Accomplices escrita por larysavilela


Capítulo 4
Surprises.


Notas iniciais do capítulo

Se vocês estiverem com dúvida em alguma coisa. É só perguntar que eu respondo tudinho. beeeijokas



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Daniel

Acordei e me arrastei para tomar um banho. Não tinha dormido nada essa noite.

Estava completamente desanimado. E minha cara estava um cu.

Terminei meu banho e fui até a casa da Anne. Ela havia me mandado uma mensagem ontem a noite, pedindo carona para a escola. E eu não neguei.

Não demorei a chegar, a casa dela era a duas quadras da minha. De carro, sem trânsito eu chegava em 5 minutos.

Parei em frente a sua casa e buzinei. A vi correndo para fechar a porta e logo depois entrou no carro.

Me deu um beijo no rosto e colocou o cinto. Eu olhei para frente.

Ela perguntou o que tinha acontecido e eu não respondi nada.

– Dan.

Ela me cutucou com um dedo e eu a olhei. Virei logo o rosto e dei partida no carro. Eu queria que ela percebesse que eu não queria papo e achei que isso a faria calar a boca, mas como sempre não adiantou.

– Daniel, aconteceu alguma coisa na festa?

Eu suspirei. Porque ela tinha que me conhecer tão bem?

– Foi uma merda.

Anne deu uma risada que me tirou completamente do sério.

Ela só pode estar zoando com a minha cara.

– Para de fazer drama. Não deve ter comido ninguém por isso está assim.

Apertei o volante com força e a fuzilei com o olhar. Eu não estava em um bom momento e ela estava conseguindo me irritar ainda mais. Ela encolheu no banco e mesmo assim não parou de falar.

– Você é a última pessoa que pode tocar nesse assunto comigo, Anne. Tu não sabe a raiva que eu fiquei de você.

Ela perguntou o que tinha feito e aquilo fez meu sangue ferver. Ela estava se fazendo de sonsa.

Dei uma freada brusca parando em um sinal e a encarei com raiva.

– Você me atrapalhou muito! Não deveria ter me ligado ontem. Eu não sou teu namorado, não tenho que dar satisfação de tudo o que eu faço.

Ela me olhou surpresa. E ficou um tempo perdida em seus pensamentos. Continuou a me encarar confusa mas eu fingi não perceber e prestei atenção apenas na estrada a minha frente.

– Olha aqui Daniel, eu não sei o que eu fiz para você naquela noite. Sinto muito se o fato de eu ter te ligado te atrapalhou tanto. Por que simplesmente não me ignorou, como esta fazendo agora? Não precisava ter atendido.

Ri sem humor algum. Até parece que ela iria parar de me ligar se eu não atendesse.

Eu disse exatamente isso a ela e não pareceu agrada-la. Anne fechou a cara. Eu estava certo e ela sabia bem disso.

– Se eu te irritei tanto assim, por que aceitou me levar para escola?

Porra, essa garota não consegue calar a boca!

E o pior é que eu não sei como responder. Ela me mandou a mensagem e eu não pensei duas vezes, aceitei de primeira. Porra, ela era minha melhor amiga. Não podia deixa-la na mão.

O sinal já tinha aberto e eu fiquei quieto. Ela passou a encarar a janela, me ignorando totalmente.

Eu revezava o olhar entre ela e a estrada. Talvez eu tenha exagerado um pouco.

Me senti uma idiota instantaneamente. Anne nem sabia o que tinha acontecido ontem, ela não tinha culpa de absolutamente nada.

Olhar pra ela ali, me ignorando com a cabeça encostada no vidro encarando a rua. Me fez sentir ainda mais babaca por tê-la tratado daquela maneira.

Cheguei no estacionamento da escola e ela mal esperou eu parar o carro e já foi tirando o cinto pronta para sair.

Não podia deixa-la ir enquanto estivesse com raiva de mim.

Segurei seu pulso. Ela me olhou de uma maneira fria.

Eu não suportei aquele olhar e de repente o chão do meu carro se tornou bem atraente. Não queria encara-la, mas mesmo assim precisava falar.

– Me desculpa. Eu não deveria ter te tratado assim.

Eu voltei a olhar em seus olhos e ela virou o rosto. Birrenta como sempre.

Ela puxou o pulso que eu ainda não queria soltar. Ela percebeu isso, pois eu segurei seus dois pulsos e a forcei a olhar na minha direção. Ela parou de tentar soltar os braços.

– Me desculpa.

Eu mostrava claramente o quanto estava arrependido, tinha esperança de que ela tivesse percebido.

