(Edward Povs)

Eu não podia mais permanecer perto de Lucy, a cada dia que passava no qual ela me encarava como se eu fosse um estranho, aquilo estava me destruindo, principalmente por saber que novamente tudo aquilo era minha culpa, e o fato de Lucy não conseguir se recordar de tudo que passamos juntos, machucava ainda mais o meu coração que voltava a adormecer na escuridão.

O tempo havia se passado e tudo que Lucy conseguira se recordar era que em algum momento ela correra perigo, ela não sabia o que ou quem a estava perseguindo, ela me encarava como se eu tivesse todas as respostas, e de fato as tinha, mas eu estava seguindo os conselhos de Carlisle que havia dito que ela se recuperaria com o tempo, que ela aos poucos lembraria dos fatos.

Não que eu tivesse pressa, mas me machucava profundamente que ela me encarasse como um estranho, apesar dela se sentir segura comigo, o que não era possível, pois eu tinha certeza que não demoraria muito para que a colocassemos em perigo novamente, e o que mais me incomodava era o fato de que se eu permanecesse ao seu lado eu poderia perde-la a qualquer segundo, pois existiam vampiros que nem James e Vlad a solta por ae, mas eu também tinha certeza de que se a deixasse seu destino seria exatamente igual ao de Bella, provavelmente ela pularia do penhasco novamente.

A dor em meu peito era intensa, era como milhões de adagas afiadas perfurando cada centimetro do meu coração, meu peito estava em chamas, e eu sabia qual era a resposta de todas as perguntas que flutuavam em minha mente, eu sabia que partir era a decisão mais correta.

- Não Edward ninguém vai embora dessa vez..Alice discutia comigo

- Mas você me disse que em breve enfrentaríamos outro vampiro louco...Eu retruquei.

- Sim, mas não podemos deixa-la a merce do perigo. Ela gritou furiosa.

- Mas acontece que se fossemos embora, esse vampiro talvez perca a curiosidade em saber porque temos uma humana em nossa compania, sem ser para refeição. Jasper pela primeira vez se pronunciou contra Alice.

- E afinal de contas ela não vai ligar se partimos, ela nem sabe quem somos. Rose disse petulante e por mais que aquilo doesse profundamente em todos nós, com excessão dela, aquela era a verdade.

Acho que eu sabia o que me esperava quando eu soube quem Lucy era, será que seria sempre assim, eu sempre a perderia de alguma forma, eu não suportava mas a dor, eu não poderia correr o risco de perde-la novamente, mas eu também não suportaria conviver com aquela amnésia, com o fato dela não se recordar quem eu era, alguns poderiam ver naquela situação uma chance para poder se viver plenamente como um ser humano, mas essa não era a questão,

eu via ali a oportunidade perfeita para poder ir embora, para que ela ficasse segura, e pudesse ser feliz de alguma maneira, mas desta vez permaneceríamos por perto para protege-la.

- Não, Edward eu não vou fugir de novo que nem um cãozinho covarde.... Alice berrava em minhas orelhas sem necessidade, ás vezes ela se esquecia que erámos vampiros....

- Sim, nós vamos embora . Eu disse eufórico.

Então a voz serena e tranquila de Carlisle invadiu a sala , ele veio caminhando em nossa direção e disse:

- Pela primeira vez temo em concordar com Edward, talvez seja melhor deixarmos Lucy em paz, ela não conseguira se recordar de nós tão cedo, infelizmente sua amnésia parece ter afetado mas que sua memória, e acho muito arriscado permanecemos ao seu lado, pois concerteza a colocaremos em perigo novamente, e quando ela souber a verdade pode não reagir como da primeira vez, a estaríamos nos pondo em perigo. Carlisle terminou sentando-se ao lado de ESme, enquanto todos sentíamos a dor invadir cada pedaço de nos, era como se estivessemos perdendo Bella novamente.

- Mas e se ela se recordar, ela pode....Alice tentou comentar o fato de que ela poderia se jogar do penhasco novamente.

- Improvável, ma estaremos por perto. Carlisle respondeu Alice.

- Mas então não podemos permanecer na cidade..Rose respondeu a contragosto.

- Não, mas talvez podemos nos mudar para Vancouver, assim estaremos perto o sufuciente para protege-la nem que seja de si mesma. Carlisle respondeu..

Subi para o meu quarto, enquanto pensava em como dizer a Lucy que estavamo partindo, talvez ela não entendesse, e talvez até não ligasse mesmo, afinal ela ainda me encarava como um estranho, mesmo deixando com que eu me aproximasse dela, ela não conseguia saber quem eu era, ou como se sentia em relação a mim. Me recordei de quando a deixei a primeira vez, quando ela ainda era Bella, me arrependia até hoje, talvez eu nunca fosse capaz de me perdoar por tê-la deixado daquele jeito, talvez se a situação fosse parecida com a de Lucy, eu tivesse feito o certo ao partir, mas eu sabia bem lá no fundo que nada era o certo.

