Destiny escrita por Lúcia Hill


Capítulo 5
Capitulo - But I'm Holding You


Notas iniciais do capítulo

... eu vi triste tempos escuros e eu tenho esperado para o sol nascer ...



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O ponteiro maior do relógio aproximava-se do numero seis, anunciando que o crepúsculo estava preste a dominar por completo o céu de Brookside. A jovem ainda sentia em seu corpo os efeitos daquele coquetel que a enfermeira aplicara algumas horas atrás. As leves brisas adentravam ao quarto através das grossas cortinas brancas.

– Dorme igual a um anjo. - anunciou Lourdes atrás do medico pegando o de surpresa.

Kevin virou se na direção dela e mostrou lhe um sorriso afável, tinha que concordar com aquelas palavras, Belle aos poucos começara abrir os olhos.

– Esta na hora da bela adormecida acordar. - anunciou Lourdes ao se aproximar do leito. - Enfim poderá ir para um lugar melhor que não cheire medicamentos. - disse a enfermeira não contendo a risada espontânea.

Belle mostrou lhe um sorriso pálido, eram visíveis as enormes olheiras que se formavam abaixo de seus belos olhos azuis.

– Lhe devo um imenso favor. - disse encarando a.

Lourdes terminou de retirar o soro do braço da jovem e pousou sua mão sobre a testa de Belle.

– Saiba que sempre deverei um favor a você. - anunciou com os olhos afundados em lagrimas. - Sempre! - repetiu.

Não se conteve e abraçou a jovem de um modo maternal, aquela cena era tocante, que faria bater o coração de qualquer incrédulo, Doutor Kevin não conteve e abaixou a face para não se entregar aquela emocionante visão. Lourdes se afastou da jovem e afagou seu delicado rosto, que carregava uma expressão de dor e solidão.

– Acho que chegou a hora não é?- questionou a, Lourdes assentiu.

Estava mais do que na hora de dizer adeus, pois sabia que não teria forças o suficiente para um novo reencontro, não daquela forma. Antes que pudesse responder um dos enfermeiros de plantão adentrou ao quarto com a cadeira de rodas, pois ainda pelos diagnósticos do Doutor Lee Patterson ainda era cedo demais para que ela deixasse o hospital, mas não poderia impedi-la mesmo com os riscos derivados da forte pancada, mas assentiu depois de muita insistência por parte do Doutor Carter, que era um ótimo neurologista e se dispusera para cuidar da jovem.

O enfermeiro ao se aproximar do leito, teve o auxilio do doutor Kevin, assim que colocaram a jovem sobre a cadeira de rodas, Belle não entendeu por que não conseguia se mover sozinha e não conteve o choro de desespero, não poderia ficar pressa aquela cadeira.

– Não se preocupe isso é passageiro - disse lhe enquanto segurava sua mão, fazendo a encará-lo. - É apenas um abalo em seu sistema nervoso, assim como a cegueira que teve, não será permanente. Deve relaxar, pois seu sistema teve digamos uma “pane”, mas logo começará a reagir.

Belle o encarou.

–Promete? Que não ficarei invalida? - questionou com os olhos cheios de lagrimas.

Kevin desviou seus olhos para um canto, acompanhara todos os exames que fora feitos a pedido do Doutor Lee, pois sendo medico sabia dos juramentos, não poderia expor a hipótese da melhora de um paciente sem ter plena certeza.

– Prometo. - respondeu encarando a. - Ficara melhor, agora temos que ir.

Lourdes acompanhou ambos até a porta de entrada do hospital, pelo caminho Belle pode ver o quando aquele furacão prejudicara muitas pessoas, pois não havia leitos suficientes para todos, concluiu que sua alta fora um pretexto para que outro enfermo ocupasse seu lugar.

Assim que chegou ao hall do hospital, pode ver a destruição diante de seus olhos, arvores arrancados, postes caídos, carros amassados e os entulhos acumulados pelas ruas. Mas não esboçou qualquer reação, apenas o vazio que sentia crescer por dentro. Lourdes permaneceu calada segurando a cadeira, era uma cena de tristeza e devastação.

Sem delongas Kevin estacionou seu belo sedan executivo preto alguns centímetros de onde elas estavam.

– Agora começa uma nova etapa de sua vida. - sussurrou nos ouvidos da jovem. - Espero que não se aborreça mais com Deus, pois isso é tudo conseqüência das mãos humanas, e que os ventos lhe tragam boas novas.

Belle virou com muita dificuldade a cabeça na direção da enfermeira e a encarou por um longo período.

– Pode me ajudar enfermeira Lourdes?

Lourdes assentiu e empurrou a cadeira na direção do veiculo, Belle sentiu o aumentar das batidas de seu coração, em algumas semanas completaria 18 e não teria o famoso almoço dominical para comemorar. Ela parecia estar perdida em suas lembranças, mas despertou daquelas assim que sentiu as mãos de Kevin lhe suspender para colocá-la dentro do veiculo.

Sentiu uma corrente elétrica percorrer sua espinha e o encarou, tinha que confessar que aquele aroma de sua loção pós-barba era envolvente, sem contar no perfume que parecia ser importado, assustara de principio, pois nunca estivera tão próxima de um homem, pois os moleques do colegial não contavam, já que não passavam de garotos imaturos, mas Kevin era um experiente homem de 35 anos.

– Está tudo bem? - perguntou encarando a.

Belle sentiu sua face queimar, rapidamente desviou seus olhos para um canto, estava novamente com aquele olhar abobalhado de uma garotinha encantada.

– S-Sim é que apenas estava pensando longe. - mentiu.

Kevin mostrou lhe um sorriso e passou o cinto de segurança prendendo, Belle sabia que o destino era algo imprevisível e revelador, mas naquele momento preferiu atribuir as meras coincidências da vida, pois não acreditava muito em destino, já que achava que isso era uma grande bobagem inventada pelos homens.

Lourdes permaneceu imóvel com os olhos rasos de lagrimas enquanto acenava, Belle retribuiu o gesto amigável da enfermeira. Encostou se no banco e tentou não pensar, mesmo sabendo que seria impossível, teria que continuar sozinha seu caminho, aquele trajeto fora longo e torturante, pois cada esquina tinha sinal da força descomunal do furacão Katrina.

Era como sentir que algo lhe rasgava por dentro, soltou um longo suspiro, estaria pressa no passado, enquanto não tivesse forças para lutar daquele casulo.

Um dia todos irão partir para o caminho de luz, sei o quanto é doloso tocar nesse assunto, mas é real. Pois toda lagarta tem que deixar o confortável casulo se quiser tornar se uma bela borboleta. Nossas vidas estão destinadas a um grande propósito.

– Doutor Kevin acredita em destino? - questionou a jovem de forma espontânea sem encará-lo.

Ele encarou há por alguns segundos.

– Acho que não, mas creio que a vida se baseia em ações que praticamos no decorrer dela. - respondeu enquanto voltava sua atenção para a rua deserta de Brookside.

Belle assentiu. Talvez ele estivesse certo, mas apenas talvez.

"Não pense que o mundo acaba ali aonde a vista alcança.”Oswaldo Montenegro


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!



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