Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 4
"Beber a grandes tragos extingue a sede; beber em pequenos goles prolonga o prazer da bebida. Assim é também com relação ao prazer do amor. E com tudo o mais na vida". – Provérbio Itáliano


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Felizes por me verem aqui? Espero que sim!
Bom, esse capítulo irá ter muita emoção e espero que vocês gostem, viu?
Obrigada a todas que comentaram! Clarissa McAdams, VicWalker e Aline Cabral, obrigada, de coração.
Olha só, leitores fantasmas, acho bom vocês aparecerem pois senão irei chamar os Caçadores de Fantasmas, ok? KKKKKKKKKKKKK
Ah! Capa nova! Deem uma olhadinha depois, tá bom?
Beijos! Boa leitura!



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Passaram-se três dias desde o meu passeio com o Steve e hoje seria o dia em que eu iria assistir um jogo de beisebol com o Sam. Claro que Steve ficou meio receioso, ele não poderia ir junto, segundo ele, tinha um compromisso inadiável, mas se não fosse por isso, iria junto. Expliquei que estava tudo bem, Sam era amigo dele afinal, e ele sabia da gente. Ele sorriu e concordou.

Me arrumei direitinho. Uma blusa laranja, uma calça jeans e um sapato bege fechado. Estava um pouco frio lá fora, então, peguei um casaco e coloquei um cachecol. Fiz um coque e uma maquiagem dourada com um delineador que adoro usar.

Almocei em casa mesmo esperando o Sam chegar para me buscar e me levar no estádio dos Yankees.

Steve não parava de dizer que queria ser o primeiro a me levar numa partida de beisebol, ele adorava o jogo. Eu disse que ele poderia me levar em outros jogos, futebol americano por exemplo.

Carlos tocou o interfone e disse que o Sam já estava me esperando para me levar, agradeci e desci as escadas.

Assim que cheguei na portaria, vi o seu carro do outro lado da porta de vidro me esperando.

Abri a porta do carro e sorri e coloquei o cinto.

–Oi – eu disse sorrindo – obrigada por me buscar.

–Não precisa agradecer. Você está linda hoje.

–Obrigada.

–Vamos?

–Vamos.

Ele começou a andar com o carro e fomos em direção ao estádio.

–Steve não ligou que você foi comigo? – ele perguntou depois de alguns momentos em silêncio.

–Um pouquinho, nada demais. Ele não parava de repetir que queria ser o primeiro a me levar num jogo de beisebol.

Ele riu.

–É, ele adora beisebol.

Concordei e voltou ao silêncio.

–Você já foi num jogo de futebol? No Brasil?

–Já, poucas vezes.

–Você mora no país do futebol e só foi ás vezes?

–É – concordei com a cabeça.

–Que desperdício.

–Porque?

–Eu iria todos os dias – eu ri.

–E porque você não vai todos os dias numa partida de beisebol ou de futebol americano?

–De beisebol, só tem nos finais de semana, e de futebol, lá só tem caipira – eu ri.

–Sério?

–Sério. Parece que eles só vão para beber cerveja e arrotar.

–Parece divertido – falei com um sorriso no rosto.

Ele riu.

Depois do que pareceu um século, finalmente chegamos no estádio, onde haviam uma fila enorme de carros só para entrar, e não era o pior, ainda tinha que estacionar.

–Vamos precisar de muita sorte para encontrar uma vaga.

Concordei com a cabeça e prestei atenção.

Depois de mais dez minutos, faltando apenas quinze para começar o jogo, achei uma vaga, apesar de ser bem longe da entrada do estádio.

Saímos do carro com pressa e fomos ate a outra fila imensa para entregar o ingresso e ser revistado.

Quando finalmente conseguimos passar, o jogo já estava para começar, faltando cerca de dois minutos, mais ou menos.

Nos sentamos na parte do meio da arquibancada e me senti aliviada por termos conseguido esses lugares.

–Eu vou comprar pipoca, vai querer alguma coisa?

