Fall escrita por Colonara
Notas iniciais do capítulo
O começo é chatinho assim mesmo, demora pra história deserolar
Espero que gostem mores ♥
POV Daniel
- Acorda, filho da puta! - Ouvi o grito e senti o impacto do travesseiro em minha cabeça, mas mesmo assim nem levantei.
- Já acordei. - Digo á voz de Paulo, a minha saindo abafada pelo travesseiro no qual enfiei a cara.
- Acorda Daniel! - Ele berra mais uma vez. Escuto as risadas de Davi, mas não abro os olhos.
- Já acordei, Paulo, que merda. - Nem abro os olhos.
- ACORDA! - Ela urra.
- JÁ ACORDEI DESGRAÇA! - Berro de volta, lançando o travesseiro em Paulo, que ri e desvia.
-Tudo bem, se não quer ver as três gostosas que estão se mudando para o nosso prédio, enfia esse travesseiro no cu.
- Pera, quê? - Me levanto de um salto, vestindo apenas a cueca boxer. Davi está empoleirado na janela, brigando por espaço com Paulo para ver lá embaixo, onde três garotas (Paulo não mentiu, são maravilhosas) estão carregando as malas para dentro.
- Então são essas as donas da mobília que venho pelo caminhão na semana passada! - Comenta o Davi.
- Não Davi, aquela cama com flores desenhadas era minha. - Fala o Paulo para ele, enquanto eu rio e Davi revira os olhos.
- Orra, elas são muito gostosas. - Digo, observando a bunda da última morena a entrar.
- Já de galinhagem, Dani? - Ri Paulo.
- Essa é mais a sua praia Paulinho, se não se lembra eu estou solteiro, já você...
- Daniela foi só um lance! Eu simplesmente peguei ela, nada demais. - Teima o Paulo.
Eu, ele e o Davi vamos até a cozinha, onde a empregada que a mãe do Davi contratou para nós deixou o café pronto. Ela, chamada Adriana, era responsável por nos alimentar, garantir que comêssemos as três refeições diárias ou senão a mãe do querido Davizinho dava um surto.
- Nem vem Paulo, ela disse para todo mundo que vocês estavam namorando. - Falou o Davi, passando geleia em um pãozinho de minuto.
- Só fala bosta Davi, e você e a Joana? Hum? Hum? - Disse Paulo, bravo.
- Eu nem falei nada sobre aquelas meninas! - Reclama Davi.
- Mas pensou, seu safadinho. - Paulo olha Davi com cara de safado enquanto eu rio, a boca cheia de biscoitos.
É quando ouvimos os barulhos vindo do lado de fora. Passos e risadas femininas, ampliadas magicamente pelo eco do corredor. Uma das vozes, suave e meio rouca me chama a atenção. Um arrepio corre meu corpo.
Nos entreolhamos.
- Não é possível. - Sussurro para Paulo. Ele olha Davi.
- Mas é. - Davi responde.
Juntos, corremos até a porta da frente. Paulo toma conta do buraco da fechadura. Eu e Davi xingamos, pois enchi de papeis de bala derretida o olheiro da nossa porta, então não dá para ver.
- Vai se fuder Paulo, eu vi primeiro. - Davi xinga.
- Cale a boca, eu posso dizer o que está acontecendo. - O Paulo diz.
Eu e Davi ajoelhamos no chão, na esperança de ter um pouco do que Paulo está vendo.
- Elas estão chegando no corredor. - Diz Paulo. - São três...porra, como são lindas. Trazem malas e caixas nos braços. Tem uma loira, dos olhos azuis. Uma de cabelos e olhos castanhos escuros. E...uma de cabelos castanho-claros, boa demais, com olhos escuros também.
- Eu gosto de loiras. - Murmuro. Davi ri, e colamos os ouvidos na madeira fria da porta, pois elas começam a falar de novo.
- Se comporte Valéria, você não os conhece!- A voz suave a arranhada diz, e sinto o coração acelerar.
- Relaxa Majô, eu hein... Não vou sair estuprando eles, só disse que são gostosos e que estavam nos olhando.- Uma outra voz, mais grave, mais divertida, fala. Elas estão falando de nós.
Merda. Devem ter nos visto da janela.
- Shhh... Fala baixo Val, caralho. Acho que eles moram nesse andar.- A terceira voz diz. Parece mais madura, e séria, porém tem seu toque de sensualidade.
-Sossega você também Alicia, eu hein... Essa é a última, certo? Por favor, diz que sim, eu preciso comer e dormir um sonão.
- Sim essa é a última...
Mas não ouvimos o resto, pois os três saem de perto da porta e se entreolham, sorridentes.
- Quem é quem? - Pergunta Davi, tão alto que dou um tapa em sua cabeça.
- Tu tem problema mental? Elas vão ouvir! Já nos viram,se souberem que estamos ouvindo também vão chamar a polícia Rabinovich. - Ralho e Davi faz bico.
- Calem a boca primatas, e me deixem falar. - O Paulo fala e nós fazemos silêncio. - A loura, Dani, é a tal "Majô". A do cabelo castanho claro boazuda é a Alicia, e a outra, dos cabelos e olhos castanhos é a Valéria.
- Como a gente vai se apresentar? - Pergunta o Davi.
- E se a gente convidasse elas para almoçar? - Sugere Paulo.
