Paulina e Carlos Daniel - Perdoa-me escrita por Dai


Capítulo 50
Pedra brilhante


Notas iniciais do capítulo

Oi amorCinhos...
Tudo bem?
Aqui estou...
Espero que gostem.
Capítulo pura fofura logo abaixo...
OBRIGADA PELOS COMENTÁRIOS, PORRAAAA! amo vcs... Serião hahahaha...
Espero que gostem do capítulo.
Beijos
Desfrutem.



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 Carlos Daniel abre a porta do quarto e suavemente vai adentrando o lugar.

—Oi. -Diz baixinho.

Paulina está sentada a cama com uma tigela de sopa frente a si.

—Você parece precisar de uma ajudinha.

Ela cora. Um misto de vergonha é medo preenche seu peito.

—Carlos Daniel, eu...

—Shh, -a corta. -Depois que você comer conversaremos, tudo bem? Falaremos do que você quiser, mas primeiro a sopa.

Paulina sorri brevemente para ele.

Carlos Daniel senta na ponta da cama e então agarra a tigela, levando suaves colheradas de sopa até a boca de Paulina.

—Como está se sentindo? -pergunta de mansinho.

—Cansada. Parece que não durmo há dias.

Ela abre os lábios para receber mais uma colherada de sopa mas fica surpresa quando ele larga a colher na tigela e então a coloca sobre a mesinha.

Ele senta outra vez ao lado dela, agora ficando com o rosto na altura do dela. Olhos nos olhos, frente a frente.

—Quero que veja, aqui, no fundo dos meus olhos que sim... Sim, está doendo muito te ver assim. -diz ele de forma seca. -Mas... Não te amo menos... Isso nunca aconteceria, meu amor. Nunca. Você é a Melhor Mulher do mundo, e... Eu só quero te ver bem.

O choro brota em Paulina. Carlos Daniel se aproxima ainda mais dela, deixando seus rostos a centímetros.

—Independente de ter acontecido ou não, não deixaria de te amar. Foi um pesadelo? Sim, foi, eu sei e também o vivi. Sei que está com medo que ele possa voltar... É, eu também estou. Mas escolhi ter você aqui, com esse rosto lindo para que eu pudesse proteger enquanto a polícia faz o seu trabalho. Não podia arriscar em jogar com ele e ele te matar ali. 

Paulina fecha os olhos por um instante e então sente os dedos dele percorrerem seu rosto.

—Me perdoe... Eu...

—Shhh... Não tenho o que te perdoar. Vamos sair dessa, juntos, como tantas outras vezes já fizemos, tudo bem?

—Sim... Mas... Carlos Daniel?

—Diga...

—Eu preciso muito de uma coisa... Mas estou com receio...

Quando Paulina abre os olhos, aquelas iris já mais calmas se encontram e conversam.

—Fale...

—Quero beijar você.

Um sorriso largo aparece no rosto de Carlos Daniel.

—Ah, você quer me beijar?

—Sim -sussurra quase de forma inaudível.

—Pois então, beije-me.

—Tens certeza?

—Se eu confessar que queria ter chegado fazendo isso mas fiquei com medo de te machucar, você acredita e então me beija de uma vez?

Paulina sorri, e ignorando o soro, levanta as mãos e segura o rosto de Carlos Daniel. Sua boca se aproxima da dele de forma cautelosa, cheia de medo mas com a necessidade falando mais alto.

O encaixe provoca o arrepio e o desespero de mais automaticamente.

—Oh meu Deus... Como eu... -diz ele, apenas roçando sua boca na dela.

—Eu sei... Estava com medo de nunca mais te ter assim...

—Eu sei... Eu também sei...

Paulina se afasta alguns centímetros e apenas resvala sua língua por sobre os lábios dele. Carlos Daniel não se contém.

—Me beije, Paulina... Me beije...

Paulina o beija com a necessidade de todas aquelas palavras que ecoavam em sua cabeça. Sua boca se mexe de encontro a dele roçando, tocando, explorando mais uma vez aquela área tão conhecida.

Ofegante, ela se afasta dele com delicadeza e então morde seu lábio.

—Você não devia estar fazendo isso... -adverte ele, agora acariciando o rosto dela.

—Eu sei... Mas... Pensar que nunca mais te beijaria, ou que... Não fossemos mais ficar juntos, me deixou um pouco... Desnorteada, acho eu.

—Eu sei...

—Mais um?

—Quer mais um? -pergunta sorrindo a ela, seus olhos brilhantes e úmidos.

Ela nada responde, apenas toca os lábios com os dele em um carinho especial.

—Nunca... -diz se afastando, segurando o rosto dele e mirando-o nos olhos. -Nunca deixarei de te amar. Nunca.

Carlos Daniel engole as palavras e segurando o rosto dela, espalha beijos pela pele de seu rosto.

—Te amo. Te amo. Te amo.

 

.

.

.

 

Mais um dia se inicia. Paulina desperta um tanto desorientada, quase esquecendo de onde está. Seus olhos correm o quarto do hospital e ela encontra os olhos apreensivos de sua filha mais velha sentada ao lado de sua cama.

Lizete tem os olhos inchados, os lábios sem cor e a esperança em algum lugar de sua expressão.

—Oi princesa... -Diz Paulina sorridente para ela. Ver sua filha depois de tudo é quase como um sopro de felicidade em seu peito.

