Just Another Girl escrita por Uma Targaryen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Foi só eu quem pirou com a Dianna no clipe do The Killers? hauahua'
Amei a música e tive essa ideia para a fic. Espero que gostem e não me odeiem no final.
Fic Brittana: http://fanfiction.com.br/historia/412979/Talvez/
Fic com Quinn e Blaine como casal: http://fanfiction.com.br/historia/437628/Stay/ageconsent_ok

Boa leitura!



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Com seu scarpin preto que completava seu traje social, Quinn se arrastava a passos lentos para longe da garagem de seu prédio. Era uma sexta-feira, dia muito desejado por muitos, mas não para Quinn, era o dia do encerramento das matérias da revista semanal em que ela trabalhava e isso dizia em sua entrelinha: “dia corrido e muito trabalho”, ou seja, uma Quinn completamente acabada no fim do expediente.

Atravessou o saguão do prédio cumprimentando apenas com um leve aceno de cabeça, Carlos o síndico, estava cansada demais para um ato mais caloroso - como sorrir ou dar um “boa noite” – isso seria exigir demais da sua musculatura já fatigada pelas horas de trabalho.

Os dedos finos tocaram levemente o andar de seu apartamento já dentro do elevador e a loira usou daquela fração de minutos para encostar sua cabeça no metal frio e suspirar pesadamente.

O fato: o cansaço era bem mais do que físico, era também emocional.

Step out into the Indian dust

(Saio no meio da poeira indiana)

I can feel the cracks in my spirit

(Consigo sentir as rachaduras em meu espírito)

They're starting to bust

(Elas estão começando a explodir)

As portas da pequena caixa de metal se abriram, e Quinn caminhou desajeitadamente até a porta que continhas os números 988, vasculhou rapidamente sua bolsa atrás da chave, uma vez com ela em mãos, usou-a para liberar a passagem para o seu modesto metros quadrados.

Quinn não estava muito interessada em nada que não fosse sua cama e seus cobertores, mas por força do hábito – que havia adquirido com uma certa baixinha – ela procurou algo leve para comer depois do longo banho. “Você precisa se alimentar depois de um dia estressante de trabalho” dizia ela “Coma algo leve só para não dormir sem nada no estômago” eram as frases que Quinn ouvia toda sexta-feira ao chegar no seu apartamento. “Você tem que se cuidar melhor Quinn” acusava a baixinha “Ou me deixe cuidar de você”, a loira sempre sorria ao ouvir aquilo da boca carnuda da morena e logo após cobria-lhes os lábios com os seus dizendo um “Eu aceito a última opção” e dava uma piscadela por fim.

A loira sorriu tristemente com suas lembranças e sacudiu a cabeça a fim de afastar mais delas. Após um copo de leite com algumas bolachas – e não, Quinn não s importava de parecer criança ao adotar tal cardápio – a loira guiou seus passos até seu quarto e jogou-se na grande cama deixando que o sono a domina-se.

As mãos bronzeadas serpenteavam por seu corpo claro. Apalpavam e acariciavam. Quinn gemia a cada uma das duas coisas e satisfeita com os sons da loira, Rachel sorria cada vez mais.

- Cama Quinnie – disse manhosa no ouvida da loira.

- Mhm – concordou a mais alta sem condições de formular uma frase.

Caminharam as duas apressadamente pelo apartamento mediano e bem arrumado de Quinn, chegaram ao seu destino e sorrisos cúmplices foram trocados ao olharem na direção da cama grande e bem feita no centro do quarto.

Rachel enroscou seus dedos no cabelo curto da loira iniciando assim mais um beijo lascivo. Andaram instintivamente até a cama sem desgrudar os lábios, Rachel deitou-se por cima do corpo esguio da loira e desceu seus beijos para o pescoço pálido da mesma. As mãos quentes e macias da morena despiam vagarosamente o corpo a sua frente, fazendo com que Quinn senta-se em seu colo e entrega-se mais a ela. Rachel precisava disso e Quinn sabia, aqueles olhos castanhos eram a sua especialidade e eles imploravam por aquilo.

Aquela noite estava sendo diferente. Rachel sabia e Quinn também.