– Você é um babaca.

– Eu sei.

Sorri.

Anne pareceu gostar do que ouviu. Mesmo ela fingindo ainda estar com raiva eu percebi um sorriso querendo aparecer em seus lábios.

Ela voltou a perguntar sobre a festa e eu decidi contar tudo logo de uma vez. Desde a mulher esquisita do caderninho até a minha chegada em casa. Ela me ouviu atenta.

No final, ela me zoou com a garota e me mandou deligar o celular antes de foder alguém.

Fingi estar irritado, mas logo abri um sorriso e a puxei para mais perto de mim, a abraçando.

– Por isso que você é minha melhor amiga. Atura todas as minhas merdas, me desculpa depois que faço besteira e ainda me da conselho no final.

Me vi pensando no quanto seria difícil ficar sem ela por perto e a abracei mais forte. Ela deu um risadinha e disse que tínhamos que ir.

Saímos do carro, passamos pelos portões e nos separamos.

Fui na direção do vestiário masculino. O primeiro tempo seria com o treinador Green na ala de esportes da faculdade.

Terminei de trocar minha roupa pelo uniforme de Educação física e fui na direção do ginásio.

Tinha sido o último a chegar e o treinador já estava dando instruções para o time. Eu apenas ouvi que jogaríamos futebol.

Os caras estavam em uma roda com o treinador no meio. Eu decidi esperar até a cambada sentar, até que alguém me chamou a atenção.

Era um garoto alto e loiro. Assim que bati meus olhos nele ele também me encarou. Era como se estivesse me estudando e aquilo me irritou muito. Eu nunca tinha o visto pelo campus. O que significava que ele era novo na escola.

Estavam todos prestando atenção nele. Pediam a opinião dele sobre qual técnica deveriam usar no jogo, sobre a escalação dos jogadores. Mas ele parecia estar mais interessado em me encarar já que não havia parado de fazer isso até agora.

Caralho, esse cara deve ser viado.

Eu sorri. Minha expressão mostrava exatamente o que eu pensava sobre ele.

Playboy. Metido. Arrogante.

Mas isso eu também sabia ser.

Levantei as sobrancelhas o desafiando. Estávamos em uma guerra silenciosa. Quem desviasse o olhar primeiro estaria assumindo a derrota.

E não seria eu a fazer isso.

O loiro metido a besta deu um passo na minha direção e eu me levantei.

Ele está muito enganado se acha que vai chegar dando uma de fodão para cima de mim e eu vou abaixar a cabeça para ele.

Moleque escroto.

O olhar superior que ele tinha estava me irritando cada vez mais. Ele deu mais um passo e eu estava pronto para fazer o mesmo quando eu ouvi meu nome ser chamado.

Não me virei de primeira só quando um apito alto soou em meus ouvidos. O treinador estava me gritando do outro lado da quadra.

Eu fui obrigado a ir até ele e deixar aquela porra de loiro parado na arquibancada com um sorrisinho besta na cara.

Meu punho já estava fechado e a qualquer momento eu poderia partir pra cima dele.

Mas o treinador estava ali e eu não queria arriscar me encrencar. Ele me deu ordens para formar um time. Já estava mais que acostumado a fazer isso.

Como sempre, eu formaria meu time e o outro capitão formaria o seu. Depois iriamos jogar algumas modalidades. Era uma forma de treinamos para o campeonato intercolegial.

Tive uma surpresa muito desagradável quando o treinador chamou o loiro idiota, assim como tinha feito comigo.

– Brendon, preciso que você seja capitão do time B e escolha seus jogadores. Seja rápido, temos que começar o jogo logo.

Brendon? Que porra de nome gay é esse?

Ele assentiu. E com isso, o treinador Green nos deixou ali e foi falar com o resto dos caras.

Brendon não parava de me estudar e me desafiar. Aquele bosta estava conseguindo me tirar completamente do sério. Meu punho ainda estava cerrado e eu estava louco para tirar aquele sorrisinho idiota do rosto dele.

Brendon se virou para a arquibancada e escolheu seu time, eu não demorei a fazer o mesmo.

Fizemos uma pequena reunião para decidirmos como iriamos atacar e defender. Tudo foi muito rápido e logo meu time já tinha se posicionado.

Eu fiquei no meio-campo e para a minha felicidade o viado também. Ele parecia querer me vencer de qualquer maneira e aquilo me deixou extremamente feliz. Eu era o melhor nos esportes, todos ali sabiam bem disso.

Não teria como ele ganhar de mim.

