O Grego Procura.. escrita por Srta Snow, Tahy S Snow


Capítulo 7
Uma dor no pé sempre é bem vinda


Notas iniciais do capítulo

E ai..espero que gostem desse capitulo e comentem bastante hein..
Beijos



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Todos que estavam no jardim se voltaram para o casal que surgia. Yan segurava a mão de Melissa, enquanto um sorriso calmo estava em seu rosto. Ele evitava olhar para o rosto de Melissa, pois temia encontrar medo.

–Fique calma.. isso..- antes que ele terminasse de falar, a sentiu soltar a sua mão e ir na frente em direção a sua mãe. Olhou pasmo ao vê-la tão a vontade e sorridente – Ou ela é uma atriz ou a subestimei – Yan se viu falando ainda impressionado. Sentiu a presença de alguém atrás de si, ignorou e implorou para que não fosse nenhum de seus irmãos, mas infelizmente estava com azar.

–Ela é interessante – Mak falou atrás dele – Não esperava que alguém como você fosse ter alguém como ela – riu largamente ao ver Yan franzir a sobrancelha – E porque ela veio? O que pagou a ela?

–Ela é minha namorada – disse sério sem virar-se. – Me parece que tem muitos problemas em aceitá-la como tal. Me pergunto porque motivo.

–Bem, considerando que já esteve com Sandra não vejo como ela ser o seu tipo agora.

–Com o tempo aprendemos a ter bom gosto – disse por fim ao se afastar de Mak. Andou ate aonde Melissa estava acompanhada por Alicia e duas de suas primas, as gêmeas Milandis. Suspirou ao pensar no quanto teria que escutar delas. As gêmeas conseguiam ser encantadoras com as pessoas que não fossem de sua família, mas todos ali detestavam serem questionados por elas. Elas conseguiam ser extremamente desagradáveis quando queriam. E ele não tinha duvidas que elas iriam adorar vê-lo perder o equilíbrio. Aproximou-se de Melissa depositando suas mãos em seu ombro, a viu olhar para ele e em seguida sorrir. Um sorriso caloroso. –Estou interrompendo algo? – perguntou ao olhar para Melissa que negou ao voltar a sua atenção para as gêmeas. – Isso é bom, quer vir beber algo? – o olhar que Yan lançou para Melissa deixou claro que ele não pretendia escutar uma resposta negativa.

–Já volto meninas – Melissa piscou travessa ao se levantar da cadeira de onde estava e sorrir para Yan sussurrando algo – Estava tão confortável ficar ali – se lamentou antes os dedos longos dele entrelaçados aos seus. Surpreendeu-se não pelo gesto, mas pelo modo que se sentiu a medida que andava pelo jardim segurando a sua mão. Por todo o caminho, que ela julgou ser curto demais, o viu cumprimentar as pessoas sem sorrir apenas com um aceno leve. E isso a intrigava. – Não se dá bem com a sua família? – questionou ao perceber estarem mais afastados das pessoas.

–Eles que não se dão bem comigo – tornou taciturno.

–Algo me diz que o único que deve dificultar esse relacionamento é você. – alfinetou – afinal desde que lhe conheci, nunca foi gentil comigo.

–Nunca fui gentil? – perguntou pasmo ao encará-lo – como pode dizer isso? Eu estou te defendendo dos meus irmãos desde que chegamos.

–Bem, são seus irmãos.

–E o que isso quer dizer?

–Que vocês não são diferentes assim – sorriu levemente – estou errada?

–Mais do que imagina – respondeu seco ao soltar a sua mão. Melissa odiou sentir aquele vazio que se apoderou dela.

Isso é uma completa loucura. Como posso estar me sentindo assim por apenas um toque simples? Convenhamos, ele é gay. Não se interessaria por mim apenas se eu mudar de sexo.

–Escutou o que eu disse? – Yan perguntou impaciente ao perceber que Melissa possuía um olhar sonhador. – Nem sequer sabe do que eu falei, não é? – a viu sorrir sem graça ao assentir em silencio – Paciência – murmurou ao suspirar – Tente ficar o mais longe possível de Mak, ouviu?

–Mak?