Igualmente despidas, as duas trocavam beijos cada vez mais vorazes, Rachel fez menção de descer uma de suas mãos para o centro da loira e a mesma soltou um gemido por antecipação. Quinn queria aquilo. Rachel sorriu sacana para a loira a sua frente e deitou-a na cama, beijou, chupou e mordeu o pescoço pálido sentindo as unhas de Quinn cravando-se em suas costas nuas. Mas ela não se importava, ela adorava aquilo. Desceu para os seios médios de bicos róseos da loira e sua boca salivou instintivamente. Quinn percebeu. Colocou possessivamente um na boca enquanto massageava o outro e Quinn gemia – e como gemia em seu ouvido – e aquilo só deixava-a mais excitada.

Parou o que estava fazendo e olhou no fundo dos olhos avelã. Castanho e avelã chocaram-se; devoraram-se e traduziam-se.

- Eu quero agora Rach! – exclamou contra os lábios da morena.

Um beijo estalado.

- O que você quer? – indagava Rachel torturando a loira. Era óbvio que ela sabia.

Os lábios finos de Quinn direcionaram-se a outra parte do corpo da morena.

- Você – respondeu mordendo o lóbulo da orelha da mais baixa.

Rachel sorriu com a resposta de Quinn. Estranhamente, Quinn sabia que Rachel precisava ouvi-la dizer aquilo. E ela disse.

Ela diria quantas vezes fosse preciso. Mas talvez Rachel não soube-se dessa última parte.

Os dedos foram fazendo seu caminho, cada vez mais próximos do centro úmido e quente da loira. Quinn já agarrava fortemente os lençóis sabendo o que estaria por vir. Os dedos brincaram em sua entrada e ela se contorcia por baixo do corpo bronzeado da mais baixa.

Rachel deu aquele sorriso e desceu sua cabeça para o meio das pernas da loira.

Quinn segurou mais forte os lençóis entre seus dedos. E...

Nada.

Quinn acordou suada, com os batimentos cardíacos acelerados e com as pernas cruzadas tentando em vão conter a animação lá em baixo.

- Mas que porra Quinn! – ralhou-se – Mais uma porra de um sonho com ela!

Outro fator que fazia com que Quinn não gostasse de sextas-feiras eram os pesadelos que ela tinha, eles rotineiros nas sextas-feiras. E não se enganem, não era qualquer pesadelo, eram pesadelos com Rachel.

- Você já devia ter superado isso Quinn – disse a si mesma em voz alta.

Levantou-se a cama e dirigiu-se ao banheiro, sabia que já havia amanhecido. Parou na frente do espelho e encarou-se.

- Ela é só uma garota – fechou os olhos – Só mais uma garota – concluiu tentando se convencer.

Do outro lado da cidade, Rachel desembarcava de viagem agarrada a sua – que não era sua – jaqueta de couro. Soprava um vento frio, mas não era esse o motivo para ela usá-la, Rachel gostava do cheiro que estava empreguinado nela.

O cheiro dela.

- Vem Rachel – disse Finn guiando-a pelo aeroporto – Vamos direto para o hotel, já cuidei das nossas malas.

Rachel sorriu para o grandalhão e este lhe devolveu com o seu melhor sorriso de canto – aquele que ela amava – e segurou sua mão para terminarem de atravessar o grande aeroporto.

Parada quase quinze minutos dentro do carro em frente a uma casa de paredes brancas. Os olhos avelã de Quinn não desviavam da mesma, era uma tortura está lá, mas ela sentia necessidade de visitar aquele lugar que lhe remetia tão boas lembranças. Quinn não gostava de pensar nas explicações – que eram óbvias -, ela apenas seguia seus instintos que por sua vez lhe guiavam até ali. Aquela casa.

- Como você é burra hein Quinn Fabray! – repreendia-se Quinn dentro do próprio carro – Você não devia estar aqui! – batia de leve sua cabeça no volante – Por que diabo você veio aqui?

Não se engane, Quinn sabia perfeitamente a resposta.

Quinn estava atrás dela. E ela não estava mais lá.

- Você está melhor sozinha Quinn – disse olhando no retrovisor.

Já dizia alguém sábio: Minta para o mundo inteiro, mas não minta para você mesmo. Não vai funcionar.

Aquela situação não era uma exceção.

Drive by your house, nobody's home

(Dirijo até sua casa, não tem ninguém)

I'm trying to tell myself that I'm better off alone

(Tento dizer a mim mesmo que estou melhor sozinho)

Alguns segundos a mais encarando quase sem piscar a porta marrom da casa até o toque do seu celular tomar conta do carro. Era Santana.

- Fala Lopez – atendeu Quinn.

