Caderno de Notas escrita por Audrey R


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Resolvi escrever essa fic depois de um bom tempo com ela na minha cabeça. Muita das coisas que irão acontecer são uma mistura de inspirações na minha e na vida de muitas pessoas que considero.Quero deixar claro de que vai haver muitas mudanças ao longo da história, e logo mais vou apresentar os personagens de forma detalhada.Espero que gostem.



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"Aliás, verdadeiramente, escrever não é quase sempre pintar com palavras?"

Clarice Lispector

Encontrei esse velho caderno em uma caixa de sapatos manhã passada. Fazia uns três dias que eu procurava um estojo com aquarelas no ateliê de pintura da minha mãe para presentear a Zoe, mas não encontrava de forma alguma. Pedi ajuda para minha mãe que continuava dizendo que estava ali sim, mas tudo que eu conseguia achar eram estojos novos e aqueles ela utilizava no trabalho, então peguei todo meu tempo livre para vasculhar cada canto daquele quartinho de madeira com estantes intermináveis.

A minha mãe tem muitas caixas. De madeira, papelão, plástico... todos os materiais possíveis, e existem diversas coisinhas guardadas por ali. A questão é que toda aquela bagunça sempre me dera preguiça e eu nunca ia xeretar aquela imensidão de materiais, mas Zoe e eu precisávamos tornar nossos desenhos mais bonitos então aquela situação era bem válida. Existe um cômoda bem no cantinho do quarto, onde minha mãe guarda telas novas e embaixo dali, há um vão em que encontrei a caixa de sapato. A puxei, na esperança de encontrar o estojo mas acabei encontrando algo tão empoeirado que me despertou muitas lembranças. Aquela caixa que já guardara uma sapatilha de balé quando eu era bem novinha tinha dentro de si três coisas: Um estojo de canetinhas infantis, uma calculadora e uma caderneta. Abri o caderno e encontrei uma folhinha com o seguinte lembrete:

Sua vida ainda está por começar. Eternize-a com o simples ato de transformá-la em palavras.

Abraços.

28/12/1996

Sabe aquele momento que você fica hipnotizado por coisas sem explicação? Foi exatamente o que aconteceu comigo. Eu nasci dia 28 de dezembro e em 1996 também, e nunca, com toda a certeza do mundo, nunca havia visto aquele caderno em toda a minha vida.

Sentei no chão e folheei aquela brochura de capa azul-marinho. Devia ter umas 150 páginas, todas em branco então supus que pertencera a minha mãe, e de que de alguma forma, ela nunca o utilizara. Mas o que me indagava era aquele bilhetinho, parecia ser totalmente direcionado a mim, como se eu estivesse predestinada a usá-lo algum dia.
Eu estava disposta a deixar o estojo de aquarela para lá e ir perguntar sobre aquele caderno a minha mãe, mas por alguma razão, preferi deixá-lo no meu quarto e voltei para procurar o que era o meu foco. E depois de passar um bom tempo ali e sair apreciando cada vez mais o trabalho da minha mãe, encontrei o estojo e fui levá-lo a casa da Zoe.


Contudo, durante a noite, uma vontade imensa de escrever nesse caderno surgiu. Escrever qualquer coisa, nem que fosse uma palavra. Mas se bem que aquele bilhete não deveria ser em vão. Talvez eu realmente possa eternizar esse meu cotidiano entediante de uma garota comum.
Então acho que é isso, vou passar a escrever aqui. Minha vida, minha rotina, meus pensamentos... Como em um diário, escreverei pelo simples ato de escrever, não para ser lido. Mas se acontecer, saberei que cada momento foi eternizado.
Pelo menos espero que assim seja.

Isadora.


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Notas finais do capítulo

Comentários sempre (:



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