Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 31
"Espere por alguém (...) Alguém que diga 'te amo'... sem palavras. Que diga 'sou apaixonado por você'... Com atitudes. Que se expresse 'Eu errei, me desculpe'... com sinceridade" - Fábio Esteves.


Notas iniciais do capítulo

Como em Almost Lover, eu não tenho muito o que dizer. Ninguém comentou mesmo.

Mas leiam o poema até o fim, ok? Ele é lindo. Lindo.

Boa leitura e fui.



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Era um jogo normal, ambos os times não tinham muito a perder, mas eu sim. Mas não importa. Foi divertido. Não. Foi muito divertido. Adorei ter vindo e nem acredito que eu estava tão desanimada. Steve acertou em cheio em ter comprado aqueles ingressos. Serei grata por um bom tempo.

—Steve, foi incrível – digo enquanto caminhávamos para o estacionamento para pegarmos um táxi. Peguei em sua mão enlaçando nossos dedos. Ele sorriu – Obrigada.

—Eu que tenho que agradecer. A imagem de você tão animada e eufórica valerá por bons anos – ele comenta com um ar brincalhão. Mas uma palavra me chamou a atenção. “Anos”. Ele poderia ter falado um bom tempo, mas quis deixar bem claro que lembrará disso por bons anos.

—“Anos”? – pergunto tímida olhando para ele. De repente senti uma alegria interna cogitando a possibilidade de que Steve talvez quisesse mesmo o que eu quero. Será?

—Sim, claro, porque não seria? – ele respondeu com uma confiança tão forte que fez minhas borboletas do estomago quase explodirem. Eu fiquei nervosa, mas nervosa na versão entusiasmada.

Eu sabia que era cedo para qualquer coisa do tipo, afinal, estávamos juntos só havia três meses. Mas três meses que fazia parecer que era quase um ano. E não me assustava, afinal, era a primeira vez que eu cogitava me casar com um homem em especifico, (com exceção do Justin Timberlake pois eu era jovem e aquilo nunca iria acontecer).

—Mas e aquela viagem para o Canadá que você disse. É sério? – pergunto e ele afirma com a cabeça – Então não era somente uma sugestão do tipo que não vai acontecer, sugerir por sugerir. Mas sim de...

—Que vamos planejar isso com cuidado e com antecedência – me interrompeu mas dando um final bem mais agradável aos meus ouvidos. Pois estava saindo da boca dele, não da minha. Iriamos mesmo para o Canadá, juntos. E isso é um passo grande num relacionamento. Não se viaja com alguém no início do namoro, principalmente para outro país.

Ou era apenas meu exagero falando? Afinal, é só um comentário e é só uma viagem! Não preciso e não vou entrar em pânico com palavras. Só se ele colocar um anel da minha frente, aí sim entrarei em euforia eterna.

Entrei no táxi primeiro, Steve entrou logo em seguida. Havia uma fila de táxis esperando passageiros do lado de fora. Steve ditou o restaurante, e eu não o conhecia. Que grande novidade...

O motorista dirigiu em silêncio, e assim ficamos também. Eu apenas encostei a cabeça no ombro dele olhando a janela tranquilamente. De alguma maneira, a sensação de paz interna me atingiu em cheio. Iriamos jantar, e eu tinha um ótimo pressentimento.

Steve pagou o motorista, que nos desejou uma boa noite e foi embora. Apertei o casaco contra o meu corpo, estava muito frio. No estádio estava calor devido a emoção e porque eu me movimentava bastante, mas agora, parada no meio da calçada, o frio estava sendo cruel comigo.

Fomos para a entrada do restaurante. Era bem elegante. Com uma fachada deixando bem claro que era por reserva. Haviam seguranças e luzes decorativas. Era bem bonito, e bem caro também pelo jeito.

—Porque esse? Porque não fomos para aquele de sempre? – pergunto curiosa para o Steve enquanto ele abria a porta para mim.

—Porque hoje eu quis mudar um pouco – responde sorridente e sincero, e retribuo ao sorriso enquanto paramos de frente para a recepcionista que teclava no computador.