- Alguém amanheceu de ovo virado – comentou a latina – Bom dia pra você também Fabray! – continuou sem espera uma resposta – Eu te liguei porque eu e a minha Britt-Britt queremos te convidar para um barzinho à noite com os amigos – fez uma pausa – Você sabe, pôr o papo em dia e blá blá blá e você precisa sair Fabray, desde que a anã foi embora, você vive enfornada naquele seu apartamento... Supere! Sai para vida! E na minha opinião...

All my friends say I should move on

(Todos os meus amigos dizem que devo seguir em frente)

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

Don't let her stick it to your heart so hard

(Não a deixe cutucar seu coração com tanta força)

- Ok Santana! – cortou Quinn, não estava a fim de ouvir todo aquele monólogo de “você tem que superá-la. Ela é só mais uma garota e blá blá bla” – Se é para o bem da humanidade, eu vou – pode ouvir-se uma comemoração do outro lado da linha – Qual bar e que horário?

- Vou te passar essas informações por sms e Quinn – fez-se uma pausa – Não fique tão mal por não ter dado certo – um suspiro pesado vinda da loira – vai ver, não era para dar certo... Sabe, esse mundo é cheio de pessoas, Nova Iorque é cheio de pessoas e você pode encontrar alguém melhor que ela – nenhuma resposta vinda da loira – Só quero que você fique bem Quinnie.

And all my friends say it wasn't meant to be

(E todos os meus amigos dizem que não era para ser)

And it's a great big world

(E este é um mundo ótimo e grande)

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

Another girl

(Mais uma garota)

- Ok Santana – disse por fim.

Quinn concentrou seus olhos no espelho retrovisor de seu volvo cor de chumbo e recitou o que estava se tornando – se é que já não era - o seu mantra: Ela é só mais uma garota.

- Santana está certa, eu tenho que sair e espairecer com meus amigos – disse encarando-se no espelho retrovisor – e há tanta gente nesse mundo! Deus, mas aqueles olhos chocolates são únicos! – bufou irritada com a própria frase – Não Quinn! – ralhou-se – Você tem que procurar supera-la! - passou as mãos no cabelo curto – Você vai supera-la... Você vai supera-la! – disse com convicção dessa vez.

Quinn manobrou o carro para sair daquela rua e logo depois, daquele bairro. Uma última olhada para a casa de número 88.

Quinn parou diante da porta marrom. Um leve nervosismo tomava conta da loira de olhos avelã. Era um jantar na casa de Rachel, o jantar em que Quinn a pediria em namoro. Suas mãos suavam e seguravam fortemente o buquê que carregava. Mais uma olhada para a porta antes de apertar a campainha.

Seus dedos trêmulos soltaram vagarosamente o buquê e seguiram em direção a campainha e um segundo antes do dedo indicador apertar o botãozinho, a porta se abriu revelando a morena com um vestido leve e um sorriso contagiante.

Quinn sorriu em sua direção e lhe estendeu o buquê.

- Quinnie – disse manhosa após pegar o buquê – Eu reparei que estava algum tempo aí fora... Algo de errado? Quer cancelar o jantar?

- Não! – apressou-se em dizer – Claro que não Rachel, é só que... – Quinn precisava de uma desculpa – Adorei o número da sua casa!

Rachel ergueu uma sobrancelha.

- Oi? – indagou desconfiada.

- É... – disse sem muita convicção Quinn – Sabe como é... oitenta e oito, são dois números oito – Rachel concordou esperando mais explicação – Rach, você nunca ouviu falar?

- De quê exatamente? – perguntou divertida sabendo que a loira estava enrolada com a sua explicação.

- Dos números ué! – Rachel fez que não num movimento de cabeça – Sério?! – a loira realmente parecia incrédula – Então deixa eu lhe falar – Quinn suspirou antes de continuar – Oitenta e oito, são dois números oito e sabe o que o oito representa se colocarmos ele deitado?

- Não – respondeu sincera.

- O símbolo do infinito – Quinn sorriu satisfeita com o contorno da situação que criou.

- Eu nunca tinha reparado! – exclamou surpresa a morena.

- Pois é e sabe, são dois oito, então é o duplo infinito.

- Como naquela série de TV¹ que o símbolo do amor do pai e da filha é um duplo infinito – divagou Rachel.

- Exato! – Quinn limpou a garganta – Sabe Rach, naquela série o duplo infinito tem esse sentido, bem, nós poderíamos dar um outro sentido a ele. Um sentido só nosso.

Rachel sorriu amplamente entendendo de imediato o que a loira queria dizer com aquilo.

- Até o final do nosso jantar a gente pode descobrir, o que acha? – piscou por fim para a loira.