Eu não devia ter me aproximado de Lucy, mesmo tendo confirmado de que ela não era apenas uma miragem, de que ela realmente era Bella e tinha voltado, de que sua razão de viver era o amor que sentíamos um pelo outro, eu devia ter dado uma chance a ela de ser feliz, como um humano, que era o que ela sempre seria para mim, e para todos os vampiros, talvez ela tivesse voltado para encontrar seu caminho, e novamente eu e minha família interferimos novamente.

A noite caiu no horizonte como um véu que cobri todas as lembranças minhas e de Lucy, talvez partir realmente fosse a chance para que Lucy vivesse a vida, do jeito que devia ser, humanamente, sem ter que encarar os perigos do meu mundo, e principalmente que vampiros, lobisomens e tudo mai existiam.

Peguei a jaqueta de couro a colocando sobre os ombros, e passei em silêncio pela sala, apesar de todos terem me encarando, e saberem o que eu iria fazer, eu esperava que ela realmente não se importasse que partissemos, que ela apenas achasse que fossemos bons amigos e só, que ela não se recordasse de repente da importância que tinhamos um na vida do outro.

A cidade parecia sombria, o céu estava escuro e a chuva desabava em cima de mim, como se fossem todas as lágrimas que eu não poderia derramar, a dor era maior do que qualquer ser humano poderia aguentar, mas eu sabia que estava tomando a decisão correta, eu não suportaria colocar Lucy em risco novamente, e por mais que eu temesse que seu destino fosse o mesmo de Bella, eu sabia que alguma coisa estava diferente, que ela não seria capaz de cometer a mesma loucura, mas não posso mentir que eu tinha medo de que quando suas lembranças retornassem , ela pudesse partir.

Eu sabia que quando sua memória voltasse, ela voltaria a procurar por nós, eu não tinha dúvidas que nos encontrariamos novamente, mas a pergunta que eu deixava era, será que ela ainda me amaria como antes.

E eu tinha medo da resposta, do futuro, mas sabia que estava fazendo tudo isto como antes, apenas para manter a pedra mais preciosa da minha eternidade protegida do mal do meu mundo.

Parei em frente a porta, enquanto a chuva que escorria pelo telhado pingava em meus cabelos escorrendo pelo meu rosto como se fossem uma lágrima, eu tive a certeza de que ela bem lá no fundo sabia quem eu era, pois antes que eu pudesse fazer qualquer movimento, ela me notou na porta parado a encarando, e quando nossos olhares se encontraram a dor foi lascinante, foi como se arrancassem um pedaço de mim .

"Eu estou aqui na frente a frente com alguém que eu costumava conhecer.

Você costumava me olhar e rir...

Você sabia quem eu sou, e o que sou...

E você nunca teve medo de mim, mas agora parece estranhar-me

Mas agora é como se nunca tivessemos nos encontrado antes."

Ela caminhou até a porta, todo seu corpo parecia estar tendo uma reação involuntária, já prevendo o que vinha a seguir, pois assim que a porta se abriu, seus braços quentes passaram em volta do meu pescoço, e eu pude sentir lágrimas molhando minha camiseta de algodão, era como se eu sequer precisasse lhe contar minha decisão, ela chorava como uma criança em meus braços.

- Lucy Acalma-se.. Eu pedi

- Você se lembrou de algo?? Eu a indaguei preocupado com seu desespero repentino.

- Não, mas eu não quero que você vá embora. Ela disse rouca entre soluços.

- Mas ...Eu tentei completar a frase mas ela me interrompeu novamente

- Eu sei que de alguma forma você é essencial para mim, ainda não descobri quem você é, mas tudo que eu sei é que não vou suportar sua ausência. Ela disse enquanto mais lágrimas desciam por seu rosto

- Lucy sinto muito, mas não posso ficar. Eu disse enquanto essas palavras rasgavam todo o meu peito por dentro

- Por que?? Ela indagou

- Sinto muito, mas Carlisle arranjou um novo emprego, e teremos que nos mudar para Vancouver. Eu respondi tentando ser frio, mas seus olhos cor de chocolate, tão parecidos com o de Bella, quase que me matavam.

- Promete que virá me visitar . Ela pediu esperançosa, talvez ela ainda não tivesse entendido que aquilo era mais que uma despedida, era um Adeus.

- Lucy, não podemos permanecer juntos, quer dizer nos não podemos e nem devemos ser amigos. Eu voltei a estaca zero novamente, me recordando de quando dissera a mesma frase a Bella há exatos 50 anos atrás, e mesmo

assim a mentira doeu tanto quanto antes.

"Talvez agora seja a hora certa de partir, de proteger você

De lhe dar a chance que o destino não quis

Você ainda consegue pelo menos se recordar

do que você é para mim??"

"Estou parado na porta enquanto seus olhos

buscam algo dentro dos meus..

Talvez alguma resposta que você ainda não tenha.

Sim eu poderia tentar começar tudo de novo com você

Mas e se vc não lembrar???"

- Me desculpe... Fora tudo que ela conseguiu dizer ao me ver abaixar a cabeça.

