O jogo do deus escrita por Equipe Gelo


Capítulo 11
Adivinhe quem veio para o jantar?


Notas iniciais do capítulo

Por isso não gosto de visitas...



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Tensão. Era o que resumia o momento, na verdade, era o que resumia a vida deles agora. Entreolharam-se por um bom tempo naquela caverna sinistra, sabiam obviamente o que deviam fazer, o objetivo deles agora era definitivamente encontrar Louyse e Alice, mas, por onde começar?

– Ah deuses do Olimpo... – choramingou Mellanie - como vamos conseguir achar as garotas sem ao menos saber pra onde ir? Eu realm...

Ela calou-se, assim, de repente, como se pressentisse algo muito, muito ruim.
– Mell? Você está bem?O-o que ho-ouve? – falou Andrew já entrando em desespero.

– Vocês realmente não estão sentindo esse cheiro? Esse clima? Ora pessoal, um deus se aproxima – Fala Lilie, numa despreocupação incrível, quase que inacreditável.

– Pelos raios de Zeus! – vocifera Alicia – A visita daquele idiota do Jano já não bastou? Eu realmente não sei se suporto aguentar outra divindade estúpida.

Naquele momento todos podiam jurar que os olhos de Alicia estavam em chamas tanto quanto os do pai, o que só piorou o clima.

– Ora ora, quanta petulância, ainda mais vinda de uma garotinha como você – falou uma voz mística, sarcástica e sombria.

E então todos gelaram, literalmente. Todos tinham total certeza de quem era sua visita, mas já não tinham certeza se aquilo era uma coisa boa ou ruim. E as expectativas só se confirmaram por total quando olharam para seus pés e mesmo na escuridão, notaram uma camada densa enrolando-se em seus pés.

Andrew, tomando a liderança, sendo uma coisa estúpida ou não, deu um passo a frente e disse com a voz um tanto embargada:

– Olá... Hécate. O que a traz aqui?

– Creio que a pergunta correta seria o que traz vocês, jovens semideuses aqui?

– Bem, o nosso diretor do acampamento, o Sr. D, nos mandou em uma missão para resgatar um item seu que foi roubad...

– Não seja tolo garoto! Se tu sabes o meu nome, deveria saber ao menos quem eu sou e do que sou capaz, eu sei o porquê de vocês estarem aqui, mas, o que traz vocês, ah isso é diferente meu caro, mas bem, tenho a certeza de que não demorará muito para todos aqui me compreenderem. – ela arma um sorriso diabólico no rosto, quase que uma mistura de sarcasmo e terror – Enfim, preciso ter uma palavrinha com apenas um de vocês, bom, deixe me ver, aonde est... Ah! Ai está você minha querida, venha comigo, Summer Hills.

– Desculpa ai ô fogueira divina ambulante, mas acho que a senhora errou de grupo de semideuses em apuros viu, aqui não tem nenhuma Sum seja lá o que for não. – Falou Kaya irritada.

Cara. Como minha irmã é estúpida, não sei como um mesmo pai sendo divino ou não pode gerar duas criaturas tão diferentes, esse louca deve estar tentando se matar, só pode. Era isso que se passava na cabeça de Ralf, e provavelmente, na de todo o grupo.

– Será mesmo cria do submundo? Quem sabe ao menos tente olhar para o lado por alguns instantes. – Falou Hécate calmamente, ela soava um tanto triunfante.
Mal a deusa terminou de pronunciar suas palavras, todos começaram a olhar uns aos outros. Até que timidamente a “garotinha de Apolo” começou a andar em direção à Hécate, ou ao menos o que parecia ser ela, pois estava mais para um vulto na escuridão.

– O-o-o que a s-senhora deseja d-de mim? – Disse quase num tom de sussurro a pequena garota agora finalmente identificada por Summer.
– Siga-me.

Foi apenas o tempo de Summer desaparecer nas profundezas das cavernas com aquela deusa um tanto fantasmagórica para surgir o desespero, e claro, como sempre, misturado com tensão.

– Pelos correios de Hermes! O que aconteceu aqui?! – falou Lilie freneticamente.
– E-eu gostaria de ter uma resposta, mas realmente não sei – disse Andrew, atônito -, acredito que a nossa solução agora seja esperar.

– Bem pessoal, eu estou tão assustada com vocês, mas eu tenho certeza de que não podemos simplesmente ficar aqui vegetando. – Disse Katherine, tomando a frente – Alicia venha comigo, vamos procurar algo para comer, Andrew e Ralf encontrem madeira, precisamos de luz e calor, Jake, Fred e Mell, fiquem aqui caso a Summer apareça, e tentem achar algum tipo de passagem nessa caverna que possa nos levar para algum lugar, e então esperem por nós, e o resto circule pelo local para fazer uma vigia, vamos lá meio-sangues, temos um resgate para planejar.

Ninguém discutiu, pois quando Kath queria ela botava ordem, e naquele momento, ninguém estava a fim de discutir, estavam mais por um bom momento de descanso.

– Depois daquela acho que sua irmãzinha aprende a calar um pouco a boca, de boa, eu senti medo por ela naquela hora...

Andrew tagarelava sozinho talvez tentando amenizar o clima, Ralf não sabia, sequer prestava atenção no que o amigo dizia, não era por mal, mas havia algo o atormentando, só não sabia o que, bem, na verdade, no fundo ele sabia, ah se sabia, mas é claro que por medo e talvez até por orgulho ele não confessava, e talvez nunca o faria. Seu medo, seu maior segredo.