Ao fim daquele jantar, Rachel tinha aceitado o pedido de namoro de Quinn e elas criariam um novo sentido para o duplo infinito.

- Que tal ao talento infinito de Rachel Berry e o infinito talento de paquera de Quinn Fabray? – perguntou Rachel divertida.

Quinn fez uma expressão de pensativa antes de dizer:

- Pensei em algo como o infinito que criamos separadas; nossas carreiras e etc. e o infinito que podemos construir juntas; um infinito só nosso.

Rachel deu um largo sorriso.

- É incrível a sua capacidade de ser tão romântica Quinn – um beijo casto na loira – Então brindemos aos nossos infinitos separadas, que enfim se juntou com o nosso infinito juntas que construiremos hoje como namoradas, – um sorriso doce de Quinn – amanhã como noivas, – um sorriso presunçoso de Rachel - e no futuro mais distante como esposas, – um sorriso cúmplice das duas – ao nosso duplo infinito!

- Ao nosso duplo infinito! – ecoou Quinn.

Pode-se ouvi o som das taças se tocando levemente e logo depois, as risadas que se transformaram em gemidos que foram abafados por beijos.

- Mas antes de tudo – disse Quinn em voz alta para si mesma, após retornar de suas lembranças – eu preciso saber se ela já me superou.

Ligando o carro, Quinn afastou-se vagarosamente daquele bairro pacato de Nova Iorque e se dirigiu ao lado mais movimenta da mesma. Discou rapidamente no seu celular assim que parou em um sinal vermelho.

- Bom dia, Fabray falando – resposta do outro lado da linha – Você está atendendo? – outra resposta e um sorriso de Quinn – Chego aí em quinze minutos.

Em exatos quinze minutos, Quinn estacionou seu carro em uma esquina e fez o resto do trajeto a pé pelas calçadas. Parou em frente a placa com os dizeres “Madame Zora”, suspirou pesadamente e adentrou o local.

Quinn não era do tipo de pessoa que acreditava em magia, ou em previsões do futuro ou coisas do tipo, m as quando se tratava de Rachel Berry ela usava de quaisquer meios. Madame Zora não lhe inspirava confiança, porém era o que ela tinha como o último fio de esperança.

- Quinn querida, – beijos rápidos em cada lado da face – quanto tempo! – exclamou madame Zora.

- É verdade – disse sem muito interesse a loira.

- Vejo que dessa vez não veio para fazer matéria para a sua revista – balançou positivamente a cabeça Quinn – Então, dessa vez quer uma consulta?

- Isso mesmo.

Madame Zora conduziu Quinn a uma salinha e ofereceu-lhe o assento em frente ao seu na mesa redonda. Quinn estava enjoada com todos aqueles incensos e velas perfumadas, a loira perguntou-se o porquê de pessoas se submeterem a isso, lembrou-se de ser esse o motivo para ter feito uma matéria para sua revista a três meses atrás e lembrou-se de não ter encontrado uma resposta. Ignorou aqueles cheiros misturados enquanto madame Zora lia sua cartas – pelo menos era o Quinn achava que ela estava fazendo.

- Bem Quinn, a sua pequena está bem – uma pausa dramática – Esta bem fisicamente e emocionalmente, pareceu-me um pouco confusa. Ela está em viagem, sabia? Viajou com um homem, não sei o destino... Você o conhece? – Quinn fez que não num movimento de cabeça – É só o que posso lhe dizer Quinn – um sorriso gentil da mulher mais velha.

- Ok – foi tudo o que saiu da boca da mais jovem.

Quinn abriu sua bolsa atrás de sua carteira, mas madame Zora fez um gesto negativo.

- Minhas visões não são totalmente confiáveis quando quem vem a mim não crê em meu dom. Fique com seu dinheiro, eu posso estar errada.

Quinn apenas concordou com a cabeça e sorriu amarelo para a senhora a sua frente. Levantou-se da cadeira e seguiu para fora do estabelecimento. Ao chegar em seu carro olhou-se mais uma vez no espelho retrovisor e balançou a cabeça em descrença no que havia acabado de fazer.

- Eu devo estar ficando louca – murmurou para si mesma no carro.