–Pipoca também, e se não for pedir demais, uma água ou refrigerante, por favor.

–Tudo bem, fica aí.

–Não vou a lugar nenhum! – sorri e olhei em volta, havia muita gente, muita gente mesmo. Isso me lembrou quando eu tinha sete anos e fui na minha primeira partida de futebol. Havia muita gente, não tanto quanto agora, mas ainda sim, me deu medo.

Depois de poucos minutos, Sam apareceu com dois baldes de pipoca e duas latas de refrigerante.

–Oi – ele disse se sentando no lugar vago ao meu lado.

–Oi – sorri e ele me entregou o balde de pipoca e a lata – obrigada.

–De nada.

–Senhoras e senhores, Nicole Scherzinger cantando o nosso hino americano.

Nicole Scherzinger? Vai cantar?

–Eu não sabia que ela iria cantar! – eu disse surpresa.

–Muito menos eu.

Todos se levantaram e começaram a cantar junto com ela. Eu sabia muito pouco sobre o hino, por isso, em respeito, fiquei de pé com a mão sobre o peito igual ao Sam.

Depois que ela terminou, aplaudiram e se sentaram. Logo depois, os jogadores chegaram, lado a lado com o time adversário, os Dodgers, um clássico segundo Sam.

–Antes que comece o jogo, você poderia me explicar rapidinho o beisebol? – perguntei ao Sam que me olhou surpreso.

–Eu esqueci de explicar sobre o jogo, tivemos tanto tempo no carro! – ele sorriu – Bom, vou resumir. O que eles tem que fazer é defender a bola que o arremessador jogar. Vai ter um rodízio, e nesse rodízio, será com cinco jogadores, desses cinco que irão rebater a bola do arremessador. Se o rebatedor não conseguir defende-la, em três vezes, ele será eliminado. Entendeu?

–Mais ou menos.

–Com o passar do jogo você vai entender. Beisebol não se explica, tem que... Entender na prática, com o passar do tempo.

Concordei com a cabeça e voltamos ao jogo que estava se preparando para começar.

Belisquei da pipoca, bebi um pouco do refrigerante vendo os jogadores se aquecerem.

Logo quando o jogo começou, senti o meu coração vibrar de entusiasmo. O público começou a gritar e a comemorar.

O jogo foi acontecendo e o Sam tentava explicar, mas além de eu não entender do que ele dizia, o barulho era muito alto, então fiquei só a assistir e a levantar quando ele levantar, para parecer que eu estava entendendo alguma coisa.

Aparecia no telão, os jogadores e o público.

Quando estavamos no intervalo, decidimos ficar aqui para marcar nossos lugares, uma decisão inteligente na minha opinião.

Enquanto isso, acontecia a Câmera do Beijo, um clássico dos intervalos. Algum câmera escolhia casais da arquibancada, e eles se beijavam e demonstração de amor. Mas uma coisa engraçada aconteceu, eu apareci no telão, com uma moldura de beijos e corações em volta no telão. Mas o pior, era que o Sam estava no telão junto comigo!

–Não, não, não – eu disse negando com a cabeça – Nós não somos namorados – eu disse tentando fazer com que todos parecem de aplaudir, gritar e incentivar de nós nos beijarmos, afinal, eu já tenho o Steve.

–Laura, é só um beijo – ele disse para mim e revisando o olhar entre a multidão e eu.

–O problema é o Steve – falei desesperada.

Beija! Beija! Beija! – ouvi a torcida gritar e ate os jogadores pararam de jogar para prestar atenção na gente! Que situação.

–Laura! O que não pode é ficar assim, me desculpa – ele disse para mim antes de me beijar.

A multidão vai a loucura e logo tento me afastar dele. Logo assim que o beijo termina, olho com fúria para ele e jogo o meu refrigerante em cima dele, e o estádio grita novamente. Pego minha bolsa e saio de perto sentindo a câmera em cima de mim. Dou mais uma olhada para o estádio e vejo que a câmera agora focada no Sam, que está batendo seu casaco e retirando o excesso de refrigerante. Desço as escadas e não olho mais para trás.