– Não eu não posso contar, isso isso... - Droga, como posso ser tão idiota!? Era isso, meio que sem querer Ralf acabou pensando em voz alta, Isso ai Ralf falou pra si mesmo pode se preparar pro interrogatório.

– Ralf?Está tudo bem amigo? O que você quis dizer com, isso? Quero dizer o que você não pode contar?

– Não é nada cara, apenas pensei alto de mais, é apenas, um segredo – ele tentou sorrir, só tentou.

– Vamos lá, sente aqui do meu lado e me conte o que está acontecendo.

Os dois se sentaram lado a lado em uma tora caída e os dois começaram a conversar, mesmo que para Ralf aquilo estivesse gerando um pequeno desconforto.
– Então primeiramente acho que você me deve uma explicação para, bem... – Andrew apontou timidamente para o tórax de Ralf, tentando explicar o que estava querendo dizer.

– Ah isso – tentando dizer mais descontraidamente possível – bom, eu gostaria que você tentasse não espalhar por ai, tu sabe que eu não gosto de ter minha vida exposta publicamente não é?

– Pode deixar Ralf, eu juro, o que você disser, morre comigo! – Andrew ergue as mãos sorrindo insinuando dizer a verdade. Ralf ri discretamente e fala – Está bem, deixe me ver, certo dia estava em minha casa, sim, eu já sabia que eu era um meio sangue, e meus pais, minha mãe e meu pai adotivo, enxergam um tanto além da névoa, suficiente pra ver uma dracaena que invadira nossa casa sem pedir licença. Meus pais tremeram, enquanto a dracaena sibilava “filho de hadessss"- disse Ralf imitando um som da dracaena e arracando risinhos de Andrew- então a única coisa que vi foi a "monstrenga" arranhando com força o pescoço do meu pai e minha mãe gritando enquanto a outra mão do monstro entrava em sua face... Logo após senti que o tempo mudara, um homem estranho, de quase 3 metros de altura, trajando um terno negro e um chapéu me saudou dizendo " olá cria de Hades, acho que estás em apuros mas eu, Jano, posso resolver seu probleminha" , naquele momento o deus das duas faces apontou pros cadáveres frios dos meus pais, o que me fez tremer de raiva, perguntei a ele " o que você pode fazer seu feioso, de rosto ao quadrado, meus pais estão mortos cara!", ele me propôs uma pequena troca, disse que era o deus do passado e do futuro e me voltaria com consciência ao passado, pra eu me por na frente dos meus pais, afinal eu era mais forte pelo fato de ser um semideus, " mas o que darei pra você?" ele me disse rindo "apenas um frasquinho de sangue de semideus". “Sem pensar eu disse “negócio fechado”, ele me mostrou um papel mágico, com um tridente carimbado no inferior “assine aqui” e eu assinei. De repente ele puxa uma seringa do bolso e suga 200ml de sangue, que sai com uma força arrebatadora, " sangue forte, valeu apena" Jano riu, logo após me contorci no tempo, meus ossos pareciam rachar, e só percebi na hora que estava de frente aos meus pais apontando as costas como um alvo pra garra da dracaena, e bem, é isso ai.

Por um momento Ralf achou que Andrew havia entrado numa espécie de transe, mas após alguns longos segundos ele se manifestou.

– Uau, isso foi simplesmente, bem, o que eu ia dizer mesmo? Nossa cara, estou realmente sem palavras, nunca imaginei que alguém que parece ser tão frio sabe, pudesse realizar tal coisa por... Ah você sabe...

– Por o que Andrew? Desembucha.

– Amor.

Foi como se Andrew tivesse cravado uma adaga em seu peito, aquela palavra, tão pequena, tão imoral, era ela, era ela o que resumia sua vida. O amor, essa droga que dizem ser necessária, mas, para o que? Dor? Sofrimento? Sacrifício? Só podia, pois algo de bom é que não era. E ele sabia muito bem disso.

– Andrew, posso te contar mais outra coisa?

– Claro, os amigos são pra isso.

– Bem, eu tenho um segredo...

– Espera ai, esse não era o seu segredo?

– Bem, sim, mas tem outra coisa, meu, meu maior segredo. Isso é um pouco difícil de se confess...

E então Kaya surge por entre os arbustos gritando como sempre.

– Graças aos deuses encontramos vocês! Porque ainda não voltaram hein? Vão me dizer agora que a madeira está em falta?

– N-não, é que bem, nós...

– Ta, ta, ta, ta, não me interessa mais, vamos voltar, temos grandes novidades garotos.

Os dois se entreolham por um momento, suspiraram, e entram floresta adentro atrás da garota.

–Ah! Finalmente voltaram! Já estava ficando preocupada - Diz Mellanie olhando para Andrew, provocando um sorrisinho entre os dois.

– Sim, sim, mas vamos ao que interessa. Fred, mostre o que vocês encontraram, e Summer, diga se estamos no caminho certo.

– Summer! Você está de volta! Está tudo bem? Como foi o encontro com Hécate? – Dispara Ralf.

– Explicaremos para os dois isso tudo mais tarde, agora andem – ordenou Katherine, como sempre.

– Por aqui pessoal, olhem só o que encontramos.

Todos correm em direção à voz de Fred, o qual leva-os até uma espécie de portão abandonado entalhado no estilo grego.

– É isso Summer? – indaga Fred, um tanto nervoso com a resposta.

– Sim, com certeza é por aqui.

– Mas... – fala Lilie pensativa- como iremos abrir isso? Quero dizer, não estou vendo jeito algum de fazermos isso.

– Ah, vocês não fazem ideia do que os aguarda. – Responde Summer, que já não parecia mais uma garotinha indefesa.


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