Let's Hunt The Mandroid escrita por Reptiliano
Era uma tarde relativamente quente quando Dean voltou ao quarto do motel onde estava seu irmão, ainda se recuperando dos recentes acontecimentos em suas vidas. O encontro com a alma do “falecido” pai deixou-os abalados.
Dean jogou o jornal que trouxera para o lado, deixando à vista a foto de uma gigante estrela de seis pontas com um enorme olho no centro, tirou sua camisa e deitou ligando o celular para ouvir músicas.
Não demorou muito e Sam acordou. Dean ainda estava acordado ouvindo suas músicas.
- Hei.. Dean.
Dean não ouviu, estava de olhos fechados concentrado em Eye Of The Tiger. Sam o chamou mais uma vez, mas agora o cutucou.
- Hei, Sam! – falou Dean tirando os fones de ouvido.
- Você ainda vai ficar surdo se continuar ouvindo nessa altura.
- Qual é a graça de ouvir rock com volume baixo?
- Qual é a graça de ficar surdo?
- Sam, se você me chamou pra ficar reclamando podia ter me deixado ouvindo minha música em paz.
- É.. desculpe. – Sam se levantou e foi até a cozinha para comer algo.
Sam não estava sendo irônico, mas também não precisou. Dean estava tentando disfarçar que estava bem, mas no fundo não estava.
- Sam, eu sei que geralmente é você que começa esse tipo de conversa, mas... Quando vamos conversar sobre isso?
- Sobre o nosso pai?
- Sobre voltar a caçar. Aquilo me desconcertou um pouco, mas a gente precisa manter a mente ocupada. Eu sou hiperativo, você sabe disso. Não consigo ficar parado.
- Ok, então – Sam deu um gole em uma garrafa de suco – Você quer caçar, vamos... Antes que comecemos a parecer um casal discutindo a relação.
Dean sorriu se surpreendendo com o quão rápido ele conseguiu convencer o irmão, mas ainda assim, aproveitou a chance para saírem daquele lugar quente o mais rápido possível.
- Então... Quando vamos pegar a estrada?
- Qualquer hora. Só, vou tomar um banho.
- Ok. Eu posso esperar.
Sam forçou um sorriso e, tirando a camisa foi ao banheiro. Dean, sorrindo como um bobo alegre, pegou o jornal que trousse mais cedo e começou a folhear as páginas à procura de algo interessante pelas redondezas.
Dean ficou um pouco preocupado por Sam ter aceitado a caçada logo de cara, então o deixou dirigir.
- Achou algo de útil? Algo que talvez pareça o nosso trabalho?
- É, eu encontrei uma coisa, mas não sei não...
- O que é?
Dean abaixou o volume do som do carro e mostrou uma foto no jornal de uma enorme estrela de seis pontas com um único olho, também enorme, no centro.
- O que é isso?
- Isso aqui, aconteceu no Reino Unido. “Uma criatura enorme que parecia uma estrela que nos observava, vinda de outro planeta, apareceu e causou um enorme estardalhaço na pequena cidade Leadworth, Inglaterra. Testemunhas afirmam que um homem que se autodenominava ‘Doutor’ espantou tal criatura, que nunca mais apareceu novamente.”
Sam não se conteve e começou a rir.
- O que? O que foi!?
- Sério, Dean... Criatura de outro planeta? Você acredita nessas bobagens?
- Não, claro que não, e você sabe muito bem disso!
- Então o que?
- Eu achei estranho então peguei seu computador e pesquisei algumas coisas...
- Você andou mexendo no meu computador?
- Bom, eu precisava do Google!
- Dean, eu já pedi...
- Sam, qual é, cara! Eu só peguei emprestado e ainda assim, eu nem entrei em sites pornôs.
- Dessa vez.
- Você fala como se você não visse essas coisas também.
Sam apertou o volante com força. Dean percebeu e logo voltou para o assunto principal.
- O fato é que... Eu joguei no Google e não achei nada sobre a criatura. – Sam deixou escapar um riso – Mas encontrei algo sobre o Doutor.
- Dean...
- Eu acho que ele é um transmorfo, Sam. Tem uma foto dele, onde ele aparece aqui nos Estados Unidos – Dean pegou uma foto, no porta luvas do carro, de um homem com cabelos castanhos encaracolados – Essa é uma de suas formas, quando ele esteve em São Francisco durante a virada do ano em 2000. Nas notícias antigas dizem que ele roubou um relógio atômico, que as pessoas chamavam de “Relógio da Contagem”. Nessa outra foto aqui – Dean mostrou a foto de um homem de cabelo loiro cacheados que vestia uma roupa colorida – esteve no México, antigas notícias falavam sobre criaturas com tentáculos. Tem outra foto. – agora Dean mostrou um foto de um homem com topete usando um fez – Nesse corpo, parece que ele teve alguma coisa a ver com uma escavação de não deu certo, se lembra? Quando achávamos que era o nosso tipo de trabalho? E tem mais...
- DEAN! – O irmão o encarou assustado – você está ficando maluco, talvez até obcecado. Demônios, espíritos, transmorfos e tudo mais eu ainda aceito, mas essas criaturas estranhas são o que? E esse tal de Doutor? Porque um transmorfo se auto chamaria assim? Além disso, como você pesquisou isso tão rápido e ainda conseguiu as fotos? Isso não faz sentido!
- Não, Sam... Eu ainda não cheguei lá. Até agora, essa é a parte que faz sentido. O que não faz sentido é essa última peça aqui. – Dean pegou uma folha de uma página da Internet impressa e Sam a leu em voz alta após arregalar os olhos, surpreso por ler o que leu.
Na cidade destruída, chamada Mercy passaram-se várias anomalias. Dentre elas, duas estavam relacionadas à uma máquina do futuro que fora derrotada por um homem e sua caneta mágica e seus companheiros. O xerife Sam Winchester fechou a cidade, e não levou muito tempo para que a mesma fosse esquecida. Hoje, no local, reside apenas uma enorme plantação de cana, responsável pela economia da cidade e seu novo nome. Claro que as histórias não passam de apenas rumores e para os novos residentes, uma lenda urbana.
- Tem mais, mas acho melhor você parar por aí.
- Dean, isso aqui é ridículo. Eu me recuso a acreditar nisso.
- Sammy, eu também não estou muito confortável com essa história toda, mas é muita coincidência.
Sam revirou os olhos e pisou no acelerador para não acabar gritando com o irmão.
- Então, você tem algum plano pra atrair esse transmorfo?
- É, eu tenho um plano sim. – Falou Dean com um estranho sorriso no rosto.
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