—Boa noite – ela desejou com um sorriso simpático, mas o que me atraiu mesmo foi o colar dela, lindo, de perolas brilhantes e tão brancas como os dentes dela – Tem reserva? – pergunta e olho para o Steve, tínhamos? Foi ele que sugeriu.

—Sim, Steve Rogers – responde e a moça começa a procurar no computador, e sorri quando encontra.

—Por favor, deixem os seus casacos com ela, por favor – ela pede educadamente e uma moça aparece, tão simpática quanto a recepcionista. Retiro o meu casaco e o Steve o dele, entregamos para a moça que nos entrega de volta um pequeno cartão – Por favor, sigam-me – ela avisa e seguimos ela.

Assim que ela empurra as portas, prevejo pelo menos um jantar de três dígitos para pagar hoje. Por mais que o lugar seja tão lindo que dá para fazer uma festa de quinze anos aqui, não entendo a necessidade de um restaurante tão... Chique.

As mesas e cadeiras eram de madeira escura, esculpidas com detalhes em dourado. Assim como os panos que cobriam, tecidos leves de cores claras e de fundo dourado. Cada mesa havia um conjunto de flores, que mudavam de laranja para branca, de azuis para vermelhas.

Ao fundo havia o bar, de ponta a ponta com vários barmans trabalhando para meia dúzia que esperava por um drinque. Era um lugar que eu gostaria de ir depois de jantar para beber alguma coisa.

E a música? Ah, a música... Era um pequeno quarteto de cordas tocando. Estavam tocando uma sonata, e apesar de eu não conhecer, eu podia chutar que era de Bach. Combinava perfeitamente com o ambiente, já que as pessoas conversavam baixo.

A recepcionista dos deixou numa mesa perto das enormes janelas que davam para a rua e a calçada. Agradecemos e ela me ajudou a me sentar. Um garçom veio logo em seguida, nos deixou com cardápios e esperou até escolhermos nossos pedidos. Steve pediu bruschettas de salmão com queijo gruyère e geleia de amoras por indicação do próprio garçom, e acabei pedindo para mim mesma já que eu não entendia metade do que estava escrito ali.

—Você sabe o que raios é aquilo? – perguntei me referindo ao que acabamos de pedir num tom risonho. Steve segurou o riso também.

—Não faço ideia – respondeu com um sorriso no rosto. Segurei o riso com força antes que eu contorcesse o meu fígado de tanto rir.

—Você já veio aqui antes? – pergunto curiosa enquanto eu ajeitava a barra do meu vestido.

—Não, foi Tony que me recomendou – respondeu e assenti com a cabeça sabendo que só poderia ser culpa dele – Mas e o seu trabalho? Como tem sido? – pergunta e seguro o suspiro de tédio só de lembrar.

—Lembra que você disse que seria legal e tal, um trabalho fácil? – pergunto e ele assente com a cabeça – Não é não – nego e ele fica surpreso. Acho que eu já reclamei do meu trabalho algumas vezes para ele, mas sempre tentando disfarçar o meu cansaço e insatisfação, afinal, foi ele que havia conseguido para mim.

—Tem que fazer muito relatório, é isso? – pergunta sem saber ao certo, mas nego com a cabeça.

—É a minha primeira semana e já acho que vou ser demitida – conto e ele nega com a cabeça descrente com aquilo – Mas é sério! O engenheiro com quem eu trabalho, Jhones, é um chato de carteirinha – conto lembrando de manter a minha voz baixa.

—Porque? – ele pergunta curioso e respiro fundo tentando pensar a melhor forma de começar.

Não falei e nem contei para o Steve sobre o meu trabalho, mas sim despejei. Falei de todas as minhas confusões e duvidas que passo todos os dias, falei do quanto as pessoas esperavam de mim, e principalmente falei das pessoas com quem trabalho. Ele me ouvia com atenção, e só parei de falar assim que pedimos o prato principal, salmão assado no papelote com manteiga e mini legumes.

—Laura, só quero que você saiba que você não tem que ficar nesse emprego por minha causa ou por causa do Tony, ok? – ele pede e afirmo com a cabeça. E apesar de no fundo eu pensar daquela maneira, é bom ouvir isso.

