As Consequências De Uma Armação escrita por Yas


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigada gente pelos comentários, amei todos, e principalmente obrigada a Thainara Pardo Salvatore pela recomendação, a amei, não sabe minha emoção quando entrei e vi que tinha recebido uma recomendação, obrigada mesmo.
Boa leitura ^^



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Capítulo 11

Olhar Lizzie dormir e ouvir sua respiração lenta e calma fazia eu me lembrar de quando tudo começou, de como eu me apaixonei por Damon, de como eu o amei, de como me entreguei, de como ele me machucou... Tudo isso me levou a ela: a pessoa mais importante da minha vida, minha garotinha, milha filha.

Quando eu me descobri grávida parecia que eu tinha entrado em um filme de terror. Eu não tinha nada, nem casa, nem carro, nem emprego fixo. Eu estava sozinha, perdida, mas mesmo assim não desistir de tê-la, e hoje eu tenho a certeza de que foi a melhor escolha que eu já fiz na minha vida inteira.

– Mamãe, por que você tá chorando? – eu não havia percebido quando ela abriu os grandes olhos azuis que agora demonstravam sua preocupação.

– Nada não – acariciei seus cabelos e ela sorriu docemente – Hoje você tem escola, a moleza do fim de semana acabou, mocinha.

– Ah manhê, não quero ir hoje. To com sono – ela disse com um biquinho teimoso.

– Seja forte, Lizzie, já vai desistir logo na segunda? – disse divertida e ela gargalhou, jogando os cobertores para longe e indo para o banheiro.

Não demorou para Lizzie ficar pronta, a vesti com o uniforme do colégio que era composto por uma saia xadreza vermelha, uma blusa branca de manga longa com um colete da mesma cor da saia por cima. Como fazia frio naquela manhã coloquei meias até o joelho nela e botas estilo coturno, ela amava.

Amarrei seus cabelos em uma trança embutida de lado, colocando um laço vermelho. Ela se olhou no espelho que havia no quarto e sorriu, dando uma voltinha.

– Eu to gata né mãe? – ela perguntou inocente.

– Onde aprendeu isso querida? – perguntei me referindo à gíria.

– Ué, o tio Klaus sempre fala pra tia Carol – deu de ombros colocando a mochila rosa sobre os ombros. Revirei os olhos divertida a acompanhando até a cozinha, onde seu café da manhã já estava sobre a mesa.

Lizzie comeu suas bolachas animada e tomou o achocolatado. O bom era que Lizzie comia de tudo, não costumava dar muita coisa de manhã antes da escola, mas sempre colocava um lanche reforçado em sua mochila para a hora do recreio.

– Vamos mamãe? – assenti pegando em sua mão e fechando a porta do apartamento após pegar minha bolsa e tudo que precisaria para as aulas de hoje.

Bom, eu sou professora do primário em uma escolinha particular do lado da escola de Lizzie. Usava uma blusa amarela de mangas longas, calça jeans preta e sapatilhas, não gostava de ir de salto para a escola, me deixava desconfortável.

Não demorou para chegarmos na escola de Lizzie, ela estava na primeira série, sim, apenas com seis anos, mas Lizzie sempre se mostrou uma criança inteligente. Por ser mais evoluída, a direção da escola achou melhor passa-la logo para a primeira série.

A deixei na sala com sua professora Martha. Todos daquela escola me conheciam, houve um tempo que eu dei aula ali, mas recebi uma oferta melhor de emprego.

– Se comporte ok? – beijei sua testa e estava me preparando para ir embora, quando os olhinhos intrigados de Lizzie chamaram minha atenção – O que foi anjo?

– Mamãe, somos amigas não somos? – ela perguntou baixinho.

– Claro que somos, querida – sorri.

– Amigas não escondem segredos, mamãe. Quando é que vamos conversar sobre o moço do parque? – sua pergunta me pegou de surpresa, e naquele momento eu soube que não poderia fugir do assunto, Lizzie tinha o direito de saber sobre Damon.

– Hoje, vamos conversar hoje quando voltarmos para casa. Não se preocupe, Lizzie. Tenha uma boa aula – a abracei sorrindo, o melhor sorriso que consegui dar, mas Lizzie não sorriu de volta, apenas acenou e entrou na sala.

