Daughter of Hades. escrita por Amy Baskervilly


Capítulo 1
Nada de Monstros no Natal.


Notas iniciais do capítulo



Bem, eu resolvi excluir a outra porque, convenhamos, está com erros terríveis.

Reescrevi e revisei, esperando agrada-los.

Boa leitura.



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Às vezes, penso que minha vida está bem e então vem algo, como uma onda de má sorte, e estraga tudo.

Tudo aconteceu no ultimo dia de aula, antes da pequena semana de férias por causa do natal.

Apesar de ser inverno e, de estar um frio terrível em Manhattan, eu tive que me agasalhar pra ir para a escola.

–Boa aula, querido. – Minha mãe disse. Seu cabelo castanho encaracolado estava arrumado num cook desalinhado e suas mãos estavam cheias de massa de pão.

E mesmo sendo um semideus e tudo mais, amo o natal. É a melhor época do ano, porque a minha mãe me mima nesse frio. E por causa dos biscoitos natalinos azuis também, antes que eu me esqueça.

–Vou tentar não destruir a escola, mãe, pode deixar. – Isso a fez sorrir e fiz o mesmo. – Até mais tarde. – Comecei a me despedir, descendo as escadas até que escuto sua voz:

–Percy! Pegou a caneta?

–Ela sempre aparece no meu bolso mãe. – Respondo, calmamente.

Desço correndo as escadas, na pressa de não perder o metro. Tudo o que me falta, além da neve e do vento, é ficar – mais uma vez – de detenção.

As calçadas estavam escorregadias, mas mesmo assim, corri até a estação. Pela primeira vez no ano, não estou atrasado, o que – definitivamente – é algo incrível.

Em segundos após tal conclusão honrosa, vejo uma garota correndo e atrás dela, três garotos altos e parrudos, que parecem estar no ensino médio. Ela é morena e está vestida como uma menina mimada de algum colégio para garotinhas ricas.

–Volte, princesa. Só queremos conversar. – Os pelos da minha nuca e braços se arrepiam e levo a mão ao bolso automaticamente.

Ela corre ainda mais e por um segundo, vejo-a ser pega.

Antes que os monstros percebam, jogo a minha espada no ultimo e o acerto em cheio, fazendo-o se desintegrar numa nuvem de purpurina dourada. Os outros dois me percebem ao mesmo tempo que a menina e antes que ela possa vir até mim, eles a acertam e a jogam contra uma das pilastras cimentadas da estação.

–Não! – Grito e sinto a caneta no meu bolso novamente, pronta para ser usada.

–Semideus maldito! Vou quebrar todos os seus ossos! – Resmungou o que estava com uma blusa branca com os escritos: “Nenhum deus me segura”.

Obviamente, nunca vi nada tão estranho.

–Venha me pegar se puder. – Ergo a espada e ela reluz, como deveria. Mas isso não os intimida e o de blusa branca vem até mim.

É tão burro quanto uma pedra.

Ele tenta me acertar com um soco, mas me abaixo e o corto da virilha para cima, vendo uma nuvem da mesma purpurina magica de antes me dar um banho. Cuspo o que entrou na minha boca a tempo de ver o outro vir na minha direção.

–Eu vou te destruir, semideus! – Gritou e antes que eu pudesse ataca-lo, vejo uma fenda se abrir no chão a minha frente.

O monstro não teve tempo nem de parar. Caiu e continuou correndo para o subsolo. Olhei para a única pessoa que ainda estava ali, a garota que eu salvara.

Ela parecia tonta e cambaleava enquanto vinha em minha direção. Seus cabelos castanhos quase negros estavam bagunçados e desordenados, caindo sobre seus olhos sem que ela se importe muito com isso. Tinha os olhos mais castanhos e profundos que já vi – quase negros em sua essência.

–Ei! Tudo bem? – Perguntei, correndo em sua direção. Ela arrumou a saia e a blusa, antes de me mirar definitivamente.

–Só estou um pouco tonta. – Respondeu-me com a voz doce e cansada de uma garota. Apesar da doçura, sei que ela é uma semideusa poderosa. – Obrigado por me salvar.

–Não há de que. – Digo, o mais calmamente que posso. – Você mora por perto?

–Não. Estou fugindo.

–Fugindo de que?

–Do que você acha? – Automaticamente a historia de Annabeth e Luke veio a minha mente. Talvez ela estivesse tendo essas mesma experiências traumáticas. – Olha, sinto muito. Eu não tenho dormido muito bem e também, ando meio paranoica por causa desses monstros e desses cães malditos.

Cães infernais também?

–Desde quando você foge?

–Faz alguns meses. Já consegui passar por muitos estados, mas ainda preciso ir para mais longe.

Vai precisar vir comigo, isso sim.