I went to see a fortuneteller, that was a trip

(Eu fui visitar uma vidente, isso foi uma loucura)

Maybe this confusion's got me losing my grip

(Talvez esta confusão esteja me fazendo perder o controle)

I can't believe you're out there flying with somebody else

(Não acredito que você está por aí voando com outro)

Deu partida no carro consultando a hora antes de começar o trajeto de volta para o seu apartamento. Faltavam exatos quinze minutos para o meio dia, “ainda da tempo de comprar algo para o almoço” , pensou Quinn, “ou, eu posso comprar algo feito”, sorriu com a sua própria ideia e encaminhou-se para o restaurante que mais a agradava em toda Nova Iorque.

Após comprar aquilo que seria o seu almoço, Quinn dirigiu-se para o seu apartamento. Sorriu para o porteiro e este lhe cumprimentou calorosamente com um aceno de cabeça e lhe entregou algumas correspondências. Subiu pela pequena caixa de metal até o seu andar e depois adentrou o seu apartamento com a sacola com sua comida em uma mão e as correspondências em outra, optou por deixar a comida na cozinha e ler o que não fosse conta nos meio daqueles papéis.

Um papel cor salmão com tiras douradas chamou a atenção da loira. Lia-se:

Jason Tomas Berry & Tamina Susan Diaz,

Convidam, Quinn Fabray para o seu casamento em 16 do 12 de 2013

Quinn parou de ler quando viu a data. Seria dali a três dias. Jason era o irmão casula de Rachel, um bom rapaz, segundo Quinn. Estava namorando Tamina a quatro anos e noivando a dois, Quinn estava feliz por eles, mas também estava com uma pitada de inveja e – muita – dor.

A loira dos olhos avelã sentiu seus joelhos cederem a seu peso e cair no chão frio. Queria ir ao casamento, mas acima de tudo, queria ir com Rachel ao casamento do irmão casula dela.

O que Quinn queria, ela não podia ter.

Now Jason's getting married in the blink of an eye

(Agora o Jason se casará num piscar de olhos)

I got an invitation but I didn't reply

(Eu recebi o convite mas não respondi)

Tell your little brother that we put down the gloves

(Diga ao seu irmão caçula que penduramos as chuteiras)

And give him all of my love

(E mande a ele todo meu amor)

A noite chegou e com ela veio o torpedo de Santana passando as coordenadas do local e horário para se encontrarem. Quinn estava finalizando sua maquiagem, algo simples, mas elegante. Quinn havia em fim se decidido, iria por fim aquele sofrimento e aquela paixão pela Berry. Hoje sairia com os amigos, beberia e esqueceria ela. No dia seguinte não farias mais aquelas coisas que a lembravam da mulher de olhos cor de chocolate e assim seria no dia seguinte e no outro e no outro... Quinn tinha um brilho de decisão nos olhos avelã.

All of my friends say I should move on

(Todos os meus amigos dizem que devo seguir em frente)

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

Don't let her stick it to your heart so hard

(Não a deixe cutucar seu coração com tanta força)

Só nos resta descobrir se esse brilho todo de decisão acompanhava o modo que seu coração vivia.

Assim que adentrou o bar que possuía um ar casual, Quinn avistou Brittany acenando animadamente para ela e caminhou até a mesa que abrigava Santana, Brittany, Kurt, Sam e Kitty. Cumprimentou a todos com um beijo no rosto e sentou-se ao lado de Sam. Conversaram amenidades e derem boas risadas os seis. Estava realmente divertido aquele encontro entre amigos, havia aquela magia de relembrar histórias, micos, apelidos e implicâncias. Nada melhor do que isso, pensou a loira.

- Parece que nossa bebida acabou – disse Kurt.

- É vez da Fabray ir buscar – acusou a latina do outro lado da mesa.

- Nossa Lopez você é tão... – foi interrompida.

- Linda! Eu sei loira azeda, agora vá buscar mais bebidas para nós, ok? – piscou Santana para ela.

Os outros que apenas observavam a cena abafaram uma risada. Santana era sempre tão Santana! Quinn bufou e se retirou da mesa indo até o balcão para fazer os pedidos. Foi então que seus olhos avelã se depararam com o brilho dos cabelos castanhos que estavam naquele momento de costas para ela do outro lado do bar. Aquelas curvas, por mais escondidas que estivessem pela jaqueta de couro eram dela.

Era ela.

And all of my friends say it wasn't meant to be

(E todos os meus amigos dizem que não era para ser)

And it's a great big world

(E este é um mundo ótimo e grande)

And she's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

Os músculos de Quinn paralisaram naquele momento.

- Bela jaqueta! – sorriu Finn entregando um copo de bebida à Rachel.

- Obrigada! Ganhei em uma aposta – disse ela com um sorrisinho malandro no rosto.