Assim que saio do estádio, pego um táxi que tinha acabado de deixar uma pessoa e dito o meu endereço.

Depois do que parece uma hora, ou mais, chego em casa. Subo as escadas correndo e abro o apartamento ainda mais rápido. Fecho a porta com força e me jogo no sofá. Grito com a almofada contra a minha cabeça e a jogo longe.

Porque raios o Sam tinha que fazer aquilo? O Steve e ele não eram amigos? Para quê isso? E ainda mais em público?!

–Laura, abre a porta, por favor – ouço a voz do Steve e me sinto aliviada, por um minuto pensei que fosse o Sam.

Abro a porta e a deixo assim e me jogo no sofá novamente.

–O que aconteceu? Você chegou cedo – ele disse a fechando com calma.

–Primeiro – me sentei no sofá – O que a gente tem? - de onde veio essa pergunta?

–Como assim?

–O que nós temos? Somos namorados? Ou só temos um lance, uma coisa sem compromisso.

–Porque isso de repente?

–Porque o tenho para te contar depende da sua resposta, a maneira como vou falar.

–Acho que somos namorados – ele disse timidamente e coçando a nuca.

Dei espaço no sofá e bati querendo que ele se sente ao meu lado.

–Porque? O que aconteceu?

–Não, primeiro temos que resolver isso. Como somos namorados se você nem me perguntou nada?

–Tá bom, Laura, você quer ser minha namorada? – ele perguntou pegando minha mão.

–Não, não é assim, né Steve – me levanto e andando de um lado para o outro.

–O quê que te deu Laura? – ele pergunta ainda sentado.

–Simples, o Sam me beijou no estádio por causa daquela estúpida câmera do beijo – digo com rapidez.

–Como? – ele arregala os olhos surpreso.

–Foi isso mesmo. A gente estava assistindo...

–Não isso – ele me interrompeu – Ele te beijou? – concordei com a cabeça.

Ele se levanta e cerra os punhos.

–Achei que ele fosse meu amigo! – ele grita – Eu falei para ele que a gente já havia se beijado, ele ate me ajudou em algumas coisas!

–Steve, se acalma – me aproximo dele.

–Me acalmar? Ele te beijou! Na frente de todo mundo! E o que você fez? – ele pergunta olhando para mim com raiva no olhar.

–Primeiro, Steve, por favor, se acalma, nada vai ser resolvido assim, desse jeito -ele respira fundo e se senta no sofá, me sento ao lado dele pegando sua mão – Segundo, respondendo sua pergunta, antes dele me beijar, estava todo mundo pressionando ele a fazer isso, de certa forma, não é culpa dele.

–Mas eu...

–Nem pense em me interromper. Mas assim que ele me beijou, eu tentei afastar ele, juro, mas você sabe, eu sou muito fraquinha. Aí, quando consegui me soltar, joguei o refrigerante nele - falei normalmente dando de ombros.

Ele sorriu.

–Bom, pelo menos, uma coisa dessas em público com o estádio lotado não é mole de esquecer.

–Além do mais, vai estar na internet daqui a pouco tempo – digo sem perceber o que falei, quando percebi, arregalo os olhos e vou correndo pegar o meu celular. Procuro no Google qualquer indício de um vídeo nosso na internet, mas fico mais tranquila quando percebo que ainda não foi postado.

–O que foi? – ele pergunta depois de alguns segundos me vendo olhando para a tela do celular mais tranquila.

–Nada, apenas pensei que fosse ter um vídeo do nosso beijo na internet já.

–Gravaram? – ele arregala os olhos novamente com o cenho franzido.

–Espero que não, mas acho que sim.

–O Sam vai acordar com um braço a menos amanhã, assim que eu ver ele.

–Nem pense nisso, senhor Rogers! – falo em tom de reprovação – Não quero ver você processado por dados físicos ao Sam!

