As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pela visão da Elena novamente, e já aviso logo: segurem as pregas u-u
Boa leitura!!



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Capítulo 18

Meu coração estava apertado como se eu fosse morrer. Nunca poderia descrever completamente aquele sentimento. Fraca, como se eu não tivesse mais forças para nada. Eu não sei dizer quando Damon se aproximou de mim e me abraçou. Enterrei minha cabeça em seu peito e chorei como se o mundo dependesse disso. Gentilmente, ele acariciava meus cabelos.

– Eu já liguei para policia, vão resolver tudo isso, Elena – sua voz estava embargada e eu sabia que como eu, Damon também estava sofrendo.

– Quando? Eu quero minha filha Damon! – explodi, sem mais tentar conter as lágrimas e aquela tristeza que eu nunca senti na vida.

– Você não é a única Elena – ele disse, apesar de tudo, com a voz doce que apenas ele conseguia – Lizzie é minha filha também, meu bebê. E assim como você, eu estou sofrendo Elena.

O encarei. Seus olhos azuis estavam repletos de lágrimas, e sem se conter, ele as soltou. As lágrimas escorriam por suas bochechas... Eu nunca havia o visto chorar. Damon sempre foi um cara forte, mas naquele momento, ele chorou, chorou por nossa filha e talvez por algo mais.

O abracei, dessa vez eu o reconfortava. Não! Um reconfortava o outro, porque um precisava do outro, e isso estava tão claro! Ele me abraçou de volta, apertando minha cintura, enquanto minhas mãos estavam enterradas em seu cabelo, dividíamos nossa dor...

Foi quando o meu celular tocou. Com as mãos tremulas e a visão turva pelas lágrimas eu atendi, não conseguindo ver quem era.

– A- Alô? – gaguejei, minha voz saindo mais rouca do que eu imaginei.

– Mamãe?

Meu coração acelerou e minhas mãos soaram. Era Lizzie do outro lado da linha, sua vozinha inocente e embargada estava lá...

– Lizzie? Amor? Onde você está? – Damon me olhava com os olhos brilhando em expectativa enquanto segurava meus ombros em amparo.

– Mamãe, o papai Elijah foi embora – ela fungou, começando a chorar – Eu quero ele mamãe...

– Onde você está, Lizzie? – perguntei novamente – O que ele fez com você?

– Eu to em casa – murmurei – Ele me pegou na escolinha e depois me deixou aqui. Mas ele foi embora de verdade mamãe. Eu quero ele!

– Fica ai, a mamãe e o papai já estão chegando – após ouvir sua resposta deliguei, e sem esperar pela reação de Damon, o abracei apertado, chorando novamente – Ela está bem, Damon!

– Oh graças à Deus – ele me abraçou e apoiou o queixo em minha cabeça, de olhos fechados suspirou aliviado – Onde ela está? – indagou após me soltar, secando as lágrimas do rosto.

– Em casa – respondi – Vamos logo Damon, eu quero meu bebê.

– Vamos.

Ele beijou minha testa e se demorou com os lábios ali, para logo seguir para seu carro. O encarei enquanto ele caminhava apressado, parecendo tão distraído quanto eu. Damon parecia o adolescente de anos atrás naquele momento.

Ignorei meu carro, e o segui. O caminho pareceu mais longo do que geralmente era, e cada segundo eu sentia meu coração mais apertado de saudade, preocupação e amor. Vi que Damon não estava diferente, ele apertava o volante com força, e suspirava pesado a cada sinal vermelho em que tínhamos que parar.

Ele estacionou de qualquer jeito em frente ao prédio e entramos correndo, ignorando os pedidos do porteiro para tirarmos o carro dali. O elevador parecia estar de brincadeira, pois em cada andar parava, até que chegamos ao meu apartamento.

Lá, no fim do corredor, estava a miniatura de gente. Os mesmos cabelinhos cacheados, e os mesmos olhos azuis herdados do pai. Parecia que eu não a via há anos, de tamanha felicidade de quando a segurei nos braços.

Ela correu em minha direção e com meus braços abertos, a recebi, sentindo o amor transbordar. Minhas mãos afundaram em seus cabelos, enquanto eu cheirava seu pescoço, sentindo saudade de tudo aquilo. Lizzie era minha vida e eu não saberia viver com ela!

– Mamãe... – ela fungou me abraçando de volta, chorando.

– Está tudo bem querida, estou aqui agora – murmurei, levantando-me com ela no colo.

– Vem com o papai, Lizzie – Damon pediu, abrindo os braços. Ela levantou a cabeça, e soluçando pelo choro, foi com ele.

