Seu corpo gelou, suas mãos suaram frio e uma ira possuiu seu corpo.

–Vagabunda! -Ele gritou já exaltado, fazendo Diego que fingia dormir dar u salto na cama.

–Carlos Daniel, o que faz aqui!? -Perguntou cinicamente.

–Desgraçado! –Exclamou ele voando no pescoço de Diego que continuava deitado com Paulina.

Ao sentir aquela movimentação toda, logo Paulina foi despertando. Aquele sonífero era poderoso, fazia efeito rapidamente, mas permanecia no sangue por pouco tempo.

–Carlos Daniel? O Que esta acontecendo? –Perguntou ela colocando a mão na cabeça, sem dar conta de como estava.

Nesse momento Carlos Daniel acerta um soco no rosto de Diego deixando-o zonzo.

–Vista-se! Tenho que sair e te tirar daqui! Que vergonha! –Disse ele tomado pela ira. Claro com uma ajudinha alcóolica.

–Mas... o que esta acontecendo?! –Perguntou ela assustada, sentada a cama, percebendo que estava nua.

–Você ainda pergunta? Nossa, que incrível! Quer que eu desenhe pra você? –Disse ele rangendo os dentes.

–Mas...

–Cala essa boca e coloca a porcaria da roupa! –Disse cuspindo as palavras, juntando o vestido do chão, jogando-o sobre a cama.

Nessa hora, Diego já havia saído do quarto. Sabia que tinha conseguido o que queria, e que agora, eles mesmos terminariam o que ele começou.

Paulina, sem entender nada, vestiu a roupa, e tentando controlar o choro aproximou-se de Carlos Daniel.

–Amor, o que houve?! O que esta acontecendo? –Perguntou tentando tocar o ombro dele, mas ele se afastou.

–Quantos mais você chama assim, hein?

–O que esta acontecendo!? –Perguntou ela chorando intensamente.

–Ai! Coitadinha, não lembra de ter transado com o Diego!

–Carlos Daniel eu não fiz nada!

–Cala essa boca e vamos logo!

Carlos Daniel estava completamente irreconhecível. E não era pra menos. A cena presenciada a poucos minutos deixaria qualquer pessoa atordoada. Nunca esquecendo das inúmeras dozes de whisky. Ele a pegou pelo braço, e rapidamente a tirou da casa, saindo pela cozinha.

–Carlos Daniel?! O que houve!? Pelo amor de Deus me diz algo!? –Ela chorava sem controle.

Ele não disse nada, apenas a colocou violentamente dentro do carro, deixando-a apavorada. Ele dirigia bruscamente pela cidade. O carro voava pela pista. Paulina estava apavorada, sem entender nada do que acontecia.

Chegando em casa, Carlos Daniel estacionou o carro freando bruscamente. Deu a volta no carro, Abriu a porta, e pegou Paulina violentamente pelo braço.

–Me solta! Por favor Carlos Daniel! Me solta! Você esta me machucando! Por favor me solta! –Ela suplicava enquanto ele a arrastava pela casa.

–Cala essa boca! Já mandei ficar quieta!

Nesse mesmo instante, Lizete acordou com o choro alto da mãe e a gritaria toda. Sem pensar duas vezes, correu até o quarto de Carlinhos. Enquanto isso a gritaria continuava.

–Pelo Amor de Deus Carlos Daniel! Me solta!

Ele a jogou na cama violentamente, e voltou para trancar a porta.

–Carlinhos, acorda! Carlinhos! –Disse a menina sacudindo-o

–O que foi pirralha chata! –Disse sonolento.

–Tem alguma coisa errada, o Papai e a mamãe estão discutindo!

–Eles que se entendam! Já são bem grandinhos e esta muito tarde!

–Acho que o Papai bateu nela, Carlinhos! Me ajuda!

–O que? –Disse ele dando um pulo da cama.

–Ela entrou gritando e chorando muito, parecia que ele a machucava. Ele mandava ela calar a boca e ficar quieta. Tem algo errado!

–Vamos lá! Isso não pode estar acontecendo!

Carlinhos e Lizete correram até a porta do quarto dos Pais. A Gritaria ecoava pela casa.Lizete foi a procura de chaves extras, já que a porta estava trancada.

–Não acredito que fez isso comigo! Como você teve coragem? Depois de tanto tempo!

–Carlos Daniel eu não fiz nada! Eu juro! –Ela tentou aproximar-se dele.

–Como não? Dormir com meu melhor amigo não bastou!?

–Eu juro, eu não fiz nada! Eu te amo Carlos Daniel, Te amo!

Nesse momento, Paulina tenta tocar o rosto de Carlos Daniel e ele em um ato de descontrole, acerta a face dela, deixando uma enorme mancha vermelha naquela pele branca, já manchada pela maquiagem.

–Como você pôde?! –Chorava ela soluçando.

–Como que eu pude? A culpa de tudo isso é sua! Sempre mostrando ser uma boa esposa, honrada, mas no fundo não passa de uma vadia que dorme com o primeiro que lhe provocar tesão!

–Me respeite! Você não é ninguém pra me julgar! Você nem sabe o que diz!

........

Paulina relembrou tudo com uma enorme dor no coração. Aquela noite que era para ser perfeita virou uma tragédia, E aquelas lembranças a atormentariam pelo resto da vida. Dois anos se passaram, e a vida... ah essa vida. Ela continuou. Depois de chorar inúmeras vezes, acabou adormecendo com aquelas lembranças horríveis na mente.