Eu sai com a bola e ele veio para cima na mesma hora. Foi fácil desviar. Continuei andando e passei logo pela linha da defesa, cheguei perto do gol e toquei para um moleque do meu time que estava pedindo a bola.

Ele recebeu e controlou. A jogou para o gol mas o goleiro agarrou.

Voltei para a minha posição e o goleiro jogou a bola exatamente para aquele que eu estava louco para arrebentar a cara.

Ele saiu com a bola e eu parti para cima dele. A peguei sem dificuldades e vi seu rosto se transformar em uma careta escrota. Ele nem viu como tirei a bola de seus pés.

Toquei para o atacante do meu time, ele teve uma brecha na defesa deles e aproveitou. Meteu a bola na rede com uma classe que até eu me impressionei.

Comemorei com o moleque e depois olhei para Brendon, ele estava espumando de raiva.

Ah que porra de sensação maravilhosa.

Sorri para ele. E isso o deixou ainda mais puto.

O jogo havia recomeçado. Ele não perdeu tempo, saiu tirando a bola de um moleque do meu lado. Foi levando até perto da rede. Mas viu que não tinha para quem tocar já que todos estavam marcados. Ele perdeu a bola fácil ali e logo depois ela voltou a minha posse.

Eu estava correndo com ela e indo direto para o gol. Quando eu senti minha camisa ser puxada. Eu cai feio no chão, mas o jogo não parou.

Olhei e vi que agora a bola estava com Brendon. Aquele filho da puta tinha me derrubado da maneira mais desonesta e ninguém tinha percebido.

Fiquei puto.

Depois desse episódio ele marcou um gol e logo depois um cara marcou outro.

Estava 2 x 1. E aquilo me irritou. Eu não podia perder para ele.

Eu pedi a bola pra um cara do meu time e ele me passou, eu corri com ela até ficar completamente fechado. Tive que passar.

Mandei a bola para um outro cara que estava na minha frente. Nesse minuto Brendon me deu um chute forte na canela.

Eu cai de novo e meu sangue ferveu. Levantei em um pulo já com os punhos cerrados pronto para arrebentar a cara dele. Fui para cima e o jogo parou. Todos vieram para separar a briga que estava prestes a começar.

Ele se fingiu de coitado e levantou as mãos em um sinal cínico de inocência.

Eu já estava sentindo o prazer de ver sua cara sangrando. Puxei minha mão direita para trás mas alguém segurou meu braço antes que eu pudesse soca-lo.

Um grupo de alunos me segurou e me puxou para longe dele. Eu me debatia e lutava para que me soltassem. Eu não estava pensando direito.

O treinador já estava no meio e gritava para que eu me acalmasse.

Aos poucos eu fui relaxando e disse que os meninos podiam me soltar. Eles hesitaram um pouco, mas me soltaram.

Eu mandei um último olhar ameaçador para Brendon que ainda se fazia de coitado e rumei com passos pesados para fora do ginásio.

Antes de sair, o treinador tinha me mandado ir direto para a secretaria e Brendon também.

Meu sangue ainda fervia.

Eu já tinha saído da ala de esportes e estava passando pelo campus.

Vi um bebedouro e o chutei com força. Estava pronto para dar outro chute quando senti o meu braço ser puxado.

Só podia ser o merda do Brendon.

Me virei com toda a raiva ainda acumulada. Mas me surpreendi quando vi o Ian ali. Abaixei a mão.

– Que foi porra?

– Relaxa mané, eu só vim te acalmar.

Ele levantou as mãos se rendendo.

– Eu não preciso me acalmar, preciso socar a cara daquele filho da puta.

Ian balançou a cabeça de um lado para o outro e colocou a mão no meu ombro me guiando até um banco.

– Cara, você não pode ir ver o diretor Franklin desse jeito. Ele nunca vai te dar razão se você quebrar metade da escola.

Ele estava certo. O Franklin nunca foi muito com a minha cara, eu não queria dar mais um motivo para ele me acusar.

Mas eu ainda estava com raiva, e quando eu estou assim não consigo pensar direito. Brendon me tirou do sério. Ele me desafiou e e eu não ganhei o desafio. Para piorar o meu time estava perdendo e eu ainda vou levar a culpa da porra toda. Era questão de orgulho ferido, ele me fez sentir como um fraco, perdedor. Coisa que eu não sou.

– Mas que cacete Daniel, fica calmo. Você já ta parecendo um camarão de tão vermelho.