—Não irei sair tão fácil. É como quase todo brasileiro diz, “brasileiro não desiste nunca” – aviso e ele ri bebendo um pouco de água.

—Engraçado, aqui a gente diz uma coisa parecida também – Steve provoca e reviro os olhos. Teremos aquela discussão de novo? – “Americanos nunca se entregam”.

—Antes que começamos a discutir de novo... – repito o que eu havia dito no estádio.

—Não irá apostar de novo, não é? Sabe que eu irei ganhar – provoca mais uma vez, e me dá uma vontade de chuta-lo por baixo da mesa...

—Não – nego obviamente – Só lembre-se que estamos num ambiente com taças de água ou vinhos por perto, não seria nada legal alguém tropeçar e cair em você – ameaço deliberadamente com uma cara inocente.

—Você não se atreveria – ele rebate se aproximando e pondo o cotovelo sobre a mesa. Encaro o desafio e faço o mesmo.

—Melhor não duvidar para o seu bem – aviso e ele ri, se afastando e se sentando direito. Ele pega na minha mão e sorri olhando nos meus olhos. E me encarava com tanto carinho e amor que nem parecia que estávamos trocando ameaças antes.

—Eu pesquisei na internet e achei um cantor brasileiro muito bom – conta e me surpreendo. Steve havia realmente havia pesquisado? – Conhece Roberto Carlos? – pergunta e quase que meu queixo cai. Claro, ele havia falado com um sotaque fofo, mas dava para entender bem.

—Na verdade, o Brasil inteiro o conhece. É tipo um Frank Sinatra brasileiro de tão conhecido – conto e ele assente com a cabeça – Mas porque o súbito interesse? – pergunto curiosa, e ele sorri lindamente. Meu deus... Como ainda estou conseguindo raciocinar com ele sorrindo assim para mim?

—É que eu encontrei uma música muito bonita dele e uma frase que caí como uma luva na minha situação – conta e fico ainda mais interessada e intrigada. São músicas sempre tão românticas e... – Amar como eu te amo, só uma vez na vida – preciso nem dizer que agora minha cabeça não funciona mais, não é?

A surpresa foi total. Uma pequena declaração simples e sutil que conseguiu roubar todos os meus neurônios para pensar numa resposta à altura, do tipo uma citação de uma música como ele fez, ou simplesmente as únicas três palavras, mas nem isso eu consegui. Porque Steve havia acabado de me dizer que me amava.

Eu ainda encarava o Steve, surpresa e com um sorriso bobo na boca, até mesmo o garçom colocou o prato principal na minha frente, e assim que ele foi embora, consegui ter uma reação decente.

—Eu também te amo... – respondi tímida e com o coração a mil, acariciando a sua mão com carinho, e deixando o meu afeto falar mais alto pelo meus olhos, pois eu sabia que estariam brilhando, mas talvez não tanto como os do Steve.

Apesar de ter ficado um minuto ou dois o encarando com cara de idiota, ele sorriu, ainda mais. E mesmo sentindo a minha mão suando um pouco, ele segurava a minha mão de volta com carinho. E mesmo sabendo que o meu coração batia descompassado, eu sabia que ele o amava.

Meu deus... Steve me ama... Eu sabia disso antes, mas agora ouvindo isso da boca dele! É algo tão estrondoso que se explodia dentro de mim como milhões de fogos de artificio. E mesmo eu tendo tantos defeitos, ele me amava de uma maneira tão bonita e sincera.

Definitivamente, é com esse homem que quero passar o resto da minha vida.

O resto do jantar passou tão leve e calmo que quando eu percebi, já estava tarde, e os efeitos da minha terceira taça de vinho estavam surgindo. Meu rosto estava vermelho e eu sentia um ligeiro calor.

E na hora de pagar a conta? Eu insisti para pagar a metade, pois pagar duzentos num único jantar não era muito aceitável para mim. Mas Steve foi contra logo de inicio, como sempre, e como eu não queria discutir, decidi passar, de novo.

Comentei para ele que eu estava sendo injusta, ele estava pagando tudo naquela noite, e para me fazer eu me sentir melhor, ele deveria me deixar pagar o táxi. Ele aceitou depois de fingir uns momentos pensando.

