos olhos um do outro, mostrando o quanto nos amávamos, e o quanto era certo estarmos ali nos amando, fundindo nossos corpos.

Voltei à realidade, quando meu corpo dava espasmos por conta de meu choro.

Cansada de esconder minha tristeza, e não querendo que ninguém me visse daquela forma, sai de meu quarto e andei pela casa de Tia Esme, e quando dei por mim estava no meu refúgio, nosso refúgio, meu e de Edward: a sala de música.

Entrei na grande sala e foi impossível não ser inundada por milhões de lembranças que eu e Edward tínhamos feito ali: tínhamos dado nosso primeiro beijo, Edward tinha me pedido em namoro; tínhamos feito amor tantas vezes naquele sofá de couro negro...; e foi naquele mesmo piano que Edward compôs uma linda canção de ninar para mim, e tinha sido ali, sentados lado a lado, que ele tinha me pedido em casamento.

Sentada na banqueta do piano, avistei em um canto meu violão velho, e não resistindo, fui até lá o peguei e sentei-me novamente na banqueta. Dedilhei algumas notas aleatórias, enquanto deixava algumas lágrimas rolarem por meu rosto. Nesse momento, uma música de Natal invadiu minha mente, e quando dei por mim, já iniciava os acordes da mesma...

Comecei a cantar timidamente, com a voz ainda embargada por conta do choro....

Mariah Carey - All I Want For Christmas Is You (Acoustic Cover)

http://www.youtube.com/watch?v=o0DvBr8ZvWY&list=FLkGmzhK7419QB3Yk8ARBpqg

I don't want a lot for Christmas (Eu não quero muito nesse Natal)

There is just one thing I need (Só tem uma coisa que eu preciso)

I don't care about the presents (Eu não me importo com os presentes)

Underneath the Christmas tree (Que estão embaixo da árvore de Natal)

I just want you for my own (Eu só quero você pra mim)

More than you could ever know (Mais do que você pode imaginar)

Make my wish come true, baby (Faça o meu desejo se realizar, baby)

All I want for Christmas is you (Tudo que eu quero de Natal é você)

Sorri com essa parte da música. O que eu mais queria era que Papai Noel pudesse trazer Edward para mim, para os meus braços.

I don't want a lot for Christmas (Eu não quero muito nesse Natal)

There is just one thing I need, and I (Só tem uma coisa que eu preciso, e eu)

Don't care about the presents (Não me importo com os presentes)

Underneath the Christmas tree (Que estão embaixo da árvore de Natal)

I don't need to hang my stocking (Eu não preciso pendurar a minha meia)

There upon the fireplace (Acima da lareira)

Santa Claus won't make me happy (Papai Noel não vai me fazer feliz)

With a toy on Christmas day (Com um brinquedo no dia do Natal)

I just want you for my own (Eu só quero você pra mim)

More than you could ever know (Mais do que você pode imaginar)

Make my wish come true (Faça o meu desejo se realizar)

All I want for Christmas is you (Tudo que eu quero de Natal é você)

You, baby (Você baby)

Aquela música nada mais era do que meu desejo mais profundo daquele Natal. E eu queria desesperadamente que ele fosse realizado...

I won't ask for much this Christmas (Eu não vou pedir muito nesse Natal)

I won't even wish for snow (Eu não vou nem querer neve)

I just want to keep on waiting (Eu só vou ficar esperando)

Underneath the mistletoe (Embaixo desse visgo)

I won't make a list and send it (Eu não vou fazer uma lista de presentes e mandar)

To the North Pole for Saint Nick (Para o Polo Norte para São Nicolau)

I won't even stay up late (Nem vou ficar acordada até tarde)

To hear those magic reindeer click (Para ouvir os sininhos das renas)

Fechei meus olhos fortemente, deixando pequenas lágrimas rolarem...