Ele sorri e pega minha mão e a beija.

–Fica tranquila, ele vai ter o merece – ele se levanta e vai ate a porta. Quando a abro, tenho uma surpresa, Sam, estava ali, se preparando para bater, igual a mim, alguns dias atrás.

Eu mereço, agora vou ter um duelo na frente do meu apartamento!

–Steve? Olha só cara, me desculpa – Sam disse com as duas mãos levantadas em sinal de rendição dando passos para trás enquanto o Steve dava passos para frente.

–Pedir desculpas para mim? Você tem que pedir para a Laura, foi você que a envergonhou em público – disse Steve olhando nos olhos do Sam com raiva – pensei que você fosse meu amigo! Mas me apunhá-la pelas costas!

–Steve, se acalma! – eu disse tentando puxar ele de volta para o meu apartamento, mas ele é muito forte.

–Desculpa Steve, eu não sei onde estava com a cabeça! – ele disse – Me desculpa Laura.

–Está desculpado. Viu, Steve, não precisamos de violência aqui – digo mas entra por um ouvido e saí pelo outro.

Steve, de maneira ameaçadora, encara o Sam e dá mais um passo para frente.

–Você sabe que é injusto isso – ele disse baixo mas que consegui escutar.

–Mas alguma tem que ser feita – Steve responde.

–Steve, por favor, entra no apartamento – digo tentando puxar, mas novamente, não dá certo. Então, tenho uma ideia, uma ideia estúpida e idiota, mas é uma ideia.

Corro para o meu apartamento e pego uma vassoura, volto e vejo que o Steve e o Sam estão "empatados". O Sam mal conseguindo segurar os dois pulsos do Steve para não ser atingido, e ele tentando fazer mais força.

Com coragem muito estúpida, entro no meio com a vassoura.

–Para vocês dois! – grito o mais alto de posso. Vejo que os dois se afastaram assustados com a minha "arma" – Se qualquer um de vocês, der um passo para frente, na direção um do outro, vai levar uma vassourada na cabeça! – ameaço olhando para os dois – Agora, Sam, por favor, pode ir embora, e não se preocupe, está perdoado.

–Laura, não...

–Shi! – olho para o Steve que revira os olhos.

–Obrigado Laura – ele acena com a cabeça e desce as escadas, antes dando um aceno leve com a cabeça na direção do Steve que olha para qualquer outro lugar.

–Steve – abaixo a vassoura – Eu disse que não precisava de violência, mas você não me escutou! – eu disse brava com ele.

–Não acho que você tenha que ficar brava comigo, mas sim com ele!

–Vamos entrar, por favor – digo o olhando nos olhos.

Ele concorda com a cabeça.

–Sei que você está nervoso, mas preciso conversar com você de maneira civilizada, tá bom? – pergunto colocando a vassoura apoiada na parede.

–Tá – ele se senta no sofá.

–Temos que concordar, o Sam errou – digo e ele olha para mim.

–Claro que errou, ele te beijou, ele praticamente me traiu – ele diz e não seguro, rio dele – O que foi?

–Nada, esquece – digo me recuperando – Mas também temos que concordar que você errou.

–Eu?

–Sim, você agiu com violência quando eu deixei claro que havia outra maneira de resolver isso. Mas você quase criou uma guerra entre vocês dois!

–Tem razão, me desculpe – ele diz olhando para as próprias mãos, acho que um pouco envergonhado.

–Não precisa pedir desculpas – digo levantando seu queixo – É natural isso, você é homem e homem tem a natureza um pouco bringuenta mesmo – digo sorrindo – Só espero que isso não atrapalhe nós dois e que um dia, você possa perdoa-lo.

–Ah não! Isso não.

–Ficar guardando magoa para quê? Ficar com ódio dele porque? O que ele fez foi comigo, não você, você só foi atingido indiretamente.

–Um dia, mas não hoje.

–Quanto mais cedo, melhor – digo acariciando sua nuca.