Meu coração doía enquanto eu caminhava até o colégio onde eu dava aula. Cumprimentei alguns funcionários até chegar à sala. Coloquei minhas coisas sobre a mesa enquanto as crianças iam chegando, elas possuíam entre três ou quatro anos, eram uns amores. Antes de se sentarem, eles vinham e me abraçavam.

– Tia Lena! – Mary correu até meus braços, ela tinha quatro anos, possuía cabelos loiros e olhos castanhos, era uma das mais carinhosas dali, sempre com abraços e beijos.

– Oi anjinho! – beijei sua bochecha e sorri.

As horas passaram-se rapidamente, tudo ficava mais fácil quando eu estava com eles, tão inocentes, tão amorosos. Eu amava crianças, amava vê-las sorrindo, vê-las brincando, vê-las descobrindo o mundo com os olhares puros como só elas conseguiam.

– Tia, cando a Li vai ir pla cá? – perguntou Matt, um garotinho adorável de três anos, com cabelos negros e olhos azuis, ele era bem tímido, amava brincar com Lizzie.

– Eu não sei querido, vou tentar trazê-la – sorri beijando sua bochecha enquanto o ajudava guardar seu material, já que o sinal havia tocado e os pais das crianças já estavam ali para leva-los para casa.

Apenas sai quando não havia mais ninguém na sala. Me despedi do pessoal e fui para a escola de Lizzie, uma caminhada de cinco minutos. Quando cheguei na porta de sua sala, ela estava sentada na cadeira, com a cabeça apoiada nas mãos, pensativa.

– Lizzie, sua mãe chegou – disse Martha. Lizzie pulou da cadeira levando um susto, sempre tão distraída! Ela veio até nós, e deu um beijo de despedida em Martha.

– Até amanhã, professora – ela sorriu.

– Até querida.

Peguei na mão de Lizzie, enquanto com a outra levava nossas coisas. Coloquei tudo no carro, Lizzie se sentou no banco de trás, com o cinto enlaçado.

– Mamãe, eu to com fome – ela disse.

– Já estamos chegando em casa.

Não demorou para eu estacionar o carro na garagem do prédio. Coloquei minhas coisas debaixo do braço, e Lizzie colocou sua mochila nas costas, correndo até a porta do elevador.

– Sem correr mocinha – eu disse, ela me olhou com um sorriso divertido e apertou o botão para o elevador vir.

Entramos e novamente ela apertou o botão para nosso andar, ela amava isso! Não demorou para chegarmos, abri a porta do apartamento, e joguei todas as coisas na mesinha de centro da sala. Lizzie foi guardar sua mochila no quarto e trocar de roupa, voltou com um short jeans, blusa branca de mangas curtas e uma sapatilha roxa.

Coloquei seu almoço em cima da mesa e ela se sentou, tendo dificuldades para subir na cadeira, mas conseguiu. Comemos em silencio, apenas com uma musica calma que tocava no rádio.

Quando terminamos, lavei os pratos e Lizzie me ajudou secando-os, fomos para a sala e eu soube que aquela era a hora de termos nossa conversa.

– Mamãe...

– Eu sei – suspirei sentindo uma vontade enorme de chorar – Aconteceu algo há muitos anos Lizzie, exatamente a seis anos atrás. Eu era uma adolescente apaixonada, e descobri e o menino que eu gostava também gostava de mim, começamos a namorar, mas ele me magoou muito. Nós terminamos e eu descobri que estava grávida, tinha uma vida dentro de mim. Eu estava sozinha. Sem ele, sem minha família, sem meus amigos. Mudei-me, no intuito de começar uma nova vida, aí eu conheci o Elijah, tio Klaus, e a tia Caroline, todos eles me ajudaram muito... Nos ajudaram, Lizzie.

– Mas e o moço do parque? Ele parecia bem triste.

– Aquele homem Lizzie... O nome dele é Damon, ele é o seu pai, querida... – respondi sem conseguir conter as lágrimas, elas caiam sem meu consentimento.

Lizzie arregalou os olhinhos tão azuis quanto os dele, sem pensar, ela me abraçou, bem apertado como apenas ela sabia fazer, tirando minhas duvidas, tirando o peso do meu coração.

– Não chora mamãe – ela disse, mas eu percebi que ela também chorava, tão abalada como eu. Deus, uma criancinha!

– Me perdoa Lizzie, por nunca ter lhe contado sobre ele – pedi abraçando-a forte, como se a qualquer momento ela pudesse sumir de meus braços.