'Cuz I just want you here tonight (Porque eu só quero você aqui esta noite)

Holding on to me so tight (Me segurando bem apertado)

What more can I do (O que mais eu posso fazer)

All I want for Christmas is you (Tudo que eu quero de Natal é você)

You, baby (Você, baby)

All the lights are shining (Todas as luzinhas estão brilhando)

So brightly everywhere (Por todos os lugares, tão brilhosas)

And the sound of children' (E o barulho das risadas das crianças)

Laughter fills the air (Estão pelo ar)

And everyone is singing (E todo mundo está cantando)

I hear those sleigh bells ringing (Eu escuto aqueles sinos tocando)

Santa won't you bring me (Papai Noel você não vai me trazer)

The one I really need (A única coisa que eu realmente preciso)

Won't you please bring my baby to me (Por favor traga meu amor para mim)

I don't want a lot for Christmas (Eu não quero muito para esse Natal)

This is all I'm asking for (Isso é tudo que eu estou pedindo)

I just want to see my baby (Eu só quero ver meu amor)

Standing right outside my door (Parado na minha porta)

'Cuz I just want you for my own (Por que eu só quero você pra mim)

More than you could ever know (Mais do que você pode imaginar)

Make my wish come true (Faça meu desejo se realizar)

All I want for Christmas is you (Baby,oh tudo que eu quero de Natal é você )

You, baby (Você, baby)

All I want for Christmas is you baby (Tudo que eu quero de Natal é você baby)

All I want for Christmas is you baby…(Tudo que eu quero de Natal é você baby...)

Terminei a música sorrindo. Se Papai Noel realmente existisse aquele seria o meu pedido de Natal: que ele pudesse trazer o meu amor, o meu Edward de volta pra mim o mais rápido possível.

Limpei meu rosto do rastro de lágrimas que ali tinha e me levantei, colocando meu violão novamente em sua base. Fechei meus olhos e respirei fundo algumas vezes, para me acalmar e ir para a sala encontrar com o resto das pessoas.

Porém quando me virei, senti que meu coração havia parado de bater... Minha respiração havia sido cortada, e meu cérebro não queria acreditar no que eu estava vendo...

Ali parado na porta, encostado no batente, com as mãos dentro dos bolsos de sua calça, estava o meu Edward, sorrindo, aquele lindo e fodidamente sexy sorriso torto.

Então, como resposta a sua presença, corri ao seu encontro, me jogando em seus braços, que já estavam abertos me esperando... Agarrei-me em seu pescoço, enquanto Edward abraçava-me fortemente por minha cintura, e foi impossível segurar minhas lágrimas... Lágrimas de alegria e alívio!

Separei-me minimamente do pescoço de Edward e fitei aqueles lindos olhos verdes que eu tanto amava e que tanto me faziam falta. Afaguei seu rosto com carinho, tentando memorizar novamente cada pedacinho de pele, cada nova ruga que tinha surgido... Meu Edward estava magro, sua pele estava mais morena, e eu podia ver no fundo de seus olhos uma tristeza que antes não existia, e não pude deixar de me perguntar os horrores que ele tinha vivido e presenciado que pudessem ter machucado tanto a sua alma...

Então eu chorei novamente... Chorei pela dor que a guerra tinha causado no meu Edward, e o quanto aquilo o tinha afetado...

– Shiii pequena... Não chore... Eu vou ficar bem... Eu só... Eu só preciso de você... – sussurrou Edward para mim.

– Oh amor... – sussurrei antes de levar meus lábios aos seus.

No começo, nosso beijo era apenas o encontro de nossos lábios. Porém, quando Edward pediu passagem com sua língua, não consegui refrear o gemido de saudade e nosso beijo foi tornando-se mais intenso.

Minhas mãos, que antes pousavam calmamente no pescoço de Edward, agora adentrava seu cabelo, através da nuca, arranhando a pele ali. Como resposta, as mãos de Edward descerão para minha bunda, apertando-a, fazendo com que eu enlaçasse minhas pernas em sua cintura.

Quando o ar tornou-se escasso, Edward seguiu seus beijos para minha orelha, onde mordeu meu lóbulo, fazendo-me gemer baixinho. Depois seguiu até meu pescoço, onde me dava lambidas e mordidas, que estavam me levando a loucura.

Senti algo macio em minhas costas e quando abri meus olhos percebi que Edward nos tinha trago para o sofá de couro negro, e lembranças de todas as vezes que tínhamos nos amado ali invadiu minha mente e foi impossível não gemer...

