Jack pensou que estava sonhando mas... não, era real! ele tinha saído do orfanato por meio de uma espécie de guarda-chuva. Como se estivesse numa espécie de sonho ou filme;

–Mas o que aconteceu?! Nós estávamos no orfanato e aí... como saímos de lá?! quem é você?! o que está acontecendo? e.... por que eu estou gritando?!- Jack sentia a areia tocar nos seus dedos antes calçados com meias e sandálias, ainda sentia um friozinho na barriga;

–Eu posso responder tudo começando plea mais óbvia, você é maluco- do nada ela se virou e começar a andar pela praia gélida a arenosa. Num surto, Jack começou a andar a trás dela e falou;

–Eu que sou o maluco?! você aparece do nada, com um guarda chuva mágico- ela se virou o interrompeu e disse;

–O certo é guarda-fuga, e aliás esqueci de como você era chato- Sem paciência Jack andou se pôs na frente dela e disse;

–Me diga agora o que está acontecendo!- a garota suspirou e falou;

–Pelo visto você não se lembra... desculpe mas, eu não posso contar ainda tudo que você quer, apenas alguma coisas- respondeu ela;

–Pode começar- disse Jack;

–Já se perguntou porque em todo lugar a qual você se mudou, acontecia um acidente?- perguntou ela. Aquilo tinha sido como uma faca perfurando em seu coração, a tristeza surgiu do âmago de Jack e fez ele suspirar com mansidão;

–Como você...-

–Eu sei mais coisas de você do que você sabe de si só. No dia que o primeiro orfanato queimou num incêndio por pura influência. Nós chamamos isso de poltergeist , muitas vezes pessoas como eu e você podemos influenciar coisas terríveis como essa acontecerem como a erupção que houve em Pompeia e o Terremoto de Lisboa- A voz dela parecia ficar um pouco mais rouca medida que adentrávamos mais no lugar arenoso e gélido;

–Você está querendo dizer que eu sou... um monstro?- perguntou Jack com uma enorme dor no peito. Seria ele próprio a causa da infelicidade dele?

–Não! não somos monstros, apesar de outras pessoas considerarem nós como tais. Existem um lugar onde pessoas com esses poderes aprendem a controlar suas habilidades e dominar o poder que possuem... você é uma delas- um arrepio surgiu da nuca até a espinha de Jack. Era isso que Rachel sempre dizia a ele, você é especial... ser especial é bom. Os dois tinham chegado ao limite da praia. O céu estava nebuloso, e a água do mar refletia o aspecto cinzento e denso das nuvens, fazendo com que a linha horizonte fosse um lugar próximo da síntese absoluta da natureza;

–Afinal o que eu sou...? o que nós somos?- perguntava Jack. A pergunta que ele fez, pessoas e pessoas diariamente no mundo inteiro se faziam: por que elas nasceram? qual o destino da humanidade? como foi o início? como será o fim? perguntas não respondidas e guardadas a séculos por pessoas da alta elite conhecidas como os mestres do conhecimento e líderes mundiais de várias raças e etnias;

–A nossa espécie é antiga. Temos uma herança vasta e precisamos preservá-la, muitos nos chamam de guardiões da natureza, outros por mestre absolutos, mas o nome mais comum é Elementais- Enfim os dois tinham parado de antar e Kate segurou seu guarda-fuga que fechado parecia mais uma bengala. Ela bateu a bengala três vezes na areia e então recitou algumas palavras em uma língua estranha;

–Aperite ostium, ostium necessitatem, ab tantis. Pro ignis, aqua, terra, aer et terra magnum Tartariae tremendo mater!- E então Jack sentiu a Terra abaixo dos seus pés moverem e como se a Terra mudasse de caminho, o garoto se sentiu afundar e a areia sufocá-lo, engoli-lo e capturá-lo pelos pés, Jack exprimiu um grito e Kate segurou em uma das suas mãos... ela teria mentido para ele? tinha lhe contado toda a verdade, afinal? Quando por fim abriu os olhos de tanto medo, Jack viu que estava junto com Kate em uma espécie de gruta em uma fila com dezenas de pessoas com aparências diferentes umas das outras.

A maioria delas usavam túnicas e roupas da idade média, outros já usavam roupas mais modernas como jeans jaquetas, já uma minoria a mistura de ambas vestimentas. A fila era longa e via muitas pessoas conversando mas esperando no final das contas serem atendidas ou algo parecido;

–Onde estamos?- perguntou Jack;

–Aqui é a gruta de Demitry- ela falou aquilo como se fosse óbvio e então Jack revirou os olhos;

–PRÓXIMO!- gritou uma voz áspera e nojenta. Todos eram muito rápidos como se estivessem já acostumados a fazer aquilo anualmente. O garoto tropeçou em um grupo que estava perto dele, eles usavam gorros vermelhos e eram magros e altos, a maioria utilizava roupas modernas;

–Me desculpe eu fui um pouco...- dizia Jack. O garoto que tinha tropeçado parecia ter em torno a idade dele, era magro, alto, cabelos cor de caramelo e olhos verdes. Jack sentiu se coração bater mais rápido e antes de terminar a fala pigarrou um pouco;

–Desastrado- Jack estava um pouco encabulado;

–Não está tudo bem, cara. Prazer meu nome é Klaus- Ao apertar a mão direita dele, Jack sentiu firmeza nele. Antes de terminarem de se conhecerem um garoto mais alto e parecido com ele falou;

–Vamos Klaus- os dois se olharam por alguns momentos e ele disse;

–A gente se encontra por aí- por um momento Jack tinha se sentido...

–Vamos Jack, a fila está pela metade... vamos nos inscrever- falou Kate.