–Sim, o que falou da Victoria Secrets.

–Ah! Claro. Lembro dele.

–Ótimo.

–Mas.. porque?

–Depois disso tudo ainda quer um motivo mais concreto?

–Sempre é bom, afinal não posso fugir dele todo o final de semana sem um motivo concreto.

–Apenas diga que não o suporta e o acha desagradável.

–Não seria difícil – murmurou pensativa – mas porque não digo que está com ciúmes?

Yan sabia que a mulher a sua frente era uma sonhadora, mas jamais lhe passou pela cabeça que fosse alucinada.

–Só pode estar louca, não é? Eu não sinto ciúmes.

–Você é algum tipo de Deus? Todos sentem ciúmes.

–Eu não.

–Nunca sentiu por ninguém? – perguntou pasma – Por ninguém com quem se relacionou?

–Obvio que não. Meus relacionamentos não eram duráveis. – sorriu ao se recordar de um terço das conquistas que havia feito desde que se tornara um piloto famoso.

–Compreendo – assentiu como se tivesse encontrado a solução para algum problema – então falar isso dará mais credibilidade a mentira.

–Isso é ridículo. – resmungou ao olhar em volta.

Melissa estava prestes a sorrir quando algo lhe passou pela cabeça. Algo tão asqueroso que olhou para Yan com nojo.

–Você...não teve um caso com seu irmão ou teve?

Se Yan pudesse ter um ataque cardíaco aquele seria o momento ideal. Ao olhar para a expressão de Melissa viu que ela tinha certeza da pergunta que fazia. Ela não havia pensado, nem por um segundo que fosse, o quão absurdo era aquilo.

–Obvio que não. Qual o seu problema? Como consegue ter uma mente tão pervertida, suja e asquerosa como essa?

–Bem.. foram longos anos presenciando o que há de ruim no mundo – sorriu, mas o seu coração apertou-se ao perceber que falara meia verdade. Desde jovem percebera o seu azar para o amor e com o tempo tudo apenas piorou.

–Não duvido – tornou lamurioso ao fechar a cara e voltar a sua atenção para os convidados que começavam a chegar. Observou cada um deles atentamente ate perceber uma mulher com cabelos pretos curtos e olhos verdes lhe encarando – Droga! – o final de semana começara sendo um desastre. A sua, única ex namorada, conseguiu um tempo em sua agenda de modelo para ir ate aquele evento. E infelizmente ele também estava ali. A única mulher por quem Yan já sentirá alguma coisa, o olhava com um sorriso sensual. Sem perceber começou a se arrumar ao vê-la andar em sua direção. O vestido curto realçava o seu corpo e seus cabelos curtos desenhavam ainda mais o seu rosto longo.

–Vamos ficar muito tempo aqui parados? – Melissa perguntou calma ao olhar para Yan e somente então perceber que os olhos dele estavam presos na mulher que caminhava em sua direção.

Não me diga que... é alguma namorada.. ou homem?

–Yan – a mulher disse antes de passar os braços delgados em torno de seu pescoço – estava com saudades – murmurou em seu ouvido antes de se afastar e olhar para Melissa – Você não conheço. Veio com alguém?

–Sim, com o homem que acabou de abraçar – Melissa sorriu ao olhar para Yan e vê-lo sem graça.

Primeira vez que consigo deixar um homem sem graça sem que eu estivesse fazendo algo vergonhoso. Muito bem.

–Com Yan? – ela perguntou ao olhar para ele como se pedisse explicações, o que fez Melissa sorrir.

Parece que a nova opção sexual dele é recente. Isso é muito bom, sempre podemos voltar atrás.

– Lizzie – Yan sorriu ao apresentá-las – está é Mel, minha namorada. Mel, está é Lizzie, uma amiga.

–Oh! – Lizzie sorriu ao olhar para Melissa de cima a baixo reprimindo um sorriso – Ela é bem..interessante – piscou para ele antes de abraçá-lo novamente – Espero que não tenha engravidado ela. – afastou-se acenando para ele sumindo entre os convidados. Yan não soube o que falar. Apenas olhou para Melissa e a viu sorrir. Ele não esperava aquela reação. Imaginava que ela iria lhe questionar, entretanto nada veio.