– Você me conhece ian. Sabe que eu não gosto de perder e eu perdi hoje. Isso é o que esta me tirando do sério. Aquele pedaço de merda mal chegou e já está me arrumando confusão. Eu não posso deixar ele pensar que é melhor que eu.

Ian suspirou.

– Eu te entendo cara. Mas você precisa relaxar, ele te fez perder a cabeça hoje e você agiu sem pensar, partiu pra cima dele na frente do treinador. Isso ta errado e você sabe.

Eu assenti e ele continuou.

– Eu concordo que você tem que mostrar para ele quem é que manda. Mas não é aqui e nem agora. Você tem que agir com a cabeça e parar de pensar com a tua bunda.

Eu dei risada.

– Você venceu cara. Vou falar com o Franklin numa boa e tentar não me estressar. Depois eu resolvo essa história.

Ian pareceu satisfeito e deu dois tapinhas nas minhas costas me incentivando. Ele voltou correndo para o ginásio e eu fui até a diretoria.

Cheguei e abri a porta. A secretária, Srta Rachel, estava organizando uns papéis e assim que me viu entrar balançou a cabeça de um lado para o outro mostrando desapontamento.

– Mal começou o ano e você já arrumou confusão senhor Ryan?

– Ah Rachel por favor, sabe que não gosto quando me chama pelo meu sobrenome.

Eu já estava na frente da porta do diretor pronto para entrar.

– E Rachel? – ela me encarou. – Arrumar confusão é um dos meus charmes.

Pisquei um olho para ela. E ela achou graça. Entrei na sala do Franklin sem ao menos pedir permissão.

Sentei em uma das poltronas despreocupadamente, como se estivesse na minha casa.

Ele me lançou um olhar severo, que eu fingi não notar.

– Então quer dizer que o senhor resolveu transformar a minha escola em um ringue de luta?

– Claro que não querido diretor. Eu apenas quis deixar a aula do Treinador Green um pouco mais divertida.

Disse debochado. Ele estreitou os olhos para mim.

– Pare de bancar o espertinho senhor Ryan. Eu sei muito bem o quanto você é problemático.

– Oh sim. Eu sou tão problemático que meus pais me criam a base de remédio tarja preta.

O diretor estava ficando vermelho e aquilo me deu vontade de rir.

– Escute bem o que eu vou lhe dizer Daniel. Não quero ouvir mais nenhuma reclamação sobre você nessa escola. Fique bem quietinho ou eu juro que será seu último ano aqui.

Ele se debruçou sobre sua mesa para ficar mais perto de mim. enquanto apontava um dedo na minha direção.

Os olhos dele tentavam me intimidar, mas eu nunca tive medo dele. Resolvi ignorar a ameaça.

– Eu sei que você me odeia, Franklin. Mas já parou para pensar que a culpa pode não ser apenas minha? Aquele loiro metido a engraçadinho que me provocou.

– Não me interessa quem provocou quem. E preste bem atenção, não quero que você se meta com o Brendon.

Aquilo me interessou. Ele usou um tom como se o Brendon fosse alguém muito importante. Ergui minhas sobrancelhas.

– Por que, Franklin? Por que eu não posso me meter com o Brendon?

– Porque não. Agora pare de fazer perguntas que não lhe dizem respeito e vá embora da minha sala. Minha secretária fará um comunicado para que leve aos seus pais.

– Acho que você esqueceu de que meus pais estão viajando, Franklin.

Ele ficou ainda mais irritado.

– Para você, é senhor diretor.

Bufei.

– Senhor diretor. Esta feliz agora?

O sarcasmo pingava das minhas palavras.

Ele não gostou nenhum pouco e gritou para que eu me retirasse.

Eu sai de la sorrindo debochado. Passei pela mesa da Srta. Rachel e o meu comunicado já estava pronto.

Ainda ficava puto de pensar que a culpa era daquele babaca. E a maneira como Franklin tinha se dirigido a ele estava me intrigando. Como eu não tinha conseguido tirar nada dele resolvi ver se conseguia obter alguma informação com a Rachel.

– Então Rachel, você podia me ajudar hein? – dei um sorriso brincalhão para ela, que levantou a sobrancelha esperando eu continuar. – O que você sabe sobre o aluno novo?

Ela suspirou, largou os papéis que segurava e olhou rapidamente para a porta da sala do diretor para se certificar de que estávamos sozinhos.

Fez um jesto para que eu me sentasse e eu o fiz.

– O que quer saber sobre ele?

– Ele ganhou algum comunicado? – ela negou. – Por que não?

Ela deu de ombros.

– O diretor Franklin disse que não seria necessário.

