O Desaparecido escrita por Coelhos do Sol


Capítulo 5
E Caiu


Notas iniciais do capítulo

Capítulo feito por: Sophia Vasconcelos
Betado por: Celular dela
Organizado por: Mellyne Saboia
Dedicado: Pra nossa linda Hanna Sakamoto.



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E Caiu

Do Abismo

Tem momentos na vida, que tudo que já vivemos, parece passar diante de nossos olhos, como um flash. É, eu sei. Isto parece coisa de livro, ou até de um filme. Mas eu posso lhe afirmar que já vivenciei algo do tipo, várias vezes. Nunca tive uma vida segura como a dos outros. E, provavelmente, todos que estavam naquele carro também não deviam ter.

A velocidade na qual caíam, era absurda. Por um momento, suas respirações pararam. Tudo parou. Podia apenas se ouvir o som do carro se estraçalhando em milhões de pedaços no solo. Felizmente, ninguém havia morrido, ou se machucado gravemente a ponto de serem impedidos de andar ou falar. A noite estava neblinada, sem quaisquer estrela no céu que os dessem, no mínimo, confiança ou os guiassem. Estavam próximos a algumas estradas, mas não podiam avistar ninguém por ali. Arthur fora o primeiro a sair, limpando suas vestes e logo estava procurando Apolo, para que os ajudassem a sair daquele fim de mundo. Revistou cada canto dos destroços e pedras, mas nenhum sinal do Deus. Começou a se lamentar e a gritar com raiva, para que todos pudessem ouvi-lo com clareza.

– Merda! Merda!

– O que foi amor? - Vitória, que havia acabado de sair também, tentou soar o mais romântico possível, sem sucesso aparente.

– Apolo sumiu! Ele não está aqui!

Nádia, que, apesar de estar um pouco tonta, escutou tudo com atenção. Com ajuda de Sebastian, se levantou do chão e logo olhou freneticamente para os lados.

– Estamos perdidos! PERDIDOS! - Ela gritou.

– Não é culpa nossa, Nádia! Se acalme... - Sebastian tentava consolá-la o máximo que podia. E ele tinha razão. Onde raios ele havia se metido?

– Porque em vez de ficar abraçando sua "namoradinha", tenta nos ajudar! Você nunca faz nada! - Arthur retrucou a ele, que logo se levantou com olhos enfurecidos.

– Poderia falar com mais respeito? Brigar não vai dar em nada! - Mas já era tarde. Arthur já havia avançado nele, com a força de mil mares. A tempo, Victoria conseguiu segurá-lo antes que desse qualquer golpe.

– Quer saber?!? - Ele se largou "gentilmente" da namorada e se virou para o lado oposto de onde estava. Estamos indo sem vocês. Se virem sozinhos, se conseguirem!

E em questões de alguns minutos, eles já estavam fora de vista e de alcance. Sebastian e Nádia ficaram paralisados, sem saberem o que realmente havia acontecido naquele momento.

– Vamos. Temos que encontrá-los. - Nádia enfim falou. - Não temos muito tempo!

Sebastian balançou sua cabeça em concordância, e continuou a andar para o norte. Andaram, e andaram... O clima estava frio, e Nádia não estava devidamente vestida para a "ocasião". Estava com os lábios levemente arroxeados, e abraçando si mesma. Mas nada que ela não conseguisse suportar. Chegaram a um ponto, que estavam cansados demasiado para andar mais. Sebastian a puxou para um poste de luz fraca, para que pudessem repousar um pouco. Se escorou no objeto, gélido, e fechou os olhos devagar. Nádia, sem opção aparente, encostou sua cabeça de manso em seus ombros. Ela estava congelando, sua temperatura não estava confortável. Ele a abraçou de leve, mas sem segundas intenções, era isso que ela pensava. E logo adormeceram. Já a alguns metros ou até mesmo quilômetros a frente, Arthur e Victoria também repousavam, num sono profundo, a beira de uma estrada solitária. Em meio a noite escura e neblinada.