- Lucy entenda é para o seu próprio bem que eu devo partir. Eu retruquei

- Talvez um dia você entenda isso. Eu disse num tom que deixava transparecer toda a dor que eu estava sentindo.

- Adeus.. Ela disse enquanto as lágrimas corriam seu rosto.

- Adeus, e não se esqueça eu sempre te amarei. Eu disse enquanto beijava-lhe o rosto.

Andei em direção a moto, deixando-a para trás, e por mais que eu tentasse não voltar meu olhar para trás, meus ouvidos podiam ouvir os soluços de seu choro, eu não entendia porque ela estava chorando, se ela sequer sabia quem eu era,

ou que eu era, tinhamos certeza de que ela não se lembrara de nada nos últimos meses, apenas de sua mãe e de alguns flashbacks do acidente, mas fora isso continuavamos sendo meros estranhos para ela.

Alice ainda me repreendia pela minha decisão, mas ela sabia que se Bella não tivesse se envolvido tanto, ou tivesse perdido a memória, talvez esta fosse a decisão mas sensata a tomarmos.

- Você é mesmo um covarde... Alice praguejou em minha mente, mas não lhe dei atenção, a dor A decisço grande para ser ignorada.

Apertei os guidões da moto, enquanto senti o vento corta meu rosto na estrada, eu não sabia exatamente para onde estava pilotando a moto, mas tudo que eu sabia era que não precisava enfrentar Alice agora, todos os meus sentidos estavam confusos, seria quase que impossível uma discurssão com minha pequena irmã.

Mesmo com a dor pensei em tudo que estava pondo para Lucy, ao deixa-la, talvez ela encontrasse alguém tão humano quanto ela, e que a submetesse apenas a perigos humanos, novamente o destino me mostrava que eu não poderia tê-la humana junto comigo.

Pensei que se ela não se recordava de nós agora, talvez fosse realmente o melhor modo de partir, assim não causariamos tanta dor a Lucy, e por mais que a despedida tivesse sido dolorosa, ela logo superaria por não saber tudo que significavamos um para o outro.

""Esqueça talvez seja melhor desse jeito

Assim você poderá seguir com sua vida

Como se eu nunca tivesse existido

E por mais que isso machuque

Eu sei mais uma vez que esta é a decisão correta"

A decisão estava tomada e por mais dolorosa que fosse, eu não poderia voltar atrás, eu sabia que aquele era o único modo de mante-la em paz, e segura, que se eu quisesse que ela fosse feliz, seria melhor sem que eu estivesse por perto. Eu a levaria comigo para onde quer que eu fosse, assim como levara Bella por todos esses séculos, por todos esses anos, depois de algumas voltas pela cidade, entrei em casa sem dizer uma palavra sequer e fui direto para o quarto, eu não podia suportar mas um segundo sequer em Toronto, não sabendo que ela estava ali, há apenas alguns quarteirões de distância, não sentindo seu sangue no ar, antes que alguém pudesse dizer algo, sai pela porta com a mochila nas costas, o restos das coisas Carlisle se encarregaria de levar para Vancouver quando eles se mudassem, mas eu não podia permanecer mais um segundo sequer naquela cidade.

"Por isso estou partindo, enquanto há tempo

Enquanto nada mais lhe acontece

Enquanto você ainda não encontrou todas as suas

memórias perdidas por aí.

Então quando você despertar, pensará que tudo

não passou de um sonho louco ..."

E todas aquelas incertezas, será que ela se recordaria um dia de nós dois, será que ela conseguria me encarar sem que eu parecesse um estranho, eu sentia falta dos seus olhares, do seu sorriso, de quando completavamos as frases um do outro, eu sabia que nada seria exatamente como antes.

O sol se punha no horizonte anunciando a chegada de mais um crepúsculo, o fim de mais um dia, o ínicio de mais uma noite, uma longa noite, uma na qual eu teria toda eternidade para repeti-la, partei a moto perto de um penhasco parecido com o de La Push, daonde Bella havia pulado para a morte, me sentei na beirada desejando por alguns segundos ao ver as ondas baterem revoltas nas pedras que eu fosse humano, para que elas pudessem me engolir, mas eu sabia que se eu pulasse tudo que conseguiria arranjar seriam cortes que logo se cicatrizariam.

A lua começou a brilhar imensa no céu, e seu reflexo no mar, me recordou exatamente Lucy, nosso amor deveria ser extamente como a lua e o mar, juntos toda noite, mas nunca poderiam se tocar, seu amor não era permitido.

"E por mais que eu quisesse

As coisas entre nós nunca mais seriam as mesmas,

e nós nunca conseguiremos viver em paz.

Eu não quero continuar sem você

Mas sei que esta sempre será a única forma de lhe manter

segura. Meu amor, eu não quero mas machuca-la..."

"Possa ser que você entre em desespero mesmo assim

Mas talvez eu volte, ou talvez não..

Porém tenho certeza de que quando puder se recordar virá ao meu encontro.

Talvez se eu ficasse, mas o medo corroi meu coração...

Costumavamos ser completos, e agora você se quer

parece notar minha presença.

E se você não lembrar?"