Capítulo 22 – Final

O corpete apertava tanto minha barriga que senti meu ar se esvair por alguns segundos, agora sim eu realmente sabia o que minha mãe queria dizer com “as mulheres sofrem para ficarem bonitas”. Meu cabelo foi penteado, puxado e agora passavam a baby liss para formarem os cachos perfeitos.

Eu me sentia a mulher mais incrível do mundo apesar de tudo isso!

– Elena, nunca te vi tão perfeita – Caroline limpou a lágrima que escorreu do canto de seus olhos – É um prazer estar com você nesse momento sabe? Você merece tudo isso.

– Ahh Care – sorri, dizendo a mim mesma para não chorar se não borraria a maquiagem – Obrigada por tudo!

Depois de tanto tempo, eu estava prestes a casar!

Muitas coisas aconteceram comigo em todos esses anos, e tudo começou com a morte dos meus pais, imagino como seria tudo se eles não tivessem ido, eu não teria tido o ódio e rancor de Stefan, então ele e os amigos nunca apostariam, e eu nunca conheceria Damon, eu não teria ido embora, e não ficaria grávida, não conheceria Caroline e não teria Lizzie, nem teria passado por tudo que passei com Elijah.

As vezes penso que Deus realmente escreve certo por linhas tortas. Eu sofri tanto para no final ser tão feliz!

Meu vestido era longo e rodado, o corpete possuía pedras cintilantes o adornando formando desenhos delicados, e nas costas, uma corda puxava uma extremidade a outra formando vários V. Lizzie o havia escolhido, quando o viu, disse que era como o vestido de uma princesa.

Depois de um dia inteiro de arrumação, eu estava pronta para subir ao altar!

Dentro do carro alugado, eu pensei em como seria minha vida de casada daqui para a frente. Será que teríamos outro filho? Ou mudaríamos de casa daqui a algum tempo?

Mas fui tirada de meus pensamentos quando Stefan abriu a porta do carro em frente à igreja, e estendeu a mão para mim. Seu sorriso me fez sorrir ainda mais. Eu estava radiante como nunca.

Com passos lentos e trêmulos – da minha parte – entramos na igreja.

Estavam todos ali. Olhei para cada rosto agradecida... Caroline, Klaus, Karl, Finn, Rebekah, Kol, seus pais, Katherine, alguns amigos da escola, amigos de Damon e a família dele, Sheila e Bonnie. Lizzie e Jer eram nossos noivinhos, e uma prima era a florista.

Mas eu não reparei tanto nessas coisas, meus olhos se prenderam no lindo homem no altar vestido com um terno maravilhoso, estava impecável como só ele conseguia ficar com um terno. Seu sorriso era tão grande quanto o meu, e eu via nos olhos azuis a tamanha felicidade que ele, assim como eu, estava sentindo.

O tempo que andei pelo tapete vermelho com Stefan pareceu uma eternidade, mas valeu a pena quando finalmente segurei a mão de Damon e ele beijou a minha, beijando depois minha bochecha carinhosamente.

– Cuide bem dela, Damon, ou te capo – Stefan riu com Damon e foi para seu lugar.

Ao lado do padre estava Caroline e Klaus, e Stefan e Katherine, meus padrinhos, e do outro, Alaric e Isobel, e Enzo e Maggie, amigos íntimos e padrinhos de Damon.

Fomos juntos para o altar, em frente ao padre, que começou a falar, mas eu não ouvia de verdade, apenas conseguia pensar em como aquilo era perfeito demais.

O padre fez a gente repetir suas palavras, e meu sim foi o mais sincero que eu já dei na minha vida inteira, só então, depois da pergunta típica se alguém tinha algo contra o casamento, eu pude beijar meu marido e mostrar a todos que agora eu o tinha para sempre.

– Eu te amo! – eu disse com o sorriso largo nos lábios.

– Eu te amo! – respondeu me segurando pela cintura firmemente.

Nós atravessamos o tapete vermelho de mãos dadas enquanto as pessoas jogavam grãos de arroz sobre nossas cabeças. Em meio à multidão, vi Lizzie pulando de felicidade ao lado de Caroline.