Voltamos para casa e dessa vez paguei a conta do táxi. A noite estava estrelada e fria, ainda bem que eu tinha casaco. E estava tarde também, eu tinha que trabalhar amanhã, eu estava cansada, por mais que eu não me sentisse assim. A reação daquelas palavras ainda dominavam a minha mente e corpo.

Subimos quase que em silêncio por causa dos vizinhos, paramos no nosso andar, eu procurava a minha chave na bolsa quando Steve parou e se virou para mim.

—Quer entrar? – pergunta e assinto com a cabeça depois de lembrar daquela vez que peguei o Andrew trocando de roupa na sala. Prefiro não repetir a dose.

Entramos e ele liga as luzes. Deixo o meu casaco e bolsa penduradas e coloco o casaco dele. E enquanto eu aliviava meus pés doloridos dos saltos das botas, Steve fazia alguma coisa na estante. E de repente, ouvi música. Encarei surpresa o loiro, que apenas se aproximou estendendo a mão num convite para dançar. Aceitei deixando de lado qualquer medo.

Era uma daquelas músicas antigas e lindas, uma cantora com uma voz linda e doce, com uma melodia suave e romântica. Sorri fechando os olhos enquanto encostava minha cabeça no peito dele, dançando minimamente e apenas aproveitando o clima tão confortável que estávamos criando.

Steve segurava a minha cintura, a abraçando e apoiando seu queixo em cima da minha cabeça devido as nossas diferenças de altura, mas não ligo, pois assim consigo ouvir as batidas do seu coração.

E quando a música estava quase terminando, o loiro tocou o meu queixo com carinho e me beijando nos lábios com ainda mais cuidado. Suas mãos seguravam o meu rosto, e as minhas apoiavam-se no seu ombro para eu poder permanecer na ponta dos pés com equilíbrio.

Eu precisava mais daqueles beijos, muito mais. O puxei para mais perto, acabando com o pequeno espaço entre a gente. Abracei seu rosto totalmente perdida entre os seus beijos. E quando Steve me pôs em seu colo me levando até o seu quarto, percebi o quanto meus pensamentos de qualquer tipo de resistência estavam soltos no ar, indo embora juntos com os pensamentos relacionados a qualquer coisa que não fosse ele.

Espere por alguém

“Espere por alguém que te beije na testa,
Aquele que te pegue na mão e que te olhe nos olhos para dizer um simples “ oi, tudo bem ? como você está ?”

Espere por alguém que ria de seus problemas e que faça deles algo tão simples de se resolver, que sem que você perceba, te mostre que não devemos nos entregar à eles.

Alguém que ria de suas piadas sem graça e aquela gargalhada sem noção alguma, arranque sorrisos de todos que estão à volta.

Alguém que diga “ te amo”. . . sem palavras
Que diga “Sou apaixonado por você” . . . com atitudes
Que se expresse “Eu errei, me desculpe” . . . com sinceridade

Espere por alguém que mesmo que esteja lá na frente, olhe para trás e volte para te dar a mão e te ajudar a prosseguir se preciso, seja num projeto, num plano, pela vida.

Alguém que te beije a boca de um jeito louco que te faça rir,
Que te abrace e te faça sentir
Que se deite e te observa até o momento em que você dormir. . .

Espere por alguém que te complete somando uma vida a mais
Alguém que não deposite em você a função de faze-lo feliz
E que deixe bem claro que não é o motivo de toda a sua felicidade.

Alguém que seja forte para admitir : Tudo bem, eu também erro !
Que seja humilde para lhe apontar seus defeitos
Que te enfrente e com isso te ensine
Sem medo . . .

Alguém que te faça sonhar acordado
Que te abrace apertado
Que te tire o chão . . .
Com apenas um beijo”.

—Fábio Esteves.


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Notas finais do capítulo

E aí? Me digam o que acharam.

Finalmente Steve e Laura tiveram sua primeira noite juntos, né? Hehehehe...

Mas me digam o que acharam. Espero que tenham gostado o suficiente para comentar.

Beijos e até o próximo.