Logo, meu vestido estava sendo tirado de meu corpo, assim como a calça, a camisa e o blazer de Edward. E no meio de suspiros, beijos e gemidos nos amamos com pressa, de forma selvagem e descompassada...

– Como eu estava com saudades de você pequena... Da sua voz, do seu toque, do seu corpo... – sussurrou Edward em meu ouvido, fazendo-me gemer mais alto:

– Edward!

– Vem pequena... Vem pra mim...

E sobre o comando de sua voz rouca, senti o prazer esvair-se de meu corpo, sendo acompanhada por Edward, que caiu exausto no vale entre os meus seios.

Esperávamos nossas respirações arfantes voltarem ao normal. Enquanto isso eu fazia um delicado carinho com minhas mãos nos cabelos de Edward, que traçava desenhos circulares em minha cintura.

Fechei meus olhos e deixei que algumas lágrimas me escapassem novamente. O meu Edward estava ali comigo... E eu estava imensamente feliz... E só conseguia agradecer a Deus por tê-lo em meus braços são e salvo.

Sentindo meu choro Edward levantou-se e me aninhou em seus braços, e quando percebi que ele chorava junto comigo. Ficamos bastante tempo abraçados, chorando nos braços um do outro. Então quando o choro cessou, nos beijamos apaixonadamente, matando um pouco de nossa saudade...

– Estava morrendo de saudades de você pequena... – disse ele com a voz rouca, enquanto acariciava meu rosto.

– Eu também estava amor... Muitas saudades... – respondi também com a voz rouca, fechando meus olhos, aproveitando aquele carinho. - Eu te amo tanto... - sussurrei

– Eu também te amo muito pequena... Muito... – sussurrou ele, beijando meus cabelos.

Me aproximei mais e beijei mais uma vez seus lábios apaixonada e longamente. Quando nos separamos, aconcheguei-me em seu peito, sendo abraçada apertado por Edward e perguntei:

– Você já viu o restante da família?!

– Ainda não... Vim direto te procurar... – sorri com suas palavras.

Levantei meu rosto e fitei seus olhos que agora tinham um brilho diferente. Sorri para Edward e beijei seus lábios.

– Então vamos... Todos ficarão eufóricos quando verem você!

Edward sorriu para mim concordando, beijando-me em seguida. Nos levantamos do sofá e começamos a colocar novamente nossas roupas.

Tentava ajeitar meus cabelos, quando senti seus fortes braços envolverem minha cintura, e beijos molhados em meu pescoço.

– Esse vestido é muito curto pequena... Mas você está linda.. E totalmente gostosa nele... – sussurrou Edward em meu ouvido, mordendo meu lóbulo, fazendo com que eu sorrisse.

Saímos da sala de música abraçados e logo que entramos no corredor, demos de cara com Tia Esme e Tio Carlisle.

Tia Esme tinha os olhos arregalados abria e fechava a boca como um peixinho de aquário e Tio Carlisle parecia não acreditar no que via.

– Oi mãe... Oi pai... – disse Edward, soltando minha cintura e começando a andar na direção dos pais.

Mas não deu tempo. Tia Esme, vendo seu filho ali, correu ao encontro do mesmo, se jogando em seus braços, assim como eu tinha feito. Minha amada sogra/madrinha chorava compulsivamente e era abraçada fortemente por Edward que também chorava, mas sorria.

– Oh meu bebê! Que saudades!

– Também estava com saudades mãe... – disse Edward colocando a mãe no chão.

Edward então se aproximou de meu sogro/padrinho, que ainda estava estático no lugar, e o abraçou com força. Pela primeira vez em anos, vi Tio Carlisle chorar agarrado ao filho... E a forma como Edward chorava cortava o coração... Parecia que naquele choro ele estava mostrando ao pai tudo o que tinha sofrido e como era bom estar nos braços do homem que lhe tinha dado a vida...

Alguns minutos depois e recompostos, descemos juntos e sorridentes até a sala.

Quando Tia Esme e Tio Carlisle entraram primeiro na sala, ouvimos a inconfundível voz de Emm:

– ÊÊ coroa... Deu um trato na mamãe né?! Porque a Dona Esme ta com um sorriso...