A porta do carro foi aberta para nós e entramos, rumo a nossa festa que aconteceria na mansão onde Damon viveu, mas que nunca viveu quando era casado com Hayley.

Quando chegamos, a maioria dos convidados já estavam lá e muitos vieram nos abraçar e dar os parabéns. Foi quando, ao longe, eu o vi. Usava um terno cinza, e uma das mãos estava no bolso enquanto a outra segurava uma taça de champanhe. Ele ficava gracioso mesmo com uma pose tão simples, então ele veio ao nosso encontro. Damon, que conversava com Alaric, me olhou confuso e seguiu meu olhar, vendo Elijah se aproximando, ele arregalou os olhos, e apertou minha cintura como se isso pudesse me proteger do mundo, ou apenas de Elijah.

– Parabéns ao casal – ele disse – Fico feliz que você tenha alcançado a felicidade depois de tudo, Elena, apenas fico triste por saber que o homem responsável por tudo isso não sou eu.

– Elijah... – suspirei – Você me fez feliz, mas...

– Mas meu amor não foi suficiente – ele riu, cético – Faça-a feliz, Damon.

– Eu já faço, Elijah – Damon não ficara menos tenso, mesmo com as palavras e gestos mansos de Elijah.

– Posso ver Lizzie antes de ir? – perguntou.

– Nã...

– Pode – interrompi Damon, tocando seu braço que ainda me segurava – Tudo bem, Damon, ele não vai machuca-la, não é Elijah?

– Nunca.

Vi Elijah se afastar e ir ao encontro de Lizzie, que quando o viu, se jogou em seus braços, o abraçando apertado, amaçando o vestidinho rosa de cetim.

– Ela está bem, Damon, não se preocupe.

Toquei o rosto de Damon para acalma-lo, e beijei seus lábios.

– É o nosso dia, não vamos ficar chateados.

– Ah Elena, você é a luz da minha vida – ele riu, me levantando pela cintura – Te amo e nunca cansarei de te dizer isso!

– Nem eu, meu amor.

– Desculpe interromper o casal, mas como madrinha e melhor amiga, eu quero abraçar esse casal lindo – Caroline estava toda histérica, como ela sempre foi.

– Vem cá – a abracei apertado.

– Parabéns a vocês dois, vocês merecem serem muito felizes. E a faça feliz Damon, ou então tem muita gente para matar você – ela tentou ser ameaçadora, mas acabou rindo e abraçou meu marido, essa palavra era incrível e inflava meu peito.

– Obrigado Caroline – Damon riu, devolvendo o abraço apertado de Care.

– Elena – Klaus me abraçou – Parabéns. Olha Damon, eu vi essa garota aqui virar de adolescente a mulher, e espero que a faça muito feliz.

– Alguém poderia colocar um pouco de confiança em mim? Eu amo a Elena e a farei muito feliz – ele tinha o tom divertido na voz e depois me abraçou por trás, beijando meu pescoço, causando-me cócegas.

– Mamãe, papai! – Lizzie veio correndo ao nosso encontro, se jogando nos braços de Damon – Agora nós todos somos todos uma família né?

– Isso mesmo anjo, assim como você queria – respondi, deixando vários beijinhos em seu rosto.

Passamos por tantas coisas e tantas dificuldades em nossa história, que eu posso dizer que passaríamos por qualquer coisa.

Tínhamos Lizzie, e tínhamos nosso amor!

Imaginei como seria passar o resto da vida com Damon, mas percebi que eu não precisava imaginar, eu poderia viver isso, e eu viveria feliz e satisfeita.

A questão é que um amor nasce para a eternidade, e o destino sempre dá um jeito de mantê-lo vivo. A real prova disso é o tempo. O que for para acontecer independente das consequências, o tempo irá ajeitar. Por que? Porque o destino é aliado do tempo, e o mundo não tem sentido, e se tivesse não teria graça.

Tudo não passara de consequências de uma armação, mas as consequências nem sempre são sinônimos de coisas terríveis, no meu caso, as consequências foram tudo que eu sempre sonhei.

– Eu amei cada linha da nossa conturbada história, e vou amar continuar escrevendo-a – ele sussurrou em meu ouvido, causando-me arrepios. Minha resposta foi meu olhar e sorriso carregados de amor.