Lizete no dia Seguinte partiu para Miami. Ao chegar lá, não sabia muito bem o que dizer a mãe que a esperava. O que ela mais queria era ver seus pais felizes, mas tinha medo de ajuda-los a ficar juntos e seu pai estragar tudo outra vez.

–Filha, já estava com saudades! –Disse Paulina abraçando-a forte em meio ao saguão do aeroporto.

–Eu também mãezinha! –correspondeu a menina abraçando a mãe com toda a força do mundo.

Lizete aconchegou-se nos braços da mãe. Era ali que se sentia protegida. Ela estava buscando forças para poder contar a mãe todo o ocorrido.

Paulina e Lizete foram para casa. Paulinha e Gabriel chegariam apenas ao entardecer, estavam na escola.

–Conte-me filha, o que houve? –Perguntou paulina docemente.

–Nada mãe, apenas fiquei com saudades! –Disse a menina, baixando a cabeça.

–Estou tentando acreditar, -Paulina levantou o olhar da menina até o dela. -mas não estou encontrando verdade em seu olhar, meu anjo.

–É só isso mesmo... eu sinto muito sua falta, todos os dias, mãezinha... –Lizete segurou o choro.

–oh me amorzinho. –Paulina a puxa para seu abraço. –Eu também sinto falta de vocês muita, muita, muita mesmo. –Ela deixa escorrer uma lágrima.

Lizete aproveita a deixa.

–Até do Papai?

Paulina respira fundo, buscando forças para responde-la.

–Por que você insiste nisso filha?

–Por que eu preciso saber mãezinha. –Ela esconde o rosto no abraço da mãe.

Paulina fecha os olhos e uma lágrima teimosa percorre sua face.

–Até do seu pai meu amor, até do seu pai.

–E por que vocês não conversam? –Lizete a olha, buscando um olhar brilhante.

–Nosso tempo já passou. Agora é tarde demais. –Ela enxuga o rosto, mantendo a menina em seu abraço.

–Nunca é tarde para amar e estar com quem se ama, mãezinha. E eu sei que o Papai também te ama muito.

–Não posso, filha. –As lágrimas teimosas caem novamente.

–Por que não? O Amor supera tudo.

–Tenho medo de sofrer outra vez. Tudo aquilo ainda machuca muito. Essas feridas jamais serão curadas, e tenho medo que elas voltem a doer. Seu pai me magoou muito.

–Eu entendo mãe, mas assim é muito pior! –Insiste Lizete.

–Vamos mudar de Assunto! E o seu namorado hein? Falou com ele ontem?

–Não, depois que... que... –Ela gaguejou tentando mudar o rumo da conversa. –Não consegui falar com ele.

–Filha, você esta me escondendo algo? –Pergunta Paulina seria, a olhando desconfiada.

–Claro que não mãezinha! –Ela chega a gelar. –Que tal darmos uma volta, eu e você?

–acho ótimo! Tenho que comprar algumas coisas...

Lizete e Paulina saem para um passeio. Elas caminharam muito e logo encontraram uma loja de vestidos maravilhosa. Lizete ficou encantada com a variedade de modelos e decidiu dar uma olhada.

–Mãezinha! Isso é o Paraíso! –Disse a menina olhando os vestidos.

Paulina ri da expressão da menina.

–Mãezinha, pode me alcançar aquele vestido ali? –Pediu a menina apontando para um cabide.

–Claro!

Quando Paulina se vira, esbarra em um homem.

–Mil desculpas! Como eu sou desastrada! Desculpe-me!-Disse ela ajudando-o a juntar os tecidos que haviam caído.

–Não foi nada, eu é que... –Ele ficou mudo ao olhar para aquele rosto tão belo. –Foi tudo culpa minha.

Paulina o olhou nos olhos. Não pode negar a ela mesma que ele era muito bonito.

–Não foi nada. –Disse sentindo seu rosto corar.

–Prazer, meu nome é Juan. Desculpe, te machuquei?

–Não, esta tudo bem. Meu nome é Paulina. Prazer é todo meu. –Disse colocando o cabelo por trás da orelha.

–Mãe! O Vestido! –Gritou Lizete do provador.

–Já te alcanço filha! –Respondeu ela.

–Adolescentes... sempre apressados. –Disse sorrindo gentilmente Juan.

–Pois é. –Ela sorriu respondendo-o.

–Bom, tenho que ir. Foi um prazer “esbarrar” com você –Ele ri- Espero te ver novamente. E desculpe novamente. Adeus. Não, Adeus não, até breve.

–Não foi nada. Até.

Ele se retira.

Paulina ficou paralisada. Ele era muito belo, e sua simpatia foi contagiante. Ela não pode negar que ficou um pouco “encantada” com ele.

–Mãe! O Vestido! –Gritou Lizete de novo.

–Esta aqui filha... –Disse paulina entregando-a.

O dia voou. Lizete comprou apenas um vestido, sabia que a situação da família não era a melhor, e aquele era o momento de economizar. Elas voltaram para casa.

Assim que Paulinha e Gabriel chegaram a casa ficou uma bagunça. Os quatro foram para o quarto de Paulina e uma guerra de travesseiros foi iniciada. Assim que todos ficaram exaustos, Paulina pediu uma pizza. Ali mesmo, sobre a cama, eles a devoraram. Meia Calabresa e meia quarto queijos. Estava perfeita.

–Só Falta o Carlinhos aqui! –Disse Paulinha.

Lizete aproveitando o embalo, largou uma frase que atravessou o peito de Paulina.

–O Carlinhos e o Papai! Ai, tudo ia ficar maravilhoso... –Disse ela ficando cabisbaixa.

–Verdade. –Disse Paulinha, seguida de Gabriel concordando.

–Chega desse assunto! –Paulina disse ficando irritada, mas sentindo um aperto no peito. –Vocês três sabem que eu e seu pai não ficaremos mais juntos! Chega!

Paulina levanta descontrolada da cama, chorando muito. Ela entra no banheiro e tranca a porta. Ali, no chão, ela caiu em lágrimas.