– Tudo bem mamãe – murmurou – Por que ele não foi atrás da gente?

– Ele não sabia querida – respondi olhando em seus olhos, tirando-a de meu abraço, ela me olhou sem entender – Eu não contei sobre você, anjo.

– Por que não? – indagou.

– Porque eu não queria ele por perto, eu não queria que ele soubesse sobre você – murmurei – Mas agora ele sabe...

– Mamãe, eu posso conhecer ele? – perguntou inocentemente depois de alguns segundos em silencio.

– Você quer conhece-lo? – senti medo da resposta.

– Quero.

Meu coração bateu acelerado, e por um momento eu quis sumir. Senti o chão desabar sob meus pés. Eu sentia como se estivesse perdendo minha Lizzie, como se ele fosse leva-la para longe. Eu não queria que Damon a conhecesse, pois eu sabia que ele iria consequentemente se aproximar de mim, e eu tinha medo de meu coração vacilar como todas as vezes que eu olhos para os olhos de Lizzie e o vejo.

Porque eu sei, bem no fundo, que apesar de tudo, meu coração ainda pertence à Damon, mas ele não o merece!

Ficando com ele, não machucarei apenas a mim, tem Elijah! O homem que sempre esteve comigo, que cuidou e amou Lizzie, que cuidou e amou a mim!

– Tudo bem querida – tentei sorrir, mas acho que saiu uma careta.

Lizzie se levantou e foi para o quarto, sabendo que naquele momento o que eu precisava era ficar sozinha.

Deitei no sofá e chorei tudo que eu guardei por seis anos, todas as dores, todo o rancor, todo o ódio, todo... Amor! Eu coração doía, e parecia que a qualquer momento eu iria quebrar.

Não percebi quanto alguém entrou em minha casa e se sentou junto a mim. Não sabia quem era, mas eu precisava daquilo, daquele afago na cabeça e as palavras doces “Vai ficar tudo bem”, eu precisava do apoio de minha amiga, de Caroline. E ali estava ela por mim, como sempre.

– Calma querida – ela dizia, fazendo um carinho em minha cabeça.

– Ele vai querer tira-la de mim – murmurei entre soluços.

– Ninguém vai tira-la de você, Elena, ela é sua filha, sua menininha. Damon nunca faria isso – respondeu com a voz calma.

Não percebi quando, mas acabei por dormir em seu colo de tanto chorar e soluçar. Acordei em minha cama já a noite, eu estava com as mesma roupas e me sentia estranhamente... Suja.

Sem noção de por quanto tempo dormi, tomei um banho relaxando na banheira de minha suíte, sem me importar com as lembranças naquele momento, eu sabia que elas voltariam. Sai depois de alguns minutos e vesti um moletom largo e quentinho. Calcei minhas pantufas e amarrei meus cabelos em um coque mal feito.

Olhei no relógio e eram sete horas da noite. Sai do quarto e passei no de Lizzie, abri lentamente a porta e vi que ela brincava de Barbie sobre a cama.

– Então a mamãe beijou o papai e eles se casaram, aí a filhinha ficou feliz também, e os três juntos foram felizes, mas não podemos esquecer o outro papai, ele encontrou uma moça tão maravilhosa quanto a mamãe e se casou, mas nunca esqueceu a filhinha.

Sorri com aquela cena, Lizzie era adorável, só que eu nunca poderia ser feliz novamente com Damon.

– Onde está a tia Caroline querida? – perguntei depois de bater na porta, chamando sua atenção.

– O tio Klaus veio buscar ela, eles saíram quase agorinha. O tio Elijah veio também, mas tava ocupado e foi embora – respondeu calma.

– Ok, obrigada – beijei sua testa e sai do quarto.

Por muito tempo Elijah tentou fazer Lizzie chama-lo de pai, ela o chamava assim, mas agora novamente veio o “tio Elijah”, provavelmente deve achar que por isso Damon se transformará em seu papai. Apenas espero que ele não a decepcione.


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Notas finais do capítulo

Eu não gostei desse capítulo, ele ficou bem chatinho na minha opinião, mas prometo que o proximo será melhor. Veremos o encontro oficial de Lizzie e Damon, a reação de Elijah, e quem sabe a presença do nosso querido Jeremy, pensaram que eu tinha esquecido dele? Bom, a Elena tem uma promessa a cumprir para ele.
Espero os comentários de vocês.