Agora eu tinha certeza absoluta de que alguma coisa não estava certa com esse moleque. Como assim “não é necessário”? Eu sei bem como a escola funciona, ele deveria ter ganhado um comunicado, assim como eu. Apenas por estar envolvido na briga.

Se fosse ao contrário, eu tenho certeza que eu teria ganhado um.

Diretor de merda.

– Rachel, por que o Franklin protege tanto esse cara?

Ela voltou a olhar para a porta, ainda fechada. Rachel voltou a me encarar e chegou mais perto de mim.

– Pelo que eu percebi, o Brendon não é um aluno comum. Eu dei uma olhada na ficha escolar dele e reconheci o nome da mãe dele. O Diretor Franklin ..

Eu a interrompi.

– Vai direto ao ponto.

– Brendon é sobrinho do diretor Franklin.

Agora faz sentido, por isso o cara é tão protegido.

É claro, um merda tem que vir de uma família merda.

Eu não poderia contar com a porcaria do diretor Franklin. Eu mesmo teria que resolver tudo sozinho.

Eu já pensava em mil e uma maneiras de acabar com aquele filho da puta. Comecei a ficar animado com a ideia.

Levantei apressado.

– Valeu Rachelzinha, vou ficar te devendo essa.

Dei um beijo na bochecha da Rachel e ela riu.

– Para com isso menino.

Dei risada e meti o pé dali. Eu já tinha perdido duas aulas e logo seria o intervalo. Estava ancioso, precisava falar com o Ian e com a capetinha da Anne. Eles me ajudariam a acabar com aquele viadinho.

Troquei a roupa de educação física pela roupa que estava usando antes.

Faltava 5 minutos para o sinal do intervalo. Fui até o refeitório esperar todos chegarem.

O sinal tocou e logo o lugar começou a encher. De longe vi Ian chegando. Eu acenei e ele veio em minha direção, sentando do meu lado.

– Fala ae, mané. Como foi la com o diretor Franklin?

– Ganhei um comunicado – dei de ombros. – Como sempre.

Ele assentiu.

– Mas, descobri uma coisa muito interressante.

Ele me olhou interessado.

– O que?

– Espera a Anne aparecer que eu conto pros dois.

Eu estava em duvida se comeria alguma coisa ou não. Para falar a verdade, não estava com nenhuma fome.

Fui tirado dos meus pensamentos com um cutucão.

Olhei para Ian e ele esatava com uma carreta.

– Que foi seu maluco?

– Cara, acordei malzão hoje. Tava com uma puta de uma ressaca.

Lembrei do estado em que ele estava ontem e cai na risada.

– Tu tava um horror ontem.

Eu gargalhei ainda mais.

– Porra nem me fala. Eu não sei nem como eu consegui vir pra escola hoje.

– Eu sei. Depois de te levar em casa ainda tive que dar um banho gelado na bela adormecida ai.

Ian me olhou irritado mas de repente sua expressão mudou. Ele não estava mais olhando para mim, sua atenção estava fixada em um ponto na entrada do refeitório. Tinha um sorriso bobo no rosto e uma cara de apaixonado que me dava nojo.

Olhei para onde ele olhava e de repente meu queixo caiu.

Anne estava sentada em uma mesa ao lado da puta da festa. Elas pareciam se conhecer, já que conversavam animadas.

Ela estava muito gostosa. O cabelo longo e moreno estava solto, usava uma blusinha fina e uma caça colada.

– Ela é muito linda.

Ian sussurrou para si mesmo, mas eu pude ouvir.

Ele estava tão interessado nela quanto eu. Mas já tinha virado questão de honra. Eu vou comer essa garota!

Levantei e Ian veio junto comigo. Contornamos o refeitório olhando fixamente para aquela mesa.

Faltava duas mesas para que eu chegasse até meu destino final. Mas eu tive a infeliz surpresa de ver a porra de um loiro dos infernos chegar até la primeiro.

Ele tinha o olhar fixo em Anne. No começo, ela estranhou e até deu um sorrisinho simpático. A nova amiga dela falou alguma coisa em seu ouvido e a expressão de Anne mudou, ela estava com raiva e fez menção de levantar.

Naquele momento eu cheguei até a mesa e encarei Brendon.

– Algum problema aqui?


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Notas finais do capítulo

Link das roupas:

Daniel: http://www.polyvore.com/daniel_accomplices/set?id=107626099
Anne: http://www.polyvore.com/anne_accompleces/set?id=107625199
Jully/garota da festa: http://www.polyvore.com/jully_accomplices/set?id=108976218



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