Me pego pensando nela de novo. Como alguém pode ser tão linda, gentil, maravilhosa, linda, querida, simples, ela mesmo e... linda.

Balanço a cabeça tentando tirar May de meus pensamentos. Não posso ficar pensando só nela em quanto outras 10 garotas estão aqui, tentando me conquistar. Tenho que fazer o que o meu pai me pediu, ou melhor mandou, e dar chances as outras Selecionadas.

As preferidas dos Conselheiros eram as de casta dois. Penelope e Samantha estavam bem a frente das demais. As preferidas do publico eram Sam, Clary e Tiny, consideradas as mais gentis e aptas a função de rainha.

Quando me despeço de Angel vejo-me perdido. E então quando chego na porta do Salão das Mulheres penso que estou em um pais diferente. Nada me passa pela cabeça!

– Bom dia Alteza! – a criada que está conversando com o guarda fala, fazendo reverencia. – Deseja alguma coisa?

– A senhora poderia chamar a Senhorita Samantha? – pergunto e ela assente com a cabeça. Depois de entrar no salão olho para o guarda, que sorri. Sorrio de volta.

– Príncipe Peter. – Samantha para na minha frente e faz a reverencia de um modo até que extravagante. Ela abaixa o suficiente para que eu veja a maior parte de seus seios. Sorri safada quando percebe que eu olhei e fiquei vermelho.

– Samantha, é muito bom revê-la. – falo por educação. Tento parar de prestar atenção nos seus peitos mais é impossível. Ela nota e se inclina mais, deixando a renda do seu sutiã aparecer. – Deseja me acompanhar em um passeio?

– Seria uma honra.

***

Foi horrível. Não sei quem ficou mais a vista as suas pernas ou os seus seios. A cada movimento, Samantha tentava colocar a mão na minha perna. Pensei em desclassificar ela na hora, mais pensei nos Conselheiros. Eles nunca iriam me perdoar.

Depois de deixa-la no quarto, descia as escadas decidido a ir até o quarto de May. Será que ela me receberia? Ou estaria brava por eu não ter saído com ela hoje?

Bati na porta duas vezes.

– Alteza. – a criada que atendeu fez uma reverencia desajeitada. Olhei mais fundo no quarto e vi duas criadas gêmeas paradas. – O senhor deseja falar com a senhorita May?

– Por favor. – pedi recebendo um aceno. Depois de uma breve conversa vi a morena de olhos verdes inchados surgir em minha frente. – O que aconteceu May?

– Nós vamos deixar vocês a sós. – falou uma das gêmeas passando por mim, seguida pelas outras duas criadas de May. Entrei no quarto e fechei a porta. May se sentou na beirada da cama e olhou para baixo. Me sentei ao seu lado.

– O que aconteceu?

– É uma coisa boba Peter... – repeti a pergunta, a cortando. Ela suspirou pesado e continuou a falar. – Eu vi um programa. O The Selection. E nele... Falava que eu deveria sair. – depois de falar isso lentamente, ela começou tagarelar sem parar. – Mais eu não sabia se você levava a opinião do publico em consideração e fiquei triste por pensar mal de você e não consegui olhar mais para as outras Selecionadas e...

– Hey! – a cortei fazendo carinho com o meu dedão na sua bochecha. – Pare de pensar que eu vou te tirar só porque as pessoas querem que eu faça isso. Sabe como é ter a vida toda controlada May? Os Conselheiros esperam que eu te tire, mais é a minha felicidade que está em jogo. E a única aqui que realmente me faz feliz é você.

Trocamos olhares demorados. Depois de um tempo ela sorri de lado e me abraça forte, sussurrando um “Obrigada” no meu ouvido. Sinto o cheiro dela e tenho vontade de beija-la de novo.

– Sabe, a gente bem que podia sair.

– Sair? Sair para onde? – pergunta ela com a sobrancelha levantada. Me condeno antecipadamente do que vou fazer agora mas, mesmo assim, sorrio.

– Vou te levar a um lugar mágico. Fique pronta de noite.

***

Ela estava com um vestido que vinha até os joelhos verde. Usava uma sapatilha no pé e sorria mais que o comum. Quando saímos andando pelos corredores, cruzamos com algumas Selecionadas, o que foi falta de sorte. Penelope e Elizabeth, uma cinco loira muito bonita. Ela se achava muito...

Rimos quando elas viraram a esquina do corredor. A cara das duas para May foi incrivelmente falsa. Elas sorriam como se estivessem felizes por nos verem juntos. O pior foi que eu percebi que era falso.

Vendei os olhos dela quando chegamos na porta do Jardim. Depois, apenas caminhei em meio dos guardas até fora das portas do Palácio. Quando cheguei lá em cima falei:

– Pode tirar a venda. – May praticamente arrancou os olhos junto com a venda. Ela olhou admirada pra o lugar, deixando a sua boca aberta. – Gostou?

– Se eu gostei? Peter isso é incrível! Como eu nunca vi uma Torre desse tamanho nas redondezas do palácio antes?

– Ela fica um pouco afastada do castelo. Por isso temos que andar tanto para chegar aqui. A maioria das meninas me xingariam se eu as trouxesse aqui, já que fariam os seus pés doerem.

– Isso vale mais a dor dos meus pés do que qualquer coisa. Isso daqui é maravilhoso! – ela pegou o telescópio em sua frente e olhou através das estrelas. – Posso ver todas as constelações daqui.

– Gosta de estrelas?

– Gosto. As vezes, quando eu ia na floresta, ficava vendo elas a noite toda. Parecia que elas se mexiam com o passar do tempo, sabe? Me deixava ainda mais impressionada.

– Eu tenho uma estrela, sabia?

– Você tem a sua própria estrela? Qual é o nome dela? Peter? – caçoou rindo com a própria piada. Sorri de lado e me aproximei a tempo de ver os olhos verdes de May saírem do telescópio e se voltarem para mim.

– Não. Na verdade, ela não tem nome. – suspirei com a historia que teria que contar. – Meu pai trouxe a minha mãe aqui uma vez. Quando a Seleção dela acabou, ele deu uma estrela para ela. E o no da estrela é America. E como o meu pai meio que começou uma “tradição” de colocar o nome da sua esposa em uma estrela, terei que fazer o mesmo.

– Então quer dizer que a sua estrela vai ter o nome da sua mulher?

– É. E o marido de Angel também vai ter uma estrela. Como o meu filho vai ter uma estrela e etc. A sua mãe e seu pai tinham algum símbolo no casamento?

Ela fica tensa de repente.

– Não. – responde seca. Então me lembro da Festa que terá. A festa aonde as Selecionadas poderão finalmente ver os seus familiares.

– Ahm! May, tenho que te contar uma novidade. – ela me olha curiosa. – Meu pai decidiu que teremos um tipo de festa onde os familiares dos Selecionados virão para o castelo.

– Serio? – pergunta animada, chegando perto de mim. – Minha mãe vai vir para cá? Meu Deus! Obrigada Peter! – Ela me abraça forte. – Não sabe como isso melhora as coisas.

– Sei sim. Não me imagino sem a minha família. – May sai de meus braços mais ainda fica próxima de mim. Nossos olhares se encontram e ela olha para o meu lábio. Sorrio. – Pode me beijar se quiser. Sei que sou irresistível.

– É, você é irresistível. – ela imita a minha voz e depois cola os seus lábios com os meus.