Me desculpe

Gritava para mim com remorso...

Eu não queria fazer isso, eu...

Sorri, sabia o que viria a seguir...

Por favor, não me deixe...

Apertou minha gélida mão, enquanto soluçava...

Não me deixe! Não me deixe!Não me...deixe...

Lágrimas escorriam dos olhos do ruivo...

Eu te amo...

'Biiiiiiiiiiiiiiiiiiii' esse foi o som emitido após essas palavras...

O ruivo desabou e eu... Exibi meu último sorriso.

Me aproximei lentamente do ruivo, passei minhas mãos pelos macios cabelos de meu amado, suspirei e voltei ao meu posto...

[...]

–Angel! -gritava minha 'tutora' - Eu já te falei que não é permitido ir á terra...

–Mas... - tentei argumentar, porém sabia que não poderia - Me desculpe, senhora...

– Tudo bem, - falou suspirando - ele era muito importante, não?

Apenas assenti, enquanto lágrimas saiam dos meus olhos. Lágrimas de sangue.Minha tutora arregalou os olhos e correu atrás de algo para secar minhas lágrimas.

–Angel... - murmurou enquanto trazia o pano,me surpreendi-Por que não me conta como o conheceu?

Suspirei.

– Olha, senhora... Eu a respeito muito, porém creio que não devo satisfação da minha vida humana.

–Você está certa, porém - hesitou, creio que estava procurando as palavras certa - você sabe o que acontece com anjos que...

– Sra. Carter, sra. Carter - gritava Ana vindo em nossa direção - Erick está te chamando para a audição dos caídos.

A mulher suspirou e seguiu Ana depois de murmurar algo inaudível para meus ouvidos, respirei fundo e segui para minha casa.

[...]

Lado a lado, mãos entrelaçadas, um sorriso em meus lábios e uma expressão rancorosa, levantei o olhar para você ao passarmos da nossa escola. Agora... confusa.

Seu olhar melancólico, minha expressão confusa.

Você parou, arregalei os olhos, estávamos na casa de Debrah.

Seu sorriso de orelha a orelha, o sorriso malicioso dela, minha tristeza no olhar.

Ela se aproximou e você soltou minha mão, ela correu em nossa direção e te abraçou. Ao se soltar caminhou até mim e me deu um tapa na cara, você sorriu.

Seu sorriso, o sorriso dela, minha solidão.

Dei um passo para trás cambaleando. Os dois gargalharam, olhei para o lado e vi ele do outro lado da rua, senti minhas bochechas molhados.

Seu sorriso, o sorriso dela, a expressão confusa dele, meu ódio.

Sem pensar corri até ele, seu sorriso se desfez, ela se agarrou mais a você. Ele me abraçou, você a empurrou e correu na nossa direção, me empurrou e começou a bater nele. Torci meu pé e cai no meio da rua.

Sua raiva, a raiva dela, a raiva dele, minha morte.

[...]

E foi assim que tudo acabou...