- Eu não acredito que você consiga! – sorriu confiante do que falava a loira.

- Você duvida de mim porque ainda não jogou comigo! – disse fazendo bico a morena.

Quinn beijou-lhe os lábios até sentir o bico se desfazer.

- Vem vamos ver a minha vitória.

Um tapa no braço da mais alta.

- Ai! – exclamou Quinn.

- Pare de ser tão convencida! – ralhou-lhe Rachel com falsa irritação na voz.

- Meu amor, sou uma Fabray, sou convencida por natureza – explicou-se Quinn.

- Ok, então eu aposto todos os DVD’s de musical que eu tenho. Se você ganhar, você fica com eles e...

- Se eu perder? – indagou a loira.

- Você me dá a sua jaqueta – sorriu marota a morena.

- É só um jogo de cartas, Rach, não valhe os seus musicais em DVD.

- Está com medo Fabray? – perguntou Rachel no ouvido da mais alta – Hein? – Depois disso tudo, nós podemos jogar um estripp poker, o que acha? – perguntou sugando o lóbulo da orelha da loira.

- Então que vença a melhor! – anunciou Quinn.

Quinn perdeu o jogo de cartas e por consequência a sua jaqueta, perdeu também no estripp poker, mas em compensação, ganhou uma noite longa de amor.

- Porra Fabray, é tão difícil chegar aqui no bar, pedir as bebidas e leva-las para nós lá na mesa? – perguntou a latina irritada – Fabray? – estalou os dedos na frente da outra.

Quinn pareceu sair de seu transe.

- Mas que merda está acontecendo com você loira azeda? – indagou impaciente Santana.

- É ela – disse Quinn com a voz trêmula.

- Ela quem criatura? – perguntou bufando.

- Ela! – apontou a morena do outro lado do balcão com sua jaqueta.

- Puta merda Quinn! – exclamou Santana.

- Pois é Santana, puta merda! – disse batendo de leve no balcão.

- Por Díos! Da onde essa mulher saiu?! – Quinn fez aquele sinal clássico de “não sei” com as mãos – De que vila ou mundo encantado essa anã fugiu?

- Eu não faço a menor – deu ênfase – ideia Satã.

Quinn não desgrudava os olhos da silhueta da mulher de cabelos castanhos e Santana notou isso, achou aquilo um sinal muito ruim. Falou com o barman que logo lhe trouxe suas bebidas, puxou a loira pelo braço e disse:

- Vem Quinn, vamos voltar para a nossa mesa.

- Ok – disse Quinn ainda atônita ao movimento da latina.

Voltaram as duas para a mesa em silêncio, ninguém notou a mudança de humor das duas.

- Mas gente, que demora! – exclamou Kitty.

- Quinn não deu conta das bebidas sozinha – disse Santana sem muita firmeza.

- Pois é, eu não dei conta – disse Quinn com um sorriso amarelo.

O papo na mesa engrenou mais uma vez, mas dessa vez, Quinn não participava ativamente como antes, seus pensamentos estavam do outro lado do bar, com aquela mulher que vestia sua jaqueta e Brittany notou isso.

- Quinn, está tudo bem? – perguntou com preocupação evidente.

- Está Britt – sorriu forçado.

- Não está Quinn – disse a loira mais alta.

- Não está Britt – disse baixando o olhar.

I could be reeling them in, left and right

(Eu podia estar enrolando eles, para a esquerda e direita)

Something's got a hold on me, tonight

(Algo está tomando conta de mim esta noite)

- O que há de errado Quinn? – foi Kurt quem perguntou.

Santana e Quinn trocaram um longo olhar.

- Rachel está aqui.

- Aqui em Nova Iorque? – perguntou Sam.

- Não, aqui no bar – respondeu Santana.

- Mas que filha da mãe! – exclamou Kitty – Ela lhe viu Quinn?

- Não – fez uma pausa – Mas eu quero falar com ela.

Well maybe all of my friends should confront

(Bem, talvez todos os meus amigos devessem lidar)

The fact that I don't want another girl

(Com o fato de que não quero outra garota)


- Ela não te merece Quinn – disse Santana pondo a mão em cima das mãos trêmulas da loira.

- Ela não te deu valor – completou Kitty.

- Quinnie, eu sei que vocês têm muito o quê conversar, mas não acho que seja aqui e agora – disse Brittany.

All of my friends say I should move on

(Todos os meus amigos dizem que devo seguir em frente)

All of my friends say

(Todos os meus amigos dizem)

All of my friends say

(Todos os meus amigos dizem)

All of my friends say

(Todos os meus amigos dizem)

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

- Quinn, esquece ela! – sequenciou Sam.