—Oi mãe... -A garota não se move. Apenas pronúncia as palavras como se tentasse se conter diante de tudo.

—Hey... Não me olhe assim... Eu já estou bem.

Paulina estica sua mão e puxa sua eterna garotinha até os braços dela. Lizete arrasta a cadeira, senta-se ao lado da cama e apoia sua cabeça ao colo da Mãe.

Os dedos de Paulina, alguns ainda com pouco movimento fazem suaves carinhos nos cabelos da garota.

Paulina sente os soluços dela mas nada diz, apenas a afaga dando o tempo que ela precisa.

Longos minutos se passam, aquele momento de completo medo se tornando felicidade, alegria, alívio.

Lizete se senta , agarra os dedos de Paulina e agora a acaricia de volta.

—Você está bem? -pergunta Paulina com um pequeno sorriso, o coração batendo forte e feliz.

—Não seria eu que devia te perguntar isso? -questiona a garota com um sorriso amarelo.

—Acho que não...

A mãe retribui os carinhos e elas se entreolham por alguns momentos. Palavras se fazem quase desnecessárias enquanto elas trocam falas entre um dos amores mais bonitos do mundo... O amor de mãe.

—Fiquei com muito medo de nunca mais poder ganhar teus carinhos... -murmura a garota deixando uma lágrima escorrer.

—Digo o mesmo. Mas... Já passou. -diz a mãe a tranquilizando. -Já estamos bem. Todos nós. Eu, você... Seu pai... Vamos ficar bem. E tudo vai ser tanto ou mais maravilhoso quanto era, tudo bem?

Lizete acena em concordância e elas deixam a manhã se prolongar em conversas e pequenas risadas, esquecendo de quase tudo.

Lizete conta a mãe sobre o rapaz que ela conheceu, Miguel, que ele lhe pediu em namoro. Conta que ficou de falar com ele algumas horas mais tarde, mas que não diria nada antes de falar com ela. Paulina riu... Sua filha já era uma mulher praticamente e acabara de ser pedida em namoro. O tempo voa.

Quando se aproxima do meio dia, Lizete deixa Paulina e volta para o colégio onde tem algumas aulas a mais para cumprir.

Ela não fica muito tempo sozinha, e seu sorriso se abre ainda mais juntamente com a porta quando seu marido entra por ali.

—Oi. -Diz ele caminhando até a cama, baixando-se sobre ela e depositando um beijo em sua testa.

—Oi. -responde levantando seu braço e tocando o braço dele.

—Fiquei com saudades.

—Tanto quanto você.

—Hm... -diz ele sorrindo, sentando-se na cadeira que antes Lizete ocupava. -Queria ter vindo mais cedo, mas infelizmente não consegui. Tivemos um pequeno contratempo na fábrica, mas já está tudo bem.

—Em que momento você saiu daqui ontem?

—Eram umas três horas, acho eu. -Diz ele um tanto confuso.

—Mas eu dormi logo depois das onze...

—Eu sei... Mas não queria parar de te dar carinho... E de ficar com você.

Você se tornou parte do que eu sou, e dormir sem você é bem complicado.

Os olhos de Paulina brilham somente por ter ele ali.

Algum tempo depois, ele ajuda Paulina a comer, insistindo e a incentivando​ entre palavras e gestos de carinho.

No fim da tarde, Paulina faz mais alguns exames e alguns enfermeiros vem tirar as ataduras de seus pulsos.

As marcas são largas quase como queimaduras. Aos poucos vão criando uma camada nova de pele por ali. Os olhos de Paulina marejam mas ela nada diz. Nenhuma lágrima cai, apenas ameaçam a brotar. Quando os enfermeiros saem, Carlos Daniel atende um telefonema da fábrica quando vê de relance sua amada cruzando os braços de forma a esconder seus punhos. 

Carlos Daniel espera a ligação se encerrar e bem de mancinho vai se aproximando dela, sentando ao seu lado na beira da cama.

—Você sabe que eu te amo incondicionalmente, não sabe?

Paulina apenas balança a cabeça, concordando com ele.

Com carinho, olhando nos olhos dela e em nenhum outro lugar, ele segura os braços dela, fazendo-a descruza-los.

Paulina ameaça fechar os olhos, mas apenas um sussurro dele ja foi capaz de deter aquele ato.

Ele segurou cada um dos pulsos dela, um por vez, e sem deixar de mira-la nos olhos, depositou pequenos beijos ao redor das feridas e as cicatrizes que começavam a se formar.

—Um dia eu te disse que ia cuidar de ti, que ia cuidar cada ferida e cessar cada dor. Eu te amo.

Paulina não mais segurou as lágrimas... Seus olhos se fecharam e as lágrimas escorreram sem dó enquanto ele continuava a beijar seus pulsos. Logo, ele beijou cada um dos arranhões e esfolados nos dedos dela e com o peito cheio de amor, aproximou sua boca da dela. Paulina lhe entregou os lábios com desejo e ansiedade. Uma explosão de sentimentos lhe tomou o peito e escorreu pelos olhos.

Tantas dúvidas, tantas angústias, tantos medos, tudo simplesmente esquecido e preso debaixo de uma pedra brilhante chamada amor.


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Notas finais do capítulo

E aí amores? Gostaram?
O que acharam?
Ficou fofo?
Aaaaahhhhhhh...
Comentem! Favoritem...E essas coisas. Beijão. Até