Ele sorri e me beija levemente. Que aos poucos começa a ganhar mais velocidade.

Quando não consigo mais, por causa da falta de ar, me separo de seus lábios com um sorriso no rosto.

Ele acaricia meu rosto, fecho os olhos sentindo seu toque e toco sua mão com a minha.

–Quer jantar hoje? – ele me pergunta.

–Claro – sorrio.

–Então vai se arrumar que eu já volto para te levar, tá bom? – ele me dá um selinho rápido.

–Tá bom – sorrio e lhe dou mais um selinho.

Ele se levanta e me levanto também. Num movimento rápido, o puxo mais uma vez e lhe dou mais um beijo. Ele olha em meus olhos quando nos separamos e volta a me beijar. Sua língua, tocando a minha, num beijo rápido e envolvente.

Puxo seus cabelos e arranho sua nuca. Ele me empurra contra a parede e puxa meu corpo contra o seu. Se percebemos, já estávamos perto da porta.

Acaricio seu rosto e afasto seus lábios.

–Nós vemos daqui a pouco – digo antes de abrir a porta e o empurrar para fora com um sorriso no rosto.

Meu Deus! Que homem!

Correndo, fui ao meu quarto me arrumar o mais rápido possível. Mas antes, melhor tomar um banho.

Tomo um rápido banho e vou ao quarto, escolho um vestido azul com cinto fino marrom na cintura, um casaco branco pois está frio lá fora ainda mais de noite, um sapato preto de salto, o cabelo deixei solto e um pouco volume, a maquiagem fiz algo simples.

Me olhei rapidamente no espelho e coloquei o meu perfume e peguei minha bolsa com dinheiro e celular. Saí do apartamento e o tranquei. Bati na porta do Steve que logo me atendeu.

–Nossa! – ele disse surpreso me deixando um pouco envergonhada – Você está muito bonita.

–Obrigada – digo colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

–Deixa eu só pegar a minha carteira – ele disse entrando no seu quarto e logo em seguida de volta – Vamos – ele fecha a porta e a tranca também.

Descemos as escadas devagar e logo chegamos na portaria, onde não encontro o porteiro enxerido, ainda bem.

Saímos do prédio e andamos pelas frias ruas de Nova Iorque.

–Aonde vamos? – pergunto.

–Tem um restaurante bom aqui perto – ele disse.

–Tudo bem – sorrio.

Depois de caminharmos um pouco, finalmente chegamos, um restaurante pequeno, mas aconchegante e quentinho, melhor ainda.

Ele escolhe uma mesa para sentar e me leva ate lá. Penduro o meu casaco na cadeira e me sento.

Olho para ele sorrindo enquanto o garçom chega e entrega os cardápios.

–Meu ensaio é amanhã – digo depois de alguns segundos olhando os cardápios.

–Sério? Está ansiosa? – ele pergunta enquanto dita o prato que quer ao garçom e devolve o cardápio.

–Um pouquinho – digo e devolvo o cardápio falando o que eu queria ao garçom também.

–Queria ouvir você tocar um dia – ele disse pegando minha mão sobre a mesa.

–Porque você não vai também?

–E pode? – ele acaricia a minha mão.

–Pode sim – aceno com a cabeça.

–Então vou, mas é que horas?

–Uma da tarde, perto daqui, eu acho.

–Quer que eu te leve?

–Claro, obrigada.

Ficamos a nos olhar por alguns minutos, que pareciam milênios, me perdi naqueles olhos azuis, tão brilhantes.

Sorrio e ele sorri também.

–Laura, eu vou ter algumas coisas para resolver amanhã, cedo, mas eu chego a tempo de te buscar, tá bom? - ele fala depois de alguns minutos.

–Tudo bem. Mas posso saber porque? – pergunto comendo mais uma garfada.

Ele demora a responder e desconfio.

–Steve... – falo em tom de repreensão.

–É o meu trabalho – ele diz, mas não senti muita firmeza não.