- Tem tantas outras garotas no mundo Quinn, esquece-a, ela é só uma garota – finalizou Kurt.

Now why can't I sleep at night

(Agora, por que não consigo dormir à noite?)

And why don't the moon look right

(E por que a lua não parece certa?)

It sailed off but the TV's on

(Ela velejou mas a TV está ligada)

And it's a great big world

(E este é um mundo ótimo e grande)

- Agradeço muito o conselho de você todos, mas, é a minha vida e eu – deu ênfase – sei o que é melhor para ela. Só eu sei das noites mal dormidas por causa dela, – disse se referindo a Rachel – só eu sei o quanto eu não consigo me desligar do que eu tive com ela e por fim só eu sei que é ouvindo da boca dela e que eu vou conseguir seguir em frente!

Levantou-se da mesa deixando para trás amigos perplexos com seu mine monólogo e caminhou em direção à morena do outro lado do bar.

Sua mente estava um turbilhão, sua respiração estava rasa e suas mãos trêmulas. Os músculos do seu corpo tencionavam mais a cada passo dado na direção do que um dia foi o seu presente e o seu futuro.

Parou ao lado dela, mas a morena não pareceu notar.

- Bela jaqueta – assoviou – Deve ter custado uma grana! – disse sem nem mesmo reconhecer seu tom de voz.

- Que nada! Eu ganhei ela numa... – as voz de Rachel sumiu assim que seus olhos encontraram com os olhos de Quinn.

- Numa aposta eu sei – disse Quinn com mágoa na voz.

- Quinn... – sussurrou Rachel.

- Surpresa em me ver? – perguntou Quinn – Ou surpresa de eu estar viva depois da decepção que tive com a minha então namorada que se foi sei lá porque me deixando apenas um bilhete com um “eu te amo”? – a mágoa escorria pelas palavras da loira – Que amor em Rachel!

- Quinn, me deixa explicar – sua voz ainda era um sussurro, só que mais sofrido que o anterior.

Quinn balançou a cabeça negativamente e sorriu amargurada.

- O que você quer explicar Rach?! – rosnou.

- Você acha que foi fácil para mim?! Acha que eu não sofri?! Hã?!

- Acho! – elevou sua voz uma oitava.

- Você está completamente enganada Quinn – disse magoada a morena.

Rachel levantou-se, parou a centímetros da loira e disse:

- Você nunca entenderia os meus motivos – cavou seus olhos chocolates nos avelã – Não entenderia que eu fiz para te proteger – negou com a cabeça – Não, não entenderia, até porque, você Fabrays não ligam para sentimentos, não é mesmo? – lágrimas já enchiam seus olhos – O mundo gira entorno da vontade de vocês, não é mesmo?! E olha que lindo, o meu girou em torno de você Lucy Quinn Fabray! – um lágrima grossa e solitária desceu pelo rosto moreno de traços fortes – E ainda gira...

Quinn ouvia aquilo tudo sem entender nada, em sua cabeça nada estava fazendo sentido, Quinn até tentou raciocinar e pôr em ordem o que tinha ouvido da boca da morena, mas duas coisas não ajudaram. Primeiro: ter a morena na sua frente chorando era de partir o coração e segundo: a morena a sua frente jogou-se em seus braços atacando famintamente a sua boca.

Não, pensando bem, Quinn não queria raciocinar. Desde o principio. O primeiro pensamento que passou em sua cabeça quando viu Rachel naquele bar foi correr e beijá-la para matar a saudade, mas não o fez. Depois, quando a morena começou a se desfazer em lágrimas, ela quis – e só Deus sabe como se controlou – pega-lá no colo e consola-la, mesmo não sabendo o motivo de tanta dor nas suas palavras e nos seus olhos castanhos. E no momento em que sentiu os lábios carnudos sobre os seus, ela mais uma vez – e consegui daquela vez – não quis pensar e apenas se entregou ao momento.

O beijo era salgado por conta das lágrimas de Rachel, mas nenhuma das duas se importava com aquilo. O beijo se aprofundou, as línguas dançavam sensualmente na boca das duas, gemidos eram abafados pelas bocas coladas, o corpo já esquentava e as mãos já apertavam.

Aquilo ali para elas era reencontro. Era matar a saudade.

Os pulmões reclamaram por ar e o beijo foi rompido. As respirações estavam descompassadas, os olhos se devoravam e os corpos queimavam.

