Levantou assustado, olhou ao redor continuava no apartamento, suspirou e se levantou. Fez sua higiene matinal e se trocou. Logo ouviu o estridente 'sinal' de que as aulas começaram.

Caminhou lentamente até chegar ao corredor, respirou fundo e adentrou a sala de aula, sentou-se na última cadeira ao lado da janela, pegou os fones e se arrependeu de não ter visto direito se havia pegado seu celular ou o 'dela'. Suspirou novamente e deixou o som de Little Things adentrar os ouvidos, sorriu ao se lembrar que sempre brigava com a platinada por ciúmes do ruivo que havia composto a música.

Deixou lágrimas escorregarem por suas bochechas e logo as secou, deitou a cabeça e adormeceu ali mesmo.

Enquanto isso...

Levantou se espreguiçando, os olhos molhados por lágrimas (não mais de sangue), cabeça latejando de dor e lábios molhados. Sempre tinha o mesmo sonho e sempre que acordava era a mesma coisa, decidiu ir á cabana da arcanja Ana, mesmo não gostando muito da anja ela era a única a ajudar-la.

Respirou fundo e retirou lentamente (para evitar muita dor) as asas, foi em direção ao espelho e suspirou, caminhou pra fora, levantou vôo em direção a cabana que ficava em um dos picos mais altos do lugar. Enquanto voava se entristecia com as visões de outros anjos e arcanjos voltados a ela, suspirou novamente. Desde sua morte sempre foi a mais “estranha” de todos os anjos, não apenas por seus cabelos platinados naturais, porém por ter asas maiores e mais... Bonitas, e também porque mesmo que seja uma anja ela continuava tendo sonhos.

Chegou à cabana e logo entrou sem nem mesmo bater ou dar importância ao comprimento que sempre ganhava de Viktor um dos braços direitos da rainha.

–É senhora, mas se fizermos isso podemos fazê-la perder as e o pior é que... Nós também podemos perder as nossas asas e...

Era Ana que discutia com Sra.Carter as duas praticamente rosnando uma para a outra, Angel se encolheu e continuou a ouvir a conversar.

–Eu sei Ana, mas se ela continuar assim pode... – a mais velha suspirou – Deu certo com Nathaniel por que não com ela? – exclamou alterada, enquanto Angel arregalava os olhos.

Do que elas estavam falando? O que Nathaniel tem a ver com isso?

–Nathaniel... – sem perceber exclamou logo se repreendendo ao receber olhares acusadores das duas anjas que felizmente não a perceberam e voltaram a conversar.

– Por favor, anjinha fica quieta – murmurou alguém perto do ouvido da garota- se descobrirem que você está aqui, vão me descobrir e se me descobrirem irão parar de falar sobre... Esse assunto

A garota se virou lentamente e arregalou os olhos para depois revirar os mesmo. Conhecia bem o anjo que a olhava com um sorriso de canto, fazia parte dos indesejados. Aqueles que não deveriam estar no lugar que estavam, mas por algum motivo, estavam. Cada um com sua pequena e dramática história, existem exatamente 3 anjos indesejados, porém creio que isso pode ser explicado mais tarde. Então continuando...

O anjo apenas sorriu mais ainda ao ver a reação da garota e a virou de frente. Murmurava um ‘xiu’ para a garota, que apenas segurava o riso. O garoto suspirou derrotado e pegou a anja (que já havia retirado as asas) em seus braços, enquanto tentava sair sem fazer nenhum barulho.

[...]

Já fazia meia hora que o anjo e Angel voavam a garota já impaciente, apenas suspirava. Perguntava-se onde o anjo estava levando a garota.

–Ah! É verdade Angel, eu não te falei- murmurou o anjo, fazendo a garota o fitar com curiosidade- Você sabe sobre os indesejados? –a anja apenas assenti- Então, a rainha nos chamou para uma audição. Parece que encontraram um jeito de fazer a gente voltar e cumprir o destino – resmungou debochado o que fez a garota dar uma risada- Não ria de mim sua tampinha, ou você quer que eu te jogue daqui?

A anja sorriu e se soltou dos braços do outro, se deixou levar pelo vento batendo no rosto da mesma e logo abriu as asas para voltar a acompanhar o anjo. Ou mais conhecido como... Gabriel.

–Já que vamos voar muito até chegar ao castelo da rainha, porque não contar histórias – antes de terminar deu um sorriso de canto olhando a platinado- sobre nossa vida...

A garota bufou e assentiu, respirou fundo e começou...

–Bom, quando eu era pequena, fui... Abandonada no orfanato, - o anjo arregalou os olhos e a outra apenas sorriu- não foi tão mal, na verdade o pior foi que eu fui adotada depois de um ano. Eu já tinha feito muitos amigos, e o pior foi que eu perdi meu melhor amigo, o nome dele também era Gabriel. Eu era muito apegado a ele e... – a garota foi interrompida por um beijo na bochecha, olhou para o lado e o azulado encontrava-se sorrindo- Por quê?

– Depois eu te explico – falou sorrindo- Ah! Chegamos! Vamos mais rápido tampinha.

A anja bufou e aumentou o passo, sorriu para o azulado e começou a voar mais rápido. Era bom ter um amigo com ela, principalmente quando ele era igual à mesma. Sorriu e com esforço se aproximou do anjo azulado, para apenas lhe dar um beijo na bochecha. Os dois se fitavam enquanto voavam, com um sorriso no rosto.

Enquanto isso...

O ruivo andava de um lado para o outro, se encontrava em um corredor totalmente branco, apenas as parede tinham uma linha reta verde, suspirou e olhou novamente para o relógio. Respirou fundo e fitou o corredor à frente, que não era muito diferente do que o mesmo se encontrava. Sentiu uma mão no ombro, olhou para trás e seus olhos se encontraram com dois homens, um de jaleco branco e outro com um uniforme de... segurança.

– O senhor seria Castiel, correto? –o ruivo assentiu- Sou o médico que cuida da senhorita Angel e devo dizer que temos duas noticias. Uma boa e uma ruim... – o outro continuou, enquanto o ruivo apenas assentia- A boa é que a senhorita Potter está bem e já acordou, a ruim é que há alguns minutos atrás ela... Fugiu.

–O quê? – gritou o ruivo exasperado- Como?

– Não sabemos como, mas a enfermeira disse que a viu conversar com um rapaz de cabelos azuis e olhos azuis. Alguma ideia de alguém assim?

– Não tenho certeza... – murmurou entre dentes- Desculpe-me senhor eu tenho que ir.

– Oh! Sim, claro e se você a encontrar nos avise, temos que fazer alguns exames... Para confirmar algo que descobrimos um pouco depois do acidente...

– É claro, senhor.