–Tem certeza? – pergunto estreitando os olhos.

–Claro que tenho – ele diz fugindo de meus olhos, percebi que ele não olhou diretamente para eles.

–Você mente muito mal – digo e ele me olha surpreso – Dá para perceber. Você pode me contar – pego sua mão e a seguro.

Sua expressão era de dúvida, estava estampada nele.

–Eu faço caridade – ele diz exitando – Quase todos os dias eu ajudo os mais necessitados – ele fala olhando para o próprio colo.

–E porque você não me contou antes? – pergunto sorrindo – Eu também fazia no Brasil. Sempre que eu podia, eu estava ajudando, seja em doação de roupa e alimentos, ate mesmo em hospitais de crianças. É muito bonito isso que você está fazendo, Steve. Se eu puder ajudar em alguma coisa...

–Não precisa! – ele me corta com certa urgência – Não precisa – ele repete, mas dessa vez mais calmo e sorrindo.

–Como não precisa? As pessoas sempre precisam de ajuda – digo só querendo ver aonde isso vai chegar.

–É em outra cidade, Laura. Em Nova Jersey.

–E porque você não me leva com você?

–Eu levo roupas na garupa da moto.

–Entendi – aceno com a cabeça. Ele concorda também e voltamos a comer.

Nosso assunto muda e conversamos mais sobre onde eu morava.

Quando vejo, já são sete da noite, ficamos aqui por muito tempo mesmo.

Steve paga a conta, mesmo eu insistindo que eu poderia pagar a metade, carinha teimoso, e vamos embora, pego o meu casaco e saímos do restaurante.

Chegando ao prédio, subimos as escadas rindo, de algo que el contou.

–Quer entrar? – pergunto assim que chegamos em nossos apartamentos.

–Claro – ele sorri e abro a porta.

Deixo a bolsa em cima da mesa e retiro os saltos.

–Quer uma taça de vinho? – pergunto já na cozinha.

–Claro – ele grita da sala, onde ele está.

–Espero que não ligue que seja vinho barato – falo e ouço sua risada.

–Não tem problema – ele diz.

Saio da cozinha com duas taças e uma garrafa de vinho cheia. Abro e despejo o liquido igualmente para nós.

–Obrigado – ele diz assim que pega uma das taças de minha mão.

–De nada – respondo tomando um pouco e me sentando ao seu lado.

–E seus pais? Eles sabem... que...

–Ah! Não, não, ainda não. É que eu sei que a senhora e o senhor Teixeira iram ficar extremamente preocupados comigo, pensando que você não é um goupista ou coisa parecida – digo e ele ri.

–Eles estarão em alguma apresentação sua?

–Sim, na final, a grande apresentação.

–Então você só vai poder vê-los daqui a dois anos? – ele pergunta tomando outro gole.

–Sim... – olho para as minhas mãos em cima do meu colo.

–Desculpa, eu não queria...

–Mas está tudo bem, estou adorando ficar aqui, e mais cedo ou mais tarde, isso teria que acontecer, não é? – pergunto sorrindo.

Ele concorda sorrindo.

Então o papo flua, e quando percebemos, já tomamos meia garrafa, já me deixando um pouco tonta.

–Tchau Steve – digo assim que ele vai embora.

Vou ao meu quarto um pouco zonza, e de maquiagem e vestido, caio na cama dormindo quase imediatamente.

"Beber a grandes tragos extingue a sede; beber em pequenos goles prolonga o prazer da bebida. Assim é também com relação ao prazer do amor. E com tudo o mais na vida".

Provérbio Itáliano


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Notas finais do capítulo

Roupa: http://www.polyvore.com/love_story_laura_jogo_de/set?id=108228145

Hino: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=IBMGYNFqfyo

Roupa 2: http://www.polyvore.com/love_story_laura_jantar_com/set?id=111743556

E aí? Gostaram? Bom, espero que sim.
Me desculpem a demora, juro que tentarei não demorar, tudo bem?
Beijos!