Uniram as bocas mais uma vez. Mais uma dança sensual com as línguas em sincronia. As mãos de Rachel subiram para a nuca de Quinn e arranharam por lá levemente, fazendo a mesma arfar durante o beijo, Rachel se apertou mais ao corpo esguio da loira e esta baixou suas mãos que estavam na cintura da morena para o bumbum redondinho e durinho apertando-a e trazendo mais para perto. Rache gemeu dentro da boca de Quinn.

Aquilo estava saindo do controle.

- Então estamos entendidos Srta. Berry – o senhor de cabelos grisalhos sorriu para ela – Você fica longe da minha filha e assim eu lhe poupo a carreira dela e a sua!

Rachel deixou escapar mais lágrimas, ela queria ser forte e mostrar que aquilo tudo não estava lhe atingindo, mas era mentira, era óbvio que estava.

- Minha pequena – teve nojo ao ouvir aquilo da boca do senhor – você tem que entender que a nossa imagem valhe muito mais do que um amorzinho de esquina – riu da sua própria frase – Você vai superar a minha filha e ela vai superar você. Eu sei disso.

- O senhor está errado! – disse com a voz fria.

- Não, eu nãoe estou. Você verá! Quinn irá se casar com um homem – deu ênfase – e constituirá uma linda e perfeita família, como eu fiz. E você continuará a ser essa atriz e cantora meia tigela que você. E assim todos – ênfase mais uma vez – viveram felizes para sempre! – levantou-se da cadeira irritado – Você a ama demais para pôr tudo o que Quinn construiu em risco, mas eu – mais ênfase - a amo muito mais e por isso ponho sim tudo o que ela tem em risco. Você entende que é tudo para o bem dela? Eu não me importo com o amor de vocês – cuspiu a frase – Eu me importo com a imagem que todos os Frabays têm a zelar – uma pausa – E então Srta. Berry, temos um acordo? – silencio d aparte da morena – Pelo bem de Quinn?

- Temos Sr. Fabay – a voz carregada de dor.

E foi ali que todo aquele pesadelo começou.

Você sabe, Rachel e Quinn também sabem, mas naquele momento nenhuma das duas queriam saber da necessidade de respirar. Mas a falta de ar foi mais forte fazendo com que os lábios se largassem já vermelhos e inchados.

- Eu te amo – disse Rachel ao pé do ouvido de Quinn – Muito. Não se esqueça disso.

Beijou-lhe as bochechas e logo depois um beijo longo e apaixonado com direito a sorrisos em meio a ele.

Quinn buscava normalizar sua respiração que estava descompassada e rasa por conta do último beijo trocado com Rachel. Seus olhos estavam fechados e um sorriso inconsciente brincava em seus lábios. Sentiu as mãos de Rachel acariciando sua nuca e prendendo algo nela.

Mais um selinho estalado.

Rachel reuniu todas as forças que lhe restavam e saiu dos braços da loira. Caminhou apressadamente pelo bar até sair do mesmo. Chovia lá fora e ela se apertou mais a jaqueta que, Deus, ficara com mais do cheiro da sua loira. Sua.

Rachel a amava demais para deixar que algo acontecesse a ela por causa dela. Não, ela nunca se perdoaria se aquilo acontecesse. E se a segurança da loira dependesse do afastamento das duas, então – com muita dor – Rachel aceitava.

Ela só queria ver Quinn bem, longe de problemas – como no dia em que se conheceram.

Quinn observava de longe Rachel se encolher mais dentro da sua jaqueta. Notou que mesmo que estivesse chovendo, eram lágrimas aquelas gotas no rosto da morena.

- Eu nunca vou te entender Rachel – murmurou par si, prendendo o pingente de duplo infinito entre os dedos – E também nem quero entender.

Quinn olhava de longe, Rachel se afastar. Indo embora mais uma vez. Fugindo daquele amor só delas.

- Eu só queria ter você aqui comigo – sussurrou por fim apertando o colar que havia acabado de ganhar da morena.

A silhueta da morena já sumia no fim da rua movimentada, mas Quinn ficou ali vendo a sua garota ir embora.

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

Don't let her stick it to your heart so hard

(Não a deixe cutucar seu coração com tanta força)

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

All my friends say

(E todos os meus amigos dizem)

She's just another girl

(Ela é só mais uma garota)

Another girl

(Mais uma garota)


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não gostaram? Deixem um review dizendo o que acharam!
Obrigada por ler!
Até a próxima.



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