Eu vi o alivio nos olhos azuis tão idênticos aos de minha filha. O mesmo alivio que eu senti, tinha certeza, pois como pai, mesmo que recente, Damon a amava como nunca amou ninguém. Ele a abraçou apertado, alisando seus cabelos protetoramente.

– Eu te amo, garotinha – disse com a voz tremula.

Damon parecia frágil! – só naquele momento eu percebi.

– Papai... – ela murmurou de volta, deitando a cabeça em seu ombro.

– Vamos pra casa agora.

Abri a porta do apartamento e deixei que eles entrassem para depois eu passar e trancar. O segui até o quarto de Lizzie onde ele a sentou na cama e se abaixou até estar do seu tamanho.

– Conte para nós, Lizzie. O que Elijah fez? – ele perguntou ainda alisando os cabelos dela, como se desse conforto.

– Ele... – fungou, limpando o nariz que escorria. Sentei-me ao seu lado, e segurei sua mãozinha – Ele me tirou da escolinha e me levou para algum lugar cheio de neve, ai eu fiquei brincando, mas o papai parecia bem triste. Ele disse que me amava e que tinha que ir – ela coçou os olhinhos, voltando a chorar – O papai não vai mais voltar.

Lizzie se jogou nos braços de Damon, buscando nele o amparo que apenas seu pai poderia dar. O encarei preocupada. Dividíamos o mesmo sentimento, novamente.

– Tudo bem Lizzie, vai ficar tudo bem – ele sussurrou – O que acha de um banho? Depois você pode comer alguma coisa e ir dormir – sugeriu.

– Não to com fome.

– Vem com a mãe, Lizzie, vou te dar banho.

Ela por fim aceitou, e seguiu comigo até o banheiro, onde eu a banhei com carinho, paciência, e amor. Lizzie as vezes fungava e deixava alguma lágrima cair, mas eu beijava sua bochecha e sorria para ela. Quando voltei para o quarto, com ela enrolada em um roupão da Barbie de toquinha e em meus braços, já tinha um pijama de lã sobre a cama.

A vesti com calma. Logo depois ela deitou na cama, e eu a embrulhei, deitando ao seu lado. Cantarolei uma música até que ela dormisse, enquanto mexia em seus cabelos. Só então percebi Damon na porta.

– Ela dormiu? – perguntou.

– Sim – respondi. Beijei a testa de Lizzie, e sai devagar da cama para não acorda-la – Obrigada por hoje, Damon.

– Eu faria tudo por ela, Elena – murmurou perto demais, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Abaixei o olhar, sentindo meu coração se acelerar.

– Eu sei, eu também faria tudo por ela – respondi, voltando a encarar aqueles olhos azuis, repletos de uma intensidade que eu não pude identificar do que.

– Não só por ela...

Suas mãos escorregaram para meus ombros, e seus dedos acariciaram a pele coberta pelo cardigã, não o impedi quando seu corpo se inclinou e suas mãos seguraram meu rosto, muito menos quando seus lábios tocaram gentilmente os meus.

Apenas um roçar de lábios, era isso que Damon pedia, mas eu não conseguiria suportar apenas isso, porque depois de anos eu tinha o homem que eu amava nos braços novamente, e dessa vez ele compartilhava o mesmo sentimento.

Suas mãos seguraram minha cintura puxando-me para mais perto, enquanto as minhas puxavam seus cabelos desesperadamente.

Meu peito se aqueceu de uma forma que eu apenas senti na adolescência, com Damon. Protegida, amparada... Esse eram os sentimentos ao ter Damon comigo.

Nos separamos por falta de ar, e o olhar que trocamos deixou claro nossos sentimentos.

– Não posso perder você, não de novo, me perdoa Elena, me perdoa por ser o idiota que eu fui, mas eu juro que por você, por Lizzie, eu serei alguém melhor. Não posso viver sem vocês – ele suplicou, sem me soltar, mas eu também não queria ir...

– Você não precisa mudar mais, Damon – murmurei, segurando seu rosto ente minhas mãos – O homem que você se tornou ao longo desses seis anos já é o suficiente. Eu quero você Damon, e dessa vez eu quero você por inteiro.

Damon me abraçou, mas era diferente do abraço que demos de tarde. Aquele abraço possuía algo mais, possuía a certeza de que nós dois tínhamos: ficaríamos juntos.

– Eu te amo! – ele disse rente ao meu ouvido – Eu te amo demais.

– Eu também te amo, Damon.

Nossos olhos mostravam a verdade e o sorriso que demos não deixaram dúvidas!


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Notas finais do capítulo

Sim! Depois de muitos capítulos e muitos dramas, esses dois finalmente estão juntos