–Quer comer algo? – perguntou para quebrar o clima tenso que somente ele sentia.

–Claro – concordou ao olhar para ele fixamente. Melissa reprimiu uma careta ao caminhar pelo jardim. Seus pés doíam violentamente. A cada passo que dava sentia que pisava em espinhos. Os sapatos que usava eram lindos, mas custava a sua alma. Era a primeira vez que usava e odiou cada segundo. Yan entrelaçou seus dedos novamente, porem antes de dar um passo a viu apertar a sua mão, e somente então a olhou devidamente. Percebeu o modo como suas bochechas estavam rosadas e seus olhos lacrimejando.

–O que está...acontecendo? – perguntou alheio ao que acontecia.

–Não é nada, apenas o sapato – disse como se fosse natural ao sorrir e suspirar – são novos.

–Isso deveria me dizer algo?

–Como você é gay e não sabe disso?

–Sapatos novos?

–Alguns doem o pé – deu de ombros ao avistar Alicia – É melhor irmos antes que ela venha ate aonde estamos.

–Estavam doendo esse tempo em que ficamos aqui em pé?

–Praticamente.

–Poderia ter avisado.

–Não tem importância – retrucou.

–Que seja! – Yan não pensou na farsa que tinha montado ao se abaixar levemente e passar os braços embaixo da perna dela e de seu pescoço. Ele apenas agiu de forma primitiva e irracional. A ergueu nos braços, ficando surpreso ao perceber que ela não pesava tanto quanto imaginava.

–Ei! O que está fazendo? – Melissa perguntou ao se agarrar em seu pescoço com medo de cair.

–Te ajudando – disse calmo ao seguir em direção a entrada da casa. Os homens começaram a gritar e aplaudir, enquanto as mulheres olhavam com inveja.

–Isso ai irmão – Cassio gritou ao abraçar Sandra, sua esposa que olhou com desprezo para a cena.

Yan continuou a ignorar o que falavam, e o olhar emocionado que Melissa lhe lançava. Aquele final de semana estava se tornando cada vez pior para ela.

***
O semblante de Melissa era de pura vergonha. Ela sabia que Yan era gay, e tinha consciência que ele fizera aquela cena apenas para os seus familiares verem, apenas se sentiu envergonhada. Eles estavam no quarto, enquanto ela procurava um sapato confortável para usar, ele permanecia sentado na cama alheio a tudo.

–Não precisava ter feito aquilo tudo – Melissa falou após longos minutos de silencio. Fechou a mala ao segurar as sapatilhas em sua mão e o olhar – Quero dizer, sei que era um espetáculo para eles, mas isso não será bom.

–Como assim?

–Eu sei sobre você, mas ainda assim... eu.. – Poderia me iludir e acabar me apaixonando como sempre acontece – completou em pensamento antes de suspirar – Apenas, não faça mais isso – calçou as sapatilhas e sorriu ao ir para a porta – vamos voltar?

–Eu fui gentil com você – falou como se aquilo pudesse resolver qualquer problema.

–Eu agradeço, mas não faça coisas assim.

–Você é realmente problemática – percebeu ao se levantar da cama e olhar pela janela – agora devem estar comentando isso tudo. Porque não esperamos um pouco e depois descemos?

–Esperar?

–Sim, é bom para eles imaginarem que estamos transando – tornou tranquilo ao voltar para a cama – Feche a porta, não queremos que eles descubram que eu estava tirando um cochilo – sorriu antes de fechar os olhos. Melissa não sabia o que poderia sentir naquele momento, mas um sorriso escapou de seus lábios ao concordar. Fechou a porta e foi em direção a cama.

–Dois podem fazer isso – disse a si mesma antes de deitar ao lado de Yan e fechar os olhos sem perceber o olhar assustado dele. Por um instante ele havia imaginado que ela iria agarrá-lo. Yan esperou que Melissa adormecesse para se erguer levemente e encará-la com curiosidade. A cada segundo que passava ao seu lado desconhecia a mulher que havia lhe colocado naquela confusão.


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