Destiny escrita por Lúcia Hill


Capítulo 19
Capitulo - As The Leaves Change


Notas iniciais do capítulo

.... conforme as folhas mudam, as estações passam o Destino pode nos surpreender de várias formas basta sabermos escolher bem entre as escolhas.......



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Os ventos sopravam com violência contra os galhos secos das arvores, fazendo barulho aterrorizador na janela de madeira. Belle permanecia em um sono profundo, mas acordou espantada com a violência das batidas em sua janela, a jovem levou a mão ao peito, tentando se acalmar um pouco.

Sentia se culpada pelas palavras que dissera a Kevin na noite passada, abraçou os joelhos enquanto as lagrimas escorriam por seu delicado rosto, sentia sua ausência, mas era tarde para tentar consertar o que quisera.

– São nossas escolhas, doutor. - disse encarando o - Que nos guiam, hoje estou vazia sem uma família, meu avô esta doente e nem sabe,muito menos que estou viva.

Mas fizeras péssimas escolhas, a jovem encostou sua cabeça contra o macio travesseiro e permaneceu encarando o teto.

– Acho que comecei a desejá-la de uma forma completamente maluca desde aquele noite. Não consegui tirar aquele beijo de minha mente, aquela sensação tão viva e real, todos esses dias a tenho povoando meus mais íntimos pensamentos. Ah como a quero! - confessou ele com a voz rouca.

Como pudera ser tão infantil e tratá-lo daquela forma, mas poderia voltar atrás e ter uma conversa civilizada com ele naquela manhã, estava decidida. Fechou os olhos por um segundo e sentiu se relaxar, estava fazendo o que era correto a fazer, iria pedir desculpas pelo modo grotesco com que o tratara depois de tudo que ele fez por ela.

– Sou tão idiota e imatura que sempre estrago tudo. - resmungou ainda de olhos fechados, sentia sua respiração pesada.

Não demorou para que caísse novamente no sono, aqueles pensamentos a torturara o dia todo, sem contar naqueles benditos pesadelos que estavam ficando diariamente comum - como uma rotina - do lado de fora os fortes ventos vindos do norte trouxe consigo os primeiros flocos de neves daquela estação, mas a expressão no rosto da jovem era serena, parecia estar adentrando a um sonho bom. Ainda podia se lembrar do primeiro beijo que trocara com Kevin Carter, essa recordação fez com que um belo sorriso desenha-se em seus delicados lábios enquanto repousava.

Coragem! Essa era a palavra.

Mas quando os primeiros raios tímidos do sol adentraram ao quarto, a jovem sentiu a mão de alguém sobre seu braço e uma voz ao fundo chamando a.

– Belle! Acorde criança. - chamava a suave voz de Lourdes.

Ao abriu os belos olhos azuis se deparou com uma expressão abatida e triste no rosto de Lourdes.

–O que houve esta tudo bem com você? - quis saber.

Lourdes sentou-se na beirada da cama e segurou à mão da jovem, a deixando em pavor, havia acabado de acordar e não conseguia entender o porque daquela reação.

– É o Kevin. - sua voz se transformou em um fio de voz. - Ele, meu Deus! Ele esta morto. O irmão dele Logan me ligou essa manhã, ele tinha ido para o apartamento do irmão caçula depois daquela conversa de ontem a noite.

A jovem sentiu uma forte fisgada roubar lhe o fôlego, seus olhos permaneceram fixados em Lourdes, não podia ser, não demorou para que a jovem se entregasse ao choro. Ele estava morto! Céus não havia volta, se ao menos tivesse controlado seu ciúmes imaturo isso não teria acontecido, Lourdes envolveu a em um abraço.

– Deus! Por que. - suplicou Lourdes enquanto afagava os macios cabelos de Belle. - Ele era um bom homem.

Aquele era o fim? As artimanhas do Destino sempre nos revela algo, que tentamos esconder a toda custa, por sermos fracos e covardes. Belle não conseguia acreditar que abrira mão de tudo que tinha por causa de um ciúmes infantil, agora era tarde para voltar atrás e consertar os erros.

– Você é esse homem doutor Carter. - anunciou encarando o - Agora posso ver por que o Destino fez nossos caminhos se cruzarem, de um modo estranho talvez confuso, mas real.

Kevin concordou. Aproximou-se dela e segurou seu delicado rosto entre suas enormes mãos e tomou seus lábios em um beijo apaixonado.

– Dessa vez acreditarei que tenha sido o tal Destino, mas apenas dessa vez, Okay! -disse.

Novamente teria que enfrentar tudo novamente e sozinha.

– Eu te amo. - anunciou Kevin com um largo sorriso nos lábios.

A jovem afundava seu rosto no peito de Lourdes, não podia acreditar.

– NÃO! - berrou enquanto apertava o braço de Lourdes. - Por favor fala que é mentira, ele não pode estar morto.

Lourdes não conteve as lagrimas.

– Não é fácil contar sobre o que aconteceu. - anunciou sem encará-la - Mas depois da partida da Lana, senti meu chão abrir e tudo que tinha construído desabar. Quando a vi, me apaixonei logo de cara, sempre organizada, adorava viajar e se desprender da rotina, mas como sou médico isso se torna difícil e maçante. - ele pausou por um breve momento, mas logo prosseguiu - Sempre sonhei em ter uns dois filhos, mas ela dizia que ainda era cedo para pensar em filhos, que queria subir de cargo na empresa e curtir a vida um pouco, mas. - mostrou um sorriso triste - Mas ainda me lembro de quando brigamos pela primeira vez, ela estava linda naquele vestido vermelho, ela ficou furiosa por causa de uma moça que me sorriu em uma das festas do hospital. - parou para refletir e encarou a - Não sabe o quanto me arrependo de tê-los apresentados.

– Jordan sempre fora extrovertido e comunicativo, diferente de mim que sempre fui calado. Acho que era pra eles serem o casal perfeito. Quando cheguei em casa naquela noite chuvosa de janeiro a chamei, queria dizer que enfim havia comprado as passagens para o Havaí como ela ansiava a semanas, mas quando vi o bilhete sobre o balcão senti meu coração parar, foi como se tivesse tomado um choque de realidade. - pausou - Ainda me lembro do que estava escrito, ela tremeu e tinha uma linha borrada talvez ela estava chorando pela burrada de ter me conhecido, estava assim " Kevin não sei como vou lhe dizer, talvez nunca me perdoe por isso, mas a gente nunca daria certo e por isso preferi seguir meu caminho espero que faça o mesmo, Lana". - ele limpou uma lagrima teimosa - Ela tinha razão, mas nunca consegui sair daquele labirinto, fiquei três dias sem conseguir voltar ao trabalho, confesso que tentei me matar cortando os pulsos, mas para minha sorte ou azar o fiz quanto estava no hospital.

Aquelas lembranças.

"E aqui no coração eu sei que vou morrer..Um pouco a cada dia" - Oswaldo Montenegro


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!