Edward revirou os olhos e não esperou que seus pais dissessem nada e entrou na sala, segurando minha mão.

– Como eu senti falta das suas besteiras Emm... – disse Edward.

Emm e Jazz arregalaram seus olhos e segundos depois meu marido e seus irmãos se abraçavam conjuntamente, rindo e chorando ao mesmo tempo.

Depois de um bom tempo abraçados com seus irmãos, Rosie e Allie se aproximando, e também tinham lágrimas nos olhos. Elas abraçaram fortemente Edward, que devolveu o gesto.

Instantes depois, Edward foi abraçado por meu pai, minha mãe e Angelina, que disseram o quanto sentiram sua falta e que estavam felizes por ele estar ali, são e salvo.

– Venha mano... Temos que te apresentar três criaturinhas enérgicas... – brincou Emm abraçando Edward pelos ombros, sendo repetido por Edward que sorria lindamente para o irmão. – Esses são Robert e Theodor, meus moleques... – Disse Emm mostrando os gêmeos.

Edward se agachou e fitou seus sobrinhos pela primeira vez. Edward sorriu e estendeu a mão para os meninos.

– E ai... Beleza? Eu sou...

– TIO EDWARD!! – gritaram os dois juntos ao mesmo tempo que pulavam no colo de Edward quase o derrubando no chão, fazendo com que ele e nós todos gargalhássemos.

Edward levantou-se do chão com cada sobrinho em seus braços, arrancando gargalhadas gostosas das crianças.

– Eu achei que eles não me reconheceriam... – disse Edward, enquanto brincava com os meninos que gargalhavam.

– Eles te admiram muito Edward... Contamos sempre para eles que você estava lutando pelo país, e eles sempre foram doidos pelo tio soldado... – brincou Rosie.

Deixando os meninos no chão, Edward foi até Jazz e Allie que seguravam nossa afilhada, nossa Alyssa, que se agarrava ao pescoço do pai. Edward a tinha visto em seu nascimento e até seu primeiro ano. Mas foi lindo ver seus olhos brilharem ao verem a afilhada/sobrinha tão crescida e linda.

– Oi princesa... – disse Edward ao se aproximar.

– Esse bebê, é o seu padrinho... O tio Edward... - começou a dizer Allie.

Alyssa nem mesmo esperou, deu um gritinho de alegria e se jogou no colo de Edward, agarrando-o pelo pescoço, que gargalhou com o entusiasmo da afilhada:

– Dinho!! Que saudadona de você! Você agora vai ficar pra sempre não é?! – perguntou Alyssa enquanto segurava o rosto de Edward entre suas mãozinhas.

Todos nós olhamos para Edward. Sem saber, Alyssa acabara de fazer a pergunta que todos nós queríamos fazer.

Edward sorriu para a afilhada, beijou longamente sua testa. Então Edward fitou cada rosto daquela sala, deixando o meu por último.

Edward sorriu e respondeu, sem deixar de olhar dentro de meus olhos:

– Eu vou ficar um bom tempo em casa Alyssa... Um bom tempo...

Eu soltei o ar que tinha segurado e levei minha mão esquerda até meu coração. Fechei meus olhos e fiz uma pequena prece, agradecendo a Deus por finalmente Edward ficar em casa um bom tempo.

Então senti um delicado carinho em meu rosto, e quando abri meus olhos, deparei-me com os verdes e límpidos olhos de Edward:

– Eu fui condecorado... Então eles me deram férias indeterminadas... Ficarei em casa pelos próximos três anos, e depois disso terei que fazer somente trabalhos de escritório na Unidade Militar de Seattle... Eu agora sou seu para sempre pequena...

Sorri para Edward e o abracei forte.

E mais uma vez agradeci pelo meu presente de Natal... E sorri como uma boba ao lembra de que talvez o Papai Noel tenha ouvido minha canção e tenha resolvido realizar meu desejo de Natal...


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram?
Espero que sim! Não deixem de comentar!

Desejo a vocês um Feliz Natal, com muita luz, paz e amor! E que o "Papai Noel" possa atender o desejo de cada um de vocês!

Beijos Enorme e até a próxima!
;*