–Olha, sei que vai parecer estranho o que vou dizer, mas escute, preciso que venha para a minha casa. – Ok, realmente não pensei no sentido dessas palavras, mas só senti isso quando a vi vermelha, irritada.

–O que você pensa que sou? Pervertido! Maníaco! – E assim, saiu correndo novamente.

–Espera ai! Eu não disse por mal! – Começo a correr atrás dela e, incrivelmente, ela conseguiu se livrar de mim.

Desapareceu completamente em algum trem que não vi.

–Ah ótimo! Perdi uma semideusa potencialmente perigosa. – Resmunguei, chutando uma pedrinha logo a minha frente. Bufei e tive de voltar para casa, feliz e infelizmente.

Algumas horas se passaram desde o incidente.

Obviamente, mamãe ficou louca da vida comigo, quando me viu entrando suado e coberto de neve – ao mesmo tempo – pela porta.

Levei quase uma hora para explicar a ela isso e mais outras horas falando com Quiron e arrumando minhas coisas para minha viagem ao acampamento.

Segui a pé, novamente, para a estação e tomei um trem para NY, onde me encontraria com Argos.

Tudo correu como o planejado, a não ser, a nossa parada para as rosquinhas.

Quando cheguei ao acampamento vi Annabeth e Quiron me esperando, logo no topo da colina. Vi que algo estava muito errado.

Subi correndo, ofegante por causa do peso e deparei-me com uma loira bufando e um centauro com luvas e um cachecol que — definitivamente — não combinavam com sua blusa xadrez vermelha e azul marinho.

—Percy. — Diz Quiron e abaixo a cabeça, esperando a bronca.

—Como conseguiu perder uma semideusa? — A voz de Annabeth me dá arrepios, logo quando a escuto pela primeira vez. É como se minha mãe tivesse encarnado num monstro com uma pitada básica do sarcasmo do Luke e do humor negro do acampamento.

Realmente assustador.

—Foi um acidente.

—Ah, você é a pessoa mais...

—Annabeth! — O centauro a para, aborrecido. — Mandarei sátiros para Manhattan.

—Obrigado. Eu preciso descansar, Quiron, estou morrendo de sono.

—Vá, pode ir. Quando estiver descansado conversaremos mais sobre essa semideusa. — O centenário diz, notando a súbita expressão de contrariedade da loira. Saio dali antes que ela possa me segurar mais um pouco.

O acampamento no verão é fabuloso.

Tudo é vivo, inesperado e fascinante. Tão magico que você pensa que entrou num daqueles filmes de crianças sobre fadas e duendes.

Mas agora, com a neve caindo vagarosamente e cobrindo grande parte do lugar, é ainda mais incrível. Me dá aquela estranha sensação de conforto, apesar do frio.

Vou correndo até o meu chalé e me deparou com ele todo arrumado, como se a bagunça que eu tinha deixado não fosse nada. Bah, brincadeira de criança arrumar os papeis de chiclete no chão, os próprios chicletes embaixo da cama e as latinhas de coca — Chalé de Hermes, conseguindo tudo o que você precisa — amassadas e jogadas por todo lado.

Jogo a mochila de lado e pulo na cama, com os lençóis limpos e cheirando a amaciante.

Só então percebo que estou muito cansado e em pouco tempo, não consigo mais permanecer com os olhos abertos.

—Preciso dessa garota. O sangue dela me fará mais forte.

—Onde ela está?

—A caminho da sua antiga casa, Luke. — Seu rosto estava coberto pela penumbra, mas ele se remexia sem parar.

—Eu a trarei, senhor.”

Levanto-me com um sobressalto e ainda posso escutar as palavras de Luke ressoando em meus ouvidos.

Esfrego os olhos, sentindo-os querendo voltar a se fechar, sem permissão. Me pego pensando na garota de antes. Se eu não tivesse sido tão burro, ela poderia estar a salvo agora.

Ergo-me da cama e tiro o pijama, colocando a blusa do acampamento, um jeans e uma jaqueta. Talvez uma caminhada me faça melhorar.

Saio do meu chalé, reparando que a neve está caindo mais densamente agora e que essa chuva branca é delicada. Caminho até o pinheiro de Thalia para poder ver todo o campo coberto de neve.

Aproximo-me o bastante para ficar na divisória da barreira e então me deparo com algo aterrador.

Vejo um corpo parado próximo ao pinheiro, inerme e vejo cães rosnando e correndo na sua direção.

Saio da barreira, me abaixando e erguendo o corpo. Percebo que é uma garota e que está desacordada, machucada. Pego-a com toda a força de vontade que possuo, adentrando a barreira no momento que os cães infernais.

Sinto o seu perfume e olho-a bem, tentando identifica-la.

Fico surpreso quando vejo a garota que antes havia fugido de mim.

Mas a pergunta é, como ela conseguiu chegar ao acampamento sozinho e sem auxilio de um sátiro?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do primeiro capítulo?

Amy B.

Reviews?