- Não. - Eles me olham, confusos. - Vocês são muito carentes! Elas acabaram de chegar e estão mortas de cansaço, e a gente vai bancar os vizinhos tarados que não podem nem ver uma barra de saia? Pelo amor de Deus, né gente, vocês não tem amor próprio?!
- Amanhã então? - Sugere o Davi, empolgado.
- Davi! - Reclamo. Mas acabo cedendo, tal o olhar de cachorrinho que eles mandam.
Paulo sorri para mim e liga o xBox.
POV Majô
- Última caixa...Esvaziada. - Comemoro, colocando as frutas de plástico sobre a mesa.
- Estamos oficialmente mudadas. - Diz Ali, sorrindo de orelha a orelha.
- Eu continuo a mesma. - Diz Valéria, olhando estranho.
- Não, Val, mudadas de casa, cidade...tudo. Somos oficialmente cidadãs do Rio de Janeiro. - Explico,compreensiva e abraço seus ombros.
- Ah, entendo. - Ela sorri para mim. - E os nossos vizinhos? L-I-N-D-OS!
- Valéria Ferreira não começa. - Diz a Alicia, se jogando no sofá.
- O que eu fiz?!
- Você viu a cabeça deles. De uma janela. Há mais de 20 metros do solo. E diz que são lindos!
- Mas eles pareciam. - Ela faz um bico enorme.
Eu rio e Alicia também. Val é o nosso pequeno bebê, ora mandona e independente, ora carente e fofa.
- Tudo bem, little penguin, vamos dormir que eu já não aguento mais.
Da mala, retiro um edredon dobrado e um travesseiro de penas confortável. Sequer me dou ao trabalho de ir ao quarto. Mesmo com os móveis montados e quase prontos, a casa está uma bagunça.
Me jogo no sofá maior e me enrolo como um bolinho nos cobertores. O sono não demora a vir. Assim que fecho os olhos, caio flutuando no limbo mais delicioso dos sonhos.
POV Daniel
Já passa de 00:00. Como ainda é terça-feira, os moleques foram dormir cedo.
Mas eu não. Estou na sala, apenas de boxer e meias, deitado torto no sofá com o notebook no colo, checando as mais de 100 atualizações do Facebook e Twitter.
Ao meu lado, uma tigela de Cheetos e um engradado de Coca Cola. Para mim, não é incomum passar noites em claro no computador.
É quando escuto o som irritante da campainha. Ele se propaga por toda a casa, devastando o silêncio de uma tacada só.
"Quem poderia ser á essa hora?" me pergunto.
Levanto-me com um bocejo, nem me lembrando de vestir algo decente. Largo o note no sofá, junto com os cheetos e as bebibas e vou atender a porta, deslizando de meia pelo assoalho do apartamento.
Quando abro a porta, quase infarto.
- Oi. - Uma das garotas (qual o nome dela mesmo?) que se mudaram diz.
Ela é mais do que linda, como o Paulo disse. Ela é escultural, maravilhosa. O cabelo louro está jogado para o lado, e seus olhos claros guardam um mistério indecifrável para os meus. A curva rosada de seu lábio transmite calor, e a delicada covinha que surge quando ela sorri me arrepia.
Veste apenas um moletom boyfriend e shorts curtos, mas parece uma princesa até mesmo dessa forma e fico encantado com a tentação que a curva cremosa de sua pele, levando aos seios, exerce.
Ela percebe que não estou vestindo nada além de boxer, e dá uma olhada rápida pelo meu corpo. Sinto um arrepio perpassar a espinha.
- Eu sou Maria Joaquina, Maria Joaquina Medsen. - Ela diz, com a voz arranhada e sexy pela qual me maravilhei. - Mas pode me chamar de Majô.
- Oi, hum...Eu sou Daniel Zapata. Mas pode me chamar de Dani, princesa. - Falo. Ela cora, e gosto disso.
- Bem Dani, eu e minhas amigas acabamos de nos mudar para o 802 e estávamos pensando em fazer um brigadeiro. Só que nosso achocolatado acabou! Vocês não teriam um pouco para nos emprestar, não? - Ela pergunta, de maneira doce.
- Claro, entra aí. - Digo, abrindo a porta para que ela entre, segurando a caneca de louça escrita "I ♥ Coffee, but Not You"
- Legal seu apê. - Ela elogia, enquanto vou á cozinha. - Mora sozinho?
- Não, moramos eu e mais dois amigos, Paulo Guerra e Davi Rabinovich. - Respondo. Sinto seu olhar sobre o balançar de minha bunda e sorrio com o pensamento.
- Legal. - Ela diz, enquanto me espera despejar Nescau na caneca.
- Você é de onde, Majô? - Pergunto.
- Sou de Sampa. - Entrego a caneca para ela, que sorri e joga uma mecha de cabelo para o lado.
- Minha família toda é de lá! - Digo a ela, poiando o braço na parede a seu lado. Vejo-a estremecer. - Que tal a gente almoçar amanhã? Todos juntos?
- Maravilha. - Ela sorri.
- Te vejo amanhã então. - Eu a abraço, apenas pelo prazer de senti-la tremer em meus braços.
- Até amanhã. - Ela murmura, só sorrisos, saindo.
E mesmo quando fecho a porta, desligo todas as luzes e me deito eu não consigo parar de pensar em Maria Joaquina Medsen.
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