~

Victoria abriu os olhos rapidamente. Sua testa estava molhada, com partículas de suor. Havia tido um pesadelo, apesar de não se recordar dele. Arthur acordou segundos depois, ajeitando seus cabelos discretamente. Suspirou. Ele queria poder reencontrar Sebatian e Nádia, e poder se desculpar com eles. Se levantou devagar, esticando seus músculos enjirecidos. Um sorriso malicioso brotou em seus lábios. Segurou a mão de Victoria e pôs se a caminhar, afim de procurar os outros. Com Apolo ou não, iria conseguir completar a sua missão. O único barulho que se escutava era os passos calmos dos dois, quase uníssonos. Estavam apenas passeando por aí, sem se importar com nada mais. Até que o silêncio mórbido foi quebrado inesperadamente por um som desconhecido. - O que foi isso? - Victoria perguntou preocupada. Realmente, há horas nenhum ruído havia os atrapalhado até agora. Das sombras, uma forma distinta se formava aos poucos, e logo estava relativamente claro; Eram Helíades. Victoria deu alguns passos para trás devagar, e Arthur tentou se afastar das criaturas, que os observavam com más intenções.

– Se afastem de nós! - Gritou o rapaz. Seu semblante era sério. Mas por dentro, estava tremendo, inseguro. Sua vida e a de outra estava em risco. A tal criatura, estava a ponto de desferir um golpe forte em Victoria, mas ele conseguiu se por na frente dela. A dor levou um ferimento grave. Logo, elas haviam ido embora, sem motivo aparente. O machucado estava sangrando, mas mesmo assim podia continuar a jornada. Victoria cobriu a ferida com um pedaço da roupa, e o ajudou a caminhar durante alguns metros, até chegarem a um ponto de ônibus. Outro barulho inesperadamente também os assustou. Passos, calmos, mas que puderam logo reconhecer. Os olhos de Nádia brilharam como nunca ao vê-los, quase sã e salvos.

– Arthur! Victoria! O-onde estavam? - Ela saltou de alegria, e logo os abraçou. Sebastian olhou para o lado, coçou a nuca e voltou a olhar os dois. Arthur logo se adiantou:

– Desculpa Sebastian. Eu estava com a cabeça esquentada ontem. Foi mal mesmo. - Ele tentou se desculpar. Ele sorriu de volta, e indicou que estava tudo bem com o polegar.

– Porque não esperamos por um ônibus? - Victoria falou animada. Então, Se sentaram no banco, enferrujado pela maresia, e aguardaram ansiosamente o transporte chegar. Após alguns minutos, já podiam ouvir o som do motor. Ele parou aos poucos, até parar em suas frentes. Sebastian logo se adiantou, mas Arthur os impediu de entrarem. Percebeu que nenhum deles havia dinheiro para pagar as passagens. O motorista continuou, enfurecido pela sua viagem perdida, e logo já estava a andar novamente pela longa estrada, soltando fumaça pelo ar.

– Teremos que pedir carona. É o único jeito. - E logo ao dizer estas palavras, uma caminhonete de coloração acinzentada passou diante deles. Nádia balançou o braço, e a janela se abriu. Um homem com feições velhas, cabelos e barba brancas sorriu para eles.

– Precisam de ajuda? - O senhor perguntou com um sorriso em seu rosto. Todos explicaram a situação com calma, mas escondendo alguns fatores importantes. Entraram na caminhonete, apesar de pequena, era confortável.

~

– Chegamos... - O senhor falou, finalmente. Todos o agradeceram milhares de vezes, mas ele apenas riu. Logo, havia desaparecido. Seu carro realmente era rápido.

– É impressão minha, ou está quente? - Victoria disse se abanando. E logo, esfriou. O clima alternava entre quente, morno e frio. Era algo sem sentido. Algo estava acontecendo.


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Notas finais do capítulo

^^ Boa noite. Bom dia. Boa tarde. E um beijo para as Jujubas.



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